A abreviatura Nazi para "Nationalsozialismus", relativa ao partido NSDAP de Hitler, seria usada pelos opositores, e ganhou especial uso no exterior, sendo usada raramente pelos nazis, para se identificarem.
Curiosamente, um principal problema que os Nazis identificaram foram os judeus AshkeNazis, e não dou ênfase especial à palavra ashkenazi terminar com nazi.
O problema com os judeus tinha ficado bem caracterizado pelo Imperador Guilherme II (Wilhelm II), quando a Alemanha perdeu a 1ª Guerra Mundial:
(...) "Let no German ever forget this, nor rest until these parasites have been destroyed and exterminated from German soil!" (...) [Wilhelm] further believed that Jews were a "nuisance that humanity must get rid of some way or other. I believe the best thing would be gas!"
in Wikipedia, citando John Röhl:
The Kaiser and His Court: Wilhelm II and the Government of Germany
(Cambridge University Press, 1994), p. 210
Portanto, a ideia de eliminar os judeus através de câmaras de gás não foi um original nazi, e a conservadora Alemanha imperial, não deixaria de partilhar o mesmo tipo de sentimentos.
Quando se fala na "solução final" como sendo o plano nazi de "gasear" os judeus, é preciso notar que o termo se aplicou a encontrar um destino final para a comunidade judaica, e nunca constaram documentos de que o termo se referisse à eliminação por gás - excepto talvez as palavras do imperador deposto em 1919, e exilado na Holanda até morrer em 1941. O imperador tendo sido inicialmente um adepto das ideias nazis, acabou por desprezar Hitler, e também o sucesso militar desse plebeu.
Os Rothschild lideravam um plano de fazer renascer um estado israelita... em Israel, no contexto da declaração de Balfour em 1917. Havia outras soluções que os alemães preconizavam, e assim sugeriam a ida para o Canadá, Austrália ou para a Rússia (cf. Oblast judeu), ou de certo modo, para sítios onde não houvessem problemas em ter que desalojar outras comunidades existentes. Conforme se sabe, um problema óbvio da localização em Israel foi o desalojar da comunidade palestiana árabe.
Ora, os judeus andavam em diáspora praticamente desde a invasão muçulmana ocorrida no Séc. VII, tendo-se espalhado por todo continente europeu, e Mar Mediterrâneo, em comunidades que chegaram a ser bastante mal tratadas pelos anfitriões. No entanto, havia uma forte convicção religiosa de que não deveriam regressar, até que o Messias aparecesse... e por isso nem todos os judeus teriam a ideia de largar tudo, e ingressar num novo estado israelita (isso seria mais uma ideia dos Ashkenazi).
Tudo se modificou decisivamente com o chamado "holocausto judaico", porque ficaria aí óbvio que os judeus não tinham outro lugar, do que criar a sua própria nação. Mesmo assim, e ainda que à custa de algumas bombas terroristas, a efectivação do Estado Israelita tenha sido rápida, após a 2ª Guerra Mundial, houve um considerável número de judeus que ficou onde estava, e não foi para Israel, ajudar na construção de um novo estado. Poderia ser duvidoso o efectivo sucesso de Israel, caso não tivesse havido um efeito dramático que os uniu após o holocausto, na procura do melhor sucesso para um estado ameaçado pelos vizinhos árabes.
Yosef Nasi
Se os nazis acabaram por ter sucesso de reunir os judeus no regresso a Israel, pelas piores razões, já muito antes tinha havido alguém que procurou reunir os judeus junto ao Mar da Galileia, na cidade de Tiberias.
A cidade israelita de Tiberias, junto ao Mar da Galileia.
Era português de nascimento em 1524, com o nome "João Micas", e ficou com o nome hebraico de Yosef Nasi. A sua tia, Gracia Mendes Nasi igualmente judia portuguesa, foi uma figura influente que permitiu a fuga de centenas de judeus portugueses, que assim escapavam dos processos da Inquisição.
Se a tia era já uma figura influente da comunidade sefardita exilada em Constantinopla, o sobrinho Yosef Nasi tornou-se bastante próximo dos sultões Suleiman I e Selim II, tendo sido nomeado Duque de Naxos.
Foi isso que lhe permitiu ser o primeiro a tentar reinstalar os judeus em Israel, algo que ia contra a política religiosa mais ortodoxa, que só aceitava o regresso a Israel com a vinda do Messias.
Assim, de forma estranha... foram primeiro os Nasis que procuraram reinstalar os judeus em Israel, ainda no Séc. XVI, e foram só depois os Nazis que provocaram a efectiva criação do Estado de Israel, a seguir à 2ª Guerra Mundial, essencialmente por uma significativa migração dos Ashkenazis.
Este tópico resultou de um email que recebi de David Jorge, mencionando a figura de Yosef Nasi, e também uma significativa migração de judeus para Ragusa (actualmente Dubrovnik).
Pareceu-me curiosa a semelhança do nome, e especialmente curioso, resultar do mesmo propósito - o regresso judaico a Israel. Yosef Nasi morre em 1579, um ano depois de D. Sebastião ter desaparecido em Alcácer Quibir, onde o rei português, tão odiado pelos judeus, visava travar o avanço otomano.
Lembro-me de à uns anos ver um documentário sobre uma comunidade judaica de etíopes que foram expulsos de Israel por aparentemente não serem "judeus o suficiente"... É irónico como um povo vítima de racismo age do mesmo modo quando a bola está do seu lado. Não achei o vídeo que visualizei mas no youtube este assunto parece ser recorrente. Deixo esta página que resume a situação.
ResponderEliminarhttp://elcoyote.org/ser-negro-e-judeu-etiopes-suportam-a-parte-pesada-do-racismo-do-estado-israelense/
De repente veio-me à memória que a passagem dos árabes à Península Ibérica em 711 não terá sido sem convite da comunidade judaica que assim procurava vingança sobre os reis cristãos.
Cumpts,
JR
Há pelo menos duas versões judaicas... os que se dispuseram a formar o Estado de Israel são uma delas, mas a outra, que mantém a diáspora, não será menos importante.
EliminarO estado de Israel é uma pseudo-democracia, pseudo-teocracia, porque tal como no regime iraniano, o estado não é laico. O judaísmo é religião oficial, e havendo uma variante que emigrou para a Etiópia (chamados Beta Israel), provavelmente no tempo seguinte à Cristianização romana e Islamização árabe, terá criado especificidades, que falham na ortodoxia restante.
Os judeus de Israel juntam aí um nacionalismo religioso que os proclama como povo eleito por Deus. Por isso, a própria filosofia intrínseca está destinada à divisão. Por um lado são os judeus contra o resto do mundo, mas depois são os Ashkenazis face aos Sefarditas (os Mizrahis ou Etíopes contam ainda menos), ou os descendentes de David face aos restantes... tudo se junta para procurar sempre divisões internas, tendo em vista uma maior ou menor pureza genética.
A mania da Eugenia já existia entre os judeus alemães antes de aparecerem os nazis.
Sim, há uma linha de investigação que diz que as comunidades judaicas favoreceram a vinda dos árabes, porque o reino visigodo começou a aplicar leis anti-judaicas.
Prior to 581, the Jews experienced a Golden Age under the Arian Visigoth occupiers of Spain.[citation needed] The Visigoths were mainly indifferent towards Jews and allowed them to grow and prosper. After the Visigoths joined the Catholic Church, they placed ever greater economic burdens on the Jewish population, and later persecuted them severely. It is possible that Jews welcomed the Muslim Arab and mainly Berber conquerors in the 8th century.
... isto pode ler-se na wikipedia aqui:
https://en.wikipedia.org/wiki/Golden_age_of_Jewish_culture_in_Spain
Abç