Aproxima-se o festival Beltano, no dia 1 de Maio, que tem longas tradições célticas, anunciando o estabelecimento da Primavera, ou melhor, do seu meio. Na Irlanda, em Gales, e noutras paragens com forte tradição celta recuperada, as comemorações são múltiplas, e incluem as fogueiras, que associamos mais à passagem ao Verão, na noite de S. João (ver o outro terço, tirso).
Fogueira em festival Beltane em Gales, 2015
A ligação é feita à divindade celta Belenos, associada ao Sol, e depois identificada a Apolo.
Há um festival seguinte, no Verão, dedicado a Lugh, outra divindade celta, que pode estar na origem do nome Lusitânia, e onde ainda falámos da sua ligação à peregrinação celta a Lugo, depois mais catolicamente transformada em peregrinação a Santiago.
Tal como falamos em Sicrano e Beltrano, remetemos então a Sicano.
Curiosamente, o Google inquiriu imediatamente se não procurava "cigano", o que me pareceu uma sugestão pertinente...
Sic Ano é nome de rei na mitologia da "Monarquia Lusitana", de Bernardo de Brito (e de muitos outros). Seguindo a sua lista de capítulos, lembramos:
Cap. 12: Do tempo em que Hércules reinou em Espanha, e dos favores que sempre fez aos Lusitanos.
Cap. 13: Do tempo em que na Espanha reinaram Hespero e Atlante Italo, das guerras que entre si tiveram, e da fundação de Roma, feita por gente Lusitana.
Cap. 14: Do tempo em que reinaram em Lusitania Sic Oro (Sicoro), filho de Atlante Italo, e seu neto Sic Ano (Sicano), com algumas coisas particulares, que em seu tempo sucederam.
Cap. 15: Do reino de Sic Celeo (Siceleu) e de Luso em Espanha, e de como esta parte Ocidental se começou a chamar Lusitania, como muitas outras particularidades acerca desta matéria.
Cap. 16: De como Sic Ulo (Siculo) começou a governar o reino de Lusitania, e das coisas que lhe sucederam, durando seu Império, dentro e fora de Espanha.
Os nomes Sicano, Siceleu, Siculo, remetem todos à Sicília.
Na realidade os Sicanos são entendidos como primeiros povoadores da Sicília, e a sua origem é ibérica. Também é considerado que esses Sicanos entraram na península itálica (ver p.ex. aqui), e instalaram-se na região da Lácio, podendo estar na origem de Roma. Claro que na Monarquia Lusitana, a coisa é ainda mais explícita, e a fundação de Roma é entendida mesmo como tendo origem Lusitana. Roma seria o nome da filha de Atlante Italo (nota: as páginas da Wikipedia sobre a Monarquia Lusitana foram escritas por mim, de forma que esta referência é circular).
O nome Fulano, sendo de origem árabe ("fulan" significa "alguém"), e sendo usado em Espanha mais frequentemente, passou a usar-se em Portugal, após o reinado dos Filipes (pelo menos não o encontrei em textos portugueses antes disso).
Assim, falar-se de Fulano, Sicrano e Beltrano, remete a três invasores da Península Ibérica - os mais recentes, os fulanos (de origem árabe), antes os sicanos (na origem romana), e ainda antes disso, os beltanos (na origem céltica francesa) - que repetiram depois a graça, com Napoleão.
Os territórios de influência céltica confundem-se com a distribuição genética do Haplogrupo R1b, talvez com excepção da zona basca... Apresenta-se um mapa interessante relacionando o R1b com a cultura "Bell Beaker" - vasos campaniformes:
Há uma forte corrente sugerindo que a cultura Bell Beaker se difundiu a partir da Estremadura portuguesa... porque os registos mais antigos (c. 2800 a.C.) foram encontrados aí. Se tivesse sido na Extremadura espanhola, a teoria teria mais adeptos... assim, o mais habitual é ver esta teoria ser defendida por não-portugueses. É algo a que nos habituamos. Mas, como é hábito nos últimos séculos, mantêm-se ferozes críticas contra origens vindas da península ibérica, sendo claro que há tradições irlandeses e escocesas que remetem a sua origem a estas paragens.
O principal problema é que na península ibérica, restou pouco da tradição e língua celta... admitindo que a língua celta é o que é suposto ser, e não aquilo que foi. Na minha opinião, poderá ter havido uma movimentação celta, marítima, que partiu de Portugal para a Europa Ocidental, e que depois tomou formas diferentes, em cada local. Ao ponto de que os celtas franceses, que entraram na Ibéria há 2500 anos, com cultura Hallstatt, já tinham perdido a ligação original, e o mesmo teria acontecido com os sicanos da Lácio, de Roma. No entanto, em termos linguísticos, os romanos da Lácio poderiam ter algo em comum com os povos da Ibéria - a origem do latim e da língua romana.
Há um festival seguinte, no Verão, dedicado a Lugh, outra divindade celta, que pode estar na origem do nome Lusitânia, e onde ainda falámos da sua ligação à peregrinação celta a Lugo, depois mais catolicamente transformada em peregrinação a Santiago.
Tal como falamos em Sicrano e Beltrano, remetemos então a Sicano.
Curiosamente, o Google inquiriu imediatamente se não procurava "cigano", o que me pareceu uma sugestão pertinente...
Sic Ano é nome de rei na mitologia da "Monarquia Lusitana", de Bernardo de Brito (e de muitos outros). Seguindo a sua lista de capítulos, lembramos:
Cap. 12: Do tempo em que Hércules reinou em Espanha, e dos favores que sempre fez aos Lusitanos.
Cap. 13: Do tempo em que na Espanha reinaram Hespero e Atlante Italo, das guerras que entre si tiveram, e da fundação de Roma, feita por gente Lusitana.
Cap. 14: Do tempo em que reinaram em Lusitania Sic Oro (Sicoro), filho de Atlante Italo, e seu neto Sic Ano (Sicano), com algumas coisas particulares, que em seu tempo sucederam.
Cap. 15: Do reino de Sic Celeo (Siceleu) e de Luso em Espanha, e de como esta parte Ocidental se começou a chamar Lusitania, como muitas outras particularidades acerca desta matéria.
Cap. 16: De como Sic Ulo (Siculo) começou a governar o reino de Lusitania, e das coisas que lhe sucederam, durando seu Império, dentro e fora de Espanha.
Os nomes Sicano, Siceleu, Siculo, remetem todos à Sicília.
Na realidade os Sicanos são entendidos como primeiros povoadores da Sicília, e a sua origem é ibérica. Também é considerado que esses Sicanos entraram na península itálica (ver p.ex. aqui), e instalaram-se na região da Lácio, podendo estar na origem de Roma. Claro que na Monarquia Lusitana, a coisa é ainda mais explícita, e a fundação de Roma é entendida mesmo como tendo origem Lusitana. Roma seria o nome da filha de Atlante Italo (nota: as páginas da Wikipedia sobre a Monarquia Lusitana foram escritas por mim, de forma que esta referência é circular).
O nome Fulano, sendo de origem árabe ("fulan" significa "alguém"), e sendo usado em Espanha mais frequentemente, passou a usar-se em Portugal, após o reinado dos Filipes (pelo menos não o encontrei em textos portugueses antes disso).
Assim, falar-se de Fulano, Sicrano e Beltrano, remete a três invasores da Península Ibérica - os mais recentes, os fulanos (de origem árabe), antes os sicanos (na origem romana), e ainda antes disso, os beltanos (na origem céltica francesa) - que repetiram depois a graça, com Napoleão.
Os territórios de influência céltica confundem-se com a distribuição genética do Haplogrupo R1b, talvez com excepção da zona basca... Apresenta-se um mapa interessante relacionando o R1b com a cultura "Bell Beaker" - vasos campaniformes:
Mapa em Eupedia (esquerda), e influência celta pré-romana (atingindo a Galatas Turca)
O principal problema é que na península ibérica, restou pouco da tradição e língua celta... admitindo que a língua celta é o que é suposto ser, e não aquilo que foi. Na minha opinião, poderá ter havido uma movimentação celta, marítima, que partiu de Portugal para a Europa Ocidental, e que depois tomou formas diferentes, em cada local. Ao ponto de que os celtas franceses, que entraram na Ibéria há 2500 anos, com cultura Hallstatt, já tinham perdido a ligação original, e o mesmo teria acontecido com os sicanos da Lácio, de Roma. No entanto, em termos linguísticos, os romanos da Lácio poderiam ter algo em comum com os povos da Ibéria - a origem do latim e da língua romana.
Re: “O principal problema é que na península ibérica, restou pouco da tradição e língua celta...”
ResponderEliminardo que me foi dado a ler e observar é que nem Portugal e muito menos dos portugueses NADA tem a ver com celtas ou iberos, os portugueses são descendentes do califado fatmida e dos mui letrados iemenitas (no entender do advogado Saraiva, mui mui doutos…) que vieram para Lisboa dos quais são no meu entender descendentes os actuais dirigentes tugas esquerdas direitas confundidas.
os celtiberos fugiram para a irlanda com o que sobreviveu dos druidas à matança dos romanos, para as sete cidades por mar em setecentos fugiram aos mouros a salada romana, os que não puderam foram degolados pelos muçulmanos, e depois disto dito o que querem os portugueses ser de celtas? nem pelo ADN são ocidentais ou europeus!
Portando não me estranha que o fulano “português” seja o primeiro a atacar tudo o que ligue o actual território a outra coisa que seja Africa e orientes.
boa noite
JM CH-GE
Caro José Manuel,
Eliminarestou em desacordo consigo no que diz respeito à influência árabe.
Há uns 20, 30 anos atrás, ouvia-se frequentemente essa boca da influência árabe, ou ainda uma outra, muito popular - que metade da população portuguesa tinha origem judaica, resultante dos cristãos novos que não tinham emigrado. Uma zona árabe, tipicamente definida, era a região "saloia" da Malveira.
Essas bocas não tinham outro fundamento que não fosse olhar para o aspecto físico da população, e concluir que a maioria não era loura de olhos claros.
De facto, especialmente em clima quente, os genes de coloração clara são recessivos, face aos genes dominantes, de coloração castanha. Uma observação fácil, é vermos crianças que nascem louríssimas e que depois, ao fim de dois ou três anos, vão ficando com o cabelo bem escuro...
Com o trabalho do genetiscistas, como Cavalli-Sforza, terminou qualquer base científica de associar o DNA dos portugueses a esse folclore.
O Haplogrupo Y dominante em Portugal é o R1b, tal como é em Espanha, França, Inglaterra e Irlanda. É o marcador da linha masculina, e não tem qualquer ligação com África ou Ásia. O mt-DNA feminino predominante é o H, tal como no resto da Europa Ocidental.
Acho estranhíssimo que se continue a ignorar estes factos científicos de DNA, incontestados, e se continuem com conversas que vêm do tempo em que nenhuns estudos de DNA tinham sido feitos.
Nem eram precisos nenhuns estudos de DNA... basta ver que em Portugal não subsistiu praticamente nada da cultura árabe, menos até do que da cultura judaica, que tem dois ou três focos perdidos por Belmonte e interior. Foi totalmente o oposto do que aconteceu no Norte de África, que era uma província romana florescente, mas que chegados ao Séc. XIV, tinha uma total dominância de população árabe, enquanto na Península Ibérica, se restringia ao enclave de Granada.
Quando Granada caíu, os que ainda não tinham fugido, fugiram de vez, e os poucos que restaram, ficaram na Andaluzia espanhola.
Abraços.
Não só isso como o facto de que as populações mouriscas expulsas da Península - que ainda hoje formam comunidades relativamente coerentes no Norte de África - tendem a partilhar uma semelhança fenótipica e genética com as populações do lado de cá do Mediterrâneo conjugado com os registos Históricos de que a vasta maioria da população dita moçárabe - portanto Cristãos sob domínio muçulmano com larga influência cultural Islâmica ou Árabe - falava dialectos latinos, auto-intutalava-se de "latinus" e seguiam o rito Visigótico do Cristianismo deita por terra qualquer tipo de... palermice multicultural esquerdalha.
EliminarAfonso
Sim, e é especialmente curioso o ódio visceral que a comunidade judaica radicada em Marrocos tinha contra D. Sebastião, celebrando a batalha de Alcácer Quibir como a purga dos cristãos: "Purim de los cristanos". Mais info:
Eliminarhttps://alvor-silves.blogspot.pt/2011/09/peca-por-peca.html
Obrigado pelo comentário.
Re. “basta ver que em Portugal não subsistiu praticamente nada da cultura árabe”
ResponderEliminarsubsistiu muita Aldeia Oxalás e Aniki Bobós com muitos Chiribis,
Freitas do Amaral escreve no seu D. Afonso Henriques; 1170 toma medidas de protecção em relação aos mouros de Lisboa e arredores
outro Rei português queixava-se que por mil e quatrocentos ainda se escrevia em árabe em Lisboa…
e ainda há quem não queira ver origens muçulmanas no actual povo português, bom cada qual olha para o espelho e vê o que quer, melhor escuta o advogado Saraiva ou o fulano historiador dos suspensórios na TV (o Rosas) e vai ao espelho e vê o queles querem que veja,
do ADN tuga se for um cientista do bloco vê africanos pretos negros por todo lado, se for um cientista en marche vê europeus e tudo e por aí fora, há quem veja no ADN da população dos Montes Hermínios magrebinos lá instalados à 12000 anos, e para coroar o tudo actualmente tem quem se doutore com tese muito consensual que os clarinhos de olhos verdes azuis são tugas filhos dos soldados napoleónicos mui arianos puros que violaram as “lindas” portuguesas peludas!
Eu francamente estou-me nas tintas para o que tuga vê… no seu espelho, o que vi foram os meus colegas de trabalho com quem lidei durante anos, trabalhei comi à mesa, foi a casamentos, discotecas, fumei, não mais, eles do Egipto, Líbia, Algeria, Tunísia, Marrocos, Irão e Afeganistão, se não me esqueço de algum, são copy paste do tuga de sempre, por muito que lhes digam que são europeus, mas francamente de judeus cristãos novos não têm nada mas mesmo nada!
Actualmente por decreto du en marche somos todos europeus descendentes dos africanos, conformem-se e repitam…
boa tarde
JM CH-GE
P.S. se quiserem tirar o chinelo do pé para me darem com ele, perguntem donde vem esse gesto…
quando os americanos derrubaram a estátua de Saddam em Bagdade os anikibobós de lá iam com chinelo tirado do pé a malhar na cabeça da estátua, os jornalistas ocidentais não compreendiam o gesto, qualquer português compreende, sim os portugueses têm ainda hoje muitas semelhanças culturais de origem árabe muçulmana.
Meu caro, não o sigo, nem com muito esforço.
EliminarAs igrejas visigóticas não incomodaram os árabes, e ainda hoje as pode visitar, já não poderá dizer o mesmo das mesquitas, a única que resta - em Mértola, foi transformada em igreja... as outras arrasadas.
Pelo visto havia incómodo na língua árabe, mas não língua hebraica, já que vários dos primeiros livros publicados, eram em hebraico.
Cada um tem uma experiência de vida diferente, mas nas minhas confraternizações com múltiplas nacionalidades sempre vi diferenças e semelhanças, nem tudo igual, nem tudo diferente. Já estive em festas do Ramadão no Norte de África, e em festas chinesas, europeias, etc... a grande diferença é que normalmente os árabes estavam proibidos de beber álcool, e não ficavam bebedos.
Lá pelos anos 90, quando fiquei na Suiça umas noites, numa aldeia onde as vaquinhas pastavam junto a um abrigo nuclear, senti-me mais ou menos numa aldeia portuguesa. As pessoas não usavam chinelos, por isso não podiam dar com o chinelo na pequenada, mas davam tabefes sem problemas.
Convém notar que quem não usa chinelos, não pode dar com o chinelo...
Colocando "beaten with slippers" poderá encontrar vídeos que vão da Índia à China... em sítios onde há calor, e as pessoas usam chinelos. Por acaso, parece ser mais comum entre os indianos.
Não fazia ideia nenhuma, nem me passa pela cabeça que isso possa significar alguma coisa de especial. Mas, sim, cada qual vê as coisas de forma diferente.
Abraços.
Bom dia,
ResponderEliminarCaro Da Maia nessa aldeiazinha suiça teve sorte porque também se poderia ter sentido chinês já que os suíços partilham do mesmo gosto por canídeos que os chineses.
https://pt.blastingnews.com/internacional/2014/12/na-suica-come-se-carne-de-cao-e-de-gato-00193235.html
É sempre uma opção para quem não gosta de entremeada. Ah, pois é que a carne de porco não faz parte da ementa de todos os povos...
Cumpts,
JR
Quem diria?
EliminarParece que os gauleses também gostavam de béu-béus... há coisa de cem anos, chamavam-lhe carne "linda e leve":
https://en.wikipedia.org/wiki/Dog_meat#France
Abç
Sim e mencionei a carne de porco porque certamente a carne-base da nossa alimentação não foi certamente uma herança muçulmana.
ResponderEliminarE mesmo sobre os chinelos, não me lembro de alguma vez as minhas avós terem usado chinelos, e eram/são "gente do campo". Será que os "chinelos", não vieram apenas após as nossas passagens pela "China"? E mesmo assim penso que o uso do "chinelo" tal como o conhecemos deverá vir de tempos ainda mais recentes, talvez mesmo durante a ditadura. É que numa passagem rápido pelos nossos trajes tradicionais vemos as varinas descalças porque trabalhavam perto de água e de resto todos os trajes têm calçado. O mais parecido com "chinelos" são as socas de madeira ou os tamancos que fazem lembrar os holandeses.
Ahaha que tema!
Cumpts,
JR
Boas observações.
EliminarSe compararmos Portugal com França, não é difícil dizer qual o país com maior influência árabe. Marselha tem mesmo aspectos de cidade árabe. Dadas as migrações existentes no Séc. XX, acho que Portugal é mesmo dos países europeus ocidentais com menos influência árabe.
Nomes árabes em Portugal, os poucos que ficaram eram femininos. A maioria dos nomes é de origem germânica - aí sim, houve uma considerável influência sueva e visigoda, há ainda nomes de origem romana, e a grande maioria, é de origem judaica.
Portugal, acima do Mondego ficou praticamente sem nenhuma influência árabe, e foi residual acima do Tejo, com focos na região de Lisboa e Santarém. Mesmo no Algarve, a limpeza foi geral...
As tradições portuguesas não são parecidas com as celtas, porque são muito anteriores a celtas...
Os Lusitanos e Vetões (Extremadura espanhola) são considerados povos com origem pré-celta, e há quem considere que antecederam e originaram a cultura celta.
A grande questão é que desde o tempo do Paleolítico, e pinturas rupestres, não houve ninguém que tirasse quem cá estava... e eu diria que grande parte das tradições das múltiplas aldeolas portuguesas, muitas centrando-se no culto do porco (veja-se os Verrões), vêm dos tempos de transição do Paleolítico para o Neolítico.
Na minha opinião, a zona de Portugal, e norte de Espanha, funcionava como uma esponja... Apareciam invasores, mas rapidamente eram integrados, diluídos e desapareciam de identidade. Foi também isso que aconteceu com os invasores romanos... nem uma única família aqui poderá reclamar que tem origem romana, com os invasores godos... só muito artificialmente há famílias que clamam essa origem, e foi assim que os árabes desapareceram, quase sem deixar rasto.
Especialmente nas aldeolas de província, foi aí que os invasores nunca conseguiram ter sucesso. Podiam conquistar um ou outro castelo, temporariamente, mas depois estavam cercados pela população original. Não é difícil perceber, porque foi também assim que os portugueses tiveram dezenas de cidades em Marrocos, sem nunca influenciar a população árabe.
Abç