Em 20 de Setembro de 1519, Fernão de Magalhães deu início a uma viagem de circum-navegação da Terra, ao serviço de Carlos V, imperador e rei de Espanha.
Fez hoje 500 anos, mas praticamente ninguém deu por isso...
Conforme já aqui escrevemos, é praticamente certo que ele não tivesse sido o primeiro português a fazê-lo, ou pelo menos a atravessar o Estreito de Magalhães, sendo bastante mais provável que tivesse sido Diogo Cão (ou João Afonso do Estreito) a atravessar essa ponta meridional da América, porque assim o próprio Fernão de Magalhães o revelou, ao informar que seguia um mapa de Martin Behaim que estava em Lisboa.
Provavelmente o intuito do projecto de Magalhães foi reeditar de forma oficial a exploração portuguesa, chancelando a descoberta já que o D. Manuel não o quis fazer. Assim, o nome de Magalhães acabou algo submerso na perspectiva de "traição" à pátria, ao colocar-se ao serviço do monarca Habsburgo, rei de Espanha, mas com a consagração internacional, os portugueses passaram associar-se ao homem de sucesso, que era afinal nosso conterrâneo.
Estátua de Magalhães em Punta Arenas |
Na Praça do Chile, em Lisboa, está uma estátua de Fernão de Magalhães, que não foi feita por portugueses. Está na Praça do Chile, porque foi oferecida pelo Presidente do Chile a Portugal em 1930, e é uma cópia da estátua original que está em Punta Arenas, cidade chilena que está exactamente no Estreito de Magalhães.
Esta estátua de Punta Arenas, do escultor Guillermo Cordova, foi inaugurada em Novembro de 1920, na comemoração dos 400 anos da passagem pelo estreito de Magalhães.
Não é difícil perceber que Portugal, depois da revolução republicana de 1910, não tinha autonomia para grandes comemorações, e terá deixado passar esses 400 anos de forma tão vazia, quanto acabou por fazer nesta ausência de comemoração dos 500 anos.
Por isso, foi o Chile a celebrar o evento, e foi já com o Estado Novo que Portugal recebeu a oferenda e a colocou na Praça do Chile, em 1950.
Portanto, esta tristeza institucional tem séculos.
Em Portugal foi dado mais destaque noticioso às comemorações dos 400 anos da morte de Shakespeare em 2016, do que foi dado aos 500 anos da morte de Afonso de Albuquerque, em 2015.
Havendo uma comissão encarregue da comemoração dos 500 anos da viagem de Magalhães, mesmo na minha pior estimativa, não me passava pela cabeça que neste dia não fosse notícia de 1ª página, de algum destaque de telejornais, de alguma parada militar, e que esta comemoração passasse quase tão despercebida, que ao que parece nem o Presidente da República se associou a nenhuma iniciativa. Mesmo a Marinha, que costuma ter obrigação de ter mais memória, fez pouco mais do que de conta que o evento se registou... e para além de uns colóquios de armário, tem o navio-escola Sagres a fazer uma circum-navegação similar.
Dado o contexto do Século XXI, isto não é de estranhar, e já nem há quem tenha vergonha, porque quando se está no meio do lodo, o cheiro fétido passa a ser aroma ambiental.
Finalmente, e como não poderia deixar de ser... o grande destaque do dia foi para mais uma das múltiplas orquestrações internacionais que pegam numas centenas de jovens e fazem-nos gritar pelo ambiente. Ao mesmo tempo que vão poluindo esses locais de manifestações com todo o tipo de plásticos, desde refeições enlatadas a copos de plástico de cerveja.
O problema ambiental é simples... como mostra o dia de hoje, nos últimos dias de Verão chove, faz frio, mas a temperatura aumenta e o ambiente degrada-se. A temperatura apenas aumenta no sentido figurado, porque é difícil congelar o acesso à informação, sem medidas drásticas. O ambiente dos controladores do regime degrada-se, e qualquer dia temos novas greves dos controladores. O perigo de inundações de informação é evidente, e contrariar factos objectivos é uma seca. São estes os apanhados do clima que se queixam das alterações ambientais.
Tendo em conta que me deve permitir, não vou sequer pedir licença e chuto para golo:
ResponderEliminarÉ o que dá votar em socialistas.
"Em Portugal foi dado mais destaque noticioso às comemorações dos 400 anos da morte de Shakespeare em 2016, do que foi dado aos 500 anos da morte de Afonso de Albuquerque, em 2015."
Pois claro!
Afonso de Albuquerque erá mau, feio, machista, racista. E um assassino aos olhos de quem considera que comer carne de vaca é uma espécie de crime e genocídio.
Ah! E era também islamófobo! Pois aviou bem na mourama!
Cada vez mais será assim até se atingir o ponto de retorno do pêndolo, se houver ainda homens com arcaboiço para à missão, nessa altura...
Mas pensando bem, é incrível, delicioso até, como as elites manipulam os jovens, fazendo deles gado e exaltando-os na qualidade de gado pondo-se enquanto elites subservientes a esses mesmos jovens feito gado, a quem oferecem a responsabilidade de tomarem a acção, perante e ao invés das próprias elites, fracas, velhas, incapazes de tomar a acção, que, não deixando nunca de ser elites, controlar todo o processo e mestres da manipulação aparecem como que perdendo o estatuto de heróis e admirando o gado activo e decesivo...
Absolutamente patético.
Imaginem estes jovens, que vibram com estas situações do ambiente, que acreditam que estão a fazer a diferença na sua ingenuidade quando compreenderem aquilo que realmente se passou e se vai passando...
Bem, fico por aqui.
Bem apanhado, caro Alvor Silves, muita coisa que nem sabia nem imaginava...
Ivo Reis Fernandes (a partir de agora assinarei como IRF)
Caro IRF, pois concordo, acrescentando que para experiência acumulada, no que diz respeito ao conhecimento prático do clima, não há melhor que jovens que nem sequer se podem lembrar de nada antes de 2000.
EliminarSerá sem dúvida através de uma menina sueca, versão 2019 da Pipi das Meias-Altas, que iremos todos aprender sobre o clima, seguindo-se talvez uma versão dos Marretas, do Egas e do Becas, ou do Cozinheiro Sueco.
A Greta... depois de usada ainda vai cometer o suicídio... pobrezinha. Não suponho que chegue a 2030. Prometeram-lhe o mundo, estão a usá-la e vão deitá-la fora qual chiclete ou preservativo usado...
EliminarO que sei dúvida causará grande tormento à pobrezinha, tão frágil e tão pouco sã...
Alguém se lembra da Malala?
Parece ser este o modus operandi das elites.
P.S. - Ao que parece a pobrezinha padece de Síndrome de Alcóol Fetal ou lá como se chama... e o pai dela é um notório maçonzinho SUeco...
IRF
Sim, IRF, o exemplo de Malala é outro similar, mas mais inofensivo.
EliminarMalala está agora fora do clima, num ambiente mais agressivo - Caxemira:
https://www.indiatvnews.com/news/world/pak-activist-malala-yousafzai-trolled-over-her-tweets-on-kashmir-549842
Não deixo de lembrar um filme cómico/idiota de Eddie Murphy, em que dois milionários decidem apostar em que tornariam um criminoso num senhor respeitável, e um senhor respeitável num criminoso:
https://en.wikipedia.org/wiki/Trading_Places
Parece ser de facto, mais ou menos assim, que o tal "modus operandi" se processa.
Quem não encontra melhor que fazer, acaba por fazer de parvo, crendo fazer os outros de parvos...
Fazemo-nos todos de parvos uns aos outros.
EliminarÉ este o objectivo: A estupidificação do homem...
IRF
Por acaso, vi este Domingo no canal História um "documentário" sobre a viagem de Magalhães e Elcano à volta do globo.
ResponderEliminarA constante era sempre a mesma:
"Fernão de Magalhães tinha conhecimento privilegiado e os Portugueses sabiam mais do que é aceite".
"E há o indício x, y e z de que já teriam havido navegações Portuguesas por essas bandas e cartografia suspeita aqui e aí...
IRF
Creio que é um pouco o "mínimo" que alguém minimamente informado deve dizer... ou seja, deve pelo menos deixar claro que todos aqueles territórios deveriam ter conhecimento pelos navegadores portugueses, mesmo que oficialmente isso seja negligenciado.
EliminarAcresce que em 1519, enquanto Fernão de Magalhães estava a chegar ao Rio de Janeiro, Fernão Cortés estava a entrar na cidade do México (Tenochtitlan).
Um iria estabelecer a longa rota pelo estreito do Sul da América, o outro iria conquistar o México, e permitir a rota mais prática, que se iria estabelecer entre o México (Acapulco) e as Filipinas (Manila), com os chamados "galeões de Manila".
Crio que deveria recompor o "10 main facts" tendo em conta o conhecimento que acumulou até agora.
EliminarMas como deve ter mais de fazer, também não o vou pressionar mais... mas gostaria de ver qual o resultado de tal exercício...
Encontrei isto, que deve achar interessante ou curioso... parece-me ser apenas um rumorzinho a que não dou grande importância, mas aqui vai:
https://en.wikipedia.org/wiki/Voyages_of_Christopher_Columbus#Third_voyage
"According to the abstract of Columbus's journal made by Bartolomé de Las Casas, the objective of the third voyage was to verify the existence of a continent that King John II of Portugal suggested was located to the southwest of the Cape Verde Islands. King John reportedly knew of the existence of such a mainland because "canoes had been found which set out from the coast of Guinea [West Africa] and sailed to the west with merchandise."[56][57]"
Acontece que esta terceira viagem data de 1498.
A cronologia das primeiras viagens à América são deveras interessantes. Excluindo os Vikings antes do século XV, parece-me o seguinte:
1476 -> Corte Real à Terra Nova;
1492 -> Colombo ás Bahamas, Hispaníola e Cuba;
1493 -> Colombo ás mesmas, mais Porto Rico, Jamaica e Antilhas;
1497 -> Caboto chega à Terra Nova, mas só a colonizam 100 anos depois após a morte de D. Sebastião e a impossibilidade de Portugal reclamar a área...
1498 -> Pacheco Pereira no Brasil
1498 -> Colombo chega à Venezuela
1498-1502 -> Corte Real vão desde à Terra Nova, até à Expedição fantasma Açores-Terra Nova - Florida ao longo da costa Americana.
E os Espanhóis parece que só tocam na América em 1513 quando "descobrem" a Flórida.
Ora, parece-me que há muito em branco nesta minha cronologia...
IRF
Caro IRF,
Eliminarconcordo com a crítica à página "10 Main Facts". Não toco nela há anos, e não estava nos meus próximos planos fazê-lo. Depois verei.
Quanto à cronologia, que me parece bem avisada, aconselho fortemente a obra de Faustino da Fonseca:
https://alvor-silves.blogspot.com/2012/12/a-mina-e-mejica.html
que dá uma cronologia ligeiramente diferente, mas muito bem avisada, do que terá sido a exploração marítima no Séc. XV.
É claro, de Faustino da Fonseca, ninguém ouve falar...
Cumprimentos.
Leu o caro Alvor Silves a obra de Faustino da Fonseca?
EliminarSe sim, o que achou?
Eu não fico convencido com a seca exposição cronológica no seu post em questão... aguça-me apenas a curiosidade no espírito...
Gostaria de ouvir a sua opinião sobre a obra em questão.
Obrigado, de qualquer forma, é deveras interessante.
Mas é muito tarde e tenho de ir dormir... se a curiosidade assim o permitir...
IRF
Li a "Descoberta do Brazil" de Faustino da Fonseca, e tem muito do que se espera encontrar, de forma objectiva e sem quaisquer fantasias.
EliminarOu seja, tivesse eu lido esse livro antes, e provavelmente não teria o motivo inicial, que foi o mesmo de Faustino - antes dele ninguém tinha escrito nada de semelhante.
Sim, aconselho fortemente.
Cumprimentos.
Obrigado.
EliminarIRF
Ler João Morgado: “Sem a morte de Fernão de Magalhães não teria havido circum-navegação (..) cabe dizer que nunca teve a intenção, nem declarada, nem oculta, de circum-navegar o planeta. Não era o seu propósito e, mais, estava até proibida de tal.
ResponderEliminarO rei de Espanha, Carlos I (e Imperador Romano-Germânico como Carlos V) escreveu a D. Manuel I garantindo-lhe que a armada guardaria as demarcações do célebre Tratado de Tordesilhas e que, por isso, não tocaria em terras sob a alçada de Portugal.”
«…soube que vós tendes alguma suspeita que da armada que mandamos fazer para ir às Índias (…) mas porque disto não vos fique pensamento acordei em vos escrever pera que saibais que nossa vontade foi e é de mui cumpridamente guardar tudo o que sobre a demarcação foi assentado e capitulado com os católicos rei e rainha meus senhores e avós, que estejam em glória, e que a dita armada não irá nem tocará em parte que prejudique em qualquer coisa ao vosso direito (…) o primeiro capítulo e mandamento nosso que levam os ditos capitães, é que guardem a demarcação e que não toquem de nenhuma maneira e sob graves penas nas partes, e terras e mares que pela demarcação a nós nos estão assinaladas e nos pertencem e assim o guardarão e cumprirão; e disto não tenhais nenhuma dúvida. Sereníssimo e mui excelente rei e príncipe, nosso mui caro e mui amado irmão, Nosso Senhor vos tenha em sua especial guarda e recomenda.» (Carta redigida em Barcelona, a 28 de fevereiro de 1519.)
ernão Magalhães abraçou o mundo em duas partes, com o braço direito ao serviço de Portugal, com o braço esquerdo, ao serviço de Espanha. E foi ainda o mentor da viagem que, dadas as razões apresentadas, cumpriu a primeira circum-navegação de uma só tirada. Uma viagem que começou a 20 de Setembro, cumprem-se agora 500 anos. Comemoremos.
João Morgado é escritor, autor do romance biográfico “Fernão de Magalhães e a Ave-do-Paraiso”, Esfera dos Livros, 2019 https://observador.pt/opiniao/sem-a-morte-de-fernao-de-magalhaes-nao-teria-havido-circum-navegacao/
Esta carta demonstra bem o entendimento entre as Croás ibéricas…
Eu digo que Colombo Magalhães etc. foram RE descobridores de rotas da antiguidade conhecidas pelos monarcas e Vaticano, o livro Os Portugueses na Formação da América http://portugalliae.blogspot.com/2009/12/os-portugueses-na-formacao-da-america.html?q=Os+Portugueses+na+Forma%C3%A7%C3%A3o+da+Am%C3%A9rica%22
explica bem quem ia nesta viagem de Magalhães, os países foram o que podem demonstrar ser, o que Portugal demonstra hoje ano 2019 é insuficiente para revindicar esse tal passado de “heróis do mar” que aqui querem enaltecer… vi a navegação pelo estreito de Magalhães (um labirinto de águas rochosas calmas) a bordo de navio chileno, era impossível a Magalhães navegar nesse dédalo de ilhéus rochas e nevoeiro sem conhecimento prévio da rota a seguir…
José Manuel
Caro José Manuel,
Eliminardesde o momento em que tem o Galvão a dizer que o Infante D. Pedro tinha chegado em 1428 com um mapa que mostrava a "Cola do Dragão", parece que isso tem sido mais ou menos claro, nas discussões que aqui temos há quase 10 anos:
https://alvor-silves.blogspot.com/2010/07/cola-do-dragao.html
No entanto, não me parece que se possa daí deduzir que estivesse lá o Estreito de Magalhães, mas sim é mais natural estar a passagem mais a sul, pelo Cabo Horn.
Essa não haveria razão de errar, excepto pela maior severidade de tempestades.
O problema de dar com o Estreito de Magalhães não é quase nenhum na entrada, mas é mais complicado na saída...
Também por isso, seria muitíssimo mais complicado fazer o Estreito no sentido oposto, vindo do Pacífico para o Atlântico, dadas as imensas ilhas que ali existem. Mas seria quase igual, fazendo-o pelo Cabo Horn, uns graus de latitude mais abaixo.
Aliás, era assim praticado nos séculos posteriores.
Além disso, Fernão de Magalhães vai seguir a Costa do Brasil, até chegar à Patagónia, e por isso segue junto à "costa sob coroa portuguesa", e da mesma maneira o poderia depois fazer circum-navegando a África pelo lado oposto, como o fez Elcano. Portanto, essas afirmações redundam a pouco mais que pseudo-suposições baseadas em documentos que nada disso dizem. O que interessava ao rei era não declararem como descobertas terras que não seriam deles. Acresce que nessa altura, não estava clara a limitação do Anti-meridiano, só feita no Tratado de Saragoça, já por D. João III.
Quanto ao passado de "heróis do mar", é por mais claro que em muitos casos ousaram e combateram acima do que seria previsto possível.
Negá-lo, é uma discussão à qual nem sequer vou dar corda.
Cumprimentos.
Extremamente interessante.
EliminarObrigado por comentários deste nível...
Um bem haja"
IRF
Cabo Horn, Cabo Horn...
EliminarSabem quem foram os primeiros a navegar pela Patagónia e o Sul da Argentina?
Não há por aí um mapa que mostra toda a América do Sul - especialmente a Patagónia - polvilhada de bandeiras Portuguesas?
É de notar também este post...
https://alvor-silves.blogspot.com/2012/06/viagem-ao-brasil-em-1498.html
... em que o Alvor Silves fala da correspondência de Pacheco Pereira com o Rei D. Manuel aquando o primeiro chega ao Brasil em 1498.
Nele, parece-me que refere que os Portugueses já tinham toda a América descoberta.
Ora atentai a minha ousada ideia:
No texto do documento em questão fala-se das dimensões ou limites da América.
Fala-se dos 70 graus Norte. Que corresponde com a Gronelândia e a curvatura para Oeste da Ilha de Baffin.
E depois diz-se:
"Onde é achada e navegada uma tão grande terra firme
Com muitas e grandes Ilhas Adjacentes a ela
Que se estende a setenta graus de ladeza da linha equacional contra o pólo ártico
(OU SEJA, 70º A NORTE DO EQUADOR)
E posto que seja assaz fora é grandemente paurada
E do mesmo ciclo equacional torna outra vez
(OU SEJA, VISTA DO NORTE, DO CICLO DO EQUADOR TORNA OUTRA VEZ, PORTANTO SEGUE PARA SUL DO EQUADOR)
E vai além em vinte e oito graus e meio de ladeza contra o pólo Antárctico
(E VAI PARA SUL ATÉ 28º DO PÓLO ANTÁRCTICO)
--------
Ou seja, parce-me uma descrição da América dos 70º Norte até aos 62º Sul.
O que acontece nos 62º Sul?
As Ilhas Shetland do Sul, à entrada da Antárctida.
https://en.wikipedia.org/wiki/South_Shetland_Islands
Isto seria mais um indício de que os Portugueses conheciam a passagem para o Pacífico e a Antárctida.
Confesso que não estou muito convencido desta interpretação. 50/50 Mas acho estranho a forma:
"do mesmo ciclo equacional toma outra vez e vai além...
... em vinte e oito graus e meio de ladeza contra o pólo antarctico".
IRF
IRF, esta é uma boa observação.
EliminarSerão os 28º contra o Antárctico, uns 62º Sul?
O problema é que o texto continua assim:
(...) & vay alem em vinte & oito graaos & meo de ladeza contra ho pollo antartico & tanto se dilata sua grandeza & corre com muita longuura que de huma parte nem da outra nem foy visto nem sabido ho fim & cabo della pello qual segundo ha hordem que leua he certo que vay em cercoyto por toda a Redondeza (...)
Como Duarte Pacheco Pereira diz que não se conhecia fim à continuação da terra americana, ou seja, apenas me parece garantir que entre 70ºN e 28ºS havia sempre terra.
Se não vai abaixo de 28ºS, pois será estranho se o manuscrito é de 1533 (ano da sua morte), pois já passavam 12 anos da viagem de Magalhães, e todos os pilotos em Portugal deveriam saber dela.
Pareceu-me neste caso que se tratava de limitar o que era considerado território português, pelo Tratado de Tordesilhas.
Não pensei nos 62ºS, e parece-me ser uma ideia a considerar, mesmo que ele mencione "o circuito por toda a redondeza". Porque se o texto for posterior à viagem de Magalhães, seria muito estranho que ele escrevesse e insistisse que não havia passagem nem a norte, nem a sul, quando haviam 12 anos que se sabia da passagem a sul.
Está certo.
EliminarNão ler as fontes revela os "amadores" à légua...
Não fiz o trabalho de casa. Parece-me que os 62º Sul não se aplicam aqui. Não se aplicam de todo...
IRF
Pois, vou dar mais corda à minha ideia de que Magalhães tinha cartas náuticas precisas do seu estreito, tenho vindo a defender a ideia da existência duma civilização tão ou mais avançada que a atual e anterior à ultima era glacial, finda à 12.000 anos, e é isso que no fundo me interessa, essa civilização,
ResponderEliminarpenso que Magalhães guardou para si o segredo dessa passagem,
“O fluxo de gente e navios europeus por aquela conexão marítima entre o Atlântico e o Pacífico foi restrito até as décadas finais do século XVIII. Os colonizadores espanhóis preferiram atravessar o continente por terra a enfrentar o Estreito, suas correntezas, clima e ventanias. As incursões por terra, pela Patagônia e Terra do Fogo, foram restritas e mantiveram a região envolta em uma série de lendas.
Evitado pelos colonizadores espanhóis, o Estreito de Magalhães passou a ser gradativamente mais visitado à medida que cresceram os fluxos comerciais e populacionais entre a Europa e o Extremo Oriente, em especial à China e à Índia, para onde eram vendidos produtos exóticos e de onde se importavam cada vez mais produtos de luxo, como seda, porcelanas e marfim” (tirado daqui http://www.redalyc.org/pdf/1933/193331342013.pdf)
mas evitado por não terem mapas tão bons como Magalhães? acredito que sim, “Magalhães, em si, nunca explicou com pormenor o que o motivava (2)”, e eu digo nem ele nem claramente outros, o mistério da tecnologia avançada portuguesa da época ainda está por elucidar; “Na época do rei D. João II as naus eram um segredo de Estado, ao ponto de se arriscar vidas para tentar destruir uma nau capturada sob pena da tecnologia ser copiada pelos rivais (2)”, ou ser dado a conhecer à proveniência coisa bem escondida até hoje!
o registo dessa viagem de Magalhães no Relazione del Primo Viaggio Intorno Al Mondo parece não ter sido traduzido para português ? e porque raio; “Juan Sebastián Elcano o piloto basco transformado capitão no final da viagem onde só uma nau e 18 pessoas sobreviveram nunca é referido por Pigafetta (2)”,
pouco me importa que incomode a minha critica aos “heróis do mar” pois isso é invenção da república… a única batalha naval heroica portuguesa que conheço foi a do mediterrânio contra a turca, e relatada pouco heroicamente no site da pobre atual marinha de guerra portuguesa, sem muitas vezes dinheiro para combustível dos seus navios,
“Ó mar salgado, quanto do teu sal são lágrimas de Portugal! por te cruzarmos, quantas mães choraram, quantos filhos em vão rezaram! quantas noivas ficaram por casar para que fosses nosso, ó mar! valeu a pena?”
eu digo que não valeu.
os meus melhores cumprimentos ao caro Alvor/Da Maia
José Manuel
(2 tirado daqui https://www.dinheirovivo.pt/economia/quem-financiou-expedicao-planetaria-de-magalhaes-um-investidor-vindo-de-lisboa/)
Caro José Manuel,
Eliminarno assunto de uma civilização pré-diluviana, creio que não discordamos, e além disso concordamos com a Bíblia (embora esta a considere bem mais recente). No que poderemos discordar é no seu nível de sofisticação - o José Manuel coloca-a ao nível da sociedade actual, eu colocaria mais ao nível da sociedade do século XIX.
Acho que do ponto de vista mecânico poderia ser avançada, mas do ponto de vista metalúrgico e electrónico seria algo incipiente, ou quase inexistente.
Mas tudo isso é apenas ficção, ou especulação inútil, quando os vestígios são poucos ou praticamente nulos.
Mais uma vez insisto, o Estreito de Magalhães nada tem de especial:
https://www.google.pt/maps/@-53.55,-71.25,7z
Fizeram ali, o mesmo que fizeram antes no Rio da Prata, seguiram na direcção Oeste, pelos caminhos permitidos pelo contorno. Depois de Rio Gallegos, uma pequena entrada, a maior entrada é a do Estreito, e seguindo por aí, até Punta Arenas, não há qualquer dúvida qual é o caminho até à Isla Carlos III, e entre uma via estreita e outra maior, seguiram a maior que permitia a saída no Pacífico.
Ponto final, não há nada de místico aqui.
Já teria sido feito? Claro.
Pois, e volto a repetir, o mapa era atribuído a Behaim, que acompanhou Diogo Cão. Assim, o suposto Congo não era africano, era americano (a tal dualidade áfrica-américa). Que necessidade tem de ir à Idade do Gelo, a tempos em que o contorno da costa, e os mapas, seriam diferentes?
Quanto aos "heróis do mar" começa por ser invenção de Camões, de Pedro Nunes, de João de Barros, etc... ou se quiser ir pelos estrangeiros, releia a carta de Poliziano a D. João II. A república, especialmente esta, menosprezaram o assunto, por ser glória em tempos de monarquia.
Duarte Pacheco Pereira, Francisco de Almeida, Afonso de Albuquerque, António Galvão, e mais outros tantos, terão sido demasiado grandes para desconsideração tão mesquinha. Tal como rochas, pode dar-lhes murros, mas quem se aleija é a sua mão.
Cumprimentos.
Senhor José Manuel,
Eliminardeixe de ser ignorante.
Houve várias batalhas heróicas da marinha Portuguesa, começando já antes da Nacionalidade.
A minha preferida é a batalha de Cochim:
https://en.wikipedia.org/wiki/Battle_of_Cochin_(1504)
Quanto à tecnologia Portuguesa alienígena... é natural que os primeiros, os que se dedicam mais ao estudo das matérias em questão levem vantagem sobre os demais.
Em 1492 Portugal já tinha 100 anos de avanço sobre os restantes países Europeus.
Como aliás seria expectável, olhando para a nossa posição no extremo Oeste da Europa. O Oestreminis, o Fim do Mundo...
IRF
"Já teria sido feito? Claro.
EliminarPois, e volto a repetir, o mapa era atribuído a Behaim, que acompanhou Diogo Cão. Assim, o suposto Congo não era africano, era americano (a tal dualidade áfrica-américa)."
Onde posso encontrar mais informação sobre isto?
Obrigado.
IRF
África versus América - La Fuerza del Paradigma
Eliminarhttp://portugalliae.blogspot.com/2009/05/africa-versus-america-la-fuerza-del.html
Já agora, além da informação do José Manuel, esse paralelismo está presente no mapa aqui:
Eliminarhttps://alvor-silves.blogspot.com/2012/06/viagem-ao-brasil-em-1498.html
ou ainda em coisas bem mais antigas, como esta:
https://alvor-silves.blogspot.com/2012/12/colombo-17122009.html
Interessa ainda notar que usamos a expressão paralelismo quando pretendemos identificar, pelo conteúdo, duas coisas diferentes.
A razão pela qual usamos uma palavra que vem de paralelo, e que se aplica directamente/originalmente à geografia/geometria, cai que nem uma luva nesta situação.
Mais uma coincidência?
Re: “Que necessidade tem de ir à Idade do Gelo, a tempos em que o contorno da costa, e os mapas, seriam diferentes?
ResponderEliminarO Atlântico atravessava-se a pé, foi assim que comecei estas discussões no site da genealogia sobre a descoberta da América por Colombo, à uns dez anos,
penso que os navegadores quinhentistas transpuseram mapas de caminhos da era glacial transitáveis a pé, quando da descida do nível das águas, para mapas cartas náuticas, navegaram em cima de terras outrora secas,
tendo em conta a área cultivável da Anatólia na época pré-histórica, e a da terra preta do índio na Amazónia menos explicável, a população mundial era enorme,
esses mapas de caminhos da era glacial transitáveis a pé são da minha boca, para não irritar establishment, pois há quem dê (John Hessler) medidas entre pontos da Europa e América do Sul tiradas em mapas antigos (Waldsemuller) só possíveis com (digo eu) satélites extraterrestres de observação,
Maps of the Ancient Sea Kings: Evidence of Advanced Civilization in the Ice Age by Charles H. Hapgood
Charles Hapgood s classic 1966 book on ancient maps is back in print after 20 years. Hapgood produces concrete evidence of an advanced worldwide civilization existing many thousands of years before ancient Egypt. He has found the evidence in many beautiful maps long known to scholars, the Piri Reis Map that shows Antarctica, the Hadji Ahmed map, the Oronteus Finaeus and other amazing maps. Hapgood concluded that these maps were made from more ancient maps from the various ancient archives around the world, now lost. Hapgood also concluded that the ancient mapmakers were in some ways much more advanced scientifically than Europe in the 16th century, or than the ancient civilizations of Greece, Egypt, and Babylonian. Not only were these unknown people more advanced in mapmaking than any people prior to the 18th century, it appears they mapped all the continents. The Americas were mapped thousands of years before Columbus. Antarctica was mapped when its coasts were free of ice. There is evidence that these people must have lived when the ice age had not yet ended in the Northern Hemisphere and when Alaska was still connected with Siberia by the Pleistocene, ice age land bridge. " https://www.youtube.com/watch?v=5ESpUgWaGdI
Einstein apoiou Hapgood na “tese” do deslocamento do polos terrestes com causa do peso do gelo no polo norte, o que para mim pôs toda aquela gente a andar a pé, houve uma recessão civilizacional com a era glacial, existência e causas são especulativas, mas os indícios são reais, os geológicos não mentem,
quanto aos “heróis do mar” referia-me ao hino da república, lamento mas só os portugueses se reveem nisso (uma minoria…) no estrangeiro atualmente ninguém conhece isso, a historia contada na EU aos alunos fala em “os europeus, chegaram aqui e ali” por barco no ano tal, já não se faz alusão a portugueses espanhóis holandeses etc. em matéria de descobrimentos marítimos quinhentistas,
e isso de darem naturalidade portuguesa a todos os intervenientes nos descobrimentos portugueses cada vês me torna mais “mesquinho”, pois nem Camões se sabe onde nasceu, há mais de sessenta anos que bato com os punhos nas rochas, estou habituado, como não sou masoquista vou tentar parar de o fazer…
cumprimentos
José Manuel
Caro José Manuel,
Eliminarnão vejo qual a relação da possibilidade do Atlântico gelado permitir uma ligação entre a Europa e a América, com contornos que seriam antigos, com os mapas de contornos modernos que Magalhães precisaria para fazer o Estreito.
Já é razoavelmente diferente notar que os mapas em que Hapgood se interessou (curiosamente parecem faltar os portugueses), como o de Piri Reis, falam em mapas existentes do tempo de Alexandre Magno.
Ver p.ex:
https://alvor-silves.blogspot.com/2017/03/piri-piri-reis-e-reinel.html
https://alvor-silves.blogspot.com/2011/03/piri-reis-oronce-fine.html
Ainda assim, os contornos seriam diferentes e em nada ajudariam Magalhães.
Quanto aos "heróis do mar" serem o hino, pois quem isso entenderia, sem ser o próprio José Manuel?
Cumprimentos.
Para quem quiser:
ResponderEliminarhttps://www.moleiro.com/pt/atlas-e-mapas/atlas-vallard.html
Acho que vale a pena espreitar...
IRF
Caro Ivo,
EliminarSiga até ao fundo da página, neste blog.
Base cartográfica de David Jorge
Base cartográfica - da Maia
A minha já está desactualizada por ter esgotado os 50Gb de espaço, mas está lá o atlas que menciona.
Para ter noção:
334 - Mapas(mundi), atlases, ou portulanos
4 - Crónicas
9 - Itinerários
8 - Livros
23 - Monografias
42 - Tratados de Heráldica
3 - Tratados Políticos
Totalizando, ao momento, 423 documentos.
Todos estes documentos são relativos ao período temporal entre 300 AD e 1650 AD.
A lista continua a crescer à medida que vamos encontrando e partilhando informação. O conteúdo do site "Atlas Monumenta" será actualizado logo que consiga dar a volta ao limite de 1000 visualizações por mês.
Cumprimentos,
Djorge
Muito obrigado, caro Djorge.
EliminarVerdadeiramente não me tinha apercebido que o blog continuava para baixo, quanto mais que tinham este tesouro.
Muito obrigado, parabéns pela reunião de tamanho espólio!
IRF
Caro Alvor Silves,
ResponderEliminaraqui me encontro eu, mais uma noite, com dezenas de "janelas" ou "tabs" abertas a pesquisar sobre estes assuntos interessantíssimos em vez de fazer algo mais produtivo... bem sei que não nos cabe a nós julgar mas, gostava de ser mais disciplinado... enfim...
Venho apresentar-lhe a história do senhor Ludovico di Varthema, um aristocrata Bolonhês que em 1502 resolveu partir pelo desconhecido e grande mundo de então.
Andou por Alexandria, Cairo, Beirute, Tripoli, Alepo, Damasco, foi aparentemente o primeiro Europeu a entrar na proibidíssima cidade de Meca como guarda de uma caravana de peregrinos entre Mamelucos do Cairo, Medina...
Aparentemente, uns mouros suspeitaram que era Cristão, e o Italiano lá se safou oferecendo-se como grande especialista em artilharia para ajudar os mouros monhés a combater os Portugueses...
Foi para Jedah, e para Aden, no Yemen, rumo à Índia, mas foi preso acusado de ser um espião Cristão ao serviço dos Portugueses. Por manhas só à disposição de aristocratas Italianos teve um caso com uma princesa Yemenita que o safou, mas que lhe valeu a prisão de novo... Mas safou-se! E foi para Saná.
Com o dinheiro oferecido pela moura, lá conseguiu pôr-se de novo rumo à Índia num navio Persa que se desviou da rota e teve de aportar em Berbera, naquilo que hoje é o Estado não reconhecido da Somalilândia. Eventualmente, lá chegou a Diu na Índia... mas deu por si num navio para Mascate, em Omã, de onde passou a Ormuz.
Em Ormuz parece que havia confusão à séria, pelo que fugiu para Pérsia e chegou a Herat, no Afeganistão, voltando depois para Shiraz, no Irão, relativamente perto de Ormuz.
Já está cansado?
(1)
Pois em Shiraz, na Pérsia, o nosso Italiano encontrou um mercador Persa com quem tinha privado em Meca, mercador este que pensava que o nosso Italiano era um mouro, desconhecendo-lhe a verdadeira identidade. Parece que ficaram amigos e rumaram para Samarcanda, no Uzebequistão. Não mais se separariam nas aventuras de Ludovico di Varthema na Ásia, mas parece que o Ludovico se limitava a acompanhar o Persa pelos seus caminhos comerciais...
EliminarChegaram então à foz do rio Indo (Carachi de hoje?) vindos de Ormuz, percorrendo depois a costa Ocidental da Índia, incluindo Goa tendo depois penetrado no interior da Índia. Em Cananore, encontrou os Portugueses. No extremo Sul da Índia encontrou os Cristãos "de São Tomás" nativos da Índia.
Passou para o Ceilão - Sri Lanka - e para a Tailândia ou Sião - começando numa região que hoje é parte da Birmânia - e foi nesta zona que se deparou com coisas como a imolação de viúvas após a morte do marido e convites para desflorar virgens que se íam casar, que era costume serem oferecidas aos estranhos antes de serem oferecidas aos maridos.
Vou abster-me de fazer comentários racistas ao pessoal do Sul da Ásia... embora...
Passaram depois ao actual Bangladesh... onde menciona a existência de mercadores Chineses de fé Cristã. Muito estranho... mas poderiam ser resquícios de Cristãos Nestorianos Iranianos da corte dos Mongóis... a wikipedia diz que Ludovico dizia que esses Chineses "eram brancos como nós", aparentemente referindo-se ao tom de pele... mas poderia inclusive referi-se à raça...
Estes "Chineses" Cristãos, convidam-nos a embarcar com eles em viagem e chegam a Pegu, na Birmânia. E depois Malaca, na Malásia. E depois, Sumatra. Decidem ir mesmo à origem das rentáveis especiarias e chegam às Ilhas Molucas.
Agora é a parte interessante:
(2)
Voltam por Bornéu, e depois por Java, que os Cristãos Chineses descrevem como "a maior ilha do mundo".
EliminarIgualmente interessante, o Malaio que leva o barco é descrito como possuindo uma bússola e uma "carta náutica com traçada de linhas".
O Malaio ensina-os que devem navegar orientados pelas estrelas, nunca perdendo o foco do Cruzeiro do Sul:
"(O Malaio) mostrou-nos quatro ou cinco estrelas e disse-nos que uma delas era oposta à nossa estrela polar e que ele navegava pelo Norte (usando a bússola) porque o ponteiro apontava sempre para Norte.
Ele também nos disse que do outro lado desta ilha (Java), para Sul, existem outras raças mais, que navegam por estas quatro ou cinco estrelas opostas ás nossas. E fizeram-nos compreender que para além dessa ilha o dia não dura mais de quatro horas e faz mais frio do que em qualquer outra parte do mundo".
É isto uma referência á Antárctida?
ao extremo Sul da Austrália?
À Nova Zelândia e aos Maori ou Polinésios?
Em Java, Ludovico afirma que existem canibais e compra duas crianças castradas. De Java, foram para Malaca onde se despediram dos Chineses. E de lá foram para a Índia, chegando por fim a Calecute.
Em Calecute, encontra dois Italianos que estavam a trabalhar ao serviço de um Indiano poderoso que se preparava para cobmater os Portugueses com artilharia Europeia. Ludovico finge-se de asceta Islâmico - pois desde as Arábias que finge ser mouro - e ganha fama como homem santo e curandeiro local, por parte dos mouros, enquanto conspira com os Italianos para regressarem todos a Itália.
(3)
Acontece que o Ludovico lá consegue chegar a Cananore e entregar-se aos Portugueses como Cristão Italiano que quer regressar a casa.
EliminarÉ aprisionado e interrogado pelo próprio Capitão da Armada Portuguesa, D. Lourenço de Alemida, a quem oferece informação valiosíssima acerca dos preparos do Zamorim de Calecute.
D. Lourenço de Almeida, despacha Ludovico num navio para Cochim, com relatório a ser entregue a seu pai, D. Francisco de Almeida, o Vice Rei Português da Índia. Este oferece apoio aos outros Italianos para que abandonem os Indianos. No entanto, a trama para salvar os Italianos é descoberta e são assassinados por uma turba de monhés em fúria...
Ludovico passa a trabalhar para os Portugueses, dado a sua fluência em línguas... este participa e descreve em pormenor a batalha de Cananore:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Batalha_de_Cananor
O nosso Italiano aguenta-se com os Portugueses durante o duro cerco de Cananore:
https://en.wikipedia.org/wiki/Siege_of_Cannanore_(1507)
Em que só com a chegada da armada comandada por D. Tristão da Cunha os Portugueses conseguem superiorizar-se. Ludovico diz que muitos dos que conhecia nas redondezas se converteram ao Cristianismo após esta vitória dos Portugueses.
Após uma expedição punitiva a um porto próximo, o nosso Ludovico é feito cavaleiro pelo Vice Rei D. Francisco de Almeida, com o apoio de D. Tristão da Cunha.
Regressa à Europa com os Portugueses, passando pela costa Leste de África, Madagáscar e Moçambique, África do Sul...
Passaram pelas ilhas de Santa Helena e Ascenção, no meio do Atlântico. Depois os Açores e finalmente Lisboa.
Ludovico diz que é bem possível que por acção dos Portugueses toda a Ásia se torna Cristã nos próximos tempos...
Em 1510, Ludovico está em Lisboa e tem uma audiência com o próprio Rei D. Manuel, que confirma a validade da sua elevação a cavaleiro.
Que informações disporia Portugal só pelo contacto com este cavaleiro em 1510?
IRF
Tirado daqui:
https://en.wikipedia.org/wiki/Ludovico_di_Varthema
http://www.strangehistory.net/2011/08/05/fifteenth-century-european-knowledge-of-australia/
(4 - FIM)
Caro IRF,
ResponderEliminarDesconhecia por completo este aventureiro. Vou com certeza procurar o seu livro "Itinerario de Ludouico de Varthema Bolognese". Impossível é não nos recordarmos logo do outro italiano aventureiro, Marco Polo e claro do bem nosso Fernão Mendes Pinto.
Bom trabalho!
Cumpts,
JR
Ainda bem que o meu esforço não foi em vão... demorei mais de uma hora a escarrapachar aquilo aqui.
ResponderEliminarIRF
Muito obrigado pela contribuição. Fiz um postal com ela.
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