Resumindo aquilo que foi apresentado nesta série, para mim fica claro que não existem registos judaicos anteriores à queda de Cartago. A questão das moedas, levantada no postal anterior, é apenas mais um exemplo. Não se encontram símbolos judaicos, nem sequer em relatos de outros povos.
É claro que há tentativas de ligar qualquer referência à Palestina, a um povo judaico, mas mesmo essas são tão escassas e pouco significativas que podem ser quase ignoradas. Todo o folclore judaico começa quase em simultâneo com o cristianismo, à excepção do suposto "Velho Testamento", cuja origem mais antiga é praticamente coincidente com a queda ou, pelo menos o declínio de Cartago após a derrota de Aníbal.
Antes da invasão de Alexandre Magno, o mundo antigo tinha civilizações de referência - os egípcios, os persas/babilónios/caldeus, os fenícios, e os gregos. A invasão de Alexandre terraplanou essas diferenças para um factor comum - todos foram helenizados! É claro que Alexandre nem se dá conta da existência de judeus, porque simplesmente não contavam/existiam.
Só que, passado um século torna-se claro que o legado cultural egípcio, fenício, persa ou caldeu, corria um risco iminente de desaparecer da História. Os fenícios ainda tinham Cartago, Cartagena ou Cádis, mas os restantes estavam sob domínio das dinastias dos generais de Alexandre - de Ptolomeu no Egipto, e de Seleuco no Médio Oriente.
O mais natural, parece-me, é que especialmente o corpo sacerdotal não queria perder um legado milenar, de um momento para o outro, e a ideia de uma certa aliança entre três reinos magnos começou a ganhar forma, especialmente quando os Romanos ameaçaram mais definitivamente substituir-se aos gregos no controlo dessas regiões, após as "vitórias de Pirro" (Burro) e a derrota de Aníbal.
Esses três reinos eram basicamente três partições do império de Alexandre: - a parte africana do Egipto (Ptolomeu), a parte asiática do Médio Oriente (Seleuco), e a parte mais europeia com a Ásia Menor (Antígono).
O maior sucesso partiu do lado judaico-cristão, que se foi espalhando justamente por todo o império, especialmente entre os escravos. Os fenícios-cartagineses mantiveram-se na dissensão que levou á concretização do judaísmo. Os povos da Ásia Menor, variaram entre o mitraísmo e o catolicismo, com a sua definição pela separação no lado ortodoxo cristão, do Império Romano Oriental, com centro em Constantinopla. Finalmente o legado principal dos caldeus acabou por ir para a definição da terceira religião abraâmica, o islamismo.
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