quinta-feira, 17 de novembro de 2016

dos Comentários (25) - conspiração veneziana?

Surge este texto a propósito do comentário de MBP a um outro comentário de Maria da Fonte, que coloquei nesse postal, e que de certa forma falava de uma possível "conspiração" financeira veneziana, que poderia estar ainda na origem da maçonaria internacional.

Em particular, MBP destacou um vídeo:
«Gostaria também de partilhar as fontes que recentemente tenho usado para analisar o enquadramento deste período (mas não só) que se resumem ao trabalho realizado pela fundação La Rouche. Deste enorme trabalho destaco para já este vídeo do historiador Webster Tarpley, e que teve ressonância na minha pessoa pelo facto de colocar a Epistemologia como alvo prioritário do "ataque" à verdade, coisa que o Jung também defendia mas de outra forma.» 
"The Venetian Conspiracy" by Webster Tarpley

Como não é muito habitual ver um trabalho de fundo sobre os bastidores, do que é publicitado e divulgado como verdades inquestionáveis, questionando o trabalho científico de dois "monstros consagrados da ciência", como foram Galileu e Newton, é especialmente interessante ver Webster Tarpley reduzir estas duas figuras a papéis menores, de simples agentes a soldo dos conspiradores venezianos. Mais notável, dá nomes, segue os registos, e aponta culpados para essa conspiração veneziana que transferir o poder para o Império Britânico, então em processo de formação, com a rainha Isabel I. 
Desses vários nomes apontados, destacam-se especialmente dois - Paolo Sarpi (1552-1623), e depois Antonio Conti (1677-1749). 
Quanto a Sarpi está documentado que foi patrono de Galileu, e quanto a Conti terá defendido Newton na disputa que houve com Leibniz, mais tarde, sobre a invenção do cálculo diferencial e integral.
Mas Tarpley não fica por aqui, diz algumas coisas que eu já sabia e outras que foram novidade. Vou enumerar alguns casos, que são suficientemente elucidativos, como se não soubéssemos já de tantos outros (... que vão das máquinas a vapor, às baterias eléctricas, presentes desde a Antiguidade). 

Galileu e o Telescópio
Por exemplo, começando com Galileu, Tarpley questiona a "sua" invenção do telescópio, algo que já é aceite, pois sabe-se da existência de telescópios na Holanda em 1608, em pelo menos três casos (um Hans Lippershey, outro Zacharias Janssen, fabricantes de óculos em Middelburg, e ainda de Jacob Metius of Alkmaar). No entanto, para preservar o mito diz-se que Galileu melhorou os aparelhos holandeses, com o propósito original de observar os planetas.
No entanto, Tarpley aponta Leonardo da Vinci como já tendo usado um telescópio para estudar planetas, como aliás podemos ler aqui:
Isaac Newton developed the design for his reflecting telescope in 1668. Newton's idea of building telescopes using mirrors instead of lenses was not new. The magnifying effect of concave mirrors had been put to practical use as reading aids by medieval monks centuries before (c. 1300). Leonardo da Vinci had used concave mirrors to study the planets more than a century earlier (1513). 
A referência é a Newton e não a Galileu, porque se fala do telescópio reflector, que é normalmente creditado a Newton, 60 anos mais tarde, mas que é aqui atribuído a Leonardo da Vinci, um século antes de Galileu, e 155 anos antes de Newton.
Acreditar que Leonardo da Vinci era um génio, é uma simplificação do problema... tal como Leonardo se "inspirou" em tantas coisas de Vitrúvio, é bem natural que estivesse apenas a transcrever outros tantos trabalhos "perdidos" no incêndio da Biblioteca de Alexandria. 

Não é fácil entender como foi possível a humanidade ter ficado presa durante mais de mil anos, com conhecimento encerrado em "livros proibidos", mas esta particularidade foi ilustrada por Umberto Eco no romance/filme denominado "Nome da Rosa".
Com efeito, como diz MBP, não é difícil concluir que o problema é essencialmente filosófico (ou epistemológico), como tinha dado conta o Padre Agostinho de Macedo, ao criticar a maçonaria (ver os textos "de natura deorum", que escrevi no Odemaia).
Tendo esse antecedente, depois as "descobertas", ou melhor "redescobertas", foram convenientemente creditadas a alguns "génios", que pouco mais foram do que serviçais úteis, para tentar libertar o conhecimento guardado pelo Vaticano, durante milénios.

Não haverá muitas dúvidas que, dada a qualidade da produção vidreira romana, seria muito estranho que os Romanos não tivessem telescópios de grande qualidade. Ou, como diria Lewis Carroll, de forma enigmática, na sua Alice no País das Maravilhas: 
«I must be shutting up like a telescope.»
(Devo-me estar a calar/fechar como um telescópio.)
... e foi isso que se terá feito, toda a gente se calou, como se calaram os telescópios durante milénios.

A gravidade do problema
Tarpley é especialmente incisivo na crítica a Newton, sendo sabido e reconhecido que o seu interesse especial era pela Alquimia - o que leva Tarpley a classifícá-lo como herdeiro da Magia Negra dos antigos magos da Caldeia ou Babilónia. 
Tal como Copérnico e Galileu, ao defender o heliocentrismo, não estavam a dizer nada que não tivesse sido dito por Aristarco de Samos, quase dois milénios antes, e que Pedro Nunes terá classificado de "irrelevante" para a Geografia (conforme é); também a Newton a única maçã que lhe terá caído na cabeça terá sido uma maçã dada por maçãos. Que Kepler tinha enunciado as leis do movimento planetário, e a diferença é pequena, não há grande dúvida... mas se Kepler se socorreu das observações cuidadas de Tycho Brahe, essas observações seriam disponíveis desde a Antiguidade, pelo mesmo desde o tempo dos Caldeus.
As considerações sobre a queda dos graves, começadas por Galileu, eram especialmente graves porque a gravidade era ter o assunto arrumado e esquecido, ainda que muito antes Duarte Pacheco Pereira faça considerações similares a Galileu.

Integrar e diferenciar
Outra polémica a que Tarpley dá destaque é a da disputa de Newton com Leibniz, que terá sido Antonio Conti a resolver favoravelmente a Newton.
Convém lembrar a este propósito que o cálculo matemático ficou durante dois milénios preso a construções com régua e compasso... ainda que outras abordagens tivessem sido propostas, nomeadamente por Arquimedes, ou pelo seu antecessor Eudoxo. Se essa linha tivesse sido seguida então pelos gregos, todo o cálculo redescoberto por Descartes, Leibniz e Newton, pertenceria à Antiguidade. 
No entanto, para diferenciar a malta, foram colocados problemas "milenares", como a famosa "quadratura do círculo", cujo interesse era muito mais causar uma dificuldade excessiva, com interesse limitado. Esse problema só foi resolvido no Séc. XIX, e estou convencido que demorou mesmo muito tempo a ser resolvido... Não sei se foram problemas resolvidos pelos próprios a que são creditados, ou foram resolvidos algum tempo antes por outros anónimos, caídos convenientemente no esquecimento.  
A resolução desses problemas milenares corresponde ainda a um desenvolvimento ímpar da tecnologia a nível mundial. Subitamente, o que estava escondido apareceu, umas coisas atrás das outras, sendo particularmente notável as décadas de transição antes e após 1900. A paragem desse desenvolvimento terá ocorrido com a 1ª Guerra Mundial, e especialmente com a 2ª Guerra Mundial, dado que a Alemanha não respeitou a paragem, e continuou a libertar o "génio" da garrafa, contrariando outras ordens... integrando não apenas o génio, mas também se diferenciando pelo mau génio!
Portanto, também me parece que, no máximo, Leibniz estaria a repisar descobertas antigas, mesmo que não o soubesse. Ou seja, se Tarpley salienta a fraude de Newton, não me parece que Leibniz esteja isento de suspeição similar. Convém ainda notar que há conclusões que Pedro Nunes apresenta, e que muito dificilmente seriam deduzíveis sem conhecimento do tal cálculo, que só seria descoberto no século seguinte.

A conexão Veneziana
A relação deste assunto com uma conexão veneziana, que eu saiba, é mérito de Tarpley, dado que estabeleceu até quais os personagens venezianos que serviram de promotores, nomeadamente de promotores da ascendência do Império britânico. Por outro lado, também pelo lado de Veneza temos todo um historial da banca, ligado a acontecimentos chave, que a Maria da Fonte relatou. Portanto, essa conexão poderá estabelecer-se.

Mas podemos ir um pouco mais longe, notando que a região do Veneto, era anteriormente conhecida como Gália Cisalpina, onde Celtas se impuseram a Etruscos. E esta ligação aos Venetos, é tanto mais particular, já que os Venetos habitavam ainda a região da Normandia, e segundo Júlio César, eram hábeis navegadores (ver Conan-o-bretão). Não é ainda de excluir que estes mesmos Venetos não fossem mais que uma remniscência fenícia, resultado de navegações ao longo da costa atlântica e mediterrânica.
Essa é a parte mais antiga, de conexão mais dúbia, mas já é mais claro que no decurso das invasões bárbaras, e a pretensa queda de Roma, uma variante do poder cortesão romano tivesse feito de Veneza um ponto estratégico para combater uma Roma que seria o centro de um obscurantismo cristão. As frequentes disputas internas em Itália pelo controlo papal, entre Génova e Veneza, foram outro desses aspectos.

No entanto, nesta conexão não há propriamente uma ligação que se prenda à região de Veneza. Ou seja, não se exporta facilmente um controlo com base numa cidade estrangeira. Por isso, se outros reinos acabaram por adoptar essa influência veneziana, não foi por comungarem de ideias para uma pátria em Veneza. O que se parece encontrar é um ponto comum de filosofia/região, que usou Veneza como posto de influência, mas terá origem noutro lugar.

Aditamento (18/11/2016):
Coloco nos comentários um texto integral de Webster Tarpley, que aborda os mesmos assuntos, e cujo PDF pode ser lido aqui: Schiller Institute (Archive, 1995).

21 comentários:

  1. Venice’s War Against Western Civilization
    by Webster G. Tarpley

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    The currently ending 500-year cycle in European history, which came to the
    surface during the Fifteenth century, has been determined by the emerging conflict
    between the two leading forces within European culture during that century.
    On the one side, there were the forces of the Golden Renaissance, centered around
    such figures as Cardinal Nicolaus of Cusa and the 1439-40 Council of Florence.
    On the opposing side, was the re-emerging power of the Venice-centered European
    aristocratic and financier oligarchy. All European history since the Fifteenth
    century within Europe and globally, has been dominated by the cultural conflict
    between the radiated influence of the Renaissance and the opposing,
    Venice-launched force of the so-called ‘Enlightenment.’

    — Lyndon H. LaRouche, Jr. ‘The Coming Fall of the House of Windsor’
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    This article was originally prepared as background documentation to “The Coming Fall of the House of Windsor,” a special report prepared by Executive Intelligence Review under the direction of Lyndon H. LaRouche, Jr. The supplementary material is taken from the author’s “How the Dead Souls of Venice Corrupted Science,” a speech delivered to the Labor Day conference of the Schiller Institute and International Caucus of Labor Committees in Vienna, Virginia on Sept. 4, 1994, which is published in full in Executive Intelligence Review, Vol. 21, No. 38, Sept. 23, 1994.

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    The British royal family of today typifies the Venetian Party, and continues the outlook and methods of an oligarchical faction which can be traced far back into the ancient world.
    Oligarchism is a principle of irrational domination associated with hereditary oligarchy/nobility and with certain aristocratic priesthoods.
    At the center of oligarchy is the idea that certain families are born to rule as an arbitrary elite, while the vast majority of any given population is condemned to oppression, serfdom, or slavery. During most of the past 2,500 years, oligarchs have been identified by their support for the philosophical writings of Aristotle and their rejection of the epistemology of Plato.
    Aristotle asserted that slavery is a necessary institution, because some are born to rule and others to be ruled. He also reduced the question of human knowledge to the crudest sense certainty and perception of “facts.”
    Aristotle’s formalism is a means of killing human creativity, and therefore represents absolute evil. This evil is expressed by the bestialist view of the oligarchs that human beings are the same as animals.
    Oligarchs identify wealth purely in money terms, and practice usury, monetarism, and looting at the expense of technological advancement and physical production. Oligarchs have always been associated with the arbitrary rejection of true scientific discovery and scientific method in favor of open anti-science or more subtle obscurantist pseudo-science.
    The oligarchy has believed for millennia that the Earth is overpopulated; the oligarchical commentar on the Trojan War was that this conflict was necessary in order to prevent greater numbers of mankind from oppressing “Mother Earth.”
    The oligarchy has constantly stressed race and racial characteristics, often as a means for justifying slavery. In international affairs, oligarchs recommend such methods as geopolitics, understood as the method of “divide and conquer,” which lets one power prevail by playing its adversaries one against the other.

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  2. (Continuação)

    Venice’s War Against Western Civilization
    by Webster G. Tarpley

    Oligarchical policy strives to maintain a balance of power among such adversaries for its own benefit, but this attempt always fails in the long run and leads to new wars.
    The essence of oligarchism is summed up in the idea of the empire, in which an elite identifying itself as a master race rules over a degraded mass of slaves or other oppressed victims. If oligarchical methods are allowed to dominate human affairs, they always create a breakdown crisis of civilization, with economic depression, war, famine, plague, and pestilence.
    Examples of this are the Fourteenth-century Black Plague and the Thirty Years War (1618-48), both of which were created by Venetian intelligence. The post-industrial society and the derivatives crisis have brought about the potential for a new collapse of civilization in our own time. This crisis can only be reversed by repudiating in practice the axioms of the oligarchical mentality.

    The ‘Fondo’
    A pillar of the oligarchical system is the family fortune, or fondo, as it is called in Italian. The continuity of the family fortune which earns money through usury and looting is often more important than the biological continuity across generations of the family that owns the fortune.
    In Venice, the largest fondo was the endowment of the Basilica of St. Mark, which was closely associated
    with the Venetian state treasury, and which absorbed the family fortunes of nobles who died without heirs. This fondo was administered by the procurers of St. Mark, whose position was one of the most powerful under the Venetian system. Around this central fondo were grouped the individual family fortunes of the great oligarchical families, such as the Mocenigo, the Cornaro, the Dandolo, the Contarini, the Morosini, the Zorzi, and the Tron.
    Until the end of the Eighteenth century, the dozen or so wealthiest Venetian families had holdings comparable or superior to the very wealthiest families anywhere in Europe. When the Venetian oligarchy transferred many of its families and assets to northern Europe, the Venetian fondi provided the nucleus of the great Bank of Amsterdam, which dominated Europe during the Seventeenth century, and of the Bank of England, which became the leading bank of the Eighteenth century.

    In the pre-Christian world around the Mediterranean, oligarchical political forces included Babylon in
    Mesopotamia. The “whore of Babylon” condemned in The Revelation of St. John the Divine, is not a mystical construct, but a very specific power cartel of evil oligarchical families.
    Other oligarchical centers included Hiram of Tyre and the Phoenicians. The Persian Empire was an oligarchy. In the Greek world, the center of oligarchical banking and intelligence was the Temple of Apollo at Delphi, whose agents included Lycurgus of Sparta and, later, Aristotle. The Delphic Apollo tried and failed to secure the conquest of Greece by the Persian Empire.
    Then the Delphic Apollo developed the Isocrates plan, which called for King Philip of Macedonia to conquer Athens and the other great city-states so as to set up an oligarchical empire that would operate as a western version of the Persian Empire. This plan failed when Philip died, and the Platonic Academy of Athens decisively influenced Alexander the Great, who finally destroyed the Persian Empire before being assassinated by Aristotle.
    Later, the Delphic Apollo intervened into the wars between Rome and the Etruscan cities to make Rome the key power of Italy and then of the entire Mediterranean. Rome dominated the Mediterranean by about 200 B.C.

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    1. There followed a series of civil wars that aimed at deciding where the capital of the new empire would be and who would be the ruling family. These are associated with the Social War, the conflict between Marius and Sulla, the first Triumvirate (Julius Caesar, Pompey the Great, and L. Crassus), and the second Triumvirate (Octavian, Marc Antony, and Lepidus).
      Marc Antony and Cleopatra wanted the capital of the new empire to be at Alexandria in Egypt. Octavian (Augustus) secured an alliance with the cult of Sol Invictus Mithra and became emperor, defeating the other contenders.

      After the series of monsters called the Julian-Claudian emperors (Tiberius, Caligula, Nero, et al.) the empire stagnated between A.D. 80 and 180, under such figures as Hadrian and Trajan. Then, between A.D. 180 and 280, the empire collapsed. It was reorganized by Aurelian, Diocletian, and Constantine with a series of measures that centered on banning any change in the technology of the means of production, and very heavy taxation. The Diocletian program led to the depopulation of the cities, serfdom for farmers, and the collapse of civilization into a prolonged Dark Age.

      The Roman Empire in the West finally collapsed in A.D. 476. But the Roman Empire in the East, sometimes called the Byzantine Empire, continued for almost a thousand years, until 1453. And if the Ottoman Empire is considered as the Ottoman dynasty of an ongoing Byzantine Empire, then the Byzantine Empire kept going until shortly after World War I. With certain exceptions, the ruling dynasties of Byzantium continued the oligarchical policy of Diocletian and Constantine.
      Venice, the city built on islands in the lagoons and marshes of the northern Adriatic Sea, is supposed to
      have been founded by refugees from the Italian mainland who were fleeing from Attila the Hun in A.D. 452.
      Early on, Venice became the location of a Benedictine monastery on the island of St. George Major. St. George is not a Christian saint, but rather a disguise for Apollo, Perseus, and Marduk, idols of the oligarchy. Around A.D. 700, the Venetians claim to have elected their first Doge, or duke. This post was not hereditary, but was controlled by an election in which only the nobility could take part. For this reason, Venice erroneously called itself a republic.

      Venice Was Never Part of Western Civilization
      In the years around A.D. 800, Charlemagne King of the Franks, using the ideas of St. Augustine, attempted to revive civilization from the Dark Ages. Venice was the enemy of Charlemagne. Charlemagne’s son, King Pepin of Italy, tried unsuccessfully to conquer the Venetian lagoon. Charlemagne was forced to recognize Venice as a part of the eastern or Byzantine Empire, under the protection of the Emperor Nicephorus. Venice was never a part of Western Civilization.
      Over the next four centuries, Venice developed as a second capital of the Byzantine Empire through marriage alliances with certain Byzantine dynasties and conflicts with the Holy Roman Empire based in Germany.
      The Venetian economy grew through usury and slavery.
      By 1082, the Venetians had tax-free trading rights in the entire Byzantine Empire. The Venetians were one of the main factors behind the Crusades against the Muslim power in the eastern Mediterranean. In the Fourth Crusade of A.D. 1202, the Venetians used an army of French feudal knights to capture and loot Constantinople, the Orthodox Christian city which was the capital of the Byzantine Empire. The Venetian doge Enrico Dandolo was declared the lord of one-quarter and one-half of onequarter of the Byzantine Empire, and the Venetians imposed a short-lived puppet state called the Latin Empire. By this point, Venice had replaced Byzantium as the bearer of the oligarchical heritage of the Roman Empire.

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    2. During the 1200’s, the Venetians, now at the apex of their military and naval power, set out to create a new Roman Empire with its center at Venice. They expanded into the Greek islands, the Black Sea, and the Italian mainland. They helped to defeat the Hohenstaufen rulers of Germany and Italy. Venetian intelligence assisted Genghis Khan as he attacked and wiped out powers that had resisted Venice.
      The Venetians caused the death of the poet and political figure Dante Alighieri, who developed the concept of the modern sovereign nationstate in opposition to the Venetian plans for empire. A series of wars with Genoa led later to the de facto merger of Venice and Genoa. The Venetian bankers, often called Lombards, began to loot many parts of Europe with usurious loans.
      Henry III of England in the years after 1255 became insolvent after taking huge Lombard loans to finance foreign wars at 120-180 percent interest. These transactions created the basis for the Venetian Party in England. When the Lombard bankers went bankrupt because the English failed to pay, a breakdown crisis of the European economy ensued.
      This led to a new collapse of European civilization, including the onset of the Black Plague, which depopulated the continent. In the midst of the chaos, the Venetians encouraged their ally Edward III of England, to wage war against France in the conflict that became the Hundred Years War (1339-1453), which hurled France into chaos before St. Joan of Arc defeated the English.
      This was then followed by the Wars of the Roses in England.
      As a result of Venetian domination, the Fourteenth century had become a catastrophe for civilization.

      The Basis for the Golden Renaissance
      In the midst of the crisis of the 1300’s, the friends of Dante and Petrarch laid the basis for the Italian Golden Renaissance, which reached its culmination with Nicolaus of Cusa, Pope Pius II, and the Medici-sponsored Council of Florence of 1439. The Venetians fought the Renaissance with a policy of expansion on the Italian mainland, or terra firma, which brought them to the outskirts of Milan. More fundamentally, the Venetians promoted the pagan philosophy of Aristotle against the Christian Platonism of the Florentines. The school of the Rialto was an Aristotelian academy where Venetian patricians lectured and studied their favorite philosopher.

      Authors like Barbaro and Bembo popularized an Aristotelian “humanism.” The University of Padua became the great European center for Aristotelian studies. Venice also encouraged the Ottoman Turks to advance against Constantinople, which was now controlled by the Paleologue dynasty of emperors. When Cusa and his friends succeeded in reuniting the Roman Catholic Church and the Orthodox and other eastern churches at the Council of Florence, the Venetians tried to sabotage this result. The ultimate sabotage was the Ottoman conquest of Constantinople in 1453, which was assisted by Venetian agents and provocateurs. Venice refused to respond to Pope Pius II (Aeneas Silvius Piccolomini) when he called for the recovery of Constantinople.
      The program of Cusa, Pius II, Machiavelli, Leonardo da Vinci, and other Italian Renaissance leaders for the creation of powerful national states proved impossible to carry out in Italy. The first nation-state was created in France by King Louis XI during the 1460’s and 1470’s. The successful nation-building methods of Louis XI compelled attention and imitation in England and Spain. Despite their incessant intrigues, the Venetians were now confronted with large national states whose military power greatly exceeded anything that Venice could mobilize.

      The League of Cambrai
      The Venetians tried to use the power of the new nationstates, especially France, to crush Milan and allow further Venetian expansion. But ambassadors for the king of France and the Austrian emperor met at Cambrai in December 1508 and agreed to create a European league for the dismemberment of Venice.

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    3. The League of Cambrai soon included France, Spain, Germany, the Papacy, Milan, Florence, Savoy, Mantua, Ferrara, and others. At the battle of Agnadello in April 1509, the Venetian mercenaries were defeated by the French, and Venice temporarily lost eight hundred years of land conquests.
      Venetian diplomacy played on the greed of the Genoese Pope Julius II Della Rovere, who was bribed to break up the League of Cambrai. By rapid diplomatic maneuvers, Venice managed to survive, although foreign armies threatened to overrun the lagoons on several occasions, and the city was nearly bankrupt. Venice’s longterm outlook was very grim, especially because the Portuguese had opened a route to Asia around the Cape of Good Hope. The Venetians considered building a Suez canal, but decided against it.
      One result of the Cambrai crisis was the decision of Venetian intelligence to create the Protestant Reformation. The goal was to divide Europe for one to two centuries in religious wars that would prevent any combination like the League of Cambrai from ever again being assembled against Venice. Thus, the leading figure of the Protestant Reformation, the first Protestant in modern Europe, was Venice’s Cardinal Gasparo Contarini, who was also the leader of the Catholic Counter-Reformation.
      Contarini was a pupil of the Padua Aristotelian Pietro Pomponazzi, who denied the immortality of the human soul. Contarini pioneered the Protestant doctrine of salvation by faith alone, with no regard for good works of charity. Contarini organized a group of Italian
      Protestants called gli spirituali, including oligarchs like Vittoria Colonna and Giulia Gonzaga. Contarini’s networks encouraged and protected Martin Luther and later John Calvin of Geneva. Contarini sent his neighbor and relative Francesco Zorzi to England to support King Henry VIII’s plan to divorce Catherine of Aragon. Zorzi acted as Henry’s sex counselor. As a result, Henry created the Anglican Church on a Venetian-Byzantine model, and opened a phase of hostility to Spain. Henceforth, the Venetians would use England for attacks on Spain and France. Zorzi created a Rosicrucian-Freemasonic party at the English court that later produced writers like Edmund Spenser and Sir Philip Sidney.

      Contarini was also the leader of the Catholic CounterReformation.
      He sponsored St. Ignatius of Loyola and secured papal approval for the creation of the Society of Jesus as an official order of the Church. Contarini also began the process of organizing the Council of Trent with a letter on church reform that praised Aristotle while condemning Erasmus, the leading Platonist of the day. The Venetians dominated the college of cardinals and created the Index of Prohibited Books, which banned works by Dante and Aeneas Silvius Piccolomini (Pope Pius II).
      As the Counter-Reformation advanced, the Contarini networks split into two wings. One was the pro-Protestant spirituali, who later evolved into the party of the Venetian oligarchy called the giovani, and who serviced growing networks in France, Holland, England, and Scotland. On the other wing were the zelanti, oriented toward repression and the Inquisition, and typified by Pope Paul IV Caraffa. The zelanti evolved into the oligarchical party called the vecchi, who serviced Venetian networks in the Vatican and the Catholic Hapsburg dominions. The apparent conflict of the two groups was orchestrated to serve Venetian projects.

      A New Approach To Destroy Science
      During the decades after 1570, the salon of the Ridotto Morosini family was the focus of heirs of the pro-Protestant wing of the Contarini spirituali networks. These were the giovani, whose networks were strongest in the Atlantic powers of France, England, Holland, and Scotland.
      The central figure here was the Servite monk Paolo Sarpi, assisted by his deputy, Fulgenzio Micanzio. Sarpi was the main Venetian propagandist in the struggle against the Papacy during the time of the papal interdict against Venice in 1606.

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    4. Sarpi and Micanzio were in close touch with the Stuart court in London, and especially with Sir Francis Bacon and Thomas Hobbes, who got their ideas from Sarpi’s Pensieri (Thoughts) and Arte di Ben Pensare (Art of Thinking Well). Sarpi’s agents in Prague, Heidelberg, and Vienna deliberately organized the Thirty Years War, which killed half the population of Germany and one-third of the population of Europe.
      Sarpi also marks a turning point in the methods used by Venetian intelligence to combat science. Under Zorzi and Contarini, the Venetians had been openly hostile to Cusa and other leading scientists.
      Sarpi realized that the Venetians must now present themselves as the great champions of science, but on the basis of Aristotelian formalism and sense certainty. By seizing control of the scientific community from the inside, the Venetians could corrupt scientific method and strangle the process of discovery.
      Sarpi sponsored and directed the career of Galileo Galilei, whom the Venetians used for an empiricist counterattack against the Platonic method of Johannes Kepler.

      Growth of the Venetian Party
      During the 1600’s, the Venetian fondi were transferred north, often to the Bank of Amsterdam, and later to the newly founded Bank of England. During the reign of “Bloody” Mary, the Stuart period, the civil war in England, the dictatorship of Cromwell, the Stuart Restoration, and the 1688 installation of William of Orange as King of England by the pro-Venetian English oligarchy, the Venetian Party of England grew in power.
      During the first half of the 1700’s, the most important activities of Venetian intelligence were directed by a salon called the conversazione filosofica e felice, which centered around the figure of Antonio Schinella Conti. Conti was a Venetian nobleman, originally a follower of Descartes, who lived for a time in Paris, where he was close to Malebranche.
      Conti went to London where he became a friend of Sir Isaac Newton. Conti directed the operations that made Newton an international celebrity, including especially the creation of a pro-Newton party of French Anglophiles and Anglomaniacs who came to be known as the French Enlightenment. Conti’s agents in this effort included Montesquieu and Voltaire. Conti was also active in intrigues against the German philosopher, scientist, and economist Gottfried Wilhelm Leibniz, whom Conti portrayed as a plagiarist of Newton.
      Conti also influenced Georg Ludwig of Hanover, later King George I of England, against Leibniz. The Conti conversazione was also sponsored by the Emo and Memmo oligarchical families. Participants included Giammaria Ortes, the Venetian economist who asserted that the carrying capacity of the planet Earth could never exceed three billion persons. Ortes was a student of the pro-Galileo activist Guido Grandi of Pisa.
      Ortes applied Newton’s method to the so-called social sciences. Ortes denied the possibility of progress or higher standards of living, supported free trade, opposed dirigist economics, and polemicized against the ideas of the American Revolution. The ideas of Conti, Ortes, and their network were brought into Great Britain under the supervision of William Petty, the Earl of Shelburne, who was the de facto doge of the British oligarchy around the time of the American Revolution. The Shelburne stable of writers, including Adam Smith, Jeremy Bentham, Thomas Malthus, James Mill, John Stuart Mill, Charles Darwin, and other exponents of British philosophical radicalism, all take their main ideas from Conti and especially Ortes.
      Francesco Algarotti, author of a treatise on “Newtonian Science for Ladies,” was another Venetian in the orbit of the Conti conversazione. Algarotti was close to Voltaire, and, along with the French scientist Pierre Louis de Maupertuis, he helped form the homosexual harem around British ally Frederick the Great of Prussia.

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    5. Frederick the Great was Britain’s principal continental ally during the Seven Years War against France, when British victories in India and Canada made them the supreme naval power of the world. The homosexual Frederick made Algarotti his court chamberlain at his palace of Sans Souci. Maupertuis had become famous when he went to Lapland to measure a degree of the local meridian, and came back claiming that he had confirmed one of Newton’s postulates. Frederick made him the president of the Berlin Academy of Sciences.
      Frederick corresponded with Voltaire all his life; Voltaire lived at Sans Souci and Berlin between 1750 and 1753. Voltaire quarreled with Maupertuis and attacked him in his “Diatribe of Doctor Akakia.” The mathematicians Leonhard Euler of Switzerland and Joseph Louis Lagrange of Turin were also associated with Fredrick’s cabal.
      Venice ceased to exist as an independent state after its conquest by Napoleon in 1797 and the Austrian takeover of the lagoon under the Treaty of Campo Formio. But the influence of the Venetian oligarchy over culture and politics has remained immense to the present day, both directly through its own cultural operations like the European Society of Culture (SEC) and the Cini Foundation, but more significantly, through such British-led institutions of the international oligarchy as the International Monetary Fund, the United Nations, and Prince Philip’s World Wide Fund for Nature.

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  3. Webster Tarpley escreve ainda pequenos textos inseridos em 4 caixas.

    1. Venetian Control Over How People Think
    Between A.D. 1200 and about A.D. 1600, the world center of gravity for the cancerous forces of oligarchism was the oligarchy of Venice. Toward the end of that time, the Venetian oligarchy decided for various reasons to transfer its families, fortunes, and characteristic outlook to a new base of operations, which turned out to be the British Isles.
    The old program of a worldwide new Roman Empire with its capital in Venice was replaced by the new program of a worldwide new Roman Empire with its capital in London—what eventually came to be known as the British Empire.

    This was the metastasis of the cancer, the shift of the Venetian Party from the Adriatic to the banks of the Thames, and this has been the main project of the world oligarchy during the past five centuries.
    The Venetian Party, wherever it is, believes in epistemological warfare.
    The Venetian Party knows that ideas are more powerful weapons than guns, fleets, and bombs. In order to secure acceptance for their imperial ideas, the Venetian Party seeks to control the way people think. If you can control the way people think, say the Venetians, you can control the way they respond to events, no matter what those events may be.
    It is therefore vital to the Venetians to control philosophy and especially science, the area where human powers of hypothesis and creative reason become a force for improvements in the order of nature. The Venetian Party is implacably hostile to scientific discovery.
    Since the days of Aristotle, they have attempted to suffocate scientific discovery by using formalism and the fetishism of authoritative professional opinion. The Venetian Party has also created over the centuries a series of scientific frauds and hoaxes, which have been elevated to the status of incontrovertible and unchallengeable authorities. These have been used to usurp the rightful honor due to real scientists, whom the Venetians have done everything possible to destroy.

    We can identify the Venetian faction which has been responsible for the most important of these scientific
    and epistemological frauds.
    We can approach these Venetians in three groups:
    First there is the group around Pietro Pomponazzi, Gasparo Contarini, and Francesco Zorzi, who were active in the first part of the 1500’s.
    Second, there is the group of Paolo Sarpi and his right-hand man Fulgenzio Micanzio, the case officers for Galileo Galilei. This was the group that opposed Johannes Kepler in the early 1600’s.
    Third, we have the group around Antonio Conti and Giammaria Ortes in the early 1700’s. This was the group that created the Newton myth and modern materialism or utilitarianism and combatted Gottfried Wilhelm Leibniz.

    These three groups of Venetian game-masters are responsible for a great deal of the obscurantism and garbage that weighs like a nightmare on the brain of humanity today. These Venetian intelligence officials are the original atheists and materialists of the modern world, as reflected in the sympathy of Soviet writers for figures like Galileo, Newton, and Voltaire as ancestors of what was later called Dialectical Materialism.

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    1. 2. Paolo Sarpi and Galileo
      Galileo Galilei taught mathematics at the University of Padua from 1592 to 1610, and it was during his stay on Venetian territory that he became a celebrity.
      Galileo was a paid agent of Paolo Sarpi, the chief of Venetian intelligence, and, after Sarpi’s death, of Sarpi’s right-hand man Micanzio.
      Galileo’s fame was procured when he used a small telescope to observe the four largest moons of Jupiter, the rings of Saturn, and the phases of Venus.
      (The first telescope had been built by Leonardo da Vinci about a hundred years before Galileo.)
      He reported these sightings in his essay The Starry Messenger, which instantly made him the premier scientist in Europe and thus a very important agent of influence for the Venetian Party.
      This entire telescope operation had been devised by Paolo Sarpi, who wrote about Galileo as “our mathematician.”
      In 1611, a Polish visitor to Venice, Rey, wrote that the “adviser, author, and director” of Galileo’s telescope project had been Father Paolo Sarpi.
      Kepler and Galileo were in frequent contact for over thirty years.
      In 1609, Kepler published his Astronomia Nova, expounding his first and second laws of planetary motion. Nonetheless, in Galileo’s Dialogues on the Two Great World Systems, published in 1633, Kepler is hardly mentioned. At the end, one of the characters says that he is surprised at Kepler for being so “puerile” as to attribute the tides to the attraction of the Moon.
      Sarpi’s achievement for Venetian intelligence was to abstract the method of Aristotle from the mass of opinions expressed by Aristotle on this or that particular issue. In this way, sense certainty could be kept as the basis of scientific experiments, and Aristotle’s embarrassingly outdated views on certain natural phenomena could be jettisoned. In the Art of Thinking Well, Sarpi starts from sense perception and sense certainty.
      Galileo’s epistemology is identical to that of Sarpi. For Galileo, the trial before the Inquisition was one of the greatest public relations successes of all time. The gesture of repression against Galileo carried out by the Dominicans of Santa Maria Sopra Minerva in Rome established the equation
      “Galileo = modern experimental science struggling against benighted obscurantism.”
      That equation has stood ever since, and this tragic misunderstanding has had terrible consequences for human thought. Lost in the brouhaha about Galileo, is the more relevant fact that Kepler had been condemned by the Inquisition more than a decade before.

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    2. 3. Antonio Conti and Newton
      For the oligarchy, Newton and Galileo are the only two contenders for the honor of being the most influential thinker of their faction since Aristotle himself.
      The British oligarchy praises Newton as the founder of modern science.
      But Newton’s real interest was not mathematics or astronomy.
      It was alchemy.
      His laboratory at Trinity College, Cambridge, was fitted out for alchemy. Here, his friends said, the fires never went out during six weeks of the spring and six weeks of the autumn.
      And what is alchemy?
      What kind of research was Newton doing?
      His sources were books like the Theatrum Chemicum Britannicum of Elias Ashmole, the Rosicrucian leader of British speculative Freemasonry.
      Newton’s love of alchemy and magic surfaces as the basis of his outlook, including in his supposed scientific writings.
      In his Opticks, he asks,
      “Have not the small particles of bodies certain powers, virtues, or forces, by which they act at a distance. . . . How those attractions may be performed, I do not here consider. What I call attraction may be performed by Impulse, or some other means unknown to me.”
      This is Newton’s notion of gravity as action at a distance, which Leibniz rightly mocked as black magic. Newton’s system was unable to describe anything beyond the interaction of two bodies, and supposed an entropic universe that would have wound down like clockwork if not periodically re-wound.
      How then did the current myth of Newton the scientist originate?
      The apotheosis of Newton was arranged by Antonio Conti of Venice.
      Conti understood that Newton, kook that he was, represented the ideal cult figure for a new obscurantist concoction of deductive-inductive pseudo-mathematical formalism masquerading as science. Venice needed an English Galileo, and Conti provided the intrigue and the public relations needed to produce one, first through the French networks of Malebranche, and later, Voltaire.

      4. Antonio Conti and Newton
      French literary historians are instinctively not friendly to the idea that the most famous Frenchman was a Venetian agent working for Conti, but the proof is convincing. Voltaire knew both Conti personally and Conti’s works.
      The book which made Voltaire famous was his Philosophical Letters, sometimes called the English letters, because they are devoted to the exaltation of all things British. Most important, the Philosophical Letters center on the praise of Newton. After chapters on Francis Bacon and John Locke, there are four chapters on Newton, the guts of the work. Voltaire also translated Newton directly, and published Elements of Newtonian Philosophy.
      In 1759, Voltaire published his short novel Candide, a distillation of Venetian cultural pessimism expressed as a raving attack on Leibniz, through the vicious caricature Dr. Pangloss. When Candide visits Venice, he meets Senator Pococurante, whom he considers a great genius; Senator Pococurante is clearly a figure of Abbot Antonio Conti.
      Conti later translated one of Voltaire’s plays, Mérope, into Italian.

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  4. Há que notar que a visão que Webster Tarpley coloca aqui tem, por outro lado, o demérito de acentuar tanto o carácter negativo do partido veneziano, que parece esquecer por completo que a oposição não eram os livres pensadores, mas sim o mundo medieval de onde saía a sociedade cristã no Séc. XVI.

    Não sei se foi por recurso estilístico, mas o exagero de Tarpley parece tão grande, que parece propositadamente cego.
    Força o esquecimento de que a sociedade medieval era muitíssimo mais oligárquica, com todo o privilégio concentrado numa pequena aristocracia cortesã. Falar numa oligarquia em Delfos, e dar como exemplo Licurgo de Esparta, chega a soar ao completo ridículo, já que segundo Plutarco, o mítico fundador da legislação espartana, Licurgo, seria o protótipo da abnegação, da redução do valor do dinheiro, promotor da igualdade, etc...

    Se Tarpley tem o mérito de desmascarar uma conexão veneziana, tem o demérito de não clarificar qual era a alternativa a que se opunha...
    Ora, a alternativa não era a linha mais benemérita, representada por diversos pensadores livres, a alternativa dominante era a que tinha arrastado a Europa para uma milenar Idade das Trevas, e que não estava disposta a trocar a estabilidade feudal por uma nova instabilidade comercial, capitalista.

    Sendo muito crítico da maçonaria, e da falsidade dos intérpretes do movimento iluminista que se seguiu, não podemos deixar de pesar numa balança o que trouxe, relativamente ao que havia...

    Ou seja, ainda que Galileu e Newton fossem fraudes promovidas pelo partido veneziano, conseguiram trazer definitivamente para o domínio público uma quantidade de conhecimento que doutra forma poderia ter ficado circunscrito a um acesso secreto em universidades medievais.
    Também não terá sido para benefício dos nomes de Sarpi e Conti, que permaneceram obscuros e desconhecidos. Portanto entre a alternativa de não ter nada, ou ter algo com os autores falseados, parece opção correcta promover a difusão do conhecimento, sem ligar aos nomes dos actores para o efeito.

    Mesmo que Kepler ou Leibniz tivessem redescoberto por conta própria, sem auxílio de leituras da Antiguidade (algo que duvido bastante), os seus nomes não ficaram propriamente esquecidos na poeira dos tempos, como ficaram tantos outros (e até os próprios nomes de Sarpi e Conti).
    Acresce que Kepler, por exemplo, andava a tentar explicar o movimento planetário com sólidos platónicos, quando de repente inverte toda essa fantasia, que publica no "Mysterium Cosmographicum", sem correspondência nas observações. A passagem para subitamente enunciar as leis planetárias com sentido, invertendo toda a sua linha de pensamento, é tão ou mais misteriosa que os reparos feitos sobre as actividades laterais de Galileu ou Newton.

    Portanto, se Tarpley mostra uma conexão, falha por completo ao esquecer "o outro lado da força", muito mais negro e poderoso, à época.

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  5. Em termos de brincadeira mas expondo também um pouco razões de cepticismo...

    Acho que o desafio hoje em dia é achar alguma fonte de poder seja ele artístico, cientifico, politico, governativo, etc que não esteja ligado à Maçonaria...

    Parece até que a Maçonaria é a norma e os que não o são, os conspiradores. É tudo Maçonaria ou pré maçonaria! Neste artigo Veneza é maçónica porque quis levantar o antigo Império romano, (ou seja a velha oligarquia que por sua vez já bebia das fontes de outras velhas oligarquias. Grécia, Pérsia, Egipto...Portanto tudo pré maçónico!) mas no Reino Unido! Então, estes conspiradores ao mesmo tempo que espalham método cientifico mas que ao mesmo tempo o atrasam erguem o império Inglês. Império este que é maçónico porque 3 ou 4 venezianos maçons ou pré maçons o ergueram com a ajuda de Newton que (re)descobriu a gravidade numa das suas orgias homossexuais embruxadas. Já agora, estranho este Império Inglês ter-se tantas vezes oposto aos interesses do velho aliado Império Português, também ele maçon! Já D. Afonso Henriques deveria de ser maçon. Afinal convidou os templários que são mais uma da génese da Maçonaria e já a mãe dele com aquele selo em forma de rosa dá que desconfiar... Com tanta Maçonaria já deve existir maçonaria de 1ª e de 2ª ou 3ª... Veneza por esta altura deve estar atulhada de riquezas e os maçons como António Conti deverão ter sido os magnatas da época. Nunca pensou o arquitecto do Rei Salomão enterrado debaixo de uma simples acácia no movimento que iria criar. Cá para mim estes maçons que detêm a conhecimento da biblioteca de Alexandria já estão eles próprios baralhados com o que é maçon ou não. Ainda têm alguns razão e estes maçons com todo este conhecimento, só poderão vir do espaço.

    Acho que damos muita importância a estes Srs e os usamos como bode expiatório para tudo o que não sabemos e para tudo o que corre mal. Acho a Maçonaria sobrevalorizada.



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    1. Eh, eh!
      Bom, conforme já vi dito por um dirigente maçon - qualquer organização existente, terá nos seus corpos dirigentes um maçon. Isto foi dito numa reportagem passada há uns anos sobre a maçonaria, e quem o dizia era um dirigente da maçonaria americana, e aí não distinguia o âmbito da organização, nem sequer referia o tamanho, mas presumo que se estivesse a referir a organizações com dimensão e importância considerável, e não propriamente a condomínios.

      Portanto, essa fama de omnipresença não cresceu sozinha, foi alimentada pelos próprios.
      Até porque é conveniente, para o mito, parecer-se maior do que se é.

      Por exemplo, a relação com a herança templária, e com outros símbolos anteriores (judaicos, egípcios, etc.), é feita pelos próprios, até nas designações que adoptam:
      http://odemaia.blogspot.pt/2014/03/os-pequenos-vagabundos-e-os-velhos.html

      Ora, mesmo que não tenha havido qualquer relação entre os templários e a maçonaria, ou entre os templários e os judeus ou fenícios, ou que essa relação seja apenas circunstancial, se uns clamam a herança dos outros, resta saber se os levamos a sério, ou não.

      Na série "Véus" que transcrevi o ano passado, havia uma história da génese, pelo Abade LeFranc, diferente ou complementar, da que é pretendida por Tarpley, e que também ligava a Vicenza, perto de Veneza:
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2015/12/veus-5.html

      Podemos achar que os maçons são simples trolhas armados em aristocratas, ou que são aristocratas disfarçados como trolhas, no fundo, é um bocado indiferente.

      Há diversos grupos ad-hoc que ainda hoje reclamam para si a herança templária, não é difícil encontrá-los na internet, outros reclamam serem representantes de outras heranças míticas, extintas, etc... Há inúmeras igrejas brasileiras, com os seus bispos e outros cargos auto-nomeados, reclamando serem a verdadeira igreja cristã, etc.
      Há malucos para tudo, e gente disposta a acreditar, para disso tirar vantagens pessoais.

      Aliás, pior que isso, num certo conforto de inércia, a maior parte do pessoal dificilmente mudará de ideias, simplesmente tende a ignorar o que não entende, ou não quer entender. Por isso, designações pejorativas são muito úteis para o efeito.
      Noutros casos, tenta-se racionalizar isso num quadro familiar, umas vezes simplificando o que é mais complicado, outras vezes, complicando o que é mais simples.

      Uma das maneiras mais simples de controlar alguém é dar-lhe mérito e razão, se essa pessoa for sensível e influenciável por isso. Tornando-se dependente do mérito e da razão que lhe dão, irá normalmente fazer o possível para não perder esse reconhecimento, que preza.
      Não é à toa que uma das estratégias para fazer alguém perder muito dinheiro no jogo, é começar por deixá-lo ganhar algum.

      Em suma, se será verdade que Tarpley faz uma exagerada baralhação, ridícula nalguns casos, também não devemos ignorar que estabelece uma conexão histórica válida e pertinente.

      E o que é que interessam as conexões?
      Aqui respondo com outra pergunta... as plantas, ou os animais, precisam de conhecer astronomia para saberem que o sol renasce após a noite? Ou para anteverem as estações?

      A importância da Astronomia foi quase nula na Humanidade até ao Séc. XIX, pelo menos.
      Não adiantava rigorosamente estabelecer mais conexões sobre os astros, para efeitos práticos.
      No entanto, como havia quem sabia mais e quem sabia menos, os que sabiam mais, arranjaram maneira de condicionar os ignorantes, pela sua ignorância.

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    2. A única forma de um astrónomo se evidenciar foi na previsão de eclipses, mas esses dois ou três minutos de fama, não lhe valeriam de nada, se não associasse a isso toda uma mitologia, de que o mundo poderia acabar à chegada de um eclipse... e que era preciso sacrifícios, vítimas, etc.
      Prever eclipses não servia para nada, não influenciaria nada, excepto se a população acreditasse.
      Da mesma forma, prever a posição dos astros, levou à Astrologia, porque as pessoas deram valor a uma previsão de futuro sobre si, fosse qual fosse, porque são naturalmente egocêntricas.
      Mais uma vez, vemos como um conhecimento quase inútil, podia afinal ser utilizado como um ardil, para quem desconhece as coisas.

      Com as "teorias da conspiração" passa-se algo semelhante.
      É um pouco como a previsão do tempo... não saberá se daqui a um mês vai chover ou não, e pode argumentar que ninguém sabe. No entanto, foi olhando para o registo histórico que se foi percebendo que havia estações, e que estando no Inverno, é mais provável que chova.
      Só isso. Antigamente poderiam argumentar que também chovia no Verão, etc... e que era inútil dividir o tempo em estações, mas quem tentasse perceber conexões passadas, entenderia as coisas de outra forma.
      Para quem não vive da terra é indiferente, umas vezes molha-se, outras não. Mas tentando fazer alguma agricultura, vemos que não é indiferente cultivar numa estação ou noutra.

      Abç

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  6. Crypt of Civilization

    https://en.wikipedia.org/wiki/Crypt_of_Civilization

    https://www.youtube.com/watch?v=xnLFe9r27I0

    Cpts.
    José Manuel

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    1. Obrigado pelo link, José Manuel.
      Creio que já tinha visto esse documentário, que não deixa de ser um bom retrato de como desapareceria rapidamente o que cá deixamos.
      Um aspecto que não é abordado, é que qualquer civilização futura, ao ignorar a anterior, tenderia a tomar como naturais, construções que eram artificiais. Ou seja, os futuros geólogos também poderiam ser tentados a dizer que um simples edifício, sendo algo comum, não seria mais que uma construção natural.

      Quanto às cápsulas do tempo, no postal que deixei no Odemaia
      http://odemaia.blogspot.pt/2016/10/o-futuro-do-passado-1.html

      há um link que aponta para a descoberta de várias cápsulas de tempo... que podem ser privadas, já que não têm que ser deixadas apenas por instituições e ser muito formais:

      http://paleofuture.gizmodo.com/the-10-best-time-capsules-opened-in-2015-1747956945

      neste caso foca apenas nas descobertas em 2015, mas eles andam a fazer isto há algum tempo, e tem várias outras, para outros anos.

      Abraço.

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  7. Por um lado não devemos excluir essas "conexões" por outro lado também não devemos explicar tudo pelas mesmas. Se por um lado é comodismo ignorar, por outro também é cómodo acreditar em tudo. Giro - no duplo sentido de engraçado e de andar à roda - como volto ao meu comentário original... Umas coisas serão verdadeiras e outras não, o difícil é descortinar quais são quais.

    É que sendo assim, tendo a maçonaria o papel preponderante que se auto atribui ou que outros lhe atribuem, ou não tendo, é quase irrelevante porque é indissociável da História. Ou seja, a Maçonaria por factos ou por ficção tem um papel fulcral na História. É praticamente impossível estudar História a partir de determinada época em que não se associe pelo menos à génese da proto-maçonaria. Para mim neste momento o termo Maçonaria mistura-se com o de "Poder" (ia escrevendo Podre, as letras são as mesmas.

    Vou ver esses links.

    Ab

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    1. Essa do "poder" e do "podre", é um excelente exemplo de como as coisas podem ser acidentais... ou, não!

      Em Latim, o poder (de ser poderoso) é "potere", enquanto podre é "putrere"... ou seja, temos basicamente uma variação, onde em ambos o "t" passou a "d" (uma variação habitual).

      Mas o verbo "poder", significando ser capaz, é em latim "possum" (e dizemos "eu posso", mas os espanhóis dizem "eu puedo").
      Não distinguir o "poder" do "poder", também está no francês no verbo "pouvoir" (bastante diferente de "possum" ou "potere"), mas em inglês não é assim, tem "power" e "can".
      Porém nas conjugações de "pouvoir" em francês também encontra "pu" (pue: cheirar mal), ou "pourrait" que é próximo de "pourri" (podre).

      O que escrevi em cima, como é óbvio, não mostra nada, mas poderá dizer muito, e se assim o quiser entender, dar mais sentido a essa troca de letras... que pode não ser tão acidental quanto parecerá à primeira vista.

      E o único mal que pode haver na observação é abrir olhos, ou orelhas, a outro entendimento.
      Não é uma questão de querer que alguém acredite, ou deixe de acreditar, se há ou não qualquer conexão.

      Se for uma questão de acreditar, por acreditar, então tem razão - é indiferente acreditar em tudo, acreditar em nada, ou acreditar no que calha. Mas isso é diferente de acreditar porque umas coisas fazem sentido com as outras.
      É juntando peças que se constrói algo maior.
      Mas se for apenas para agrupar, sem ligação entre elas, tem um acreditar em tudo, sem nenhuma razão especial... tem um monte de coisas que não se ligam. Isso é praticamente o mesmo que não ligar nada, e recusar tudo, deixando à mesma tudo amontoado, pela recusa.
      Depois, ao ligar coisas, pode usar fio (o tal "com fio" ou "confio"), pode usar corda ("com corda" ou "concorda"), sendo que o confiar é bastante mais frágil que o concordar. Mas convém não ignorar que o "concordar", tal como as cordas, resultam de muito de "confiar", de fios entrelaçados. E quanto mais entrelaçar, mais robusta se torna a corda.

      Ora, como poderá reparar, se me der corda, eu tenho bastante corda para lhe dar, independentemente de você concordar ou não.
      Eu apenas estendo a corda, mas não interessa ter ninguém preso por fios, de confiar. As únicas ligações que resistem a algum abalo, não são confianças, são "concordanças".
      O Tarpley apenas apresentou peças do puzzle, que batendo certo com outras coisas, não se trata apenas de confiança no que ele diz, passa a ser concordância. É claro que ele pode estar a mentir, mas aí não será só ele, será muita gente desligada, e sem se ver particular interesse nessa mentira, começando pelo Abade LeFranc.
      Claro que poderá haver interesse antigo da Igreja Católica, mas isso é irrelevante para boa parte das afirmações, que vêm das mais diversas fontes históricas.
      Podemos então duvidar de todo o passado, mas como já aqui afirmei, não é tanto a História que interessa, é a história, seja ela falsa ou verdadeira, relativamente a factos, desde que seja consistente.
      E o difícil é mentir tanto sem entrar em contradições... ou em absurdos.
      Tal como a Inglaterra insistiu em Cook como descobridor da Austrália, do Havai, etc... num absurdo completo, também não é nada difícil supor que insistam nuns tantos outros "descobridores", como Newton, que foram apenas figurantes num teatro.

      A mim o que me interessa é a existência do "teatro", e não tanto saber quem é o autor da peça.

      Abç

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  8. Um pouco de graça para não cair em mais repetição.

    É portanto como uma moça que con-fio dental mostra tudo menos o centro da questão. Se esse Abade LeFranc fosse francamente franco não mentiria e todo este "Pouer" maçónico seria facilmente "pulverizado".

    Ab

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    1. ;)
      Très peu il peut, mais il a pu voir le pouvoir que pue, voir que le pouvoir pourrait être pourri.

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