Em termos de auto-proclamadas independências e dependências, o novo mapa ibérico passou a ser:
Não é todos os dias que se pretende alterar o mapa ibérico, e a data foi escolhida nos números.
Não é todos os dias que se pretende alterar o mapa ibérico, e a data foi escolhida nos números.
Sim, Espanha não reconhece a soberania inglesa sobre Gibraltar, nem reconhece a independência catalã. Desde hoje, Espanha perderia a fronteira com Andorra... e perderia mais o sentido do nome Espanha, que resultou da união entre os reinos de Castela e Aragão. O nome Espanha é directa importação do romano Hispania, um nome que via a Península Ibérica como um território íntegro e uno, conforme Filipe II, III e IV, nos apresentaram durante 60 anos.
O Presidente de Portugal, quando defende o respeito pela unidade de Espanha, apresenta uma engraçada ironia em si mesmo, já que Portugal se define justamente como território em oposição à unidade de Espanha, enquanto herdeira da unidade da Hispania romana.
Madrid irá aplicar o agora famoso artigo 155 da constituição espanhola a uma região autónoma, que já não existe... pois internamente passou a existir uma República da Catalunha, onde Filipe VI não é rei. Madrid pretende organizar eleições regionais na Catalunha, mas provavelmente o governo catalão irá organizar novas eleições para eleger o presidente da República da Catalunha, que interinamente será Puigdemont.
A legalidade espanhola não é aplicável a outro estado, e a Catalunha passará a usar as suas leis internas, ignorando as leis espanholas, tal como Portugal, ou qualquer outro estado independente, o faz. Em breve irá apresentar a constituição catalã a votação popular.
Rajoy arrisca fazer o papel de Gorbachov, ou pior... se usar força, de Milosevic, quando Belgrado foi lutando contra a dissolução da Jugoslávia em diversos estados independentes, levando a uma guerra balcânica bastante sangrenta.
Na altura, também os países externos avançaram cuidadosamente no reconhecimento de governos e independências, porque anteviam sérios problemas, que vieram a manifestar-se em guerras, muito em particular porque a comunidade internacional demorou a definir posições definitivas unânimes. Também em cada um desses novos países existia uma forte comunidade de origem externa - no caso dos países bálticos, uma forte comunidade russa, que estava contra a independência... mas aí, visando a fragilidade de Moscovo, não houve hesitação em apoiar Lituânia, Letónia ou Estónia.
O que parece inevitável é que a única solução para Madrid evitar Barcelona como uma capital independente, serão prisões, com o uso de força policial ou militar... já que não se antevê mudança no resultado, se houvessem novas eleições regionais, ainda para mais, impostas por Espanha.
A manutenção da situação anterior, que tem tantos defensores, inclusive todos os governos do mundo, deixa forçosamente na gaveta todas as auto-determinações dos povos, mesmo que tenham língua ou cultura diferente, e uma motivação histórica bem identificada, com diversas tentativas de independência. Para Guterres, que tanto perorou pela auto-determinação de Timor-Leste, será uma experiência interessante, enquanto secretário-geral da ONU.
Aguardemos agora, para vermos como Madrid pretenderá impôr a sua legalidade em território alheio, para vermos se o F. C. Barcelona continua a jogar na Copa del Rey, para vermos se Barcelona começa a estabelecer os órgãos de soberania próprios, que começam em nova legislação, nova polícia, nova economia financeira, com ou sem Euro, etc... os tempos afiguram-se complicados, não apenas em Barcelona e Madrid, mas também em Bruxelas, enquanto Londres sai da derrocada da UE, que se pode avizinhar em consequência.
O Presidente de Portugal, quando defende o respeito pela unidade de Espanha, apresenta uma engraçada ironia em si mesmo, já que Portugal se define justamente como território em oposição à unidade de Espanha, enquanto herdeira da unidade da Hispania romana.
Madrid irá aplicar o agora famoso artigo 155 da constituição espanhola a uma região autónoma, que já não existe... pois internamente passou a existir uma República da Catalunha, onde Filipe VI não é rei. Madrid pretende organizar eleições regionais na Catalunha, mas provavelmente o governo catalão irá organizar novas eleições para eleger o presidente da República da Catalunha, que interinamente será Puigdemont.
A legalidade espanhola não é aplicável a outro estado, e a Catalunha passará a usar as suas leis internas, ignorando as leis espanholas, tal como Portugal, ou qualquer outro estado independente, o faz. Em breve irá apresentar a constituição catalã a votação popular.
Rajoy arrisca fazer o papel de Gorbachov, ou pior... se usar força, de Milosevic, quando Belgrado foi lutando contra a dissolução da Jugoslávia em diversos estados independentes, levando a uma guerra balcânica bastante sangrenta.
Na altura, também os países externos avançaram cuidadosamente no reconhecimento de governos e independências, porque anteviam sérios problemas, que vieram a manifestar-se em guerras, muito em particular porque a comunidade internacional demorou a definir posições definitivas unânimes. Também em cada um desses novos países existia uma forte comunidade de origem externa - no caso dos países bálticos, uma forte comunidade russa, que estava contra a independência... mas aí, visando a fragilidade de Moscovo, não houve hesitação em apoiar Lituânia, Letónia ou Estónia.
O que parece inevitável é que a única solução para Madrid evitar Barcelona como uma capital independente, serão prisões, com o uso de força policial ou militar... já que não se antevê mudança no resultado, se houvessem novas eleições regionais, ainda para mais, impostas por Espanha.
A manutenção da situação anterior, que tem tantos defensores, inclusive todos os governos do mundo, deixa forçosamente na gaveta todas as auto-determinações dos povos, mesmo que tenham língua ou cultura diferente, e uma motivação histórica bem identificada, com diversas tentativas de independência. Para Guterres, que tanto perorou pela auto-determinação de Timor-Leste, será uma experiência interessante, enquanto secretário-geral da ONU.
Aguardemos agora, para vermos como Madrid pretenderá impôr a sua legalidade em território alheio, para vermos se o F. C. Barcelona continua a jogar na Copa del Rey, para vermos se Barcelona começa a estabelecer os órgãos de soberania próprios, que começam em nova legislação, nova polícia, nova economia financeira, com ou sem Euro, etc... os tempos afiguram-se complicados, não apenas em Barcelona e Madrid, mas também em Bruxelas, enquanto Londres sai da derrocada da UE, que se pode avizinhar em consequência.
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