Um dos relatos mais surpreendentes que li está na
Historia Brittonum (c. 830 d.C),
escrita por Nennius, monge galês. Dificilmente se encontram relatos mais próximos do período conturbado que sucedeu à queda do Império Romano do Ocidente (exceptuando Gildas que não é tão informativo).
Turrim vitream in medio mari
Turrim vitream in medio mari
No entanto, talvez o que mais surpreende é uma descrição das primeiras tentativas de colonização da Irlanda, que mais uma vez é atribuída a migrações da Hispânia. Eis a parte mais estranha:
After these came three sons of a Spanish soldier with thirty ships, each of which contained thirty wives; and having remained there during the space of a year, there appeared to them, in the middle of the sea, a tower of glass, the summit of which seemed covered with men, to whom they often spoke, but received no answer. At length they determined to besiege the tower; and after a year's preparation, advanced towards it, with the whole number of their ships, and all the women, one ship only excepted, which had been wrecked, and in which were thirty men, and as many women; but when all had disembarked on the shore which surrounded the tower, the sea opened and swallowed them up. Ireland, however, was peopled, to the present period, from the family remaining in the vessel which was wrecked. Afterwards, others came from Spain, and possessed themselves of various parts of Britain.
A menos de efeito alucinogénico de cogumelos, a informação passada como histórica por Nennius descreve algo muito bizarro. Tratava-se de uma "Torre Vítrea" no meio do mar (turrim vitream in medio mare), e no topo haveria homens, que não respondiam aos hispânicos, que tinham chegado à Irlanda em 30 navios.
Depois de procurar mais informação sobre o assunto, verifiquei haver uma interpretação quase tão bizarra quanto a descrição - tratar-se-ia de um iceberg com focas em cima... pelo nível de apuramento da explicação, pode ser coisa oficial.
Tudo bem, vamos admitir que os hispânicos eram ignorantes, nunca tinham visto um iceberg, chamavam-lhe torre vítrea, e achavam que as focas eram parecidas com humanos. Acontece que Nennius diz que demoraram um ano a preparar o ataque... ou seja, o iceberg ficou ali estacionado durante um ano com as focas em cima. Pior, uma vez sitiado o iceberg, desembarcando todos na sua periferia, e cercadas as focas, o conjunto foi todo submergido, desaparecendo tudo.
Antes de ler a versão explicativa com o iceberg e as focas, interpretei abusivamente, e considerei poder tratar-se de um submergível, com uma torre vítrea de comando e observação, que incomodaria os novos colonos, a ponto de eles considerarem a sua abordagem... e quando o fizeram, submergiu!
Porém, como somos ensinados que nenhum desses aparelhos seria possível naquela época, só a versão das focas ao comando do iceberg estacionário é que deve fazer sentido...
A travessia de 40 anos
Este episódio é o terceiro contado por Nennius. Ao que parece os hispânicos insistiam na colonização da Irlanda, que seria meio inóspita para quem está habituado a climas mais temperados, mas a coisa afigurava-se complicada. Da primeira vez tinham saído da Hispânia mil (escotos) sob o comando de Partholomus, e sendo quatro mil ao fim de alguns anos, todos teriam morrido no espaço de uma semana (pode ter sido dos cogumelos)! Da segunda vez teria sido um tal de Nimech, mas teria regressado ao fim de poucos anos com todos os que o tinham seguido. Desta terceira vez, como vimos, foi o problema das focas... mas terá havido sobreviventes, e com a chegada de nova gente da Hispânia, a colonização acabou por se verificar.
Geoffrey of Monmouth na Historia Regum Britanniae (livro III, cap.XII) conta uma versão posterior mais resumida da colonização. Segundo ele, o mesmo Partholoim (pequena variação no nome face a Nennius), com uma frota de 30 navios (o número da 3ª expedição de Nennius), abordara o rei bretão Barbtruc no sentido de lhe dar asilo, pela sua expulsão da Hispânia. Segundo Monmouth, tratavam-se de "Barclenses" - nome demasiado próximo de "Barcelenses" (aludimos a uma possível origem da região de Barcelos, Barcelona, ou ainda Basca - ver a hipótese "Basclense"). Na sua versão, o rei bretão teria cedido, encaminhando-os para a Irlanda, que se encontrava desabitada, e à data de Geoffrey ainda aí viveriam os seus descendentes.
Num ponto está em acordo com Nennius, que também afirma que a Irlanda estava desabitada à chegada dos escotos. Aliás afirma que a Irlanda seria desabitada até à época da travessia do Mar Vermelho pelos Israelitas.
Surge aqui um novo ponto interessante.
Entre os escotos haveria um nobre de origem cita, com grande família, que tinha sido banido, e que tinha tido um percurso notável. Neste ponto a versão de Nennius coincide parcialmente, numa nobreza cita, com a da Declaração de Arbroath mencionada aqui.
O percurso notável desse nobre cita tem semelhanças com o de Moisés...
Após a sua expulsão da Cítia, ter-se-ia refugiado no Egipto, e dado o desaparecimento da nobreza egípcia no Mar Vermelho, os egípcios consideraram que ele poderia tentar apoderar-se do poder, e expulsaram-no de novo. Nennius refere então:
Thus reduced, he wandered forty-two years in Africa, and arrived with his family at the altars of the Philistines, by the Lake of Osiers. Then passing between Rusicada and the hilly country of Syria, they travelled by the river Malva through Mauritania as far as the Pillars of Hercules; and crossing the Tyrrhene Sea, landed in Spain, where they continued many years, having greatly increased and multiplied Thence, a thousand and two years after the Egyptians were lost in the Red Sea, they passed into Ireland, and the district of Dalrieta.
O percurso indicado por Nennius mostra a confusão de nomenclatura. O país montanhoso da Síria, seria provavelmente a Tunísia, e o nome "Síria" estaria muito provavelmente ligado à origem fenícia de Cartago. O rio Malva existe - trata-se do actual rio Moulouya, conforme pode ser verificado aqui, já na zona de Marrocos.
Chegam assim aos Pilares de Hércules, estreito de Gibraltar, e vão passar o "Mar Tirreno" para chegar à Hispânia... Percebe-se imediatamente que o nome Mar Tirreno nada tinha a ver com a limitação dada actualmente (que o circunscreve hoje à área entre a Itália, Sardenha e Sicíla). Tratava-se muito provavelmente de todo o Mar Mediterrâneo, ou pelo menos da parte vizinha ao Estreito de Gibraltar.
Como é habitual nestas coisas, podemos estar em presença de uma junção de histórias - por um lado a passagem do Mar Vermelho, por outro lado a deambulação de 40 anos no deserto.
Já falámos do Mar Vermelho e Ebreus do Ebro, e Nennius referindo-se aos filhos de Jafé (Japheth), netos de Noé, diz:
Portanto, inclui no conjunto dos filhos de Tubal três populações distintas: Hebreus, Hispânicos e Itálicos (não necessariamente latinos, talvez etruscos). Estabelece-se mais uma ligação explícita entre Hebreus e Hispânia, para além das várias implícitas que já fomos comentando aqui noutros textos.
Mauritania romana (clicar aqui para aumentar).
Chegam assim aos Pilares de Hércules, estreito de Gibraltar, e vão passar o "Mar Tirreno" para chegar à Hispânia... Percebe-se imediatamente que o nome Mar Tirreno nada tinha a ver com a limitação dada actualmente (que o circunscreve hoje à área entre a Itália, Sardenha e Sicíla). Tratava-se muito provavelmente de todo o Mar Mediterrâneo, ou pelo menos da parte vizinha ao Estreito de Gibraltar.
continuado a 20/12/2012
Aliás, o nome Tirreno pode sugerir outra origem - da colónia fenícia Tiro (ver).Como é habitual nestas coisas, podemos estar em presença de uma junção de histórias - por um lado a passagem do Mar Vermelho, por outro lado a deambulação de 40 anos no deserto.
Já falámos do Mar Vermelho e Ebreus do Ebro, e Nennius referindo-se aos filhos de Jafé (Japheth), netos de Noé, diz:
from the fifth, Tubal, arose the Hebrei, Hispani, and Itali.
[quintus Tubal, a quo Hebraei et Hispani et Itali]
Portanto, inclui no conjunto dos filhos de Tubal três populações distintas: Hebreus, Hispânicos e Itálicos (não necessariamente latinos, talvez etruscos). Estabelece-se mais uma ligação explícita entre Hebreus e Hispânia, para além das várias implícitas que já fomos comentando aqui noutros textos.
É claro que todas estas relações são confusas, as informações são (propositadamente?) contraditórias, e é difícil seguir com alguma certeza, apenas vamos estabelecendo algumas relações, que podem formar um corpo mais consistente. Assim, Nennius acaba por falar numa origem britânica que remontaria ao consul romano Brutus, de onde derivaria o nome Britania. Se por um lado seria o mesmo Brutus que passaria o Lima, num tempo demasiado recente, por outro lado esse tempo é anterior, vai até à Guerra de Tróia. Tal como os romanos, também os britânicos procuram uma descedência por algum Eneias troiano.
O texto de Nennius é especialmente conhecido por referir o Rei Artur, sendo talvez o primeiro fazê-lo. Ilustra a tentativa dos britânicos susterem a invasão dos Saxões, frisando em particular o convite ao seu estabelecimento feito pelo Rei Vortigern. Não indo ao aspecto fabuloso de Monmouth, Nennius reporta 12 batalhas vitoriosas de Artur, em particular a de Mount Baden, onde poderá ter exagerado no número de opositores eliminados só por Artur - 960, num só dia.
Traduções, transcrições, e Filisteus
Adiciono um pequeno detalhe instrutivo... no link inicial, que segui, na tradução da Fordham University de Nova York, aparece:
"The twelfth was a most severe contest, when Arthur penetrated to the hill of Badon. In this engagement, nine hundred and forty fell by his hand alone, no one but the Lord affording him assistance. In all these engagements the Britons were successful. For no strength can avail against the will of the Almighty."
Por outro lado, seguindo a versão transcrita em latim aqui lemos apenas:
"Duodecimum fuit bellum in monte Badonis, in quo corruerunt in uno die nongenti sexaginta viri de uno impetu Arthur; et nemo prostravit eos nisi ipse solus, et in omnibus bellis victor exstitit."
Ou seja, a menos que o tradutor tivesse outra versão, há um claro colorido e uma decoração que não está presente na transcrição do latim. Até o número é diferente num caso diz-se 940, noutro 960.
No entanto, estes detalhes não são assim tão importantes. Pode haver alterações, imprecisões, mas o que importa sempre é a visão de conjunto. De qualquer forma, há detalhes que alteram as coisas, e assim retomando o texto anterior, relativo ao mapa, agora em latim lemos:
Os Altares dos Filisteus nesta zona (Tunísia/Argélia-Atlas) é ainda mais relevante. Os filisteus deveriam estar na zona de Gaza, junto a Israel... onde desenvolveram lutas com os Hebreus. Porém, se atendermos a que acabámos de realçar a conexão dos Hebreus com a Hispânia, podemos perceber que o ponto de conflito com os filisteus poderia ocorrer noutro lado - no Norte de África.
Maximus, Ambrósio, Ida e Conan
A Historia Brittonum de Nennius parece ser encarada como meio fantasiosa, e no entanto, não deixam de ali estar alguns acontecimentos que poderiam passar por falsos e não eram, como os referentes a Maximus (de quem falámos no texto anterior), já que a memória desse imperador tinha sido eliminada por decreto romano.
Nennius, como todos os restantes, terá seguido variada documentação. Poderá é ter seguido alguma que não devia... mas na maioria dos "historiadores" da Antiguidade há esse problema, falam de coisas que são hoje desacreditadas. Escolhe-se assim uma parte do que é dito, que cola com a versão oficial, e o resto é negligenciado. Não sei se há algum historiador antigo que seja considerado fiável, do princípio ao fim, e se há, é porque se tem apenas uma parte histórica muito limitada e particular (o caso de alguns romanos). Ora, não haver nenhum historiador geral da Antiguidade, fiável, do princípio ao fim, é no mínimo um sintoma do problema subjacente há muito tempo.
Tem-se associado a figura do romano Ambrosius Aurelianus à lenda do Rei Artur (e.g. este filme), mas Nennius, como outros, refere-se a Ambrósio de forma distinta de Artur. O ponto comum seria a resistência ao invasor.
Nennius fala depois de Ida, Rei da Bernicia, reino anglo-saxão. Curiosamente esse nome será também o de (Santa) Ida, mãe dos reis de Jerusalém, e mulher do conde do Bulhão, de que já falámos, e que era Eustácio II, um comandante na invasão normanda em Hastings (1066).
Finalmente, regressando à Torre Vítrea, regressamos a Conan... temos numa edição de 1838 da Historia Brittonum, publicada pela English Historical Society, a seguinte observação:
Ou seja, que a "Torre Vitrea" seria uma antiga lenda galesa, associada a uma torre na ilha de Tory (ver aqui também), construída por um certo Conan...
No segundo filme de Conan (Destroyer), encontra-se justamente um episódio no "castelo de gelo do mago Toth-Amon" (ver), reportando talvez essa associação lendária a Conan e por outro lado à migração do cita via Egipto.
Esta descrição da Torre Vítrea pode ser considerada como alegórica, fantasiosa, associada a outras lendas medievais. Por exemplo, Geoffrey Monmouth (livro III, cap. XV) descreve o episódio do tirano Morvidus que teria sido devorado por um "monstro" na costa da Irlanda.
No entanto, a Torre Vítrea dificilmente pode ser enquadrada no tipo de mitos medievais comuns, não há propriamente nenhuma conotação heróica ou religiosa. Há apenas um episódio que é descrito com algum detalhe, sem qualificativos, explicações ou implicações. Se fosse algo que abalasse menos os preconceitos, seria mais facilmente aceite, assim permanece como desafio às explicações mais racionais.
O texto de Nennius é especialmente conhecido por referir o Rei Artur, sendo talvez o primeiro fazê-lo. Ilustra a tentativa dos britânicos susterem a invasão dos Saxões, frisando em particular o convite ao seu estabelecimento feito pelo Rei Vortigern. Não indo ao aspecto fabuloso de Monmouth, Nennius reporta 12 batalhas vitoriosas de Artur, em particular a de Mount Baden, onde poderá ter exagerado no número de opositores eliminados só por Artur - 960, num só dia.
Traduções, transcrições, e Filisteus
Adiciono um pequeno detalhe instrutivo... no link inicial, que segui, na tradução da Fordham University de Nova York, aparece:
"The twelfth was a most severe contest, when Arthur penetrated to the hill of Badon. In this engagement, nine hundred and forty fell by his hand alone, no one but the Lord affording him assistance. In all these engagements the Britons were successful. For no strength can avail against the will of the Almighty."
Por outro lado, seguindo a versão transcrita em latim aqui lemos apenas:
"Duodecimum fuit bellum in monte Badonis, in quo corruerunt in uno die nongenti sexaginta viri de uno impetu Arthur; et nemo prostravit eos nisi ipse solus, et in omnibus bellis victor exstitit."
Ou seja, a menos que o tradutor tivesse outra versão, há um claro colorido e uma decoração que não está presente na transcrição do latim. Até o número é diferente num caso diz-se 940, noutro 960.
No entanto, estes detalhes não são assim tão importantes. Pode haver alterações, imprecisões, mas o que importa sempre é a visão de conjunto. De qualquer forma, há detalhes que alteram as coisas, e assim retomando o texto anterior, relativo ao mapa, agora em latim lemos:
at ille per quadraginta et duos annos ambulavit per Africam, et venerunt ad aras Filistinorum per lacum Salinarum et venerunt inter Rusicadam et montes Azariae et venerunt per flumen Malvam et transierunt per Maritaniam ad columnas Herculis et navigaverunt Tyrrenum mare et pervenerunt ad Hispaniam usque et ibi habitaverunt per multos annos et creverunt et multiplicati sunt nimis et gens illorum multiplicata est nimis.Portanto, temos o Lago Salinarum (em vez de Osiers), e Montes Azariae (em vez de "hilly country of Syria"). Isto muda um pouco as coisas. Já falámos do Lago Tritonis, e à época de Nennius já deveria estar a transformar-se numa enorme superfície salgada, que é hoje o Chott el-Jerid, de onde o nome "Salinarum". Depois dessa região tunisina, há já na Argélia uma cidade, junto à cadeia montanhosa do Atlas que ainda se chama Azaria. Rusicada era também uma cidade romana na zona argelina (foi identificada a Skikda, cidade costeira), e estes locais estão no mapa anterior.
Os Altares dos Filisteus nesta zona (Tunísia/Argélia-Atlas) é ainda mais relevante. Os filisteus deveriam estar na zona de Gaza, junto a Israel... onde desenvolveram lutas com os Hebreus. Porém, se atendermos a que acabámos de realçar a conexão dos Hebreus com a Hispânia, podemos perceber que o ponto de conflito com os filisteus poderia ocorrer noutro lado - no Norte de África.
Maximus, Ambrósio, Ida e Conan
A Historia Brittonum de Nennius parece ser encarada como meio fantasiosa, e no entanto, não deixam de ali estar alguns acontecimentos que poderiam passar por falsos e não eram, como os referentes a Maximus (de quem falámos no texto anterior), já que a memória desse imperador tinha sido eliminada por decreto romano.
Nennius, como todos os restantes, terá seguido variada documentação. Poderá é ter seguido alguma que não devia... mas na maioria dos "historiadores" da Antiguidade há esse problema, falam de coisas que são hoje desacreditadas. Escolhe-se assim uma parte do que é dito, que cola com a versão oficial, e o resto é negligenciado. Não sei se há algum historiador antigo que seja considerado fiável, do princípio ao fim, e se há, é porque se tem apenas uma parte histórica muito limitada e particular (o caso de alguns romanos). Ora, não haver nenhum historiador geral da Antiguidade, fiável, do princípio ao fim, é no mínimo um sintoma do problema subjacente há muito tempo.
Tem-se associado a figura do romano Ambrosius Aurelianus à lenda do Rei Artur (e.g. este filme), mas Nennius, como outros, refere-se a Ambrósio de forma distinta de Artur. O ponto comum seria a resistência ao invasor.
Nennius fala depois de Ida, Rei da Bernicia, reino anglo-saxão. Curiosamente esse nome será também o de (Santa) Ida, mãe dos reis de Jerusalém, e mulher do conde do Bulhão, de que já falámos, e que era Eustácio II, um comandante na invasão normanda em Hastings (1066).
Finalmente, regressando à Torre Vítrea, regressamos a Conan... temos numa edição de 1838 da Historia Brittonum, publicada pela English Historical Society, a seguinte observação:
Turrim vitream: Concerning the tower of glass and its frequent occurrence in the early Welsh legends, see Roberts’s Cambr. Antiq. pp. 75, 78, and Davies’s Mythology of the British Druids, p. 212. O’Connor states that this tower was built by a certain Conan upon the island called Tor-Inis, or Tory Island, and refers to a poem written long before A.D. 908, in proof of the antiquity of the tradition, Prolog. I. xxxvi
Ou seja, que a "Torre Vitrea" seria uma antiga lenda galesa, associada a uma torre na ilha de Tory (ver aqui também), construída por um certo Conan...
Ilha de Tory, onde estaria a Torre Vítrea de Conan (em panoramio)
No segundo filme de Conan (Destroyer), encontra-se justamente um episódio no "castelo de gelo do mago Toth-Amon" (ver), reportando talvez essa associação lendária a Conan e por outro lado à migração do cita via Egipto.
Esta descrição da Torre Vítrea pode ser considerada como alegórica, fantasiosa, associada a outras lendas medievais. Por exemplo, Geoffrey Monmouth (livro III, cap. XV) descreve o episódio do tirano Morvidus que teria sido devorado por um "monstro" na costa da Irlanda.
No entanto, a Torre Vítrea dificilmente pode ser enquadrada no tipo de mitos medievais comuns, não há propriamente nenhuma conotação heróica ou religiosa. Há apenas um episódio que é descrito com algum detalhe, sem qualificativos, explicações ou implicações. Se fosse algo que abalasse menos os preconceitos, seria mais facilmente aceite, assim permanece como desafio às explicações mais racionais.
22/12/2012
De bhrone a 26.11.2013 às 22:06
ResponderEliminarthe word tirreno comes from greek tyrrhenaios which means etruscan
(this comment was transferred from the sapo mirror)
Thanks for the information, bhrone.
EliminarMauritania and the Pillars of Hercules are far off from the Tyrrhene sea or the location where the Etruscan are usually placed.
Seas and countries have changed their names through times, there are several association to the Veneti, that go from Britanny, to the Iberian, and of course to the Venitian region.
This spread sea dominance could associate the name to a bigger part of the Mediterranean sea.
Thanks, once again.
you're welcome ! I also tried to understand which way this mysterious scythian had taken from Egypt to Gibraltar. I found that aras filistinorum may have been an error of reading "aras philaenorum" that Plin said mark the crossline between cyrene and carthagene
EliminarWell, I'm not learned on Greek or Latin, and I rely mostly on looking at the translations, despite sometimes I look at the "original" transcription.
EliminarAs all these things are second or even third hand documents... I do not take it more seriously than a "text accepted by a community", it is slightly better than oral tradition.
I suppose you mean "crossline between Cyrene and Carthage", as Carthagene is in Spain.
Nevertheless it would be a little awkward for Nennius to place the Phillistines in such a location, far from the biblical zone.
I do not know if you were able to follow the portuguese text google translation, but this is just a part of a series of texts.
My point is that Hebrews were probably led to Iberia, and have nothing to do with the Jews. I had developed this idea in another text, and this was mostly a sort of confirmation of the Moses myth. You can not wander 40 years in Sinai desert, unless you don't move. The only plausible option to 40 years travel is the Sahara desert. Moreover I find out that the sea in the South of Portugal was also called Erythrean sea, and there were at least two Red seas at ancient times. This "red" acts more like forbidden sea, as it was also used for the Californian Sea during the 17th century - the mexican spanish could not travel above that line - and in fact California was taken for an island during the 17th century, in almost all maps (despite it was known previously to be a peninsula). The Dutch Company of East Indies decreted a no-sail zone in the Pacific ocean (east Australia and above the California peninsula), and all the others followed. The discoveries story is just a bad joke.
The Hebrew-Jew confusion was made on purpose at Cyrus time, when the prisioners were resettled.
In fact I have an old portuguese text that comments on the arriving of Nabucodonosor to Iberia, due to the help of iberian tribes during the siege of Tyre.
If you call the greeks in Sicily to be greeks, it is most probable that different names given to the Phoenician were mostly a matter of choice.
Just notice that Punic is related to Phoenicia by the drop of the H, leading to Poenicia and the change of OE to U, leading to Punicia.
Therefore, using your information, Tyrrhene could also refer to Tyre and all the sailing domination that went from Tyre to Great Britain. It could be an old interpretation, like saying that the Atlantic was a portuguese sea in the 15th century.
There are many misleading changes of names through the ages, and most of them are not unintentional.
You are right. I'm french, I read portuguese in a very global way and I write english as I can. I can't be agree with your attempt to make a special link between Hebrews and Iberia. I have a different opinion in that matter and it will be too long and unnecessary to expose it here. I wish you good luck in your project. Adeus.
EliminarIt is not really that important. I just want to fit the information that I believe to be correct in my mind. And of course, with new evidences this information could change a little, but not very much, because the importance of the new information will decrease, as it is more probable to be altered.
EliminarEvery other thing, is more or less irrelevant.
Best wishes.