O History Channel decidiu promover uma charada, numa mistura de Wells e Welles.
Well, Wells, Welles.
Chamaram-lhe a "Grande Guerra Marciana", e segundo a descrição que apresentam:
O enredo escolhido da história é praticamente irrelevante.
O que interessa?
Interessa que há licença para brincar com as histórias... mas nem sempre!
Digamos, entre a "Guerra dos Mundos" de H. G. Wells (1898) e a "Guerra dos Mundos" de Orson Welles (1938).
Well, Wells, Welles.
Chamaram-lhe a "Grande Guerra Marciana", e segundo a descrição que apresentam:
No seu 100º aniversário, "A Grande Guerra Marciana" narra a história de acontecimentos catastróficos e horrores inimagináveis de 1913-17, quando a Humanidade teve de lutar contra uma invasão de selvagens alienígenas. Com fortes e detalhados paralelismos à Primeira Guerra Mundial, a Grande Guerra Marciana funde ficção científica com uma realidade factual histórica muito específica, para explorar as tragédias do mundo real e horror único da Primeira Guerra Mundial.
Numa suposta comemoração da 1ª Guerra Mundial (1914-18),
aparece a charada dos 100(!!) anos da Guerra Marciana (1913-17).
O enredo escolhido da história é praticamente irrelevante.
O que interessa?
Interessa que há licença para brincar com as histórias... mas nem sempre!
Implicitamente, poderíamos considerar que os alemães foram aqui retratados como "selvagens alienígenas", já que tudo se passa na clássica frente de batalha em França, com aliados de um lado... e pois, al-iens ou al-emães, do outro lado.
Que engraçado!
Antes de ficarmos deslumbrados com tal imaginação, vejamos por que razão não foi escolhida a 2ª Guerra Mundial?
Ah! Já sabemos, é ainda crime duvidar do "holocausto judeu"... e portanto, os produtores podem brincar com a 1ª Guerra, porque os milhões de mortos aí não se importam, mas já se for com a memória das vítimas judaicas... Ui, ui, ui! Com isso, não se brinca.
Pois, o mau gosto é selectivo.
É claro que a realização foi razoavelmente cuidada, e com a técnica actual podem fazer-se boas inclusões realistas em cenários antigos. Tal coisa dá ainda para alimentar um público que o History Channel tem procurado cativar - o público obcecado por conspirações extra-terrestres.
Porquê? Porque segue na linha de que poderiam então ser usadas novas tecnologias capturadas aos marcianos, algo que é habitualmente invocado para justificar avanços tecnológicos mais recentes.
Enfim, só faltou dizer que as aparições de Fátima foram a última palavra dos marcianos antes de se irem embora.
Tudo o que se segue é um perfeito disparate, sem mais comentários.
Porquê? Porque a invasão em causa veio de Vénus e não de Marte.
Esse é o engano sistemático que tem causado o controlo dos homens. Sim, porque o controlo é feito através das mulheres. A primeira forma religiosa era no feminino, com grandes deusas, que os homens aprenderam a adorar. Com o controlo no feminino, a sociedade passou a ser matriarcal... e assim as sociedades que se desenvolveram mais rapidamente foram essas. Numa variante, desenvolveram-se poderosas Amazonas que, quando necessário, competiam na violência com os homens. É conhecido o caso da Rainha Tomiris que exige a cabeça de Ciro.
A rainha amazona Tomiris recebe a cabeça de Ciro, o Grande.
Ciro tinha acabado de "devolver" os escravos judeus às paragens israelitas, onde se iriam encontrar com outros escravos deslocados, os hebreus. Ora, este poder hierárquico no feminino teve sempre grande importância nos bastidores. Os reis eram facilmente seduzidos por belas moçoilas, e acabavam por ser muito influenciáveis. Convém não esquecer o caso da Guerra de Tróia, tudo por causa de Helena.
Em termos de ardis, intrigas, esquemas, e arte de sedução, ninguém igualava as cortesãs... e os homens são fáceis presas perante a beleza feminina.
É claro que tinha sido fácil às mulheres tomarem conta da sociedade, porque basicamente eram elas que definiam a escolha reprodutiva, e a educação das crianças. Desde o momento em que o líder não tinha que ser escolhido como o mais valoroso em combate, tudo se resumia a saber quantos obedeciam a quem... mais importante do que o poder físico, era o poder mental.
Só que isto não era um ponto consensual entre todas as mulheres, e muitas acabaram por ter pena dos homens serem tratados como bonecos. Assim, houve uma divisão entre as mulheres... umas decidiram tentar desenvolver uma sociedade aceitando o domínio masculino, e outras foram desenvolver uma sociedade com domínio no feminino. No entanto, estas últimas, mais poderosas, nunca deixariam que a a sociedade masculina as ameaçasse, e trataram de inventar esquemas de controlo. Usariam os homens mais cegos ao seu poder para criar uma civilização evoluída, e perturbariam a masculina com incessantes guerras. Para isso bastaria colocar umas "irmãs" nas cortes, em sacrifício de causa.
À distância, em paragens americanas, as Amazonas controlariam os destinos do velho mundo, vendo à distância se alguma civilização no masculino seria capaz de evoluir ao ponto de respeitá-las como iguais. Algo difícil, como se calcula... Como elas bem sabiam, desde o momento em que foram adoradas como deusas de fertilidade, a religião seria a maneira mais fácil de controlar o assunto, e colocarem enormes exércitos a lutar por si. Por outro lado, os homens começaram a exigir uma abstinência sexual para efeitos religiosos. Assim, as grandes religiões começaram a evitar as mulheres na sua hierarquia. Porém, a grande diferença tecnológica já estava marcada com milénios de distância.
É fácil perceber que o valor do ouro e das pedras preciosas, não foi decidido por nenhum homem voluntariamente. Um homem pouco liga a essas coisas, sem ser pelo seu efeito na troca. Quem definiu esse valor foram obviamente as mulheres, que não resistem aos adornos.
A filosofia, o budismo e o cristianismo, é claro, marcou uma grande inflexão. As mulheres começaram a ver nos homens alguma sensibilidade, para além dos trogloditas que tinham que suportar, e isso começou a baralhar as contas. A sociedade medieval no masculino estagnara, mas seria mais pela interferência externa, que levara os religiosos a definirem restrições cada vez maiores no comportamento perante "forças sobrenaturais".
A porta dos descobrimentos vai ser aberta por influência de duas mulheres, do lado espanhol Isabel, a Católica, e do lado português, por Dona Leonor, ou ainda mais, pela tia e mãe, D. Beatriz, também mãe de D. Manuel. Começa o culto alargado no feminino, a Nossa Senhora.
Porém, a sociedade no masculino continua a inspirar pouca confiança, e a concessão é muito limitada, só alguns territórios são cedidos à exploração, porque interessa apagar vestígios anteriores. Até que se ganhe maior confiança, guarda-se ainda o reduto australiano. Importa mesmo haver uma mulher a comandar os destinos seguintes, e a Rainha Isabel inglesa, servirá essa tarefa. Outros factos começam a ganhar relevo, porque uma maior liberdade na sociedade masculina permitia criações não antes vistas na sociedade amazona. Assim, subitamente, há duas tendências - a tendência inquisitorial de restringir a sua divulgação, mas também uma tendência de permitir abertura, para novas criações. Não conviria é que se continuasse a passar nos estados ibéricos, que entretanto já sabiam demais, e tinham que ser mantidos sob controlo estrito. A transferência será cuidadosamente feita por Luísa de Gusmão, que casa a filha Catarina com o rei inglês. Começa por essa via o desenvolvimento do poder inglês, por via das suas lojas... maçónicas, mas é bem sabido que as mulheres adoram lojas.
Passa a haver até novas máquinas voadoras, e isso dá uma segurança não apenas terrestre, às amazonas mais cépticas... sempre hipnotisadas pelo planeta Vénus. Assim, feita a limpeza principal, quando chega ao tempo da Rainha Vitória, é dada permissão às lojas maçónicas, e aos sempre fiéis judeus, para o conhecimento total do globo terrestre. É claro que já tinha sido conhecido pelos portugueses, mas Sebastião, com a sua permanente recusa em aceitar a tentação no feminino, tinha estragado tudo.
Ainda assim, a sociedade masculina, apesar de evidenciar criatividade suplementar, continuava com o obstinado poder dos homens sobre as mulheres. As tentativas de emancipação eram pouco claras. Foi isso que levou pois à 1ª Guerra Mundial, que pode ser vista como uma guerra entre Marte e Vénus. A vitória foi venusiana, no sentido em que se seguiram os "anos loucos", em que as mulheres se viam finalmente emancipadas na sociedade masculina. Porém, era óbvio que o bichinho do poder masculino estava ainda latente, na forma da reprodução preferenciada - uma forma amazona de seleccionar os rebentos. A 2ª Guerra Mundial foi já mais brutal, porque se tratou de uma dissidência entre facções amazonas. Uma das quais já considerava que bastava manter os homens seduzidos, numa grande ilusão, enquanto outra pretendia controlar todo o processo reprodutivo, como na velha sociedade matriarcal.
Pronto, é mais ou menos assim a história amazónica, e se algum homem achar que faz mais sentido do que a história da grande guerra marciana, prepare-se para ter problemas em casa - afinal os homens são todos iguais!
Agora coloca-se a decisão sobre ir a Marte, que é uma espécie de "ir amar-te" sob signo de Vênus, que é como quem diz "vê-nos", ou "vê nus".