quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

O raio da Terra

A teoria que basicamente está vigor no que diz respeito ao desaparecimento de muitas espécies, e muito principalmente os dinossauros, tem como base um impacto de um asteróide na zona da península do Iucatão, México. 

Qual o efeito de um embate de um meteoro/cometa na Terra?
Se o corpo for razoavelmente grande, podem ser mais significativas do que é habitualmente considerado! Um pormenor que não é normalmente discutido, diz respeito à velocidade de rotação terrestre.
É bem conhecido (especialmente por quem já tenha jogado bilhar) que se um impacto não for exactamente central, o corpo fica sujeito a uma rotação originada pela lateralidade do impacto. Essa será uma das principais causas dos movimentos de rotação dos corpos celestes. Ou seja, faz sentido procurar uma razão para a actual rotação terrestre num impacto na zona equatorial, e orientado no sentido directo.

Encontramos uma depressão marítima extremamente profunda que pode corresponder a essas características, naquilo que é hoje o Mar das Caraíbas - orientada no sentido directo, na linha equatorial.
Caso se tratasse de um cometa de grandes dimensões, como o núcleo pode ter 80% de gelo, isso corresponderia a um acréscimo de água de proporções diluvianas. Para além disso, antes de estabilizar, a rotação terrestre poderia ter sido alterada de forma abrupta... a ponto dos dias serem muitíssimo mais curtos do que aquilo que hoje presenciamos. Isto já para não considerar uma possível alteração orbital, com consequência numa alteração da duração dos anos. Como curiosidade, lembramos que os personagens bíblicos têm vidas 10 vezes superiores às normais, antes do dilúvio!

Actualmente a Terra tem uma velocidade orbital de 30Km/s, que é alta (0.01% da velocidade da luz), e 60 vezes mais alta que a velocidade de rotação equatorial (463 m/s, que é superior ao som). 

No entanto, assumir que sempre foi assim, é apenas uma hipótese conservadora.
É sempre engraçado ver misturar teorias conservadoras com hipóteses radicais, para justificar alterações radicais... e no entanto a base fica sempre conservadora. Por exemplo, em termos de datação, usa-se um decaimento para distribuição uniforme do carbono 14, e depois vai sendo ajustado para diversas inconsistências, para coincidir minimamente com outros métodos, que usam a exposição solar, ou a estratificação. Faz-se isso com a leveza habitual, que o conservadorismo académico tende a preservar. Pode depois falar-se em milhões ou biliões de anos, com base no conhecimento seguro de apenas algumas centenas ou dezenas.

O arrefecimento do interior da Terra
Os milhões de anos seriam necessários para toda a teoria de evolução, etc...
Há, no entanto, um problema complicado assumindo milhões de anos, que é ignorado!
- A termodinâmica preconiza um decaimento do calor muitíssimo rápido, exponencial...
(... é aliás por isso que mesmos os melhores térmos não mantêm as bebidas quentes mais que algumas horas)

Ou seja, mesmo com o melhor isolamento térmico provocado pela crosta terrestre, o manto não precisa de milhões de anos para arrefecer. A menos de existência de uma fonte de calor interna (coisa que só é admitida em estrelas), o arrefecimento seria muito rápido, de acordo com as leis da termodinâmica.
Aliás, basta pensar no que seria ter algum material fundido a temperaturas de vários milhares de graus, dentro de uma esfera isoladora... não é preciso esperar muito tempo para um arrefecimento e solidificação. Certamente, não é preciso esperar anos, e muito menos milhares de anos.
Por outro lado, astros de menor dimensão, como Mercúrio, a Lua, ou os asteróides, não têm qualquer actividade vulcânica, o que mostra como rapidamente consolidaram. Mesmo em Marte, há apenas vulcões extintos, e a actividade vulcânica na Terra tem-se reduzido a um número cada vez mais escasso de vulcões activos.

Qual o problema de admitir que a idade da Terra é muitíssimo mais recente?
- Faltaria espaço temporal para a teoria da evolução... em vez de uma progressão lenta das espécies, teríamos quase uma espécie de jardim zoológico, que alguém aqui colocou!

Uma hipótese alternativa será admitir uma fonte de calor interna. Ou seja, não me parece impossível terem existido reacções nucleares no interior da Terra, devido à grande pressão, como acontece nas estrelas... essa fonte nuclear interna aceleraria ainda mutações e evolução. Entretanto, nos últimos milhares de anos, ficaríamos na fase de arrefecimento interno.

A falha central no Atlântico
Como referimos noutro texto, em 1682 Carvalho da Costa indicava 10º30' para a diferença de longitude entre Londres e Lisboa, o que será um erro de 1º face à posição actual. Podemos sempre admitir o erro do autor, mas também podemos evitar estar sempre a usar essa desculpa.
Por que não admitir um movimento de 1º em 500 anos, digamos?
O que significaria isso? Em 10 000 anos significariam 20º de diferença, assumindo uma variação constante, para simplificar... (o que é típico fazer-se academicamente!)

Acontece que 20º de amplitude na longitude é o que temos em média de diferença na "espinha-dorsal" Atlântica, a cadeia montanhosa que se forma pela separação das placas tectónicas.
Conforme podemos ver num mapa topográfico:
A cadeia montanhosa a meio do Atlântico rompeu as zonas de maior profundidade (a roxo) em duas partes. É essa diferença (setas brancas) que se cifra em média em 20º de latitude.
As zonas de maior profundidade já existiam, e há uma diferença abissal entre as zonas menos profundas (onde se supõe que pode ter estado um litoral primitivo) e as zonas mais profundas, alguns planaltos submarinos, onde encontramos a formação submarina que foi ligada à Atlântida.

É aliás fácil verificar que há uma zona central agreste, com grandes irregularidades, que corresponde a essa cadeia montanhosa central, e por isso será mais recente. As partes submersas junto à zona costeira são estranhamente muito planas, e serão mais antigas.

O raio da Terra
A teoria tectónica assume que o tamanho da Terra foi constante.
Ou seja, aquilo que se acrescentou de superfície (consolidado o magma a meio do Atlântico), foi depois submergido na zona do Pacífico adicionado com a elevação da cadeia montanhosa americana (das Rochosas aos Andes). Porém, essa expansão processa-se de forma muito mais rápida que a submersão, e portanto a única consequência é um aumento da dimensão da Terra. 
Aliás não há nenhuma razão para assumir que a crosta terrestre tivesse tido sempre a mesma dimensão.
Curiosamente, as medições de Eratóstenes para o raio da Terra, que apresentam um erro de 1% estariam correctas se assumirmos que houve estes movimentos.

Sintetizando...
A consolidação da Terra será muitíssimo mais recente, e a actividade vulcânica tenderá a desaparecer, como aconteceu em Marte (... não falamos aqui de Eyjafjallajokull, que estará mais ligado a erupções financeiras). A crosta terrestre quebrou primeiro, muito provavelmente numa primeira gigantesca colisão que definiu o Pacífico. Ainda há pouco tempo, em 1994, um cometa colidiu com Júpiter.
A última colisão significativa deverá ter ocorrido na formação do Mar das Caraíbas, e definiu a actual rotação e órbita terrestre. Essa colisão poderá ter sido a origem do mito diluviano, primeiro pelo impacto, e depois pelo efectivo aumento do nível da água, talvez seguido de período glacial...

Obviamente não estou a dizer que isto aconteceu, são apenas algumas hipóteses a considerar... o resto fica para a certeza da "tradição académica", com as suas simplificações - em que a Terra teve sempre o mesmo tamanho, os dias e os anos foram sempre iguais, em que o calor interno não arrefece, etc... coisas que assim permitem fazer datações a milhões ou biliões de anos...

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