sábado, 26 de setembro de 2020

Navegações atlânticas medievais (4)

Uma referência notável, que nos chega da Antiguidade, é Solino (Gaius Julius Solinus), romano que viveu no Séc. III, e que no seu livro "De mirabilibus mundi" (ou "Polistória") faz estas considerações (tradução em inglês de Arwen Apps, em 2011), acerca das Hespérides:

§ 56.10  The Atlantic Sea having been investigated all the way to the West, Juba also pays heed to the Gorgon Islands. The Gorgon Islands, as we understand, are opposite the promontory which we call Hesperu ceras. Gorgon monsters inhabit them, and truly this monstrous clan lives there still. Finally, Xenophon of Lampsacus asserts that Hanno, the Punic general, passed through these islands. Women were found swift as birds; out of all those they saw, two were captured, so hairy and rough of body that Hanno, for remembrance of the occurrence, hung up their two skins in the temple of Juno, where they remained until the time of the destruction of Carthage.

Above the Gorgons are the Islands of the Hesperides, which are, as Sebosus affirms, withdrawn 40 days' sail into the inmost gulf of the sea.

We accept that the Fortunate Islands lie, without doubt, over against the left side of Mauretania; Juba says they are situated under the South, but next to the West. I do not wonder that something great should be anticipated on account of the name, but the truth is not equal to the fame of the appellation. On the first island, which is called Embrion, there are no buildings, nor has there been. Reeds there grow to the size of trees. Black ones of these, when squeezed give forth the most bitter liquid; white ones spew out water suitable for drinking. They say that there is another island called Iunonia, on which there is a little temple, with a low pointed roof. The third is close by, and has the same name; all of it is bare. The fourth is called Capraria, and is crowded beyond all measure with huge lizards. Nivaria follows. It has thick, cloudy air; therefore, it is always snowy. Then there is Canaria, replete with dogs of most distinguished form. Two of these were even presented to King Juba. On this island, traces of buildings remain. There are great numbers of birds here, fruit-bearing forests, palm-groves bearing caryotae, many pine-nuts, plentiful honey, and rivers abundant in silura fish. It is also held that the wavy sea spits out sea monsters on to the shores of this island. When the monsters are decomposing into putrefaction, everything there is imbued with a foul reek: for this reason, the nature of the islands does not wholly agree with their nomination.

Sublinhámos aqui a referência de Solino, que afirma que as ilhas Hespérides estavam a 40 dias de vela, indo na direcção do golfo do mar (oceano Atlântico), partindo das Gorgónas, que seriam as ilhas de Cabo Verde. 

De facto, a Colombo bastaram apenas 5 semanas de navegação (36 dias), partindo das Canárias (Gomera) a 6 de Setembro e chegando às Bahamas a 11 de Outubro de 1492. Aliás, demorou quase tanto tempo a chegar de Espanha às Canárias (um mês), quanto daí até às Bahamas. 

Portanto, a estimativa que Solino atribui a Seboso (Statius Sebosus) era correcta, e conhecida dos leitores destes livros da Antiguidade.

Fernão Dulmo e João Afonso do Estreito
Surge este assunto por referência de Thomaz Marcondes de Souza à viagem de Fernão do Dulmo e João Afonso do Estreito, no Capítulo IV do seu livro "Descoberta do Brasil", que ele descarta como tendo conseguido atingir a América. 

Apesar de mencionar Solino, Thomaz de Souza considera que o romano se referia a uma direcção para Leste, visando o golfo da Guiné... e isto é suficientemente absurdo, porque Hespérides eram sinónimo de Ocidente, de Oeste, e não de Leste. Uma parte dos argumentos de Souza, contra viagens portuguesas à América, antes de Cabral, estavam expostas antes no livro:

No entanto, nesse mesmo livro de Morison é referido o livro do filho de Colombo, que diz que o pai ficou preocupado com a carta de concessão de D. João II a Fernão Dulmo, porque aí se referiam 40 dias, os mesmos 40 dias que estavam no livro de Solino. Assim, logo no mês seguinte apresentou o seu plano à corte dos reis católicos, em Espanha.

O trecho da concessão de D. João II está citado por Souza, e citamos o início:

Dom Joham, etc. A quamtos esta nossa carta virem fazemos saber que vimos huum estormento, contrauto e doaçam, feito amtre Fernam Dulmo e Joham Afomso do Estreito, morador na ylha da Madeyra, do qual ho theor de verbo a verbo tal he, como se ao diamte, se adiante (sic) segue. Em nome de Deus amem. Saibam os que este estormento de comtrauto virem, que no anno do naçimento de nosso Senhor Jesu Christo de mil iiijc bj (1486) annos, doze dias de Julho, na cidade de Lixboa, no paço dos taballiaens, pareçeo hy Fernam Dulmo, cavalleiro da casa dei Rey nosso senhor, e capitam na ylha Terçeira, que ora vay por capitam a descobrir a ilha das Sete Cidades per mandado del Rey nosso senhor; e outrosy pareçeo Joham Afomso do Estreito, morador da ylha da Madeira, na parte do Fumchal. (...)

E, no dia que ambos partirem da dita ylha Terçeira, o dito Fernam Dulmo fara seu caminho per homde lhe aprouver atee corenta dias primeiros seguimtes, e o dito Joham Afomso seguira com a dita carabella, de que asy for capitam, a rota e caminho que o dito Fernam Dulmo fezer e seguirá seu forol, segumdo o regimento que lhe o dito Fernam Dulmo deer per escripto; e, tamto que pasarem os ditos corenta dias, o dito Fernam Dulmo nam levara mais forol, nem mandara fazer caminho pera nenhuma parte, mas amtes seguira e fara seu caminho e rrota per homde ho dito. Joham Afomso requerer, sem outra contradiçam alguua, com sua caravella e companha, e seguirá o forol do dito Joham Afomso, e comprira em todo seu regimento como de capitam primçipal atee elle Joham Afomso tornar pera Portugal", etc., etc 

A designação do território era a lendária Ilha das Sete Cidades, ou seja, claramente uma referência a uma viagem destinada a Ocidente, conforme a lenda que vinha do Séc. VIII, ou ainda antes.

Lagoa das Sete Cidades - uma referência açoriana à lenda.

A menção aos 40 (corenta) dias, tal como Colombo supôs, fazia entender a referência a Solino, e devemos ter em conta que o território seria até já achado, conforme diz o texto pelo meio:

(...) fazemos saber que Fernam Dulmo, cavalleiro e capitam na ylha Terçeira por o duque Dom Manuel, meu muito preçado e amado primo, veo ora a nós, e nos disse como ele nos queria dar achada huma gramde ylha ou ylhas ou terra firme per costa, que se presume seer a ylha das Sete Cidades, e esto todo aa sua propia custa e despesa, e que nos pedia que lhe fezesemos merçee e real doaçam _da dita ylha ou ylhas ou terra firme, que elle asy descobrise ou achase ou outrem per seu mamdado, e asy lhe fezessemos merçee de toda a justiça (...)

O que estava em causa, na carta de doação, é que o rei lhe concedia o território. Esta carta de doação tinha já sido analisada por outros, e Souza refere-os: "Faustino da Fonseca, Joaquim Bensaúde e mais alguns historiadores portugueses, são de opinião que Dulmo e Estreito não iam apenas tentar descobrir ilhas no então Mar Oceano, mas sim tomar posse de terra firme, de uma região continental ao ocidente dos Açores, isto é, de um trecho do litoral americano.

Com efeito, não há apenas um plano de navegação, Dulmo deu por achada uma "grande ilha", que poderia ser "terra firme", e que ele presumia ser a das Sete Cidades... e basicamente a nova exploração que Dulmo pretendia fazer com João Afonso do Estreito, teria que ver com essa confirmação.

Joaquim Bensaúde diz que o plano de Dulmo e Estreito era o mesmo que depois Colombo seguiu, simplesmente não pensavam chegar à Índia, conforme alucinara Colombo. Faz-se ainda referência a que Martin Behaim poderia ser o promotor do plano português. 

Thomaz contesta, e citando um italiano, vai ao ponto de dizer que os açorianos não tinham capacidade de navegar além das ilhotas circundantes aos Açores:

Carlo Errera, erudito historiador italiano inumeras vezes citado na "Historia da Colonização Portuguesa do Brasil", portanto acima de qualquer suspeita, diz que os navegantes portugueses que partiram dos Açores em viagem de descobertas, não se afastaram muito, mas apenas tentaram o encontro de ilhas imaginarias ou de ilhotas pertencentes ao arquipelago em que viviam, jamais visando uma rota continua em direção ao poente com o escopo de desvendar o grande enigma do então Mar Tenebroso, à semelhança do que propusera e fizera Colombo.

Presume-se aqui que este italiano acreditaria num teletransporte de Portugal para os Açores... porque se trata da mesma distância dos Açores à Terra Nova. 

É apenas óbvio que os italianos defendiam Colombo como primeiro descobridor da América, e contavam para isso com o apoio dos muitos emigrantes italianos, radicados na América, no Brasil, e especialmente, com a forte vontade maçónica de nunca reconhecer outra história que não a oficial, que em grande parte tinham ditado, reabilitando o nome de Colombo, que andava pelas ruas da amargura, antes do Séc. XVIII... porque afinal de contas, convém não esquecer que a América não era a Índia.

O regime do Estado Novo, estava ainda no seu apogeu, mas depois disso, após a entrada na CEE, nem portugueses haveria com vontade de defender a prioridade das descobertas portuguesas, mesmo que os documentos apontassem nesse sentido... e pior que isso, mesmo que o bom senso levasse a essa conclusão.

7 comentários:

  1. Pois é caríssimo...

    Este documento é enorme porque parece-me provar que Fernão Dulmo vai de facto tomar possessão da área da Terra Nova e Labrador. Com autorização régia. Após ter ido ao rei dizer que já a tinha descoberto e que poderia muito bem ser um continente.

    Isto em 1486, portanto 6 anos antes de Colombo. E não me parece que demorassem quarenta dias a lá chegar, pelo que tinham bastante tempo para fazer os seus reconhecimentos.
    Mas isto é tudo muito bonito porque na década anterior já temos relatos ou fragmentos de o mesmo se ter passado com João Vaz Corte Real.

    Este documento é praticamente o elo perdido! Só que já de segunda geração... porque antes temos de encontrar o elo perdido referente aos Corte Real.

    Quanto ao senhor Romano, parece-me estar a descrever as Caraíbas. Fantástico... não conhecia nada disto.

    Excelente post,
    Com os melhores cumprimentos,
    IRF

    P.S. - Partindo da terceira certamente se deslocaram para o Noroeste, porque desde São Miguel foi assim que encontraram várias ilhas: Primeiro a Terceira, depois a Graciosa... e não tanto para Norte mas mais para Oeste as Flores e o Pico na década de 1450.
    Pois bem, sabendo já que a linha recta não é o paralelo... (lol) fui ver e da Ilha do Corvo, a mais Ocidental e a que tinha o tal cavaleiro que apontava à América, sempre a Noroeste vai-se dar à Terra Nova, práticamente à mesma distância da Ilha do Corvo que esta Ilha está de Lisboa.
    Da Terceira, na Ponta do Queimado, sempre a Noroeste vai-se dar ao Labrador, apenas um pouco mais a Norte.

    De Cabo Verde para Oeste:
    No Norte, do Porto do Mindelo, na Ilha de Santiago vai-se dar à ilha de Santa Lúcia, nas Caraíbas.
    No Sul, pela latitude de Nova Sintra, na pequena Ilha Brava, vai-se dar um pouco mais a Sul, as Granadinas, de São Vicente e Granadinas.
    Da Madeira, sempre para Oeste vai-se dar ao Haiti, perto de Cuba, e imediatamente antes tendo passado perto das Ilhas "Turks and Caicos", no Sul - Sudeste, do arquipélago das Lucayas.

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    1. Sim, é notável que Solino tenha dado uma informação concreta, em que acertava no tempo de navegação que demorava das Górgonas às Hespérides, ou seja, de Cabo Verde às Antilhas.

      Parece-me que será de concluir aquilo que já tinha referido no postal Atlantis:

      https://alvor-silves.blogspot.com/2012/10/atlantis.html

      Ou seja, que:
      - a ilha Atlântida descrita por Platão era a América (embora essa história possa concatenar aspectos diferentes)
      - as Hespérides eram as Antilhas
      - Cuzco e Tenochtitlan, ou similares, podiam estar identificadas em tempo romano. Seriam versões antigas, porque Aztecas e Incas eram versões recentes, de dois séculos, de povos antigos milenares.

      Acerca do nome Colombo, escrevi:

      Assim, quando aparece um Colombo passando a mensagem d'A Mérica, será figurativamente um pombo que escapa aos falcões, que lançavam o seu olhar acutilante e as suas garras para manter o mundo restrito às fronteiras da Antiguidade, representadas na Tabula Peutingeriana.
      Também de forma columbófila, encontramos o deus Hermes/Mercúrio, filho de uma "pomba" que é Maia, já que as Pleiades são pombas (gr. peleiades) filhas do titã Atlas, inseridas na constelação de Touro, na sua fuga ao gigante caçador Orion (ou Oriœnte).


      As Hespérides eram irmãs das Pleiades, todas filhas de Atlas.
      Portanto, o nome de Colombo antes de o ser já o era... poderia ter-se também chamado Hespero, e D. Manuel ainda usou a divisa "Spera", mas creio que esse nome passou mesmo para o português como "Espera", e foi como "espera" que foi ficando ao longo de séculos.

      Não tenho dados, mas já deixei aqui suspeitas, que em tempos bíblicos do Rei Salomão, as naves de Tarsis cruzavam o Atlântico:

      https://alvor-silves.blogspot.com/2011/06/tarso.html

      A grande tradição do ouro ibérico, do Tejo, etc... era também uma tradição de ir buscá-lo a essas paragens distantes, onde apareciam como deuses, e iam mantendo os indígenas na idade da pedra.

      Mas, sim, quanto à questão entre
      >> Corte-Real e Martins-Homem
      >> Dulmo e Estreito

      são de facto poucos anos a separar, e creio que as muitas concessões dadas, eram no sentido de não pararem as explorações privadas.
      No entanto, D. João II manteve-as todas secretas, não dando conta ao papado e a outros, escudando-se na definição do "senhorio da Guiné".
      Se declarasse territórios ou ilhas acima do paralelo das Canárias, teria os espanhóis a reclamá-las como suas, pelo Tratado de Alcáçovas.

      Os territórios americanos, foram uma espécie de segredo permanente em Portugal, no tempo de D. João II, já seria um segredo de Polichinelo... porque quase todas as pessoas próximas do rei, o conheciam.
      Já antes, pelo menos desde o tempo de D. Dinis, e D. Afonso IV, a situação deveria fazer parte dos "segredos de Estado".

      Mas mesmo, desde que havia a lenda das Sete Cidades, desde o século VIII, não se fugiu dos mouros à procura da Índia, para Ocidente, como Colombo pretendia. Fugia-se para uma outra terra que era chamada "ilha das Sete Cidades", provavelmente o Canadá ou Terra Nova.

      Essa tradição marítima, de desafiar o Oceano, estaria impregnada nos marinheiros, desde tempos anteriores ao Romanos. E se a navegação não foi feita durante séculos, a tradição e lembrança daquelas paragens, não se perdeu no imaginário português.

      Conforme referi nos textos sobre Hércules, ele poderá ter sido um dos que cruzou os mares, após tempos diluvianos, voltando a encontrar paragens perdidas. Mas tudo isso, sem outra documentação, que não sejam os registos lendários, associados aos seus trabalhos de roubar as maçãs do jardim das Hespérides, ficam como mera especulação.

      Cumprimentos.

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    2. No entanto, fazendo de advogado do diabo, como podemos saber que as Górgonas são Cabo Verde?
      É que simplesmente nunca tinha ouvido falar nessas ilhas e fui pesquisar e nada encontrei...

      " Cuzco e Tenochtitlan, ou similares, podiam estar identificadas em tempo romano."

      Já sabe que não o acompanho nesses seus saltos...

      "No entanto, D. João II manteve-as todas secretas, não dando conta ao papado e a outros, escudando-se na definição do "senhorio da Guiné".
      Se declarasse territórios ou ilhas acima do paralelo das Canárias, teria os espanhóis a reclamá-las como suas, pelo Tratado de Alcáçovas."

      Pois, isto faz sentido.
      Mas temos registos de algumas dessas navegações, e bem explícitos, ainda antes da viagem de Colombo.
      Pelo que importa resgatar tais registos. Antes que os maçons os queimem de vez.

      Cumprimentos,
      IRF

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    3. Caro IRF,
      acerca das Gorgonas como Cabo Verde, se há alguma dúvida de identificação é residual.
      A wikipedia na "History of Cape Vert" diz:
      Cape Verde may be referred to in the works "De choreographia" by Pomponius Mela and "Historia naturalis" by Pliny the Elder. They called the islands "Gorgades" in remembering the home of the mythical Gorgons killed by Perseus and afterwards - in typically ancient euhemerism - interpreted (against the written original statement) as the site where the Carthaginian Hanno the Navigator slew two female "Gorillai" and brought their skins into the temple of the female deity Tanit (the Carthaginian Juno) in Carthage.

      According to Pliny the Elder, the Greek Xenophon of Lampsacus states that the Gorgades (Cape Verde) are situated two days from "Hesperu Ceras" - today called Cap-Vert, the westernmost part of the African continent. According to Pliny the Elder and his citation by Gaius Julius Solinus, the sea voyage time from Atlantis crossing the Gorgades to the islands of the Ladies of the West (Hesperides) is around 40 days. [3]

      The Isles of the Blessed written of by Marinos of Tyre and referenced by Ptolemy in his Geographia may have been the Cape Verde islands.


      Quanto a Cuzco e Tenochtitlan, é ver mesmo no mapa do postal "Atlantis":
      https://alvor-silves.blogspot.com/2012/10/atlantis.html

      Há uma identificação no mapa (click para aumentar):
      - Machimos Bellatrix (Tenochtitlan)
      - Eusebes Religiosa (Cuzco)

      Estas são designações antigas, ou como Thomas More na sua Utopia,

      https://books.google.pt/books?id=7RhMAAAAYAAJ&pg=PR33&dq="Machimos"

      remete para Teopompo de Quios a história de duas cidades, uma dedicada à guerra (Machimos) e a outra à religião (Eusebes)... na perspectiva de que Europa, Ásia e África, eram apenas ilhas, e que havia mais.

      Quanto aos registos, lembremos que eles faltavam já muito antes dos maçons:
      - Romanos e gregos queixavam-se da falta de registos.
      - A pior ocultação de registos ocorreu com as queimas sucessivas, por motivos "cristãos contra pagãos", ainda no fim do império romano, e depois na Baixa Idade Média.
      - Os monges copistas dedicaram-se a copiar o que era permitido, apenas.
      - Mesmo João de Barros diz que muito pouco encontra do século anterior, etc.

      O que se pode dizer dos maçons é que fizeram o mesmo que os outros antes tinham feito, proclamando o oposto.
      Vemos quais são os vencedores aparentes, pela história que nos querem impingir.

      Cumprimentos.

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    4. Quanto ás Górgonas serem Cabo Verde, estou convencido. Mas ainda assim não me parece muito comum haver referências a essas ilhas na antiguidade.

      Quanto à conversa do Novo Mundo... o seu mapa de 1700 é suposto provar o quê? Não compreendi...
      Só achei boa a ligação entre a cidade Mexicana e a descrição de Platão, na medida em que seria uma cidade rodeada de água, no meio de um lago.
      Mas ainda assim, no máximo isso levar-nos-ia a pensar que alguém visitou a cidade do Méixco antiga... e nada mais.

      Pois, mas continuo a achar que é importante que se guardem os registos destas navegações Portuguesas de forma clara. Porque acho que os maçons os vão queimar assim que puderem... e se o quisessem fazer já agora, poderiam fazê-lo...
      Não vejo esta dinâmica a alterar-se nos próximos 5 anos, pelo menos.

      Cumprimentos,
      IRF

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  2. Não percebo a razão, ou ignorância minha, '...desde o tempo de D. Dinis, e D. Afonso IV, a situação deveria fazer parte dos "segredos de Estado"'. Porquê?

    Cumpts.
    Valdemar Silva

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    1. Bom, a afirmação é contextual, e refere-se ao que foi revisto desde:

      https://alvor-silves.blogspot.com/2020/07/with-brasil-ne-with-grain-of-portingale.html

      Essa informação é sugerida ainda por Camões, quando compara Inês de Castro a Polixena, e aqui remeto para um comentário que fiz noutro blog:

      https://delitodeopiniao.blogs.sapo.pt/o-gloria-de-mandar-o-va-cobica-6311941?thread=53144837#t53144837

      Polixena tinha que morrer para que as caravelas pudessem partir.

      Com a chegada em força do último refúgio templário, a Ordem de Cristo, a partir do reinado de D. Dinis, parece-me que ficou definida a "táctica da cunha", ou seja, circum-navegar a África para apanhar os muçulmanos pela rectaguarda, em Jerusalém.

      Esse era o plano do Infante D. Henrique, conforme já insistia o Cardeal Saraiva, revoltando-se por isso ser ignorado pelos historiadores. Foi à conta dessa ideia, que levou a cabo uma invasão terrestre a Tanger, que se revelou um plano desastroso. Essa era também a ideia de José Hermano Saraiva.

      Porém essas ideias templárias, existiam muito antes.
      Aliás, um dos problemas na ida à América, seria que os templários não achariam piada a distracções, que os tirassem do propósito de recuperar Jerusalém.

      Cumprimentos.

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