Um relatório para ser entregue a Henry Kissinger, feito pelo oficial da CIA na Europa Ocidental, foi assim apresentado no dia 26 de Abril de 1974. Apenas algumas partes foram "desclassificadas", e têm acesso público.
O relatório pode surpreender, falando de 40 famílias de oligarcas que seriam as únicas beneficiárias efectivas dos rendimentos coloniais, e que de um modo geral, o preço que Portugal pagava, por manter as colónias, não compensava o retorno do investimento. Segundo o memorando, das colónias, apenas Angola conseguia devolver 60% da despesa do Estado lá investida.
Com o efeito, o relatório afirma que Marcelo Caetano tentava uma autonomia dos territórios africanos, ao que a oligarquia familiar (dos 40 barões) tentou fazer Américo Thomaz depô-lo em Dezembro de 1973, no que foram contrariados por pressão militar dos seus apoiantes.
Diz que "evidentemente Caetano aprovou o livro de Spínola", fazendo notar que o livro de Spínola continuou a ser vendido em Lisboa, mesmo depois do "golpe das Caldas". Assinala que os planos de Caetano para lidar com os focos de tensão seriam obscuros...
Só faltou dizer que o 25 de Abril de 1974 teria sido aprovado por Marcelo Caetano!
Não é certamente isso que o próprio disse no seu livro a "Verdade sobre o 25 de Abril", afirmando: "A única informação extensa e concreta que dos serviços recebi, já nas vésperas do 25 de Abril, sobre as intenções dos militares, veio de Moçambique", acrescentando que "só na madrugada do dia 25 de Abril o Director-Geral da PIDE telefonou a comunicar que a revolução estava na rua".
Já deixámos aqui a pergunta... quem decidiu ocultar a Salazar que este tinha sido substituído por Marcelo? Quem tinha o poder para tal?
Não seria Américo Thomaz sem os 40 barões que dominavam o país (segundo o relatório, dominavam-no não apenas economicamente, mas também nos jornais, rádio e televisão, na representação nos corpos legislativos, e tinham ligação aos altos cargos governamentais). Precisaram desse completo domínio para convencer Salazar de uma ficção, em que permanecia a governar.
Marcelo Caetano, poderia ter promovido/aceitado um golpe de estado contra si mesmo?
Não parece, mas parece claro que quem o apoiou não o deixou cair, e cuidou que fosse exilado em segurança no Brasil.
Parte dos 40 ladrões, desde a Lapa até Cascais, podem ter passado por algumas contrariedades nos anos seguintes, não sem que tivessem regressado e aparecido outros tantos, ou muitos mais.
Sempre cá estiveram, se dirá...
Sim, mas durante o tempo de D. João II podem ter falado mais fininho.
Os que ainda não perceberam por que caíram então, vão falando alto, para se ouvirem a si mesmos.
Os outros, porque não são surdos, não precisam.
Segue-se o memorando, que pode ser encontrado no site da CIA:
Diz que "evidentemente Caetano aprovou o livro de Spínola", fazendo notar que o livro de Spínola continuou a ser vendido em Lisboa, mesmo depois do "golpe das Caldas". Assinala que os planos de Caetano para lidar com os focos de tensão seriam obscuros...
Só faltou dizer que o 25 de Abril de 1974 teria sido aprovado por Marcelo Caetano!
Não é certamente isso que o próprio disse no seu livro a "Verdade sobre o 25 de Abril", afirmando: "A única informação extensa e concreta que dos serviços recebi, já nas vésperas do 25 de Abril, sobre as intenções dos militares, veio de Moçambique", acrescentando que "só na madrugada do dia 25 de Abril o Director-Geral da PIDE telefonou a comunicar que a revolução estava na rua".
Já deixámos aqui a pergunta... quem decidiu ocultar a Salazar que este tinha sido substituído por Marcelo? Quem tinha o poder para tal?
Não seria Américo Thomaz sem os 40 barões que dominavam o país (segundo o relatório, dominavam-no não apenas economicamente, mas também nos jornais, rádio e televisão, na representação nos corpos legislativos, e tinham ligação aos altos cargos governamentais). Precisaram desse completo domínio para convencer Salazar de uma ficção, em que permanecia a governar.
Marcelo Caetano, poderia ter promovido/aceitado um golpe de estado contra si mesmo?
Não parece, mas parece claro que quem o apoiou não o deixou cair, e cuidou que fosse exilado em segurança no Brasil.
Parte dos 40 ladrões, desde a Lapa até Cascais, podem ter passado por algumas contrariedades nos anos seguintes, não sem que tivessem regressado e aparecido outros tantos, ou muitos mais.
Sempre cá estiveram, se dirá...
Sim, mas durante o tempo de D. João II podem ter falado mais fininho.
Os que ainda não perceberam por que caíram então, vão falando alto, para se ouvirem a si mesmos.
Os outros, porque não são surdos, não precisam.
Segue-se o memorando, que pode ser encontrado no site da CIA: