Apresentamos mais uma excelente colaboração que Calisto enviou, e que dá seguimento e adicional consistência à tese de Damião de Góis, sobre a origem do Conde D. Henrique, que já abordámos nos posts: Bolhão, Governantes da Lusitania, e no post anterior com o mesmo nome.
Damião de Góis sustentou que o Conde D. Henrique seria da linha de Bouillon - Bulhão, e portanto a nossa primeira dinastia seria mais propriamente designada Dinastia de Bolonha, de Boulogne-sur-mer, ou ainda de Lorena, dada a conexão ao ducado de Lorena.
Brazão actual de Boulogne-sur-mer
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Existe o manuscrito de Fissieux (1632), e o manuscrito (recueil) 1054, usados por M Didot mas apresentam-se como uma cópia do de Vassebourg ‘Antiquités de la Gaule Belgique’ (1549) no que concerne a Guillaume de Boulogne, suas alianças, posteridade e as aventuras de Henry na Galiza.
Guillaume, o mais novo dos irmãos morre em 1098, teria a baronia de Jaynville e outros circunvizinhos, tal como o governo do ducado de Lorraine na ausência dos seus irmãos. Teve duas mulheres, Geltrude, filha do conde de Las, e Mathilde, filha de Gerard, duque de Mozellanne. Deixou 3 filhos: Théodoric que sucede no ducado de Lorraine.
Godefroy com a baronia de Jainville (esteve em Jerusalém e tomou parte nos espólios do seu tio Baudoin), pouco depois da morte do tio Baudoin (1119) volta para Jainville que governa até 1128, deixando um filho Godefroy II.
Henry, o mais novo, estando na flor da idade, no ano de 1110 embarca para Marselha, com intenção de chegar à Terra Santa, mas, ou por uma tempestade ou por deliberação daqueles que conduziam os navios foram aportar na Galiza. (o resto da “aventura” encontra-se em ‘Essai sur la genealogie de Joinville’, Didot).
Apesar dos autores dizerem que esta genealogia (Joinville) encerra erros grosseiros, encontram nas notícias dadas por Vassebourg certos detalhes que não são desprovidos de interesse e que tomam por emprestados tradições locais.
Para o autor, o interesse dado à importância histórica ao papel de Guillaume, irmão de Godefroi de Bouillon, propunha a demonstrar, contra toda a razão, que os duques de Lorraine tinham herdado os direitos da casa de Bouillon sobre o reino de Jerusalém como sucessores de Guillaume.
No entanto é de referir que Guillaume não é, ao contrário do que se julgava, uma personagem imaginária. A sua existência é atestada por Guillaume de Tyr, por Lemire.
Fontes:
- Essai sur l´histoire et la généalogie des Sires de Joinville (1008-1386) accompagné de chartes et documents inédits par J. Simonnet, conseiller a la cour d’appel de Dijon, membre correspondant de la société historique et archéologique de langues, président de l’académie des sciences, arts et belles-lettres de Dijon, correspondant du ministère de l’instruction publique, etc.-1876, pp.43-45, pp 55 (em pdf)
- ‘Mémoires de Jean Sire de Joinville ou histoire et chronique du tré-chrétien Roi Saint Louis’ (1858) (pp127), onde diz que de acordo com a ‘l’histoire inédite de Fissieux’, dos filhos de Guillaume, Thierry fica duque de Lorraine por morte do tio Baudouin, rei de Jerusalem, o segundo terá tido por divisão a baronia de Joinville por herança do seu tio Baudouin, e o terceiro Henri, que embarca em Marselha em 1110 para ir ter/vêr o seu irmão Geoffroi e o seu tio Baudouin, que era rei de Jerusalém, “Une tempète l’ayant fait aborder en Galice, il fut bien accueilli par Alphonse VI, que son frère avait chasé de son tròne, et il combattit si vaillamment les Sarrasins et le Maures, qu’Alphonse lui fit épouser sa fille naturelle Thérèse, et lui donna en dot le royaume de Portugal.”
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