domingo, 30 de dezembro de 2012

Encoberto (22/12/2009)

Depois do "Colombo", coloco aqui o quarto texto da série "Tese de Alvor-Silves", sob o título "Encoberto", conforme foi escrito há três anos. Creio que esta foi a primeira versão lançada em 22/12/2009, mas depois fiz algumas alterações e acabei por concatená-lo com o texto seguinte (denominado "Adamastor"), para suprimir as muitas opinações fruto do estilo que ia assumindo. Com a supressão do Knol, muitas das imagens já nem tinham ligação, e tive que recuperá-las em ficheiros gravados. Ao procurar nos ficheiros antigos, fui recuperando muitas coisas que escrevi e que deixei para trás. A mais interessante é a do mapa de Jorge Aguiar, que vou aqui colocar em breve.

Neste texto há dois detalhes sem grande importância, mas que quero referir, pois envolvem o programa de José Hermano Saraiva, que ainda passava na RTP-2. Foi nesta altura que o vi colocar a interrogação sobre a ideia do Infante D. Henrique no desembarque em Ceuta para um ataque terrestre a Tanger. Essa lenta progressão terrestre tinha sido a principal causa do desastre militar, que veio a sacrificar o Infante D. Fernando, que era quem comandava o ataque naval e não estava em perigo...
- Nessa altura estava bastante convencido (como é visível) de uma oposição política sobre a direcção das descobertas... de um lado o Ocidente oferecia-se a uma colonização, aparentemente mais pacífica, e pelo lado Oriental esperavam-se sangrentas batalhas, para a reconquista de Jerusalém (projecto antigo dos Templários, herdado na Ordem de Cristo). Este ideal da reconquista de Jerusalém prosseguia da Idade Média, passados vários séculos sobre a recuperação liderada por Saladino. Feito o Índico um mar cristão, abriria uma frente de ataque - pela rectaguarda, para entrada pelo Mar Vermelho e reconquista da Terra Santa. Tal plano seria seguido por D. Manuel, e executado admiravelmente por Afonso de Albuquerque, até à sua deposição. Nesta hipótese, a linha de acção da Casa de Viseu, iniciada pelo Infante D. Henrique, concretizada por D. Manuel, seria essa - a da cruzada templária a oriente. Por outro lado, a linha da Casa de Coimbra, iniciada pelo Infante D. Pedro, seria (por hipótese aqui colocada) a oposta... seria a de uma expansão colonial e comercial a Ocidente. A Casa de Coimbra tem o seu principal protagonista em D. João II, e a prova objectiva do seu interesse a Ocidente será o Brasil marcado em Tordesilhas. Preterido D. Jorge a D. Manuel na sucessão de D. João II, a sua Casa de Coimbra vê-se forçada a mudar de nome para Aveiro, e os partidários desse projecto de D. João II, ao governarem a Índia, vão esquecendo o objectivo de cruzada. Finalmente, a Casa de Bragança aparecia na sombra, tal como em Alfarrobeira, claramente opositora de Coimbra, representaria essencialmente a oposição a qualquer iniciativa, manobrando nos bastidores da corte. Acabará tanto por convidar a entrada de Filipe II como ser catapultada para o derrube de Filipe IV.
A ideia de que o Infante D. Henrique estaria mais motivado pela cruzada, do que pelas descobertas, ficou mais consolidada naquele programa, pela questão levantada por José Hermano Saraiva.
- O outro detalhe, ocorreu poucas semanas depois. Tendo mencionado o antigo relógio nas Caldas da Rainha, vi outro programa de José Hermano Saraiva que invocava um ainda mais antigo relógio de Serpa, e apesar deste estar datado de 1440, creio que ele o dava como mais antigo. Apresentava ainda, como curiosidade do Museu de Serpa, um relógio de navegação que, ao seu estilo, avisava ser francês... como se avisasse que tal prodígio não era suposto constar das nossas navegações.

Por outro lado, relendo o texto, devo avisar que a minha suspeita da utilização de um sistema de coordenadas local, zenital, baseado nas direcções que partiam das rosas-dos-ventos, e outros centros, se revelou à época menos promissora do que aparentava... verdade seja dita que também não tive vontade de inspeccionar mais. Ou seja, na altura, pareceu-me estranho que se desenhassem cartas mais imprecisas nos anos seguintes às descobertas, para além de muitas marcações, que estavam claramente erradas. Poderia ser só para despiste, mas tal como virando o Reinel se descobre em África um contorno Mexicano, pareceu-me ser natural que os mapas tivessem outros segredos. A pista de Pedro Nunes seria fundada no modo mais prático de navegação, ou seja seguindo as direcções locais que convinham aos "mareantes" pela sua posição. Poderia ser que escondessem num contorno impreciso do continente europeu, um contorno preciso de outras paragens... Mas a inspecção disso não é fácil, porque não é possível saber o que pretendiam representar, nem há mapas suficientes para o confirmar.
Já coloquei aqui a análise da Carta do Atlântico Norte para dar uma ideia do tipo de coisas que se podem procurar, mas terá pouco valor objectivo... a menos que seja para rebater interpretações mais mirabolantes feitas com outros mapas, nomeadamente o de Piri Reis.

O globo de João de Lisboa (que nos serve aqui de logotipo) é um claro exemplo de uso de coordenadas polares - com um só pólo, o pólo norte:
e já aqui fiz a conversão para aparecer como um planisfério típico:
Para que se perceba o trabalho envolvido nestas coisas, tive que assinalar manualmente cada pontinho na carta, para depois programar automaticamente a conversão que se vê.

Se aceitarmos que se trata de um mapa de 1514 e não uma adição feita até 1560 ao seu Tratado (cf. Cortesão), e já apresentámos várias provas, dará uma ideia parcial do que se sabia 5 anos antes da circum-navegação de Magalhães.

Depois, é claro, estas coisas são esquecidas, e como sabemos que não temos capacidade para coisas complicadas, aparece, passados 134 anos, em 1648, um francês de nome Louis de Mayerene Turquet, com a mesma representação centrada no pólo norte, reclamando a sua autoria:
La Nouvelle maniere de representer le Globe terrestre
... inventée par Louis de Mayerene Turquet 
(1648)

Repare-se que muito provavelmente Turquet não sabia da existência do mapa de João de Lisboa, tal como hoje a maioria dos estudos em cartografia que vemos parecem ignorar olimpicamente a maioria dos mapas constantes na Portugallia Monumenta Cartographica, lançada há mais de 50 anos... enfim, também parece que está esgotada.

Segue o texto, que me recorda o também o dia em que o contador do Knol "decidiu parar", e a que se devem dar os devidos descontos de entusiasmo, de quem tinha acabado de cair "na real":





Encoberto

ou seja, "o Encoberto" é o oposto "ao Descoberto".
 
Colombo pôs a descoberto a América à Europa. É verdade!... Só que des-cobrir não tem o mesmo significado que lhe damos hoje. Quando Colombo chegou, foi por onde os portugueses tinham carreiras regulares... esse foi o perigo da viagem dele - chegar lá sem ser Descoberto no caminho pelos Portugueses! Não conseguiu... de tal forma a coisa estava bem controlada!
Tese de ALVOR SILVES - Parte 4 de 7
22 de Dezembro de 2009


Mapas - Sem erros, mas com segredos
Quando olhamos para a Carta Portulana de Pedro Reinel, de 1484-85, parece ter um mapa de África! Pois parece... mas Pedro Nunes avisa-nos que não é bem assim, e chega mesmo a dizer:

"O outro género de informações é dos que notaram algumas alturas. Mas isto somente fizeram, nos lugares que estavam num mesmo paralelo, e isto também aproveitava pouco. O terceiro genero é o dos mareantes: os quais diz que não sabiam mais que as distâncias dos lugares, que a eles lhes parecia estarem norte-sul donde partiam; e os que estavam leste-oeste sabiam muito malporque isto era outrossim muito incerto (...)" 
Pedro Nunes - Tratado em Defensam da Carta de Marear (1537) 
(publicado depois de Carlos V de Espanha mandar queimar todas as Cartas Náuticas)

Este texto de Pedro Nunes serviu-me para confirmar um ligeiro detalhe que já tinha previamente reparado na carta de Pedro Reinel... voltando-a na direcção leste-oeste e não norte-sul... ou seja, RODANDO-A, obtemos, um contorno que se assemelha à costa Mexicana... até mesmo na zona de latitude onde essa costa deveria aparecer. Assim:
Carta "Pedro Reinel me fez" (1484)
 
(i) Detalhe da mesma Carta, depois de RODAR;  (ii) Costa do México.
Mais uma coincidência!... Mesmo que Pedro Nunes diga para virar a carta? Mas, tem havido quem se apresse a denegrir a capacidade náutica portuguesa, e principalmente até alguns portugueses. Quanto maior a erudição, maior será a inquisidora convicção, e Cortesão foi vítima disso!... Ainda há semanas vi um elogio a um outro artigo dos anos 1970, onde se denegria acentuadamente a capacidade de marcar latitudes e longitudes... É claro que enquanto se pensar que o relógio da Igreja da N. Sr. Pópulo nas Caldas da Rainha é um artefacto decorativo, e que os primeiros relógios mecânicos são certamente coisa de "génios estrangeiros", estaremos bem no nosso caminho!

Há coisas que parecem estar mal no mapa... de facto, para ficar mesmo bem teria que se retirar a Península Ibérica, tirar o contorno de Tunis, etc... Mas depois, quem visse os mapas não iria estranhar não estar a Península Ibérica?

E, ainda, se repararmos, há até bandeiras - que delimitam bem a zona de validade do contorno! E não só, permitem ainda datação... a bandeira moura em Espanha permite datar o mapa como anterior a 1492 - seguramente, e até como anterior a 1485 - data da conquista de Marbella. A datação aceite, e que se mantém (apesar de tentativas nacionais em sentido oposto)... é a de 1484-85. Pois, a informação nos mapas não é apenas decorativa... ou fruto de erro:  
Há um detalhe, que justifica distorções, que só percebi com Pedro Nunes. As cartas usavam coordenadas zenitais, semi-polares e locais... o nome é grande, mas quem for entendido perceberá um pouco do que quero dizer. É algo que eu nunca tinha visto, e usará conceitos mais próprios do séc. XIX, quase XX, na questão da utilização de representação cartográfica seccional. Não posso explicar aqui - todo o Tratado de Defensam da Carta de Marear, serve esse propósito encoberto! É claro que Pedro Nunes tenta argumentar dizendo que a representação planar é pior do que esta, mas é claro que não é compreendido! Ele "não conseguirá"... pois Mercator é que fica com os louros! 
    - As rosas-do-vento servem de pólos, para zénites a descoberto, de onde saem meridianos locais!
    - Há outros centros que servem de pólos, para zénites a encoberto!

Assim, a informação nos mapas, não é apenas a que está a descoberto... 
... há tanto, ou muito mais que está encoberto,
e que foi tomado por erro - é isso que Pedro Nunes tenta explicar! 
É por isso que o Mapa de Cantino (1502) tem deformações e é menos fiável... era apenas uma cópia para Alberto Cantino, um espião a serviço do Duque de Ferrara (... mas que nos foi muito útil).

Como foi possível a Pedro Nunes passar informação, sob olhares minuciosos da Inquisição?
Primeiro, tem a protecção do esclarecido Infante D. Luís, irmão de D. João III, mas depois Pedro Nunes tem mesmo que sair da Corte e de Lisboa! Só regressa, é claro, já com a protecção de Dom Sebastião... e, já velho, morre "naturalmente", logo a seguir à partida de D. Sebastião para o "massacre de Alcazar".

- É assim que é a feita a História de Portugal, de coincidências!
Mas não é só a de Portugal... este mapa apareceu exactamente em 1960, nuns Arquivos da (... Guiné, desculpem-me, Guiene, Aquitânia, ou seja:) Gironde, em Bordéus - numa altura em que a França acabava as suas pretensões colonialistas (na Guiné, cf. notas do Visconde de Carreira, séc. XIX).

- Também há mapas na Torre do Tombo?...Sim, mas mais recentes... por exemplo (& aleluia) existe a Biblioteca Nacional Digital, ainda que incompleta, tem já muita coisa! Aí encontrei outra pérola, chamada Livro de Marinharia. É atribuído a João de Lisboa, a quem são reportadas viagens até 1506, e morte em 1525.


(i) Representação polar semi-clássica

 
Livro de Marinharia - João de Lisboa (morte: 1525)
Note-se que há um quadrante que é vazio, na parte superior... por isso há claras indicações para a união nos 270º restantes, e os nomes coincidem de ambos os lados (p.ex. Japão).

É já muito próximo do que conhecemos hoje?... Pois é!
Ora como o Japão só foi descoberto em 1543, qualquer erudito conclui, que ou foi um bom palpite, ou então que o problema é datação do mapa, ou do autor. Resta justificar tanta clareza em tanta coisa... que só ficou clara muito depois, resta justificar o espaço em branco de 90º, que só torna mais difícil executar o mapa. Vejamos... poderia ser para cortar e fazer um cone? É uma resposta, mas talvez também queira significar que ainda estavam por marcar no globo 1/4 do restante conhecimento, que já se tinha...

E qual era o conhecimento que já se tinha? Deixamos Pedro Nunes falar por nós, pois não saberíamos fazer melhor. Começa logo a obra assim:
Eu fiz senhor tempo ha um pequeno tratado sobre certas dúvidas que trouxe Martim Afonso de Sousa, quando veio do Brasil. (...) Mas queira Deus suceder-me isto de sorte, que não seja necessário outro comento a este comento. Não já para Vossa Alteza [Infante Luís] a quem é tudo claro e tão notório (...)
Não há dúvida que as navegações deste reino, de 100 anos a esta parte são as maiores, mais maravilhosas, de mais altas e discretas conjecturas que as de nenhuma outra gente no mundo. 
Os Portugueses ousaram cometer o grande mar Oceano. Entraram por ele sem nenhum receio. Descobriram novas ilhas, novas terras, novos mares, novos povos e o que mais é novo céu e novas estrelas. 
E perderam-lhe tanto o medo que nem há grande quentura da torrada zona, nem o descompassado frio da extrema parte do sul, com que os antigos escritores nos ameaçavam lhes poder estorvar, que, perdendo a estrela norte e tornando-a a cobrar, descobrindo e passando o temeroso Cabo da Boa Esperança, o mar de Ethiopia, de Arabia, de Persia, poderam chegar à India. 
Passaram o rio Ganges tão nomeado, a grande Trapobana, e as ilhas mais orientais. Tiraram-nos muitas ignorâncias e amostraram-nos ser a terra maior que o mar, e haver aí Antípodas, que até os Santos duvidaram, e não há região, que nem por quente nem por fria se deixe de habitar. E que num mesmo clima e igual distância da equinocial: há homens brancos e pretos e de muitas diferentes qualidades. 
E fizeram o mar tão chão que não há hoje quem ouse dizer que achasse novamente alguma pequena ilha, alguns baixos, ou se quer algum penedo, que por nossas navegações não seja já descoberto. Ora manifesto é que estes descobrimentos de coisas, não se fizeram indo acertar, mas partiam os nossos mareantes muito ensinados e providos de instrumentos e regras de astrologia e geometria, que são coisas que os cosmógrafos hão-de andar apercebidos, segundo diz Ptolomeu no primeiro livro da sua Geografia.
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(in Tratado da Defensam da Carta de Marear, 1537)...
para detalhes, transcrição da Revista de Engenharia Militar -1911

Fiz alguns destaques... para que se note mesmo!

(i) Passados muitos anos... "Deus deu-nos a sorte" de ter resistido até hoje! Mesmo assim note-se que Pedro Nunes está sob controlo da Inquisição. O Infante Luís só o protege até onde pode, e nem o Rei Dom João III terá completo controlo sobre o problema... do outro lado está Carlos V e não só!

(ii) Dificilmente se poderá dizer que há um descompassado frio na extrema parte sul de África, mas o mesmo não se poderá dizer da extrema parte sul da América... onde está o Cabo Horn.

(iii) A Trapobana é associada ao Ceilão, a tal ilha que tem Colombo como capital... Será que, quando se nomeia a Índia, se pode falar numa grande Trapobana como sendo o Ceilão... Madagáscar não é maior? Não será mais adequado começar a pensar que Trapobana foi, isso sim, a Austrália?

(iv) Depois, Pedro Nunes, em 1537, reclama um descobrimento absoluto... de toda a Terra, antes desconhecida. Estamos em 1537... e de facto, não é fácil encontrar "grandes descobridores" nomeados e honrados por isso, no Séc. XVI. A questão colocou-se só depois... Depois, tudo o que não constava, explicitamente declarado, era considerado "encoberto", e assim poderia ser "descoberto". Demorou algum tempo, de facto! Pelo menos, até Cook, final do séc. XVIII, e ainda assim temos que excluir as viagens polares, séc. XIX. Demorou a realizar em 300 anos, o que de acordo com Pedro Nunes (eu nem me atreveria a tanto...), tinha sido feito pelos portugueses em 100 anos.
Os ingleses mantiveram parte do acordo de cavaleiros, mas não na memória, só nas terras que consideraram pertencer-lhes. Os dinamarqueses só reclamaram a Gronelândia, que por múltiplas razões lhes deveria pertencer! Quem saberá a estória? Todos os intervenientes... quiçá, excepto nós!

(v) Finalmente, retira aquela ideia propagandeada de que se descobriam coisas acidentalmente.
Não houve nada acidental!

Pelos vistos, estas afirmações não chegam!
Foi publicado oficialmente numa Revista Militar de 1911... estamos já na altura da República!
Há, de facto, outras maneiras, de manter uma História submersa... e acontece ao confiar numa divulgação local e muito controlada.


(ii) Representação da América Central
Ainda, no Livro de Marinharia, encontramos outra pérola. Já é tardia... mas ainda está lá! 
Cabo "Sagre" no Panamá (no quadrado verde),

um detalhe do Mapa maior:
Livro de Marinharia - mapa da América Central (< 1525)

Antes de comentar a questão do Cabo Sagres...
Repare-se que o mapa é antigo, ao ponto de colocar bandeiras, assinalando possessões nacionais.... e em castelos, onde?
- Na Colômbia e no Perú, junto aos Incas!
Coisa estranha??
Não... basta lembrar o Castelo de S. Jorge da Mina.
Recapitulemos:
(i) ... de onde nos chegava o ouro? ... do Benim, do Congo?
(ii) Sim, e onde eram essas terras?
Houve ouro vindo de lá, depois de lá chegarem os espanhóis, por exemplo, com D. João III?
De onde veio o declínio do Império Português?

Ou, será que, com o Tratado de Tordesilhas, tudo acabou... ou melhor, foi acabando. Houve uma transição até 1520... ano em que subitamente os Espanhóis estão preparados para tomar conta das coisas. Dá que pensar?

Então, regressemos ao Cabo Sagres!- Há um Cabo Sagres em Portugal, todos o conhecemos!- Havia um Cabo Sagres em África, menos o sabem, mas era na Guiné-Conacri, e consta noutros mapas oficiais, isso é reconhecido!- Agora há também um Cabo Sagres no Panamá... e não adiantará dizer que é Sangre, ou semelhante despiste, pois foi renomeado "Graças a Dios"... é claro, assim notou-se menos!

- O que é interessante?
(i) os cabos americano e africano estão ~ sobre o mesmo paralelo;
(ii) os cabos português e africano estão ~ sobre o mesmo meridiano;
(iii) aí terminam as "navegações" atribuídas ao Infante D. Henrique.

- Há ainda outros dados, mas ficam para mais tarde, se necessário!
Detalhe: Sagres - Sacro pagão... mas também SACRE >> ACRE (Terra Santa), ACRA (África).

 
Talant de bien faire
O Infante D. Henrique usava esta frase como divisa (antes de Tanger, terá usado IDA... iniciais de Infante Dom Anrique, pela sua vontade de conquistar - Tanger, ou Jerusalém?). Frei Luís de Sousa (séc. XVII) classificou a divisa como "duas pirâmides dos antigos reis do Egipto", e encontram-se no livro perdido de Zurara (só recuperado no séc. XIX, em França...):


Divisa do Infante D. Henrique

Talant de bien faire, significaria vontade de bem fazer, mas o "e" falta em talent, pois não se trataria de talento, nem de vontade.
Há de facto dois hemisférios... poderá ver-se uma pirâmide em cada um deles, e até no topo há quem veja um "olho" na pirâmide oriental - onde é que eu já vi este símbolo (... sem ser na nota de 1 dólar)?
Na pirâmide ocidental, é claro, o "olho" descai para Oriente. E depois, vamos brincar um pouco aos anagramas:
TALANT >>ATLANT
FAI'RE >>AFRI'E
Nada mal? Num hemisfério, uma pirâmide atlântica, no outro uma africana.
Mas, para Henrique, o BIEN, o Bem, é claro... era pelo lado Oriental, pelo lado da Cruzada.

- Ao contrário, o irmão Infante Dom Pedro, deixou uma Balança, uma doce Lira, conforme designa Camões, equilibrada... e um desejo - DÉSIR... e depois surgirão outros, que assim foram "o Desejado"!

- Também D. João II procura o equilíbrio, de um lado, para equilibrar a balança está o seu sangue de Pelicano, que retira do corpo, para alimentar os seus filhos - o povo! Do outro lado, não está nada... deveria de estar qualquer coisa - e passa por ser um Camaroeiro, mas nada está! Nem precisará estar, a balança pende naturalmente para as casas Viseu-Bragança, o lado Coimbra-Aveiro vai pagar sempre por isso!

Como vimos, e note-se bem - isto não é uma questão de herança sanguínea, é uma questão de herança cultural (e de medo)! O Infante D. Luís ou D. Sebastião pertencem claramente à Casa Viseu, e por boa vontade, tentam colocar-se do outro lado da balança... mas só conseguem passar informação, nada mais! Da mesma forma, e não querendo falar desse período mais confuso (Séc. XIX), é perfeitamente verosímil que o rei D. Carlos, dada a proximidade com Eduardo VII de Inglaterra, tivesse perfeitamente compreendido as razões do acordo do mapa-cor-de-rosa... ainda que assim, como poderia ele revelar à nação todo esse encobrimento anterior?


Colômbia
A Colômbia tem uma particularidade interessante... Chegou a ser pensada para a travessia Atlântica-Pacífica, em vez do Canal do Panamá....Porquê? - porque tem no seu Rio Atrato, um rio muito navegável.
No final desse Rio Atrato, encontramos uma cidade, chamada Quibdó, e outra mais pequena chamada "IstMina"... estou a fazer ênfase no "Mina", mas seria possível também fazer no "Istmo" (acompanhando o Rio S. Juan até à foz em Buenaventura).

Mas, vejam-se as coincidências... e estão longe de acabar aqui - há um navegador português chamado Pêro Escobar (há muita gente em Portugal com o nome Escobar?... e na Colômbia?), que está associado às navegações da Mina, e à descoberta de São Tomé, sob o serviço de Fernão Gomes.
Ora esse serviço requeria efectivamente muita mão de obra, de origem africana.
Para trabalhar onde?
Qual é o país do continente americano hispânico que tem mais população de origem africana - a Colômbia (e parte da Venezuela), de longe! Nos restantes países dificilmente sabemos da sua presença.
- O que se terá passado?
Essa mão de obra seria usada no serviço da Mina, e era tanta, que não pode regressar ou sair da Colômbia, fica lá! Depois, houve sempre uma separação entre Portugal e Espanha, e de facto os escravos negros só muito pontualmente foram usados pelos espanhóis noutros locais... falta explicar algumas Antilhas, mas isso é outra estória, ainda anterior.


Os paralelos como referência
O que serve de referência para relatar Descobertas/Encobertas?...Normalmente, nas descrições de Zurara e de Duarte Pacheco Pereira, são os paralelos.Ou seja, a cada descrição em África, corresponde uma descrição na América, mas pode haver sobreposição.

Os termos "mouro", ou "negro" pouco significam... em Portugal era frequente dizer-se, indistintamente, que coisas anteriores à era cristã eram "mouras", sem se referirem a "sarracenos".Da mesma forma "negro" pode ser visto como alguém que não foi iluminado pela fé de Deus, não é tanto negro de cor, mas mais negro de alma... ou seja, poderá não ter religião organizada.Assim, é possível seguir as descrições dos autores, sem preconceitos, ou pré-julgamentos, de localização geográfica. E depois, bate tudo certo! Ou seja, percebe-se o que os autores nos queriam transmitir.

A coisa está de tal forma intrincada, que D. Afonso V achou bem oferecer uma cópia das Crónicas da Guiné de Zurara, ao Rei de Nápoles, seu familiar. Duarte Pacheco Pereira, é mais explícito... mas igualmente intrincado, já que a certa altura é mais difícil perceber quando fala de África ou da América. - Usa uma numeração dos Itens para auxílio...

Depois, é claro, alguns nomes vão mudando... uma designação para Zurara, não é necessariamente a mesma de Pacheco Pereira, pois o nome já é outro. É preciso abstrairmo-nos de preconceitos, pegar num mapa, e ir descendo a Costa Americana, de acordo com as latitudes.Mas, não é assim tão difícil, e é surpreendente!

O problema do Bojador
Ou seja, é mais ou menos fácil perceber que as coisas começam depois de Gil Eanes ter coordenado uma grande expedição - exploratória da América - até 1434, que deve ter demorado quase 12 anos... pelo menos é disso que se queixa Henrique!

Quando os portugueses perceberam que passar o continente não era possível, dentro de latitudes razoáveis, o Infante Dom Henrique terá tido luz verde para avançar com o projecto Oriental, por parte do seu irmão, o Rei D. Duarte.

O problema, o "cabo", Bojador está dobrado! ... ou, dito doutra forma, que sentido faria parar as navegações e atacar Tanger de seguida?

Entre 1435 e 1440 não aparecem outros registos de navegações, é tempo de cruzadas, e do desastre de Tanger, em 1437.
- Apesar de Tanger ser costeira, a invasão vai ser por terra, partindo de Ceuta. Porquê?
Que eu saiba, ninguém tem justificação para esta estratégia do Infante Dom Henrique...Ora, no sentido de ser preparatória à Cruzada (... à IDA), contornando África, ele usa Tanger como simulação para mostrar que será perfeitamente possível, a partir de um ponto terrestre marchar por um terreno difícil, e atingir Jerusalém. Precisa do apoio dos aliados... e assim julgará convencê-los.

Não consegue, é derrotado!... Tem uma escapatória, o apoio por mar do irmão Fernando. É esse que ele escolhe para o substituir como refém, é esse que será o Infante Santo para manter Ceuta.

Há um claro trauma nacional, durante o cativeiro do Infante Santo, e faz-se ainda uma tentativa armada de resgate... mas sem sucesso. Como D. Duarte morre e há um problema na regência, pela menoridade de D. Afonso IV, a mãe aragonesa é rapidamente exilada - teria que ser, havia demasiados segredos em jogo, para qualquer conhecimento de Aragão! Nesse ponto, os irmãos Henrique e Pedro estão de acordo!


Infante Dom Pedro
- O Infante Dom Pedro, mais velho, assume a regência em 1439, e é o primeiro período de ouro, que marcará o que se passará de seguida. Haverá colaboração com Henrique, nesta nova empresa.
É o primeiro período de ouro - literalmente!
É o tempo das caravelas... rápidas na ligação com a América.
Se Gil Eanes se teria preocupado com a ligação ocidental até 1434, sem entrar no continente, navegando pela costa, a partir daí vão começar os contactos.

Logo de início, por Gil Eanes e Afonso Baldaia (1440) - os registos começam aí com Zurara (que escreve "sob orientação científica do Infante Dom Henrique", já depois de Pedro morrer).
Depois, é uma sucessão de nomes em África, que nenhuma importância aí têm, mas que se percebe terem importância - à mesma latitude - na América, por exemplo - o Rio do Ouro (que quase nem é rio, em África).

A costa vai descendo, Arguim, Tider, Ergim, invocando povos em ilhas que não passam de bancos de areia... em África. Do outro lado, na América, é só difícil saber exactamente que ilhas se tratam, em Zurara... já com Pacheco Pereira, é mais fácil.

É aqui que começa a atribuir a chegada do ouro aos "mercadores do deserto"... é a necessidade de fazer uma Feitoria em Arguim. É tempo dos Azenagues! Mas... onde se passará tudo isto? Porque não, do outro lado, no mesmo paralelo, no México, com os Aztecas?

O Infante Dom Pedro pode ter sido um excelente governante (a nível interno e externo), mas também beneficiou desta pequena dádiva de ouro, caída dos céus!

Mas toda essa estória fica para depois... Seguimos usando a descrição de Duarte Pacheco Pereira.

Cabo Verde
Chega-se a Cabo Verde. E a que corresponde o Cabo Verde?
Nada mais nada menos, do que à grande península do Iucatão...Porquê?... Porque a Costa Africana segue, mas à mesma latitude, a Americana não!
Qual é a brilhante ideia?
É que as ilhas de Cabo Verde irão ser associadas a Grandes Antilhas.
Assim, temos seguramente São Tiago = Cuba, depois as restantes, também não é difícil...
É por isso que o Cabo Verde, aparece como um grande Cabo deformado nos mapas... por isso aparece uma rosa-dos-ventos, o zénite, para justificar a distorção polar... e tantas outras coisas, por exemplo, é aqui que se faz a distinção entre Etiópia Superior e Etiópia Inferior... e depois a outra, a Etiópia Sob-Egipto, a que ele considera africana.
- Onde seguimos?
O próximo ponto possível, compatível com outras latitudes no continente Africano é, sem dúvida, localizado nas Honduras, na "Etiópia Inferior". Teremos aí outro ponto de referência.

Nicarágua
O nome mais importante que se segue, é o Rio Canágua... que depois é renomeado convenientemente:

Canágua >> Çanaga >> Senegal
conforme vai constando nas cartas!Do outro lado, o que temos?
Temos, exactamente a Nicarágua... e vejamos, a coisa não fica por aqui!
Como nomeia um chefe local? Trata-se do chefe Nicarao... Nicarao+Canágua ~ Nicarágua estamos ou não próximo de Nicarágua, cuja capital é Manágua? Sim!

Podemos ter mais umas coincidências... certíssimo!!
Mas então olhemos a descrição de um grande lago entrando no Canágua:
Temos uma lagoa com "32 por 12 léguas", falamos de 188Km por 72Km... dimensões exactas para o Lago da Nicarágua....
Não encontramos nada semelhante a isso no Rio Senegal! O lago Guier será de facto uma lagoa comparado com isto!
Convém ainda notar que a resistência à colonização espanhola foi muito prolongada, na zona da Nicarágua, e por isso não terá sido possível uma imediata renomeação...

Panamá e Sagres
Depois, de facto, vamos encontrar uma Serra Leoa... que será Leoa, no correspondente Panamá, pois impedirá a progressão para Ocidente.É a grande cadeia montanhosa do Panamá que liga a América do Sul à do Norte.Mais uma vez a Costa volta a subir, e o contorno americano não acompanha o africano...É tempo dos contornos ocidentais darem lugar aos orientais...

Resumo do paralelismo nas descrições de Duarte Pacheco e Zurara.
(nova inclusão: a 27/12/2009)
É aqui que pode recomeçar o projecto Oriental. É aqui que ficará o Cabo Sagres, conforme referido por Duarte Pacheco Pereira. É aqui que termina a colaboração do Infante Dom Henrique com o irmão Dom Pedro.

Segue-se a luta interna... com um Duque de Bragança a influenciar o jovem Afonso IV.É aqui que esse jovem rei decide humilhar o tio, pai da sua mulher. É tempo de Alfarrobeira, é tempo do Infante Dom Pedro morrer, para dar lugar às novas conquistas para a Cruzada, contra os infiéis. É tempo desse jovem rei conquistar praças africanas, até que o Infante Dom Henrique morre, e há uma nova esperança desejada - chama-se D. João II, acima de tudo, neto de Dom Pedro. Do outro lado, há uma Spera que se acentua, especialmente depois da conquista de Arzila e de Tanger, no tal Dia de São Bartolomeu.


Encoberto e Desejado
O grande feito ocidental foi encoberto e será tempo de esperar pelo primeiro "Desejado", cumprindo o Désir de Pedro.
- Do Pedro que o povo canta e que coloca uma fonte com o seu nome em Coimbra, pelos amores que lhe tem, conforme dirá Camões, que a isso junta ninfas do Mondego;
- Do Pedro, avô de Joane, que Gil Vicente coloca contra o Sapateiro da Candosa, contra o Rachador de Alverca - ou melhor, Alfarrobeira.

É o Pedro, desejado, do sonho ocidental, do sonho americano, colonizador...
Será esse Pedro que o povo amou ao ponto de nos deixar uma infinita melancolia de séculos. Por ser tão amado poderá aparecer, até como um Gigante Adamastor em D. João II, mas também como um Trágico Massacrado em D. Sebastião. Num ponto são comuns, os desejados desaparecem... até não mais aparecerem!

Um Désir, que afinal sempre esperámos depois do séc. XVI, e que o Padre António Vieira tornou claro não ser representado por D. João IV... (... a ser alguém, seria muito mais a sua mulher, a Rainha Luísa de Guzman, descendente de Ana de la Cerda e do português Rui Gomes da Silva "o Rei Gomez", príncipes de Eboli... mas isso é outra estória!)

Mas "o Encoberto" é também o contrário "do Descoberto", é a mensagem que fica presa a um nevoeiro, cada vez mais espesso, onde só nos chegam pequenos sinais... suficientes para uma eterna inquietação, de fantasmas que sepultámos mal, e que pedem que lhes seja honrada a memória!

Há só uma História? Ou há a Estória que deixa registos, que apaga registos, e que às vezes deixa pontas soltas... até que apareça alguém a assinalar, e depois se volte tudo a colar, durante mais alguns séculos. Tem sido assim! Neste momento, o que é preciso é rever o inacreditável, e que haja então quem invente outra Estória, melhor que esta, que cole todas coincidências de forma mais verosímel.




19 comentários:

  1. De Maria da Fonte a 27.05.2013 às 05:08
    Caro Da Maia

    Creio que o encobrimento é muito mais complexo, e que a motivação ultrapassa largamente, as divergências entre as Casa de Viseu e Bragança e a Casa de Coimbra.
    São demasiadas as dúvidas. Por vezes, nada parece fazer sentido, contudo, se virmos o passado à luz da actualidade, tudo parece ter nexo.
    As dúvidas persistem:
    Porque fingiu Dom João II, uma falsa morte, e por onde andou nos quatro anos que se seguiram à morte oficial?
    Porque teve, o Infante Dom Pedro, o das Sete Partidas, tal como Do João II, dois funerais?
    Que personagens viveram, o Duque de Coimbra e o Rei?
    Porque é Dom Manuel, aclamado Rei, se o Rei tinha um filho: Dom Jorge.
    Que segredo guardou a Infanta Dona Beatriz, que lhe deu tanto poder?
    Foi esse poder, que fez de Dom Manuel, Rei de um trono, que nunca lhe pertenceu?
    Porque se inventou o desastre de Alcácer-Quibir, se Dom Sebastião não esteve na Batalha?
    Porque se destroiem os Mapas, em Portugal e Espanha, depois de Alcácer-Quibir?
    Portugal, é certo que foi afastado da História Mundial, mas a Espanha também se afundou rápidamente acompanhando a "Invencível Armada".
    Como podem os Filipes, passar ao lado de três Bulas Papais, que mandam restituir o Trono de Portugal a Dom Sebastião?
    Que esconderam os Habsburgos? O que protegeram?
    Que procura Drake em Portugal?
    E Napoleão?
    E Hitler?
    A impressão com que se fica, é que fomos manipulados por alguém, que tem orientado o caminho da Humanidade, num determinado sentido.
    E esse sentido não é o do Bem....

    Maria da Fonte

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    1. Cara Maria da Fonte,
      muitos mapas foram logo destruídos no Séc. XV, e claramente Carlos V mandou queimar mapas.
      Parece difícil dizer que D. Sebastião não esteve em batalha, agora onde... isso é mais complicado.
      Quanto a D. Jorge o problema é da nobreza... depois de ser subtraída de influência por D. João II, preparou o retorno - a aliança Bragança com Viseu colocou todas as peças e preparou a sucessão de D. Manuel.

      Quanto ao resto, parece-me muito mais simbólico o seguinte:
      - Em 1578, Portugal perde o Reino em Laracha (chamada Alcacer Quibir), no Rio do Lixo.
      - Em 1578, a Holanda ganha a sua independência e passa a República.
      - Portugal era o "reino das laranjas" e cai no mesmo ano em que nasce a "república laranja", a Holanda.


      Quanto ao bem e ao mal... costuma dizer-se: "a laranja de manhã é de ouro, de tarde é de prata, e à noite mata".
      Ora, isto nada terá a ver com o fruto, mas sim com o seu simbolismo...
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2011/05/das-macas-as-laranjas.html

      Cumprimentos.

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    2. Caro Da Maia

      Não estou convencida. Algo está oculto.
      Dom João II só morre em 1499. É difícil dizer que perdera influência.
      Um Rei como ele, continua vivo, mesmo depois da morte...
      O que nem foi o caso, já que o Rei estava vivo...só não sei onde, nem porque fingiu a sua morte no Alvor.
      Suspeito, mas não tenho a certeza...
      Mas...se Dona Beatriz guardasse o segredo sobre a adopção de Dom Diogo de Viseu, e por consequência sobre a sua verdadeira mãe, Ana Abravanel....isso não teria um preço?
      O preço não poderia ser o Trono de Portugal?
      D. Manuel, o único filho da Infanta...Rei em vez de Dom Jorge.

      Pois é...A Holanda...do Príncipe Bernardo...o Consorte.
      O Leste da Europa...O Mar Negro...
      Os Rothschild que se dizem descendentes dos Abravanel...
      Ana, filha de Henrique...de Viseu...de Cristo...

      Complexo....acho eu...

      Cumprimentos

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    3. Cara Maria da Fonte,
      é claro que há muita coisa coisa oculta.
      Não percebo é o interesse sobre as pessoas em particular.
      É indiferente saber quem era Colombo, se era D. Diogo, um tecelão, ou sei lá... o que interessa é que houve apoio de uma estrutura, que estrutura era essa? Que estrutura é que actuava para além dos registos conhecidos?
      Os judeus formaram um grupo conhecido, foram eles que quiseram quebrar o sigilo americano.
      Aliás, seguindo Isaac Abravanel, vemos que teve de fugir de D. João II, por estar ligado ao Duque de Braganza, e depois a D. Alvaro de Braganza, radicado em Espanha, que apoiou Colombo. Abravanel é assim próximo de Isabel a Católica, e será financiador de Colombo.
      Talvez também tenha financiado a candidatura a papa de Alexandre Bórgia... essa será uma linha de investigação a explorar.
      Finalmente, com a conquista de Granada todos os judeus são expulsos e ele vai para Veneza (em Portugal em 1492 estava D. João II ainda).
      Como Veneza tinha posse de Monopoli, na região de Pulha, ele foi para lá... jogar Monopólio, como se perceberá.
      É através dele que se faz um acordo entre D. Manuel e Veneza, já em 1503.

      A saída dos judeus para a Holanda dá-se só especialmente depois da queda de D. Sebastião. Muito vão para Pernambuco, que entretanto passara a Holandesa. Quando os portugueses retomam Pernambuco, eles voltam a fugir, e vão para Nova Iorque.
      Esses judeus sefarditas, que fizeram o percurso Portugal>Holanda>Brasil>EUA, vão para Manhattan, fundam a primeira sinagoga americana, os descendentes financiam a independência dos EUA, e dois deles são fundadores da bolsa de valores que será Wall Street.

      Portanto houve desde sempre um claro interesse judaico nas paragens americanas... agora, quanto ao resto que abordou, ultrapassa-me por completo, não faço ideia de nenhuma adopção de D. Diogo.

      Cumprimentos.

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    4. Caro Da Maia

      São as pessoas que determinam o rumo da História.
      Se Colombo fosse um tecelão genovês, nunca teria "Descoberto" a América.
      Neto do Infante Dom Henrique, O DO TEMPLO e de Abravanel o DO MONOPÓLIO DE WALL STREET, cabia-lhe iniciar a Fundação de UM IMPÉRIO.
      Foi o que aconteceu...ou não foi!?
      A Pirâmide está Incompleta em Washington DC - DISTRITO DE COLOMBIA...
      As Capelas estão Incompletas no Mosteiro da Batalha...
      Dom João II era o PERFEITO...

      Complexo...acho eu.
      Mas faz todo o sentido!

      Cumprimentos

      Maria da Fonte

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    5. Cara Maria da Fonte,
      essa terá sido uma discussão letal... era o "patrão" que ficava com o nome ou era o "navegador"?

      Essa é a diferença entre as pirâmides - nas actuais não lhe vê o topo, nas antigas, do Egipto, sabia-se quem estava lá em cima.
      Na realidade, a mudança dá-se com o Mausoléu de Halicarnasso, onde a pirâmide é igual à da Washington - está cortada.
      É a ideia do panóptico de Bentham - os guardas vigiam sem ser vistos. Com uma diferença, antes não estavam misturados na população.

      Por isso é que quando tem o balão de Rozier, o rei quer que o primeiro homem voador seja um condenado, e Rozier queria que fosse um nobre. A discussão mantinha-se. Foi através de Maria Antonieta, que perdeu a cabeça, que foi proeza de um nobre.

      Tem o mesmo aspecto nas viagens de Livingstone, Stanley, Capelo e Ivens... é óbvio que o interior africano era bem conhecido. A questão era oficializar as descobertas. Na conferência de Berlim definiram-se regras para esse jogo. Depois foram todos brincar às descobertas, como se não soubessem o que lá estava.
      Basicamente isto tem funcionado da seguinte forma:
      - primeiro alguém vai achando as coisas, e o sistema de controlo mantém a coisa oculta.
      - depois torna-se difícil de conter, ou conveniente divulgar, e são estabelecidas regras aos predadores. Para saber quem fica com o quê... no caso dos descobrimentos julgo que o grande problema foi a divisão em dois, Portugal e Espanha - claro que os outros não iriam ficar a chuchar no dedo! Ainda hoje pagamos essa factura...

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    6. Caro Da Maia

      Dadas as inconguências do tal Tratado de Tordesilhas, cujo original parece continuar perdido nas brumas, pelo que continuamos sem saber o que dizia; eu arriscaria a divisão por UM e 1/4, mais coisa, menos coisa, que nesse tempo Dom João II, estava vivo e bem....
      Daí a factura ser tão pesada...

      E se o verdadeiro "patrão", tivesse sido, no Projecto original....o Navegador?

      Cpts

      Maria da Fonte

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    7. Cara Maria da Fonte,

      não foi ele, foi o tio.. já disse aqui, que quem foi a América, sem grande margem para dúvida, foi o pai de D. Diogo, ou seja D. Fernando, irmão de Afonso V, pai da Rainha D. Leonor.
      Daí que a mulher D. Beatriz tenha procurado ao menos que a honra fosse parar ao filho D. Diogo, deve ter considerado que a honra deveria de ir parar aos Viseu. Acabou por conseguir através do mais novo feito rei - D. Manuel.
      Quanto a D. João II, teria que jogar em vários tabuleiros ao mesmo tempo...
      - a chegada à América era só um detalhe de quem já estaria em contacto com China e India,
      - estava sob ataque de todos os espiões (espanhóis, franceses, genoveses, Vaticano, Habsburgos, turcos, etc)
      - tinha que gerir as coisas com os aliados ingleses (a guerra das rosas envolvia os Lancaster),
      - com os aliados florentinos (sob alvo do Vaticano) ou dinamarqueses,
      - e mais secretamente com os venezianos (daí ter parado na Boa Esperança).

      Antes da viagem de Colombo, só os portugueses tinham territórios ultramarinos!

      Por isso, os Braganza dispuseram-se a um extenso plano de interesses:
      - aliavam-se a Beatriz de Viseu;
      - colocavam Isabel a Católica (que era Braganza) como rainha de Castela, casando-a com Fernando de Aragão;
      - depunham a legítima herdeira - Joana a Beltraneja;
      - aliavam-se aos genoveses - é aí que entra Colombo - era preciso alguém de Génova.
      - "compravam" os votos devidos para o novo papa - Borja - Alexandre VI.

      Enquanto D. João II estava entretido com a situação internacional, e lidava à bruta com a situação interna, ficou isolado na corte. Os dois ducados - Bragança e Viseu - estavam unidos contra si, e isso incluía a própria mulher, D. Leonor, quando o filho morreu em 1491. O outro ducado, de Coimbra, era de D. Jorge que tinha 10 anos, e ele estava sem herdeiros. Os nobres viram logo que o futuro não era por ali... e começaram a desertar como ratos políticos que vêm a mudança da maré.

      Acha que falha alguma coisa nesta análise?

      Abraço!

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    8. O Tio? O tio do Navegador?
      Qual tio?
      Eu referia-me ao Talant. Ao das Duas Pirâmides do Sol.
      Não era ele o Administrador da Ordem Do Templo?! Perdão... da Ordem de Cristo.
      A quem passaria o legado senão ao neto Diogo?!
      A filha Ana, mãe de Diogo, era filha de uma Abravanel...

      Os Judeus Sefarditas...De novo o Templo...A Irmandade...

      O Infante Dom Fernando, só é importante por ter sido o pai dos filhos da prima Ana...
      Com quem não poderia casar...
      Havia Beatriz...
      Beatriz, a mulher mais poderosa do Reino...
      Claro!
      Beatriz era a QUE CONHECIA O SEGREDO!
      E Conhecimento é Poder.
      Fernando foi adoptado pelo Tio...Claro!
      Os filhos de Fernando e Ana, herdariam o que deveria pertencer a Ana, filha de Henrique.

      D. Manuel, surge fóra de contexto.
      Cai de paraquedas...e dão-lhe o Reino, em troca do SILÊNCIO da mãe.

      Colombo, escreveu na Carta da Jamaica, que fora ele e os irmãos, quem financiara as expedições ao Novo Mundo, e não a coroa de Castela.

      Que eu saiba...só um Clan tinha tanto dinheiro.
      Tinha...e TEM...

      Acha que não faz sentido?

      Maria da Fonte

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    9. Bom, nunca tinha ouvido de Ana Abravanel, nem da ideia que ela teria tido um filho de D. Fernando, que seria D. Diogo... e D. Manuel não era?
      De onde surgiu a informação de D. Diogo não era filho de Beatriz? É que eu nunca tinha ouvido sequer falar disso.
      O Abravanel era próximo do Duque de Braganza, e não do de Viseu...
      Beatriz ficou especialmente poderosa depois da morte de D. Fernando, e do filho João, pois ficou com o Ducado de Viseu, enquanto Diogo era menor. Diogo mal conheceu o Infante D. Henrique, tinha 10 anos quando ele morreu, quem era o varão, o irmão João, e não ele!
      Só pela morte em 1472 de João é que Beatriz e Diogo assumem maior importância, tal como a Maria da Fonte diz para D. Manuel, também neste caso Diogo caiu de pára-quedas, pela morte do irmão.

      Quanto ao resto, estamos de acordo... para Colombo entrou dinheiro do Abravanel, mas também da Casa Braganza, via Álvaro de Braganza (fugido em Espanha).

      Só não a posso seguir na questão de D. Diogo, não tenho nenhuns dados, e parece-me algo estranho.
      Acho que está a seguir pelo caminho das pessoas... e as pessoas são detalhes no funcionamento das organizações.
      A nobreza era diferente, porque assentava na família... e as organizações não podiam substituir facilmente, tinham que "fazer fé" na mortalidade, até terem um cooperante.
      Quando apareceram os ministros, e depois a República, as substituições ficaram mais fáceis...

      Abraços.

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    10. Suposições Caro Da Maia

      Suposições....
      O Infante Dom Henrique teve uma filha de nome Ana.
      É do conhecimento público, desde a descoberta do verbete do Cardeal Garampi, que cita que o Infante Dom Henrique endereçou ao Papa um pedido para sua filha....

      Beatriz ficou especialmente poderosa, depois da morte do Infante Dom Fernando
      É lógico!
      Morto Dom Fernando...
      A filha Leonor ... foi A Rainha.
      O resto...era O Segredo.
      Beatriz controlava tudo...

      Abraço

      Maria da Fonte

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    11. Maria da Fonte, deve estar a referir-se ao romance de Fina d'Armada:
      http://www.esquilo.com/rainha_velha.html
      Não li, não lhe sei responder.
      Para mim é uma surpresa que o velho Henrique tivesse uma filha Ana,
      ou ainda que depois ela tivesse um filho com o irmão "adoptivo" Fernando.

      Acho que as coisas sem novas adições já são complicadas.
      Conforme já referi, não precisa de mais complicações para explicar o nexo do que se terá passado.

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    12. Estava sim. Estava a referir-me à Teoria de Fina D´Armada.
      Faz sentido, se pensarmos no enorme poder de Beatriz.

      Mas existe outra hipótese, que também explica o poder de Beatriz, a única mulher que foi Administradora da Ordem de Cristo.

      Se Beatriz de Viseu, fosse ela própria, a filha do Infante Dom Henrique.

      Conjecturas...

      Porque como sabe, não acredito na visão simplificada da factura: Bragança/Viseu versus Coimbra.
      Até porque acredito que o papel de Dom Pedro, foi muito mais Universal.

      Conjecturas....

      Maria da Fonte

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    13. Pois já percebi que Alfarrobeira para si não chega.
      O problema é que o que fui encontrando consegui ajustar nessa conjuntura, e eu vou sempre pelo suficiente.
      Ou seja, se dois pilares me aguentarem a estrutura, não vou inventar um terceiro.
      Para mudar a conjectura, preciso de ver a necessidade de colocar novos elementos.

      No caso de Beatriz, ela era filha do Infante João e de Isabel de Braganza.
      A irmã, também Isabel ficou rainha de Castela, foi a mãe da importante Isabel, a Católica.
      A irmã de Beatriz conhecida por liquidar Alvaro de Luna, um personagem crucial em Castela.
      Alvaro de Luna e o Infante Dom Pedro estavam sincronizados na política "universal" - mas não se sabe qual!
      Naturalmente a irmã de Beatriz queria que a filha herdasse o trono, o que veio a acontecer.
      Do outro lado, estava Afonso V e João II, que apoiavam Joana, que era filha da irmã, e sobrinha, de Afonso V.

      A guerra de Rosas em Inglaterra tinha esse outro aspecto de política global, na península manifestou-se na aliança do Infante D. Pedro e de Alvaro de Luna, contra "outros poderes", vindos da velha ordem.
      Essa velha ordem exigiu a Isabel Catolica a imposição da Inquisição, em troca de apoio...
      Era também a Ordem do Tosão de Ouro, do chapéu borgonhês do Infante.
      Pode ver que o Henrique Tudor
      http://en.wikipedia.org/wiki/Henry_VII_of_England

      - usa o seu colarzito da Ordem do Tosão de Ouro... que por acaso tem o cordeirinho a fazer o V invertido, tal como usará qualquer grande mestre maçon - nesse caso não é o cordeiro, é o esquadro.

      Da última vez que falei sobre isto não quis ser tão explícito, mas pronto... é o cordeiro do sacrifício.
      Os cordeiros são sacrificados, em substituição dos filhos.
      O cordeiro, lê-se q'ordeiro, e não q'abraão. Dá para perceber o problema?
      Está a ver quem são os q'ordeiros do rebanho? E quem são filhos eleitos?

      Sabe o que é uma revolução?
      - a revolução terrestre é o tempo que levam os astros a aparecerem no mesmo sítio. Depois volta tudo ao mesmo, qual fénix. Porque como dizia o Lampedusa... tudo muda para ficar na mesma!

      Beatriz estava no sítio certo para fazer o papel certo... garantir que a mudança dos descobrimentos era uma revolução que deixaria tudo na mesma. Alinhou, a filha Leonor alinhou com ela (ainda que a contra-vontade), e só precisavam de eliminar o último opositor - D. João II.

      Percebe por que razão isto já é suficientemente mau, para não precisar de mais decorações?

      Abraço,
      da Maia

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    14. Enfim, tinha escrito a resposta, mas depois "foi-se" toda!
      Qualquer dia tenho dados suficientes para mostrar que a minha desconexão à internet ocorre segundo padrões inteligentes de censura.

      Abrevio...
      Beatriz de Viseu era filha do Infante D. João e de Isabel de Braganza, tinha uma irmã Isabel que foi rainha de Castela, cuja filha foi também Isabel, a Católica. Três Isabeis, todas ligadas à Casa de Braganza, eram familiares.
      A irmã Isabel aniquilou Alvaro de Luna, personagem importante na história de Castela, que era amigo e aliado do Infante D. Pedro. Essa irmã queria obviamente que a filha fosse rainha. Isso levou à guerra entre Afonso V e D. João II, apoiantes de Joana, contra Isabel e Fernando, Catolicos.

      O que tinha Alvaro de Luna em comum com o Infante D. Pedro... um projecto novo para a velha Europa.
      Como se defendeu a velha Ordem? Com o Tosão de Ouro... que depois se estilizou em esquadro maçónico.
      Ao mesmo tempo tinha o embate entre Lancaster e York, na guerra das Rosas, quem ganhou?
      Nenhum... ganhou um Tudor, que ostenta orgulhosamente o seu colar do Tosão:
      http://pt.wikipedia.org/wiki/Henrique_VII_de_Inglaterra

      ... experimente substituir o cordeiro pelo esquadro, num V invertido, e verá o colar do grã mestre maçon.
      A ordem do tosão foi inventada pelo Borgonhês, que usava o chapéu do Infante, e que Afonso V também usou.
      O que acontece aos cordeiros, q'ordeiros são levados por q'Abraão?
      Sacrifício... dos cordeiros em troca dos filhos.

      Por isso, a velha Ordem vai aceitar Beatriz e Isabel para evitar a revolução. Em troca, Beatriz mina as acções de D. João II, e a outra instaura a Inquisição Espanhola.
      A coisa só não foi logo pior porque a Rainha D. Leonor, filha de Beatriz, nunca achou piada ao que se iria passar... alinhou, mas foi minando tudo, sempre que pode.

      Precisa de maior conspiração global, maiores motivos, e maior justificação? Eu não vejo...

      Um abraço,
      da Maia

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    15. O Infante Dom Pedro e Dom Álvaro de Luna, estavam sintonizados na Política Universal, mas não se sabe qual...
      Quando se souber....há perceber-se porque é que D.C., teve um segundo baptismo.

      Alfarrobeira não chega.
      Não chega, porque não explica o verdadeiro papel de Dom Pedro, o Das Sete Partidas.
      Alfarrobeira é um facto redutor. Como é Alcácer-Quibir.
      Fracas colagens, de uma História muito mais complexa e oculta.

      Até porque o chapéu, não é o mais importante.
      Importante é o rosto....E esse é de Dom Afonso V, não é o do Infante Dom Henrique.
      Dom Afonso V, é apagado....porquê? E por quem?

      É o que penso.
      Mas se calhar ando a pensar errado....
      Deve ser da idade...

      Abraço

      Maria da Fonte

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    16. Sobre o chapéu, rosto, etc... não vamos aqui regressar à conversa dos painéis.
      Já escrevi o suficiente sobre isso, tintin por tintins, e como já fiz da outra vez, se quiser falar sobre isso, de novo a convido a comentar e criticar os 3 posts que compilei em Janeiro sobre o assunto:
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/01/pecas-dos-paineis-de-s-vicente-3.html

      Agora, é verdade que o papel do Infante D. Pedro aparece no nevoeiro dos registos.
      O herdeiro da sua política, o neto D. João II é uma ligação.
      Acho que já disse que havia uma corrente messiânica no final do Séc. XV, que achava que o ano de 1500 corresponderia a um apocalipse, talvez no sentido do "quinto império" do "espírito santo", algo que ganhou especial expressão com o desaparecimento de D. Sebastião - o desejado. Era desejado por uns, mas os judeus do norte de África viram-no como falso messias.
      Com a divisa do Infante D. Pedro, o "désir" tanto poderia ligar ao posterior mito do "desejado", na sequência do "perfeito príncipe", como por outro lado pode levar mais simplesmente à Ordem do Dragão:
      http://alvor-silves.blogspot.com/2010/11/la-cola-del-dragon-draco-cola.html

      O Dragão que come a cauda é outra forma de apresentar a Fénix, no sentido da tal "revolução" que não é mais do que um recomeço do zero, para manter o poder existente. O culto messiânico estaria mais relacionado com o final dessa cíclico renovação... ou seja, à "quinta" seria de vez!
      O Pelicano já é uma perspectiva diferente da Fenix, porque a ideia seria usar o poder para o serviço da "grei", da população, e não apenas para eternizar o poder.
      Por isso, o benefício da população terá sido oposição entre duas linhas... uma que espera o fim do eterno ciclo consumidor pela chegada messiânica - essa pode até considerar que piorar as coisas para a população apressa a salvação - a perspectiva do cordeiro do Tosão, da Fenix.
      A outra linha, do Pelicano, também manteria o ciclo de ocultação, mas faria isso para benefício geral da população.

      Agora, parece ser coisa unânime, entre quem detém o poder, que a ocultação é necessária.
      Isso explica-se, porque a ideia tem esta auto-justificação - se forem expostos, quem vem a seguir?
      Será melhor? Claro que acham que não, e por isso precisam do controlo e da ocultação.
      Só cederiam o poder a uma "nova ordem" que concertasse tudo... ou seja, resolvesse todos os medos.
      Fizeram um teste simbólico com a Revolução Francesa, que acabou em carnificina, por falta de referencial de verdade, o que tornava tudo fácil de boicotar externamente.
      Já fizeram demasiadas experiências, com demasiados regimes... mas há sempre quem não desista das ideias antigas, e boicote as coisas.

      Abraço,
      da Maia

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    17. E mais, se o A da Sigla de Cristóvão Colombo, significa realmente que Cristóvão Colombo, possuía o mais alto Grau da sua Ordem, ele pode estar a identificar-se como Administrador das Ordens de Cristo, de Maris e de Santiago, e nesse caso, só o Duque Dom Diogo o poderia fazer...O Dux ....À Falsa Morte Exposto....como Rosenkreuz...
      Já vê, que Alfarrobeira não chega!

      Conjecturas...
      Deve ser da idade...

      Maria da Fonte

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    18. O problema, Caro da Maia, é que as experiências têm sido sempre feitas, pelo Dark Side, que perpectua o Poder à custa das carnificinas...
      Não foi apenas a Revolução Francesa, houve outras ao longo dos séculos.
      Acredito que tenha existido sempre, quem tenha tentado boicotar o Dark Side...mas creio que até agora...em vão.
      E é nesta linha de boicote ao Poder instituído, que enquadro o papel de Dom Pedro, de Colombo, de Dom João II....de Dom Sebastião...e não só.

      Abraço

      Maria da Fonte

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