Estamos habituados a ver cores em bandeiras, em clubes, em logotipos, e sabemos que nalguns casos há algumas tradições associadas a essas cores.
Um episódio interessante que colocou em evidência uma importância das cores na conjuntura política foi a Revolta de Nika. Ocorreu em 11 de Janeiro de 532, em Constantinopla, após um incidente desportivo, com quadrigas no hipódromo, entre facções Azuis e Verdes.
Já seria tradição que o Azul estaria ligado a uma alta classe, aristocrática, cristã ortodoxa, enquanto o Verde estava ligado a uma pequena burguesia em crescendo, cristã monofisista. Era habitual alguns tumultos entre os grupos (onde se incluiriam ainda Vermelhos e Brancos), que se agravaram por aliança nesta ocasião entre Verdes e Azuis, o que colocou em causa o poder de Justiniano. Em situação de pressão, Justiniano conseguiu chamar Belisário para terminar com a revolta que pretendia colocar Hypatius no poder. A revolta terminou num banho de sangue, e Hypatius foi morto.
Associado ao nome Hypatia está a lenda acerca da destruição da Biblioteca de Alexandria, no século anterior. Facto essencialmente simbólico, mas que representa a perda inestimável de todo o conhecimento antigo, durante os mil anos seguintes. Isto complementa a perda de conhecimento, e o retrocesso ou estagnação civilizacional... pelo lado oriental do Império Romano.
- Será de notar que no Séc. XV ainda se considerava a definição do início temporal pela Era de César e não pelo nascimento de Jesus Cristo.
- A questão teológica associada aos partidos Azul e Verde, insere-se numa querela entre as Naturezas de Cristo, discutida no Concílio de Calcedônia em 451, que excluiu o monofisismo, tendo ficado aceite a dualidade.