sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Antes Maroiços e Antas

A Associação Portuguesa de Arqueologia, APIA, através de Nuno Ribeiro e Anabela Joaquinito, tem vindo a publicitar várias descobertas nos Açores. Praticamente todos os anos estamos com novidades, e desta vez são estruturas piramidais, denominadas "Maroiços":

Maroiços no Pico (Madalena) [esq: foto Expresso, dir: foto Artazores]

É claro que só se tratam de descobertas para quem não sabe... e a questão mais uma vez é atribuir uma autoria, já que ao contrário da Grota do Medo, duvido que alguma sumidade nacional arriscasse uma versão natural para tais construções. Há ainda assim alguns limites para o ridículo. Mais uma vez, há uma versão oficial que atribui tal obra aos agricultores, dentro do quadro da Paisagem da Ilha do Pico.
Já tinhamos mencionado no texto "Degraus da Maia" que os muros da Ilha do Pico tinham sido classificados na lista WHC da UNESCO, o que nos pareceu algo estranho, mas meritório. Estranho, porque não parecia haver nada de tão extraordinário naqueles muros, que não se encontrasse frequentemente em serras portuguesas... conforme já referimos na zona da Serra dos Candeeiros, não longe de Fátima, há vários quilómetros quadrados cheios de muros, que dão ideia de cidadelas abandonadas no tempo.

Ora, uma coisa é haver uma sensação visual, outra coisa é arriscar dizer que se tratam de monumentos arqueológicos. Neste caso dos "Maroiços" é nítido que há uma construção piramidal, a questão é saber se tal obra se pode reportar a período anterior à colonização oficial portuguesa... ou se são apenas construções agrícolas mais recentes. A notícia do Expresso:
dá a entender que há vários factores que podem apontar para ser construção antiga. Nomeadamente a semelhança com estruturas semelhantes noutras ilhas (e.g. dos guanches nas Canárias), o facto de terem câmara interna (falsa abóbada), e a orientação solar. Apenas estes factores estão longe de ser decisivos, e seria fácil rebater tal hipótese... O problema é que também é difícil de acreditar que os agricultores açorianos andaram a copiar construções arqueológicas antigas. Já são pelo menos 3 ou 4 monumentos bem distintos que invocam uma presença anterior à versão oficial portuguesa.

O nome Maroiço não é exclusivo açoriano. Há uma serra perto de Fafe que se chama Serra do Maroiço, e esse nome já foi associado pelo arqueólogo Luis Chaves (1951) à presença de antas:

Nesse texto, Luis Chaves, faz uma pequena síntese de topónimos que poderiam invocar essa ligação.
Deixo aqui um breve resumo das diversas palavras que ele associou na toponímia nacional:
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Altar (ex: Anta de Altar, Mamaltar).
Anta (ex: Pedra d'Anta, Vale de Antas, Antadega, Anto).
Antão, Antões: : aumentativos de Antas.
Ante (ex: Penedante, Pedra Dante, Touça Dante, Antemil)
Antela, Antelas, Antaínha, Antoínha : diminuitivos de Antas (Antanhol).
Arca (ex: Fraga de Arcas, Pena de Arcas, Arcã) : montes de terra.
Arcaínha, Arcanha, Arcela, Arcelo, Arquinha : diminuitivos de Arcas.
Arcal, Arcais, Arcão : aumentativos de Arcas.

Casa : "nome comum às antas e às lapas, covas, etc."
Casarelo, Casinola : diminuitivo de Casa.
Cova : similar a Casa, pode não ser Anta.
Covelo : diminuitivo de Cova.

Forno : "por semelhança construtiva com fornos".
Fundo : similar a Cova, Casa.

Lagar : por "sugestão de capacidade e imagem dos lagares".
Lagarão : aumentativo de Lagar.
Lagareta : diminuitivo de Lagar.
Lapa : (gr. lapados) rochedo, "a Anta formada por esteios e coberta" (Lapa dos Mouros, Lapa da Orca)

Madorra: monte de pedras miúdas ou cascalho.
Medorra, Modorra, Mudura, Madorrinha : vem de Madorra.
Mamôa: "monte, colina, ou proeminência de terra", arredondada, "semelhante a peito".
Maroiço, Marouço, Maroço, Meroço, Tulha : "monte de seixos".
Mêda : "monte de pedras".
Monte : "o monte de pedras quando a Anta não tinha cobertura de terra".
Montilhão : aumentativo de Monte.
Moimento : vem de Monumento, Leite de Vasconcelos dizia ser de Antas desaparecidas.

Orca : "grande vaso de barro ... conserva de peixe seco", passou a designar habitação mítica (Casa da Orca, Lapa da Orca, Pedra da Orca, Orca das Orcas).

Padrão, Padrões, Pedrão, Pedrões : "pedra grande, o conjunto da anta" (Anta dos Padrões, Antela da Mamoinha do Senhor do Pedrão)
Pala : "pedra horizontal sobre outras (Pala da Moura).
Pedra : "a pedra formada pelo todo da anta, ou conservada de pé (Pedralta, Pedra do Altar, Pedra da Anta, Pedra da Orca).
Penedos : "associado o nome às antas que os formam" (Penedante, Penedo de Anta, Penedos de Arcas)

Sepultura: "associação ao uso sepulcral".
Touça, Touca, Toutiço ou Touta : toma a forma de cabeça.
Urna : "vaso onde se guardavam as cinzas dos mortos".
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Esta lista organizada por Luís Chaves é extensa, mas creio que ainda faltam associar outras palavras que se ligam a construções antigas, como por exemplo Fragas, Azambuja, Zambujal, Zambujeiro, etc...
Ainda que não tenham resistido os monumentos, houve um registo de nomes que ainda não se perdeu, e que nos liga a tempos imemoriais.

Aditamento (08/09/2013):
Por lapso ao compor o texto falei dos guanches, mas esqueci-me depois de explicitar a relação destes Maroiços com os Marajos, as pirâmides das Canárias, colocando uma imagem ilustrativa:
Pirâmides de Guímar, Tenerife (Canárias)

Também no caso espanhol é suposto que estas pirâmides sejam já posteriores à ocupação espanhola, não sendo reconhecido oficialmente que remetam aos guanches. No caso das Canárias, como é reconhecido uma habitação anterior pelos guanches, não se coloca a questão das ilhas serem desabitadas, o problema é que a estrutura parece ter sofrido alterações ou reconstrução no Séc. XIX, pondo em causa um registo mais antigo. Também no caso canarinho, foi demonstrada uma orientação solar dos monumentos.

Para quem queira ver nestas construções uma obra agrícola de camponeses europeus, deve explicar por que razão tiveram a mesma ideia os agricultores do Pico e de Tenerife, e porque razão tal construção não tem tradição nos países de origem, em Portugal e Espanha. Justificação complicada... boa sorte!

Contribuição (Sid, 17-11-2013):
Na última coisa que aqui escrevi, disse faltar uma justificação para o aparecimento destas estruturas agrícolas. Tendo a sorte de ter o comentário de Sid, natural da Ilha do Pico, sobre este assunto, creio que esclarece no outro sentido. A característica específica dos terrenos vulcânicos levaria a este amontoar de pedras ordenado.
Os arqueólogos da APIA, que certamente ouviram estas explicações dos agricultores, deveriam ter tornado públicas as razões pelas quais não ficaram convencidos.
Pela minha parte, dou o devido destaque a ambos, e a conversa segue na caixa de comentários.

-- Comentário de Sid --

Atraquei aqui porque o assunto diz-me respeito, pois sou natural do Pico e fui criado no sopé daquela montanha.
O meu contributo para a questão é simples e curto, pois eu próprio em criança fazia deles o meu castelo e em jovem ajudei meu pai a construir alguns (pequeninos) ao limpar o chão dos terrenos para torna-los próprios para as sementeiras e diversas culturas próprias de quem vive da terra. 
Como tal, passo a descrever os maroiços em causa, e até dou, de boa vontade, uma ajuda na compreensão razão para agora estas gentes andarem a estudar estes amontoados de pedras.
Diversas áreas da ilha do Pico são de solo coberto de pedra basáltica, digo coberto porque refiro-me a uma camada que pode variar em espessura, mas é muito comum, depois de se escavar meio metro ou um metro encontrar terra própria para cultivo. Esta característica, quanto a mim, é fruto de erupções vulcânicas intercaladas por grandes períodos de tempo, na ordem dos milhares de anos, tempo suficiente para que a erosão natural forme terra arável mas que depois acaba por ser coberta por um manto de lava. Manto este que actualmente, já em forma de pedras soltas e cascalho definem o solo de grande parte da paisagem do Pico, principalmente aquela localizada no sopé da montanha, como é o caso da vila da Madalena.
Os maroiços, começam a nascer a partir do momento em que alguém limpa uma qualquer área que nunca havia sido usada para cultivo, estes variam de dimensão consoante o tipo de cultura ou a quantidade de pedras existente sobre o solo. No caso da vinha, que é muito comum nas áreas em questão e onde por sinal a paisagem e o solo são a imagem de marca dos vinhos do Pico, bem como paisagem classificada pela UNESCO desde 2004. Ora, o processo original de trabalhar solo desta zona para o cultivo a vinha, consistia em abrir uma pequena cova entre as pedras, introduzir terra e nessa terra plantar a videira, com as pedras maiores que se encontravam sobre o solo, faziam-se os muros que servem de abrigo ás videiras, contra os ventos, e ao mesmo tempo que se faz obrigo arruma-se a pedra duma forma rápida e pratica. Para os casos em que há maroiços, esses surgem naturalmente quando estes muros não chegam para arrumar toda a pedra, então num canto ou mais cantos de uma determinada parcela levantavam-se muros, dispostos em formas variadas - circular, rectangular, triangular ou quadrangular, para reter as pedras que posteriormente foram depositadas no seu interior. Estas construções variam muito de tamanho, algumas vão crescendo com o passar dos anos, conforme o área em redor vai sendo explorada, principalmente nos casos em que a cultura é de sementeiras. Nestas, sempre que se trabalha a terra, surgem pedras entre a terra, que são recolhidas e depositadas no maroiço, o que leva à necessidade de reforçar este com a construção de mais um "andar" fazendo com que estes formem pirâmides. Ainda é de salientar que em tempos passados estas terras eram a base da economia da ilha, era comum ver nestas terras famílias inteiras a trabalhar de sol a sol, levavam almoço, levavam as crianças e era para maroiço que se atirava tudo o que era lixo e sólidos encontrados no chão da propriedade onde esta localizado, daí ser frequente encontrar restos de loiças, restos metálicos, conchas de lapas (marisco muito apreciado nas ilhas) etc. 
Estas ideias recentes que tem surgido em torno destes montes (organizados) de pedra, são isso mesmo, ideias.

20 comentários:

  1. Olá boa tarde.

    Parabéns pela persistência e qualidade do seu trabalho de divulgação e investigação deste tipo de tópicos ocultos pelo establishment, será difícil de aceitarem as pirâmides dos Açores, até que encontrem múmias tipo Guanches! Mas como todo o mundo as consumiu em pó como remédio... provavelmente pouco haverá para encontrar.

    A ARQUEOSTRONOMIA é uma disciplina mal-amada pelo establishment... como a palavra Anta tanto tem incomodado a máfia da Wikipédia, há uns anos conseguiram apagar CENSURAR totalmente esta palavra e artigo quando relacionada com os megálitos, eu publiquei outro mais tarde que se tem ainda mantido, a ver por quanto tempo, o meu artigo foi completamente censurado e alterado, até a foto duma Anta com os tais corredores direccionados para as Plêiades foi substituída por outra sem corredor, será impossível às próximas gerações alterarem este estado de sitio académico mafioso manipulador, mete nojo o trabalho dos “cientistas” catedráticos censores.

    Boas leituras, cumprimentos, José Manuel CH-GE

    Antas alentejanas
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

    (Este artigo ou secção possui passagens que não respeitam o princípio da imparcialidade.
    Tenha algum cuidado ao ler as informações contidas nele. Se puder, tente tornar o artigo mais imparcial [nota do censor...])


    Provavelmente há cerca de 7.000 anos na região centro e sul de Portugal começaram-se a construir estas Antas estruturas megalíticas com 7 blocos de pedra.
    Desconhece-se a razão pela qual estas populações consideradas como pré-históricas puderam montar estas estruturas de várias toneladas.
    Alguns estudos afirmam que elas se orientam em direcção às estrelas Plêiades, da Constelação do Touro.

    A datação das Antas portuguesas deverá ser efectuada com o novo Optically Stimulated Luminescence (OSL)

    Ligações externas
    Stones and Stars Project (em inglês)
    Optically Stimulated Luminescence (OSL) (em inglês)

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Antas_alentejanas

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    1. Olá José Manuel.
      Mais uma vez obrigado pelas palavras e pelo comentário.
      É incrível que haja ali censura. Deixam passar tanta idiotice e mentira, e vão cair em cima de algo objectivo.
      Aquilo que você colocou nada tem de subjectivo, é mesmo de perder a paciência.
      Aliás a sua informação sobre a Luminescência é importante, porque a maior parte das pessoas nem conhece esse sistema de datação - por exemplo, eu soube disso consigo.
      Enfim, apesar dos censores mesmo assim ainda conseguimos apanhar muita informação válida na Wikipedia.
      Obrigado e um abraço.

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    2. Caro Da Maia

      Mas desde quando, a Wikipédia escapa ao controle global?
      A idiotíce e a mentira são o escudo político, óbviamente são incentivadas.
      Já a procura da verdade, é demasiado perigosa. Põe em risco a legitimidade do poder...

      Abraço a ambos

      Maria da Fonte

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    3. Tem razão Maria da Fonte, mas o controlo nunca é total. Isso é impossível.
      Pode parecer que é quase completo, mas até obedecendo, as pessoas sabem desobedecer, basta serem suficientemente inteligentes e corajosas.
      Abraço,
      da Maia

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  2. Caro Alvor, já agora aproveito para completar um pouco a sua lista, (encontrado num livro juvenil):
    " A toponímia dá-nos excelentes possibilidades de localizarmos a existência actual ou remota de monumentos megalíticos. Nomes de localidades tais como Anta, Antela, Mamoa, Mamoinha, Meimoa, Meimão, Arca, Arcela, Orca, Tulha, etc, são evidente sinal da existência de dólmenes; assim como o são de menires os topónimos de Marco, Celada, Pedra Celada, Perafita ou Pedra Fita. E todos são vulgaríssimos na província." (A arte em Portugal, Flórido de Vasconcelos, pag 8.

    Com os melhores cumprimentos,

    Calisto

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    1. Obrigado Calisto.
      A "Tulha" não constava... mas é uma designação que faz todo o sentido, como lugar onde se guardam cereais. Seria provavelmente essa a sua utilidade em uso posterior. Também faltavam essas designações para menires, por exemplo "celada" não suspeitaria a priori. Será que remete para "cela" ou para "selo"? "Cela" é outra designação habitual.
      Tal como os "zambujos" remetem para oliveiras bravas, também outra designação relacionada com a flora são os "espinheiros", que até já confundi com "espigueiros", onde se armazenam cereais...
      Presumo que a província a que ele se refere seja a Beira Interior, ou é outra?

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  3. Caro Alvor,
    a sua questão sobre a província é pertinente, no entanto nada é referido.
    Mas pelo resto do texto vamos desde o "quase" litoral (menir de Luzim - Penafiel) até ao interior sul (Menir de Abelhoa, Reguengos de Monsaraz; Cromeleques dos Almendres, Évora; recinto megalítico do Xerez, Reguengos de Monsaraz).
    Sobre os dólmenes:
    "No entanto, eles eram tão numerosos que ainda hoje os contamos por centenas no nosso país; e temos boas razões para acreditar que ainda nos falta conhecer muitos destes monumentos. A sua densidade, em certos pontos, é tal que nos leva a pensar que o Alentejo, por exemplo, devia nesses tempos ser mais povoado do que é actualmente!"
    "Muito menos numerosos do que as antas, durante muitos anos pensou-se mesmo que não existissem em Portugal menires e cromeleques. Hoje, porém, conhecemos um número suficiente destes monumentos para podermos afirmar que a sua disseminação não deveria ter sido inferior à da média dos restantes países europeus onde se verificou a existência do megalitismo."

    Com os melhores cumprimentos,


    Calisto

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    1. Obrigado, Calisto.
      Muitos desapareceram, mas é ainda maior o desconhecimento dos que ainda existem. A maior parte das coisas está praticamente ao abandono. Quando visitei Creta tive a sensação de que os gregos nem ligavam aos vestígios de colunas. Muitas estavam apenas empilhadas, outras estavam ainda nos campos, sem nenhum resguardo. Bastava olhar para o chão na região de Cnossos e podíamos encontrar bocados de cerâmica no meio dos caminhos para turistas.
      É o que faz o excesso...

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  4. Para as pessoas que andam mal informadas do que nos rodeia é que tem sido encontrados objetos por todo o globo que põe por terra a teoria que somos ascendentes dos macacos e além disso ainda não foi encontrado o elo que falta até ao homem atual. Esses objectos(ooparts)rompem com a teoria do macaco. Imaginem que algo acontecia de inesperado na terra e extinguia a população humana a 99,9999 e ficavam alguns humanos aqui ali e teriam de recomeçar tudo e também todo o conhecimento alcançado em decadas seria perdido.

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    1. Ainda esta na minha mente o tsunami no Japão toda aquela agua que devastou aquela zona do planeta.Muitas das coisas descritas na Bíblia(antigo testamento)que até me ria começa a fazer sentido com as descobertas arqueológicas ao longo dos anos.Existem muitas metáforas na Bíblia e algumas que não fazem sentido mas com as descobertas que tem tudo me leva a crer que o tal diluvio global tenha acontecido e tenha apagado toda a evolução que o homem tinha feito até então.As pedras de ICA(procurem essa frase na net) rompem com essa teoria do macaco que nunca fez sentido para mim.O homem é o ser mais complexo que existe no planeta terra em somos únicos.

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    2. Caro Paulo Cruz,

      obrigado pelos comentários.
      Sobre as Pedras de Ica, já aqui falámos:
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2012/11/pedras-de-ica.html
      no entanto, a questão de haver ou não um registo anterior de humanidade avançada não apaga o registo da própria humanidade.
      Não é por ter havido uma diferença de tecnologia que isso fez de uns menos macacos que outros, e a semelhança entre os hominídeos e os macacos é essencialmente física, mas quase inquestionável, tal como é inquestionável sermos mamíferos e não répteis. Houve um processo evolutivo, não vale a pena ignorá-lo... apenas é preciso notar que esse processo evolutivo não tem a dimensão de auto-suficiência explicativa que se pretende - ou seja, não foi um mero acaso, porque o acaso não é algo que se possa colocar fora do universo, e do processo determinista que o definiu.

      O dilúvio global é algo tão natural quanto é a subida de águas necessária por virtude do degelo. Se houve uma época glacial, a costa antiga era algo bastante diferente nessa época:
      https://sites.google.com/site/alvorsilves/home/glaciar-talvez.jpg
      e por virtude do degelo completo pode ter chegado a este ponto:
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2011/02/caspio.html

      Entretanto, é mais que natural que umas "tribos" tenham evoluído mais rapidamente que outras, e tenham mantido por indução religiosa e mítica outros povos numa crença de intervenção exterior, sob aspecto divino. Isso começou há muito tempo, com os Anedotos:
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/05/cobertura-de-anedotos.html
      ... e por aí adiante.

      Cumprimentos,
      da Maia

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  5. Obrigado pelo seu comentário.Tenho seguido atentamente um programa que esta a passar no canal Historia e houve uma frase que me marcou e disseram o seguinte: uma dessas centenas de pedras tem uma com um desenho de uma mulher gravida a sair de uma espécie de sonda que se liga a outra pessoa que esta a realizar uma extracção de coração e no ano que se descobriram essas pedras não se sabia que o sangue das gravidas melhora e evita a rejeição dos órgãos.Eu que existem fanáticos nas religiões e também na ciência,também penso que por trás de tudo isso existem muitos interesse.Sou da opinião que todas as perguntas de quem somos será desvendada.Os ooparts que se tem encontrado vão abrir a porta do nosso passado.Muito recentemente foi encontrada uma rocha que contém milhares de peças metálicas que formariam um complexo mecanismo mecânico como o que foi encontrado no mediterrânico,a maquina de Antikythera.A minha mente é aberta e dado a novas teorias que nos vão caindo,ultimamente,diariamente mas há que fazer um rescaldo de tudo e ver o que é lógico do que não o é. abraços

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    1. Esqueci-me de salientar isto.Na altura do descobrimento dessas pedras,a ciência,ainda não tinha descoberto que as células do cordão umbilical,as mulheres gravidas,são essenciais para os transplantes.Um grande abraço

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    2. Caro Paulo Cruz,

      obrigado pela informação. Não sabia desse detalhe sobre as pedras de Ica.
      O José Manuel de Oliveira e a Maria da Fonte já aqui referiram por vezes o Manuscrito Voynich, que está em linguagem codificada:
      http://es.wikipedia.org/wiki/Manuscrito_Voynich
      que tem uma ilustração algo enigmática com mulheres num banho - coloquei o link da wiki em espanhol porque tem logo essa imagem:
      http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Voynich_Manuscript_(135).jpg

      A questão sobre a Máquina de Antícitera, a pilha de Bagdad, as lâmpadas egípcias de Dendera, etc...
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2010/12/lucerna.html
      tudo isso acaba por mostrar que houve efectivamente um interesse em esconder descobertas que revelassem um conhecimento na Antiguidade superior ao que se ensina nas nossas escolas. Isso é propositado... há um efectivo interesse em não considerar um certo número de achados, envolvê-los em polémicas sucessivas que destroem a credibilidade - ou de quem os achou, ou das condições em que foram achados, etc.

      Não é por haver mais gente a encontrar mais coisas que elas passam a ser descobertas, e por vezes o que é divulgado tem um intenção de despiste puro... é fácil deixar-mo-nos cair em múltiplas histórias falsas, ou sem credibilidade que passam na internet. Um caso típico têm sido as imagens de ossadas gigantes - não é fácil averiguar se há manipulações em todas as imagens - algumas parecem verdadeiras.
      Por isso, aqui o que tenho procurado fazer é apresentar essencialmente registos que não são a "última novidade", mas sim registos que passaram pelo tempo e que tiveram atenção ou credibilidade oficial. No caso das ossadas gigantes, há mesmo registos antigos, como por exemplo o Gigante de Lucerna:
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2011/05/o-gigante-de-lucerna.html

      Portanto, tal como diz, o que tenho procurado fazer é justamente encontrar um nexo de racionalidade para perceber o que tem sentido e o que não tem. O nosso ponto de partida não foram as novas revelações, mas muito mais as velhas ocultações, em particular no que diz respeito aos descobrimentos portugueses e seguintes, que foram envolvidos numa história da carochinha, já que há evidências, mesmo em mapas, que mostram que o conhecimento português foi total - aliás, era o próprio Pedro Nunes que afirmava isso em 1537.
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2010/12/mapas-no-tratado-de-marinharia-1.html
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/05/prova.html

      Cumprimentos,
      da Maia

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  6. Obrigado pelo seu excelente comentário que é muito conclusivo.A tal pedra fossilizada que eu falei que pode aqui ver em:http://celiosiqueira.blogspot.pt/2012/03/maquina-fossilizada-com-cerca-de-400.html ,também encontraram parafusos fossilizados para os mesmos lados,isso só demonstra o que anda por ai perdido no planeta.Eu já tinha conhecimento desse achado sem ser na internet.Sobre os gigantes que mencionou,também,soube disso e nas primeiras impressões fez crer que eram reais mas acabei por achar que eram manipuladas.Passados alguns meses vieram desmentir e dizer que eram fraudes.Sem duvida alguma encontrei este local,que para mim,será uma referencia nas próximas pesquisas que faço constantemente na Internet.Muitíssimo obrigado

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    1. Eu é que agradeço, e em particular o link que teve a amabilidade de indicar.
      Presumo que também conheça o caso do artefacto/geode de Coso:
      http://www.talkorigins.org/faqs/coso.html
      e um grande problema nestas descobertas é a mistura entre coisas que podem ser naturais com coisas que dificilmente o são.
      No exemplo dessa máquina fossilizada, presumo que haja quem já tenha dito que são bicharocos de época passada.
      O Paulo Cruz acabou por me mostrar que há talvez necessidade de escrever um texto sobre isso, mas antecipo um pouco o que quero dizer.
      Veja por exemplo uma típica colheita de fósseis feita na costa inglesa por um amador:
      http://www.discoveringfossils.co.uk/seatown_fossils.htm
      em particular veja a imagem deste conjunto
      http://www.discoveringfossils.co.uk/seatown_foreshore_micro_fossils.jpg
      Se virmos alguns daqueles fósseis isoladamente, um não-especialista pode pensar que se tratam de artefactos humanos (p.ex. as amonites).
      A imagem da forma como se acumulam os fósseis é muito parecida:
      http://www.discoveringfossils.co.uk/seatown_fossil_17.jpg
      Por isso, é natural que possa haver confusão para não especialistas... e os russos têm abusado de notícias especulativas nos últimos anos - desde anúncios de corpos celestes a achados arqueológicos, o que só tem descredibilizado muito do que se possa vir a encontrar por lá.
      No caso concreto, não sei, mas não excluo a hipótese de se tratarem de simples fósseis vulgares, do tipo lapas, com aspecto de rodas dentadas de maquinaria.

      Há no entanto, outro tipo de formações... gigantescas, que têm sido negligenciadas, e que me parece mais difíceis de explicar naturalmente:
      http://odemaia.blogspot.pt/2010/06/atlantis.html

      Por isso, conforme diz, é preciso analisar com cuidado o que pode ser ou não fiável.
      Cumprimentos e obrigado,
      da Maia

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  7. Caro Alvor
    Já faz algum tempo que não vinha, aqui, vasculhar o seu arquivo, o tempo a cabeça e a crise não me ajudam nada. Com isto, aproveito também para tentar desculpar-me pelo facto de não ter dado continuidade à nossa ultima conversa.
    Atraquei aqui porque o assunto diz-me respeito, pois sou natural do Pico e fui criado no sopé daquela montanha.
    O meu contributo para a questão é simples e curto, pois eu próprio em criança fazia deles o meu castelo e em jovem ajudei meu pai a construir alguns (pequeninos) ao limpar o chão dos terrenos para torna-los próprios para as sementeiras e diversas culturas próprias de quem vive da terra.
    Como tal, passo a descrever os maroiços em causa, e até dou, de boa vontade, uma ajuda na compreensão razão para agora estas gentes andarem a estudar estes amontoados de pedras.
    Diversas áreas da ilha do Pico são de solo coberto de pedra basáltica, digo coberto porque refiro-me a uma camada que pode variar em espessura, mas é muito comum, depois de se escavar meio metro ou um metro encontrar terra própria para cultivo. Esta característica, quanto a mim, é fruto de erupções vulcânicas intercaladas por grandes períodos de tempo, na ordem dos milhares de anos, tempo suficiente para que a erosão natural forme terra arável mas que depois acaba por ser coberta por um manto de lava. Manto este que actualmente, já em forma de pedras soltas e cascalho definem o solo de grande parte da paisagem do Pico, principalmente aquela localizada no sopé da montanha, como é o caso da vila da Madalena.
    Os maroiços, começam a nascer a partir do momento em que alguém limpa uma qualquer área que nunca havia sido usada para cultivo, estes variam de dimensão consoante o tipo de cultura ou a quantidade de pedras existente sobre o solo. No caso da vinha, que é muito comum nas áreas em questão e onde por sinal a paisagem e o solo são a imagem de marca dos vinhos do Pico, bem como paisagem classificada pela UNESCO desde 2004. Ora, o processo original de trabalhar solo desta zona para o cultivo a vinha, consistia em abrir uma pequena cova entre as pedras, introduzir terra e nessa terra plantar a videira, com as pedras maiores que se encontravam sobre o solo, faziam-se os muros que servem de abrigo ás videiras, contra os ventos, e ao mesmo tempo que se faz obrigo arruma-se a pedra duma forma rápida e pratica. Para os casos em que há maroiços, esses surgem naturalmente quando estes muros não chegam para arrumar toda a pedra, então num canto ou mais cantos de uma determinada parcela levantavam-se muros, dispostos em formas variadas - circular, rectangular, triangular ou quadrangular, para reter as pedras que posteriormente foram depositadas no seu interior. Estas construções variam muito de tamanho, algumas vão crescendo com o passar dos anos, conforme o área em redor vai sendo explorada, principalmente nos casos em que a cultura é de sementeiras. Nestas, sempre que se trabalha a terra, surgem pedras entre a terra, que são recolhidas e depositadas no maroiço, o que leva à necessidade de reforçar este com a construção de mais um "andar" fazendo com que estes formem pirâmides. Ainda é de salientar que em tempos passados estas terras eram a base da economia da ilha, era comum ver nestas terras famílias inteiras a trabalhar de sol a sol, levavam almoço, levavam as crianças e era para maroiço que se atirava tudo o que era lixo e sólidos encontrados no chão da propriedade onde esta localizado, daí ser frequente encontrar restos de loiças, restos metálicos, conchas de lapas (marisco muito apreciado nas ilhas) etc.
    Estas ideias recentes que tem surgido em torno destes montes (organizados) de pedra, são isso mesmo, ideias. A razão do idiota é algo que não existe.

    Abraço
    Sidónio

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    1. Caro Sidónio,
      muito obrigado pelo seu elucidativo esclarecimento.
      Não querendo contrariar o seu testemunho, muito mais informado, não fiquei ainda completamente convencido, e explico porquê.
      Percebo que se façam maroiços recentemente, dessa forma, e que a população local considere isso natural, nada tendo a ver com outras ideias.
      Por isso, pergunto, todos os maroiços são recentes, atribuídos a alguma família, ou há alguns que se lhes perdeu o rasto da origem? Isso importa especialmente com os maiores, como é claro.

      Explico-me melhor... se houvesse hoje, agricultores nas Beiras ou no Alentejo, que levantassem Dólmens, isso retiraria aos outros dólmens a sua origem pré-histórica?
      Porque, repare, na outra argumentação, sobre a Grota do Medo, ia parar-se a esse aspecto. Até nem acho necessariamente estranho que na ocupação recente de uma ilha, as pessoas sejam levadas a soluções semelhantes às existentes em épocas pré-históricas.
      No entanto, acho que é prudente e desejável não descartar outras hipóteses.
      Peço por isso, que compreenda as questões de quem não cresceu num ambiente em que isso era tido como natural.
      Por exemplo, não seria mais natural que o aglomerado de pedra não tivesse degraus, e fosse cuidado que tivesse degraus, o que se presta a maior dificuldade de erguer e até a alguma instabilidade? Depois, olhando para os das Canárias, vemos algo semelhante, e feito com bastante cuidado, para servir apenas um propósito utilitário.

      Há ainda a questão da falsa abóbada, e no texto que li na altura:
      http://www.inventario.iacultura.pt/pico/madalena/construcoes.html
      dizia especificamente:
      As monumentais obras de pedra seca exigiam um grande volume de mão de obra disponível que tinha de ser retribuída, assim como uma organização complexa dos processos de trabalho. Estas grandes obras e até os abrigos simples e exíguos não dispensavam o conhecimento especializado de pedreiros capazes de construir pseudocúpulas seguras, com pequenas pedras.
      Por isso, não me pareceu na altura que os maroiços fossem coisas tão triviais de fazer por uma simples família de agricultores. Também me pareceu que se o propósito fosse apenas remover pedra, e fazer um lugar para a guardar, ou outras coisas, havia soluções menos exigentes, e menos elaboradas.
      Por outro lado, não querendo menosprezar o entendimento local, se se pretendesse que essas construções fossem tidas como banais para a população, nada mais natural seria do que vulgarizar a sua construção mais simples, pelo que tomariam os maiores exemplos como algo similar e não estranho.
      Usando ainda o exemplo dos dólmens, se tivesse sido criado o hábito de juntar três pedras grandes entre os agricultores, menos estranho se encarariam alguns que fossem maiores, e dificilmente realizáveis no seio familiar.

      De qualquer forma, apesar destas questões, não deixo de agradecer o seu testemunho, que é muito importante, e mostra uma perspectiva completamente realista, e em primeira mão, a que não posso deixar de dar o destaque devido, tendo colocado como complemento ao texto anterior.

      Um abraço, e mais uma vez, muito obrigado,
      da Maia

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  8. Caro Alvor,

    Compreendo que o seus estudos e investigações levam-no a descobertas muito interessantes, talvez até chocantes. Por isso mesmo me fascina o que aqui partilha.
    As gentes do Pico, dominam com mestria a construção em pedra, é uma adaptação ao meio.
    Quando falamos de "pedras secas" devo dizer que trata-se de pedras que não possuem faces lisas, são muito irregulares, digo isto para lhe tentar mostrar que as leis da física influenciam o aspecto dos grandes maroiços, nomeadamente na forma que estas apresentam: em degraus. Quando o maroiço é iniciado, pela experiência adquirida através das gerações, define-se uma área que é delimitada com um muro de pedra. Depois é ir atirando pedras lá para dentro, mas se o processo de limpeza do chão for continuo, na ordem das dezenas e até centenas de anos, o "tanque" de pedras enche,- o que seria de esperar? não, não se aumenta simplesmente a altura dos muros, pois fazendo isso corre-se maior risco do muro construído inicialmente como "parede de tanque" chegar a uma altura em que não aguenta a pressão exercida do interior, e o maroiço vai ao chão, o que alias é uma expressão muito usada pelas gentes da minha terra. Mas como falamos de pedras muito irregulares, que vão sendo depositadas lá dentro, estas não se comportam como por exemplo os líquidos dentro dum tanque, pois elas empatam-se umas as outras, travam-se umas com as outras, resultado é que a pressão concentra-se mais em direcção ao chão e menos contra as paredes. No entanto a experiência ensina que não se deve abusar da pedra, e ensina que a melhor forma de manter o monte de pedras na vertical é com uma forma em que as paredes ficam inclinadas para dentro, para que o seu peso contrarie a pressão. Mas como esta gente quer estabilidade estrutural e em simultâneo providenciar mais espaço pronto para ir depositando pedras, e que para manter paredes inclinadas sem suporte é coisa que gasta muitos recursos, perceberam que conseguem o mesmo comportamento estrutural criando um curral, que vai formar um degrau, uma nova camada em cima da camada então cheia, mas desta feia com um raio inferior ao raio da camada base.
    Quanto à falsa abobada, estive dentro de uma ou duas, o seu tecto era montado com grandes blocos, mais ou menos naturais, de pedra, dispostos como se de madeira se tratasse, serviam de abrigo, o que era bastante util para quem passava o dia no campo. Com tudo isto o resultado é que 3 degraus (camadas) depois e algumas centenas de anos passados o que temos é, a meu ver, duas coisas: por um lado poder local que entretém seus filhos,(já há muito perdidos no mundo moderno), com o: passa tempo em redor do maroiço que o contribuinte paga e por outro temos projecção duma ilha que trabalha no sentido de reinventar a sua economia e a aposta no turismo é a mais óbvia.
    A única coisa que há no Pico, para a qual eu não ouvi ninguém com uma boa explicação. São umas marcas que formam como se fosse o trilho duma carroça. Percorrem uma distancia o suficiente para formar padrão, não sei precisar o comprimento, mas creio que não será inferior a uns 300 metros. Este "trilho" é uniforme na medida entre as suas duas marcas paralelas, creio que entre 1 metro a metro e meio entre estas, as marcas no chão devem ter mais ou menos uns 10 centímetros de largura por outros 10 de profundidade. O estranho disto, é que estas marcas estão gravadas no basalto massiço, numa zona da orla marítima onde predominam grandes placas basálticas intercaladas apenas por algumas rachas, igualmente intrigante é irem em direcção ao mar e desaparecerem nele. Na ultima vez que estive no local, até vi uma grande rocha, já junto à agua que numa das faces tinha as marcas. Para esta é que nunca encontrei explicação, mesmo os locais mais idosos não me souberam dizer nada. No entanto, não fiz investigação, foram apenas algumas conversas que procurei ter. Mas nada, nem pista.

    Um abraço
    Sidónio

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    1. Caro Sid,
      obrigado de novo pelo seu comentário, ainda mais elucidativo. Não vou dizer que fico completamente convencido, há ainda argumentos convincentes do outro lado -semelhança com estruturas antigas noutras ilhas mediterrânicas, pelo que essa solução, ainda que bem apreendida e executada hoje, não me parece excluir a possibilidade de origem mais remota.
      Se os arqueólogos da APIA encontrarem outros vestígios, isso será diferente. Assim, de facto, e por si só parece ainda insuficiente para tirar conclusões, mas acho legítima a dúvida, e não me parece haver mal que se dê atenção a isso. Maroiço era uma palavra que nem conhecia, e ao menos ali vêm-se pirâmides mesmo, coisa que é mais difícil de ver - só imaginar - como é o caso da Bósnia. Julgo que ninguém mente se disser que é uma construção cuja origem se perdeu na memória, ainda que haja explicação popular pragmática na agricultura contemporânea.

      Quanto aos trilhos, a que chamei "carris", coloquei este texto:
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/07/as-valetas-o-gozo-e-malta.html
      ... e também fiz um texto sobre "mistérios" e "biscoitos":
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2013/10/a-lava-de-misterios.html

      Se achar que cometi alguma incorrecção, ou quiser acrescentar alguma informação, ficaria grato... se sobre as questões mais filosóficas não tenho grandes dúvidas, nestes apontamentos estou sujeito a todas elas, até porque me vêm por terceiros, e o meu conhecimento dos Açores resumiu-se a S. Miguel.

      Abraço.

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