domingo, 22 de março de 2020

Lavagem de Pilatos

Como os romanos possuíam um elaborado sistema de abastecimento de água, o hábito da lavagem de mãos, que seria certamente refrescante na Judeia, era visto como um desperdício exótico por muito dos povos sujeitos aos romanos. O lavar das mãos de Pilatos, que isentava as suas mãos do sangue de Jesus, passou para a posterioridade com um significado pouco higiénico.

Chegarmos ao Séc. XXI com instruções de saúde que se resumem a um "lavar de mãos", parece remeter-nos aos tempos primitivos em que a peste assolava cidades, e a instrução de salvaguarda era manter as populações isoladas, praticando um afastamento higiénico.

Convém perguntar qual será a diferença entre as orientações das "entidades de saúde" e os conselhos das avós, quando éramos crianças. Rapidamente poderemos concluir que as nossas avós eram bastante menos mentirosas, atabalhoadas ou bobas. Só faltará às autoridades sugerirem colocar pimenta nos dedos, para não os levar à boca.

Se há uns meses alguém fizesse uma aposta de que conseguiria passear-se em Paris, Milão, Madrid, Roma, como se tratassem de cidades fantasma, certamente pensaria ganhar sem qualquer problema. 
E se alguém apostou o contrário, teria outra ideia na cabeça... 
Quando foi feito o filme Vanilla Sky, apenas com autorizações especiais conseguiram filmar em Nova Iorque com uma Times Square esvaziada, que é praticamente o cenário actual:

Imagens de Times Square vazia, com o recolher obrigatório (esq.). Imagens de Vanilla Sky (dir.).

O realizador poderia ter escolhido outro cenário, mas pensou que acordar numa Times Square deserta, sem vivalma, seria algo tão bizarro que o personagem teria que forçosamente perguntar-se se estava a vivenciar um sonho ou uma realidade.

O número de mortes anual em Portugal, na Itália (e em boa parte dos países) é de 1% da população por ano. Ou seja, no ano de 2019 morreram aproximadamente 100 mil pessoas em Portugal (à volta de 500 mil em Itália), pelas mais diferentes razões. 
Num mês, isto significa um número de mortes que ronda as 10 mil (50 mil em Itália).
A maioria dessas mortes será de pessoas acima dos 80 anos, por razões que podem ser apontadas, mas que antigamente, em tempos menos politicamente correctos, seria dito "morreu de velho", porque a partir dos 80/90 anos as células entram numa fragilidade persistente, e se não morre de uma doença, aparece outra, etc.

Nos EUA a percentagem de mortes anual é semelhante, e desse número 7% podem ser atribuídas a gripes e pneumonia, presumindo-se que algo semelhante ocorra em Portugal e Itália. 
Ou seja, está praticamente instituído que, por mês, e especialmente nos meses de inverno, os números podem chegar aos mil mortos em Portugal, e 5 mil em Itália. 
Ou seja, o número de 5 mil mortes em Itália, passado um mês, não será assim fora do comum, face aos problemas de gripes e pneumonias que normalmente ocorrem. Aliás, dado o envelhecimento da população, 99% dos mortos associados ao corona-vírus em Itália tinham outras doenças graves.

Todos os anos aparecem novas estirpes de vírus, e daí ter-se propagado o hábito de proceder a uma vacinação aos grupos etários mais velhos, mas isso não impede a sequência natural das coisas...
Parece ainda claro que foi lançado um novo corona-vírus, e que este bicho é mais perigoso que os anteriores, não tanto pela mortalidade, mas sim pela sua fácil capacidade de transmissão. 

Inicialmente julgou-se que seria possível passar esta fase da forma habitual... deixar a coisa transmitir-se e no final, contar os mortos. Provavelmente as contas não seriam muito diferentes, só que o procedimento habitual, que seria deixar o pessoal morrer naturalmente pelas complicações das pneumonias... foi dificultado pela monotorização do vírus, que tinha um nome, era identificável, e estava sob escrutínio da comunidade. Ainda há uma semana Inglaterra e Estados Unidos estavam convictos de deixar o vírus à vontade, mas foram forçados a ceder, pois seria evidente a saturação dos sistemas de saúde.

Entramos na fase da lavagem de Pilatos, em que os governos vão ser condenados a recuperar a economia, ao passo que os mercados financeiros vão lavar as mãos, para depois cobrarem a preço de ouro a encenação em curso de que a fabricação de euros e dólares tem suporte financeiro.

Entretanto, os cidadãos vão ficando numa prisão domiciliária ridícula, onde o simples passear é crime, e onde até parece que os carros são também transmissores de vírus... 
A vantagem do assunto é que a situação foi de tal forma exagerada que nem se dá espaço aos outros vírus para seguirem o seu caminho. Este distanciamento não bloqueia apenas o corona-vírus, vai bloquear toda a contaminação, e no final de contas, o que podemos ter a mais de mortes por um vírus, irá compensar o que temos a menos pelos outros... 

Com as habituais continhas de jerico, que prevêem um pico do vírus para 14 de Abril, ou seja aproximadamente 45 dias depois do início, podemos prever o seguinte:
Ou seja, que amanhã, 23 de Março haverá ~ 2010 casos, depois 2500, 3080, 3750, etc... chegando a aproximadamente 8 500 casos no final deste mês. Se o sistema aguentar, é natural que o governo não pense passar dos 25 mil casos, com umas 300 mortes associadas. 
Ao contrário do caso italiano, a curva portuguesa progride de forma bonitinha, previsível durante toda esta semana, podendo pensar-se até em manipulação de dados.

O que parece claro é que quando nos livrarmos do vírus, teremos que lidar com os outros agentes parasitas do sistema, e daqui até lá, convém que ponham açaimes nos hitlerzinhos de serviço, porque senão ainda haverá chatices menos higiénicas do que o simples lavar de mãos.

Ao cuidado da direcção da saúde, ficam recomendações de 1819 (Annaes das sciencias, das artes e das letras, Volumes 3-4, pág.134):
Provas da efficacia das fumigações acidas.
Pringle já em 1750 tinha conhecido a propriedade anti-contagiosa dos acidos mineraes, e em 1758 o Dr. Johnstone se serviu com grande vantagem dos vapores do acido muriatico, corrigindo o contagio de uma febre summamente maligna, que dois annos antes tinha reinado em Kidderminster. M. Guyton-Morveau, em 1773 , purificou em Dijon, por meio das fumigações de acido muriatico, a igreja de St. Estevão infectada por miasmas procedidos dos carneiros da igreja, e na qual se tinham em vão tentado as fumigações de vinagre, a detonação do nitro, os perfumes, etc. A mesma experiencia foi pouco depois repetida com a mesma felicidade nas prisões da mesma cidade: em 1780 a Academia das Sciencias de Paris, depois de ouvida huma commissão dos seus membros, deu uma plena approvação às fumigações de acido muriatico, porém apesar desta decisão, e de instrucções e admoestações inseridas em diversas obras e espalhadas com profusão, ficou tão util practica em esquecimento por espaço de doze annos, até que em 1792 se manifestou um contagio com grande violencia nos hospitaes militares do interior da França, custando a vida a muitos enfermeiros e medicos : as fumigações de acido muriatico puseram logo um termo á doença nos hospitais de St. Cyr, de Franciade e do Gros Caillou em Paris, e posteriormente nos dos departamentos de Saône e Loire e da Costa de Ouro. No lazareto de Marselha em 1804 se impediu a introducção da febre amarella, que então reinava em Cadiz, Malaga, e Liorne, apezar dos navios que destes portos chegavam diariamente. Mr. Desgenettes, primeiro medico dos exercitos, declarou em uma carta dirigida ao secretario da classe das sciencias physicas do Instituto de França, que depois que nas enfermarias do hospital militar de Parts se faziam as fumigações com o gaz acido muriatico oxygenado, tinham cessado de se pegar as febres contagiosas que os doentes alli traziam de fora, aos que já estavam no hospital e aos enfermeiros, como dantes acontecia. O mesmo experimentaram o D. Masuyer, professor de medecina na Faculdade de Strasburgo, e antigo medico dos exercitos, os Doctores Schall e Hessert, que no seu Tratado da Febre Miliar declarão a efficacia superior e incontestavel desta fumigação, e o D. Neurohr, medico de Bergzabern.
Bom, e é claro que estas recomendações são apenas dirigidas aos responsáveis pela DGS, actuais e anteriores, já que se espera, como habitual, uma maior inteligência da população em geral.

12 comentários:

  1. Aborígenes de Austrália o mais antigo sapiens da Terra terá imunidade aos coronavírus ? será que têm igualmente os tais 8% dum retrovírus no genoma que não herdámos dos nossos ancestrais, e quem eram ?

    respostas que poderão um dia determinar as mitologias dos “filhos do homem” da Bíblia e outras como verdadeiras, onde “Deuses” se cruzaram com os homens deste planeta Terra,

    porque limitar eternamente como um tabu o conhecimento do passado que sabe ter existido é tão estranho como esta pandemia de coronavírus onde nesta época têm tudo o necessária para a prevenir desde 1998, e continuam a desinfetar com panos e esfregonas quando existem robots para o fazer (1) ,

    bom mas afinal o ser humano, quiçá o dos 8% com retrovírus no ADN, esse sapiens é simplesmente cópia de cópia de cópia, como a que pode obter dum galinheiro industrial a quantia que se quiser, onde quando de excesso de indivíduos aparece um vírus exterminador, sabendo-se que sobrevivem sempre 20% das cópias num plano arquitetado,

    este ser humano diferente do aborígene da Austrália luta em 2020 pela sobrevivência da sociedade como a conhecemos atualmente,

    a OMS diz que há 13 médicos para 10.000 habitantes do Planeta Terra, quem fizer contas aos enfermeiros, especialistas em laboratório médico, radiologistas, especialistas em farmacologia, pode calcular o que aconteceria, acontecerá, se não fizerem quarentena quando duma virose que pode matar mais de 4% da humanidade, e se lhe escaparem somente 20% da humanidade na Terra ? quantos médicos, engenheiros, professores cientistas restariam?

    quasi, ou nenhuns, e seria o fim desta civilização, estou convicto que é isso que se tenta evitar a todo o custo com a quarentena mundial a este Covid-19 neste ano de 2020, não estou seguro de o conseguirmos desta vez, pois até os animais domésticos são contagiados.

    Cumprimentos

    (1) https://www.youtube.com/watch?v=bK4sx7mEDw8&feature=emb_logo

    https://spectrum.ieee.org/automaton/robotics/medical-robots/autonomous-robots-are-helping-kill-coronavirus-in-hospitals

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    1. Quanto aos aborigenes australianos, vejo informações noutro sentido:

      - Coronavirus: Why are Australia's remote Aboriginal communities at risk?

      https://www.bbc.com/news/world-australia-51971891

      https://www.theguardian.com/australia-news/2020/mar/24/hundreds-of-nsw-prisoners-could-be-released-early-under-covid-19-emergency-powers

      Portanto, se não houve casos também se deverá a esse cuidado que os australianos tiveram em não deixar que as comunidades aborigenes fossem contaminadas, sob o perigo de se espalhar rapidamente em comunidades com contactos de proximidade.

      Não me parece que se trate minimamente de nenhum evento catastrófico, e até agora o único efeito de alguma preocupação é ter existido algum número de médicos que foram também vítimas... mas sobre isso não são dados grandes detalhes.

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  2. Estão a enviar falsos e-mail em nome do Ministério da Saúde de Portugal (recebi hoje) é Phishing (é para roubo e chantagem…) anunciam falsas vacinas para o vírus Covid-19,
    NÃO CLICAR EM NADA !


    https://www.facebook.com/photo.php?fbid=2930405903691834&set=a.144587688940350&type=3&theater

    Cumprimentos

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    1. Pois, para além do vírus biológico, era expectável que os engraçadinhos dos vírus virtuais aparecessem com esse tipo de brincadeiras... isso é um outro sintoma do mesmo problema.

      Cumprimentos.

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  3. Saudações,
    Na minha perspectiva esta pandemia vencia-se através de um acordo comum a todos os países. Nesse sentido fechavam-se TODAS as fronteiras excepto na transmissão de bens. Aplicar-se-iam regras extremamente rígidas no sentido de isolar todas as pessoas inseridas nos grupos de risco, inclusive entre elas próprias. Não só estariam isoladas do restante da população como isoladas uns dos outros nem que para isso se tivesse de converter edificos inteiros em cada municipe em verdadeiros "campos de concentração". A partir daí as pessoas saudáveis continuariam a vida normalmente sendo infectadas pelo vírus e adquirindo imunidade e muito importante, mantendo viva a actividade económica. A grande arma do vírus é a velocidade de transmissão e nada melhor que usar a sua melhor arma contra ele próprio. Era deixá-lo correr livremente até se auto-extinguir. No espaço de dois meses tínhamos a pandemia controlada e a recessão económica evitada. de outro modo não sei quando teremos o assunto resolvido se existir sempre alguém que possa infectar o próximo...

    Ab.

    JR

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    1. Caro João,
      de certa maneira é o que está a ser feito.
      Praticamente já não há voos, excepto os de repatriamento, diplomáticos, etc.
      As fronteiras só estão abertas a expedição de carga.
      Nós já estamos basicamente em condições de "prisão domiciliária", quase piores do que as que foram impostas ao Ricardo Salgado. Só se safa o pessoal para passear o cão, ou fazendo crer que tem um trabalho importante. Acho que haverá negócios a reabrir, inventando um função qualquer, só porque a malta vai ficar farta de estar em casa.

      A ideia de usar a rapidez de transmissão contra o próprio é boa, mas implicaria que tivesse que ser testada toda a malta, e esse custo e logística não está preparada.
      Além disso, há uma hipótese que terá que ser considerada, para além dos assintomáticos, é que temos um caldo de 400 biliões de virus, a maioria dos quais com quem convivemos bem, e os testes dão negativo em casos positivos, que são depois altamente transmissores.

      Aquilo que se está a fazer vai impedir a propagação da maioria dos vírus e bactérias, e portanto não vai só impedir a propagação do corona-vírus... creio que poderia ter um efeito positivo de diminuir as infecções. Afinal, houve várias que foram praticamente extintas, como a varíola e malária.

      No entanto, como as espécies mais agressivas vêm do contacto descuidado com animais, e isso parece que não vai parar... este efeito de "flor de estufa" ainda poderá ser pior para o que poderá aparecer de seguida.

      Abç.

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  4. Não acho que seja uma hipótese a descartar sem maior estudo mas enfim vamos ver no que isto vai dar. É uma situação horrível para as crianças presas em andares e malta idosa que morre injustamente quando ainda podiam gozar mais uma década ou outra de vida. É irritante quando os chineses que começaram isto ganham agora dinheiro a vender material precisamente na luta contra o COVID-19. E até que ponto certos governos não negligenciam aspectos na luta contra o vírus na perspectiva de com a morte de idosos evitar pagamentos de reformas.
    Olhe não sei de nada.

    Saúde caro Da Maia.

    JR

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    1. Caro João,
      as questões que levanta são importantes por serem colocadas.
      Muitas das vezes é mais significativo colocar a questão do que pretender saber ou dar uma resposta. Ou seja, mais importante do que saber se os governos negligenciam cuidados, sabendo que isso diminui encargos, é saber que isso pode acontecer, e estando alerta para essa situação, isso torna mais difícil que ela ocorra.
      Podemos pensar que daqui a 20 anos a situação seria praticamente a mesma, antevendo que os que morrem nestes dias, provavelmente iriam falecer nesse espaço de tempo.
      No entanto, interessa neste momento saber qual será a cicatriz principal que estas feridas deixarão na sociedade.
      Normalmente as cicatrizes que a sociedade não esquece são as do abandono, segregação ou exclusão e do aproveitamento. Se ultrapassarmos estas dificuldades sem abalar profundamente os alicerces morais da sociedade, ou ainda se os aprofundarmos, então já não será muito mau.

      De acordo com a previsão que fiz, os números não se afastaram muito dos números que foram registados pela DGS nos seus briefings diários.

      Temos agora 3544 casos e eu tinha dado 3750 como previsão, o que significa que as coisas nem sequer correram tão mal quanto tendiam. As medidas de contenção talvez estejam já a produzir os seus efeitos.

      Por exemplo, é natural que amanhã, sexta-feira, os números andem por volta dos 4300 casos, no sábado 5000 casos, e no domingo 6000.
      Se isto continuar da forma "mais ou menos" previsível que tem andado, isto significa que a situação está bem sob controlo, que não há "linhas de fuga" descontroladas.
      Isso parece-me algo extraordinário, devo dizer, porque houve uma completa falta de cuidado nos momentos iniciais, e poderíamos estar numa situação como a Espanha.

      Portanto, de acordo com os dados recolhidos, e assumindo que estão mais ou menos certos, e que não se devem a ausência de testes, então é expectável que por altura da Páscoa o número de novos casos seja pequeno ou residual. Nesse caso, talvez as mortes não ultrapassem muito as 300, e Portugal terá passado pela tormenta como se tivesse sido uma mera gripe... mas o maior problema virá depois.

      Abraço, e iguais votos de boa saúde para si e os seus.

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  5. A loja do chinês do meu bairro, e tratar o coronavírus com chacota e benzeduras das cruzes

    O que pensam e sabem e sabiam os portugueses da China ? como tenho constatado pela cara da maioria dos portugueses no Facebook não sabem nada, porque são irremediavelmente cegos de ideologias e megalomanias, e digo mais não há solução para aumentar o nível de literacia dos portugueses, licenciados e doutorados inclusive, a culpa é da propaganda dos últimos 40 anos das TV’s com os seus programas bacocos abaixo de cão, escárnio e zombaria, nada mudou em Portugal desde o tempo da personagem dum João Semana do escritor Júlio Dinis no seu livro As Pupilas do Senhor Reitor (1)

    A loja dos plásticos do chinês do meu bairro faz pensar ao português num “bom e barato” e lembra aos mais letrados uma China do ópio e Casinos de Macau, ambos desconhecem a outra China do século XV, potência comercial exportadora com frotas de centenas de navios mercantes do navegador Zheng He do Mar da China ao Quénia durante a Dinastia Ming,

    sim o português que vai à loja de plásticos do chinês do seu bairro pensa neste 2020 que a culpa da quarentena da pandemia do covid-19 na Europa é da China, país comunista que fabrica tudo “bom e barato”, onde comem animais esquisitos que têm vírus, não a China é mais evoluída que isso, por exemplo tem capacidade de fazer viagens espaciais à Lua, o chinês da loja de plásticos do meu bairro será o primeiro homem a fazer a viagem à Lua (2):

    CHINA FAZ CRESCER SEMENTES DE ALGODÃO NA FACE ESCONDIDA DA LUA

    A sonda Chang'e-4, batizada em homenagem à deusa da Lua na mitologia chinesa, fez a 3 de janeiro 2019 a primeira alunagem no lado oposto da Lua, um passo importante nas ambições da China de tornar-se uma potencia espacial.

    As filmagens surgiram da estrutura que a sonda Chang'e-4 pousou em 3 de janeiro, das fotos publicadas pelo Instituto de Pesquisa de Tecnologia Avançada da Universidade de Chongqing (sudoeste da China).

    Cientistas da Universidade de Chongqing enviaram um laboratório em forma de balde de 18 centímetros contendo ar, água e solo. No interior, há sementes de algodão, batata e arabidopsis - uma planta da família da mostarda , além de ovos de mosca, leveduras, e bichos da seda.

    “É a primeira vez que humanos realizam experimentos de crescimento biológico na superfície lunar”, disse o professor Xie Gengxin da Universidade de Chongqing, que foi quem projetou esse experiente sem precedentes.

    A sonda lançou um pequeno robô de rodas chamado Yutu-2 (Jade Rabbit 2) que conduzirá experimentos na cratera lunar Von Karman.

    Além das germinações de algodão, nenhuma outra planta ainda germinou, de acordo com as imagens recebidas, disse a Universidade de Chongqing.

    A agência espacial chinesa CNSA (China National Space Administration) anunciou segunda-feira que outras quatro missões lunares estão planeadas, confirmando o lançamento de um módulo de exploração até o final do ano para coletar e relatar amostras de a lua.

    Ambições chinesas
    O Chang'e-4 também é equipado com instrumentos desenvolvidos por cientistas suecos, alemães e chineses para estudar o ambiente lunar, a radiação cósmica e a interação entre o vento solar e a superfície da Lua.

    A China vai estabelecer uma base internacional na Lua, possivelmente usando a tecnologia de impressão 3D para construir as instalações necessárias na superfície da Lua (2).
    [tradução Google…]

    Não a China não é só a loja de plásticos do meu bairro!

    Cumprimentos

    (1) João Semana (Júlio Dinis, As Pupilas do Senhor Reitor)
    http://dp.uc.pt/conteudos/entradas-do-dicionario/item/255-joao-semana

    (2) China na Lua: país anuncia primeiro nascimento de broto de planta no satélite da história
    https://www.bbc.com/portuguese/geral-46875192
    https://www.youtube.com/watch?v=Npi0f6Uld9s




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    1. A análise acerca da China é pertinente, e na minha opinião o principal problema que abala seriamente as relações internacionais é a distorção histórica que foi inventada no Ocidente, especialmente por franceses, ingleses, alemães e italianos.

      A China teve o ressentimento de não ser vista como uma potência mundial, e tudo fez para inverter essa tendência, mas ainda hoje não está satisfeita, já que se mantém num papel secundário face aos EUA.
      Por exemplo, tem 10 prémios Nobel, face a 30 do Japão, 108 da Alemanha ou 385 dos EUA.

      Há um restrito número de invenções antigas atribuídas aos chineses, mas de forma geral são desconsiderados ou esquecidos. Mesmo quando se fala da actual tecnologia, ela é vista como vindo da China em 2ª mão, após ter sido inventada ou patenteada nos EUA.
      A Rússia, depois de ter estado nos píncaros, também voltou a ficar com o mesmo problema, bem como o mundo árabe, em geral. Tudo isto se deve a um desmesurado euro-centrismo (incluindo EUA, Canada, Australia e excluindo países de leste e ibéricos).

      Portanto, parece claro que há uma imensa vontade chinesa de ser encarada não apenas como a "fábrica do mundo", mas sim como um "centro do mundo". Foi sempre assim que se viram, como o centro do mundo, e pretendem ter pelo menos esse respeito mundial.

      No entanto, convém também não esquecer que a China, tal como a Índia, alinharam em programas espaciais "para inglês ver", e que são pouco mais do que fantochada:
      https://odemaia.blogspot.com/2014/01/comadres.html

      Cumprimentos,
      da Maia

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  6. Bom dia caro Da Maia,

    Venho aqui retirar o que disse. Afinal o COVID-19 anda a afectar malta nova e saudável e isso muda tudo o que pensava.

    Abraço e saúde.

    JR

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    1. Pois, mas essa foi uma informação enviesada que nos foi transmitida desde início, e especialmente para justificar a grande incidência em Espanha.
      Olhando para os gráficos que se vão conhecendo com a incidência por idade, verifica-se que é entre os 40 e 60 que temos mais casos.
      É natural que o pessoal mais velho acabe por ser mais afectado nas consequências, mas parece que só se exceptuam de maior incidência os jovens abaixo de 20 anos.

      Abç

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