sábado, 25 de abril de 2020

Marcelo e os 40 barões

Um relatório para ser entregue a Henry Kissinger, feito pelo oficial da CIA na Europa Ocidental, foi assim apresentado no dia 26 de Abril de 1974. Apenas algumas partes foram "desclassificadas", e têm acesso público.

O relatório pode surpreender, falando de 40 famílias de oligarcas que seriam as únicas beneficiárias efectivas dos rendimentos coloniais, e que de um modo geral, o preço que Portugal pagava, por manter as colónias, não compensava o retorno do investimento. Segundo o memorando, das colónias, apenas Angola conseguia devolver 60% da despesa do Estado lá investida.



Com o efeito, o relatório afirma que Marcelo Caetano tentava uma autonomia dos territórios africanos, ao que a oligarquia familiar (dos 40 barões) tentou fazer Américo Thomaz depô-lo em Dezembro de 1973, no que foram contrariados por pressão militar dos seus apoiantes.

Diz que "evidentemente Caetano aprovou o livro de Spínola", fazendo notar que o livro de Spínola continuou a ser vendido em Lisboa, mesmo depois do "golpe das Caldas". Assinala que os planos de Caetano para lidar com os focos de tensão seriam obscuros...

Só faltou dizer que o 25 de Abril de 1974 teria sido aprovado por Marcelo Caetano!
Não é certamente isso que o próprio disse no seu livro a "Verdade sobre o 25 de Abril", afirmando: "A única informação extensa e concreta que dos serviços recebi, já nas vésperas do 25 de Abril, sobre as intenções dos militares, veio de Moçambique", acrescentando que "só na madrugada do dia 25 de Abril o Director-Geral da PIDE telefonou a comunicar que a revolução estava na rua".

deixámos aqui a pergunta... quem decidiu ocultar a Salazar que este tinha sido substituído por Marcelo? Quem tinha o poder para tal?
Não seria Américo Thomaz sem os 40 barões que dominavam o país (segundo o relatório, dominavam-no não apenas economicamente, mas também nos jornais, rádio e televisão, na representação nos corpos legislativos, e tinham ligação aos altos cargos governamentais). Precisaram desse completo domínio para convencer Salazar de uma ficção, em que permanecia a governar.

Marcelo Caetano, poderia ter promovido/aceitado um golpe de estado contra si mesmo?
Não parece, mas parece claro que quem o apoiou não o deixou cair, e cuidou que fosse exilado em segurança no Brasil.
Parte dos 40 ladrões, desde a Lapa até Cascais, podem ter passado por algumas contrariedades nos anos seguintes, não sem que tivessem regressado e aparecido outros tantos, ou muitos mais.
Sempre cá estiveram, se dirá...
Sim, mas durante o tempo de D. João II podem ter falado mais fininho.
Os que ainda não perceberam por que caíram então, vão falando alto, para se ouvirem a si mesmos.
Os outros, porque não são surdos, não precisam.

Segue-se o memorando, que pode ser encontrado no site da CIA:






Onde se diz que o interesse das colónias está num reduzido número de famílias oligarcas:
Except for Portuguese Guinea, the African provinces do in fact offer significant immediate and long-term economic returns to certain economic groups in Portugal. Large corporations in the metropole, owned by a few powerful families, control virtually all aspects of the territories’ modern economic sectors, including local industry, commerce, banking, and plantation agriculture. The metropole receives preferential trade treatment, and it controls the territories’ sizable foreign exchange receipts.
Repare-se como as partes sublinhadas a negro são ocultadas da referência ao memorando da CIA, feita por S. R. Butler, na sua tese de doutoramento "Into the Storm: American Covert Involvement in the Angolan Civil War, 1974-1975" numa nota da página 221.

A tese é de 2008, e provavelmente Butler teve acesso a uma versão censurada a negro, diferente da que foi disponibilizada em 2010, que é aquela que transcrevemos. Repare-se qual foi a escolha de palavras a serem censuradas... no mínimo, os piquenos são engraçadíssimooos!




Note-se ainda neste delicioso parágrafo sobre a Oligarquia das 40 famílias, da cosa nostra:
The Oligarchy
12. In the context of the authoritarian system that as prevailed so long, these stirrings of dissident were, of course, unusual. Since Salazar's time a group of perhaps 40 families who control most of the country's wealth have played a decisive role in the exercise of political power. Their position is derived from their control of the economy, ownership of news media, representation in the legislative bodies, and their close connection with top government officials. Consequently, government policy has reflected the conservative political, economic, and social views of this group. Their business interests in Portuguese Africa are immensely profitable, and hence they have long opposed any loosening of Portugal's overseas ties even though this meant the continuation of a large and expensive military force to combat the African insurgents.







23 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Muito bom.
    Obrigado por isto.
    A sério.
    Nem sei que lhe diga.
    Andei a estudar estas coisas a um nível algo avançado e nunca sonhei que isto existia.
    Vou comentando assim a medo porque teria mesmo muito para dizer.

    Advantages:
    "Except for Portuguese Guinea,
    THE AFRICAN PROVINCES DO IN FACT OFFER SIGNIFICANT IMMEDIATE AND LONG TERM ECONOMIC RETURNS TO CERTAIN ECONOMIC GROUPS IN PORTUGAL"

    "Certain economic groups" é um eufemismo usado por nojentos americanos para validar a sua indefensável posição.

    Como é que "certain economic groups" tiram vantagem e essa vantagem não segue para o país todo? Somos comunas atrasados mentais, agora?

    Angola hoje tem metade do PIB português. Todos os anos, e continua a crescer.
    Com 10% de Portugueses lá em baixo e metade dos Angolanos, de certeza que o PIB Angolano seria o dobro ou triplo do que é hoje.
    A população de Angola passou dos 4,5 milhões em 1975 para 30 milhões em 2020.

    É só pensar no elevado número daqueles que eram os mais pobres dos mais pobres, os mais miseráveis das regiões mais miseráveis de Portugal, em Trás os Montes, Beira Interior, Alentejo... que foram para África e se tornaram senhores com grandes herdades, criados, etc.

    A ideia de que o Império só beneficiava uns poucos mauzões não só é infantil como é absolutamente estúpida e indefensável.

    Vá lá!

    Cumprimentos,
    IRF

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  3. Costs:
    "Thus far, however, the overall returns HAVE NOT BEEN SUFFICIENT TO OFFSET THE EXPENSE OF ECONOMIC DEVELOPMENT
    AND OF FIGHTING THE INSURGENTS"

    Mentira!
    1)THE EXPENSE OF ECONOMIC DEVELOPMENT
    África, especialmente Angola mas também Moçambique sempre cresceram. É verdade que demasiado foi investido nessas colónias, mas se tivessem continuado nossas esses investimentos teriam valido a pena.
    É o mesmo que ficar espantado que quando se abre ou se expande um negócio temos de gastar dinheiro antes de o voltar a ganhar.

    2)AND OF FIGHTING THE INSURGENTS
    Vamos lá ver, morreram 10 mil Portugueses.
    Em todos os anos menos o primeiro, graças aos ataques terroristas sobre populações desarmadas e desprevenidas e não por baixas em combate... todos os outros anos houve mais mortes por acidentes de viação em Portugal do que na guerra em África.
    Quanto a vítimas humanas estamos conversados.
    Quanto a custos para combater os "insurgentes"... é verdade que se gastou muito e muito do orçamento de Estado ía para a guerra. Mas em 1974 já se gastava pouco comparado com o que se tinha gastado nos anos 60. ISTO DEPOIS DE SE TER GASTO AO LONGO DOS ANOS 60. E ISTO NUM CONTEXTO EM QUE TODAS AS FORÇAS TERRORISTAS ANTI PORTUGUESAS ESTAVAM COMPLETAMENTE DERROTADAS E EXTERMINADAS DO TERRENO ÚTIL EM TODAS AS COLÓNIAS excepto a Guiné Bissau.
    De facto, em Angola, os terroristas já se atacavam mais uns aos outros do que aos Portugueses ou aos Africanos inocentes e tanto os Estados Unidos como a União Soviética já tinham lhes tinham cortado os fundos porque os terroristas não usavam eficientemente o dinheiro para "sangrar Portugal para fora de África".

    Nós desistimos dos nossos territórios Africanos NÂO DURANTE A GUERRA MAS SIM DEPOIS DE TERMOS GANHO UMA GUERRA DE MAIS DE UMA DÉCADA PARA DEFENDER OS NOSSOS TERRITÓRIOS DE HÁ MAIS DE 500 ANOS.
    Isto é por e simplesmente estupidez apurada a um grau que eu não posso deixar de achar admirável.

    E isto para nem falar das colónias pacíficas, descobertas e povoadas por Portugueses como Cabo Verde e São Tomé e Príncipe e em menor grau Timor que tinham e têm uma grande importância estratégica e oferecem grandes oportunidades económicas... tipo petróleo e gás.

    Cumprimentos,
    IRF

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  4. Costs:
    "But the situation has been bearable because THE NUMBER OF SOLDIERS KILLED HAS BEEN RELATIVELY LOW IN RECENT YEARS (COM S), AMOUNTING TO ABOUT 400 IN 1973.

    Já houve quase 1000 mortes por Covid ou Corona este ano. Confirmadas. Em três Meses ou quatro.

    Cumprimentos,
    IRF

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  5. Costs:
    "As a percentage of the Portuguese national budget, these defence expenditures represented 27% in 1960, 45% in 1966-1968 and 30% in 1973"

    Ou seja, em 1973 a despesa de Portugal com a guerra era apenas 3% mais do que as despesas em defesa em 1960, antes de haver guerra, e 15% - que é metade do total gasto em defesa em 1973 - do que em 66/68 durante a guerra.

    Isto porque já tinhamos ganho a guerra em todo o lado menos na Guiné Bissau.

    Cumprimentos,
    IRF

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  6. Bisavô do Balsemão; a wikipedia diz isto:

    https://pt.wikipedia.org/wiki/Rodrigo_Delfim_Pereira#Biografia

    IRF

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    1. Caro IRF,
      obrigado pelos comentários. O relatório é da CIA e não do KGB.
      Uma CIA socialista, ou infiltrada pelo socialismo, poderia ler-se aqui?
      Ocorre isso momentaneamente, mas vejamo as coisas, e não se pode deixar de dar (alguma) razão.

      Tirando um ou outro aspecto, Marcelo Caetano foi um bom dirigente, mas estamos a falar de um país com uma elite miserável, que torpedava esforços de desenvolvimento.
      Caetano ultrapassaria Salazar em manha, se tivesse sido ele próprio a fomentar o 25-A.
      O desenvolvimento que Caetano conseguiu levar para as colónias africanas foi notável, e aí beneficiou da classe média empreendedora, que foi para Luanda e Lourenço Marques, tornando-as nas cidades mais modernas de África, ao nível da África do Sul. Antes disso, as colónias tinham beneficiado pouco ou nada.

      É claro que EUA e URSS não achavam piada ao poder tuga, mas quem estavam mais fff eram os franceses, belgas & cª, por simples inveja, pois tinham ficado sem as deles.
      Por isso, é natural que um relatório americano feito na Europa, tivesse orelhas cheias com a pressão europeia - essa muito mais forte. Em 1973 o UK entra na CEE.

      É mais ou menos assumido pelos próprios, que os capitães de Abril não sabiam bem o que queriam, excepto mudar a lei dos milicianos, e mais "o estado das coisas" do que "as coisas do Estado".
      Nem o Salgueiro Maia sabia o que fazer no Carmo, e o Spinola apanhou a criança nos braços, chamado pelo próprio Caetano.
      No mínimo, é surreal... mas foi Caetano que apadrinhou o sucessor.

      Ninguém com bom senso quereria fazer a descolonização retornando todos os tugas, ainda por cima com a situação estabilizada. Bastava não precipitar as coisas.
      No entanto, Spinola foi afastado, e tudo se conjugou para uma transição sob patrocínio comunista, perante inacção ocidental. Não sei como seriam Angola e Moçambique se tivessem ficado independentes decentemente, mas dificilmente poderia ter sido mais caótico.

      A hipótese que me parece mais plausível, é que se tenha orquestrado, através da maçonaria, um complot com sede em Londres em 1973, que contaria com a presença de navios de Sua Magestade, canadianos... não fossem as coisas descambar.
      Convém lembrar que o golpe teve a benção da Igreja, o que facilitou a adesão de muitos sectores populares.

      Cumprimentos.

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    2. As colónias beneficiaram desde sempre da presença Portuguesa. As colónias eram a presença (ou o domínio) Portuguesa. Mas sim, o desenvolvimento veio tardio. Mas mais tardou ainda o desenvolvimento da própria metrópole...
      E antes desenvolvemos o Brasil!
      E antes a Índia!
      E ainda antes, Marrocos!

      Desde sempre até 1974 era claro para todos que Portugal só poderia sobreviver como Estado Independente ao expandir-se além mar (notável que o Estado Catalão de Aragão tenha feito exactamente o mesmo, sendo nós seguidos por todas as potências Europeias).
      Os Portugueses passaram literalmente meio milénio a desenvolver terras distantes para assegurar a viabilidade de Portugal e não puderam desenvolver Portugal como gostariam, pese embora eu seja da opinião que o atraso de Portugal face à Europa só começou após as invasões Napoleónicas e com a chegada do Imperador do Brasil ao poder em Portugal, ilegítimamente, diga-se de passagem.

      Tudo isto para dizer: Não creio que o problema seja só uma elite miserável.
      Se bem que a temos tido desde o dealbar de 1800.
      Mas o problema parece ser os próprios Portugueses que não têm uma visão estratégica (e se calhar nem podem ter) e portanto admitem tudo.

      É interessante estudar o que levou à perda dos Impérios Coloniais Europeus. E o que levou à perda de cada monarquia em cada país.
      São falhanços de cada nação, sim, mas inseridos num contexto histórico muitas vezes esmagador.
      Não creio que os outros Europeus tivessem inveja das nossas colónias.
      Não creio que a entrado dos Ingleses na CEE seja relevante para a perca das nossas colónias.

      Falhámos.
      Não conseguimos fazer de Angola e Moçambique "Portugal" como os Ingleses chegaram a fazer da América do Norte e da Austrália "Inglaterra".
      Também falhámos no Brasil, mas aí estivemos mais perto.
      O próprio regime Português falhou em admitir que Portugal tinha direito ás colónias - como tinha - e pôs-se a tentar justificar porque constituía uma exceção á auto determinação dos povos, aderindo no entanto a esta ideia.
      Cabo Verde e São Tomé estavam desabitadas quando Portugal as tomou. Em Cabo Verde a maioria da população é mestiça, descendente de Portugueses, mesmo assim, perdemo-las...

      Acho que muita gente queria o retorno dos Portugueses a Portugal, começando pelos Socialistas Unidos de Todo o Mundo.
      Foi melhor assim, também para eles, apesar de tudo. Olhe-se para a África do Sul.

      A Igreja desde o Concílio Vaticano II parece-me que não dá bençãos nem lídera, apenas segue. E não acredito que isto tenha sido um golpe maçónico, a maçonaria simplesmente estava preparada e encontrou o meio certo para crescer e tomar o poder.
      Afinal, eles não são estúpidos de todo.
      Para além disso, parece-me a mim que o 25 de Abril serviu acima de tudo para equilibrar a balança entre Americanos e Soviéticos durante os anos que se seguiram. Isto aliado à política americana de "fazer sangrar" os comunistas em África com guerras chatas e longas, ao mesmo tempo que forçavam a União Soviética a continuar a apoiar n movimentos um pouco por todo o lado.

      Se bem que tanto os EUA como a URSS são produtos da maçonaria, pelo que por esse lado...

      Cumprimentos,
      IRF

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  7. A CIA não é ou era comunista.
    Mas a CIA sempre teve os seus infiltrados e os seus subversivos, principalmente ao serviço dos Soviéticos ou do "globalismo" de inspiração socialista.
    O mais importante é que a ideia dos Estados Unidos era a de fazer de Portugal uma "vacina". Do tipo, esta é a ruína que acontece quando os comunistas tomam conta de um país ocidental, vejam todos, querem que o mesmo vos aconteça?
    Mas não podemos deixar de ter em mente que a personagem central na América nesta altura era o Judeu Kissinger, do Departamento de Estado, que o próprio Nixon acusou de traidor e que teve de facto ligações dúbias e uma mundo-visão muito "própria" e "independente".

    E o que parece claro para todos é que tanto os Estados Unidos como a União Soviética eram contra qualquer poder Europeu, incluindo e principalmente o colonial, e que os Estados Unidos e a União Soviética parecem ter tido uma cláusula tipo Tordesilhas - para a qual nunca foram apresentadas provas mas cujos indícios abundam - de que o Terceiro Mundo (colónias Portuguesas incluidas) deveria de cair para a esfera Soviética e Portugal e a Europa Ocidental manterem-se na esfera Americana.

    Mas a mundivisão americana não é assim tão diferente da soviética/comunista. Ambos são super materialistas anti-Europeus e ambos odeiam a religião.
    Uns, sendo ateístas militantes.
    Outros, fazendo da religião uma palhaçada via a "liberdade religiosa" e a infinita fragmentação em "igrejas" do tipo self service, e se não estiver contente, funde a sua!
    Uns, com uma elite judaica desde o princípio.
    Outros, mais que abertos aos mesmos Judeus e que passaram a ter uma elite práticamente judaica desde os anos 60.
    Conhece o "Talmude Desmascarado"?
    http://aaargh.vho.org/fran/livres6/OTalm.pdf
    Cuidado, que leva ao anti semitismo e a perceber certas dinâmicas da História...

    Marcello Caetano parece-me que foi um líder competente, mas isso não bastava para a situação em que nos encontrávamos.
    Tería de haver um desbloqueio e mantermo-nos o única potência colonial seria difícil de engolir para o resto do mundo.
    O 25 de Abril foi só isso. Um desbloqueio de uma situação algo insustentável, ou difícil de sustentar.
    Pena que tenham criado uma mitologia própria.

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    1. Caro IRF,
      de forma geral concordo com os seus textos.
      O novo postal traz um pouco mais ao assunto.

      Repare que pertencem ao 1º governo de Palma Carlos, que foi depois Grão-Mestre da maçonaria, GOL, pessoas ligadas aos jovens católicos, como Maria de Lourdes Pintasilgo. Portanto, houve um apoio imediato de correntes católicas importantes em Portugal. Mais do que isso, eu sei que foram avisados antecipadamente que o golpe iria ocorrer, mas não sabiam o dia.

      Se Kissinger tivesse sido deixado à solta, poderia ter ocorrido invasão... mas conforme notou e fez notar, a Inglaterra nunca deixou de ter influência no eixo EUA-Canada-Austrália, especialmente quando isso lhes dizia directamente respeito.

      A CEE foi provavelmente um placebo para fazer esquecer a dor de cabeça colonial.
      Durante bastante tempo serviu para sacar imenso cacau dali, quando antes vinha de África, sendo que de África continuava a cair o mesmo rendimento, para quem conseguisse entender-se no meio do caos de influências externas e loucuras internas.

      Creio que já o escrevi aqui, mas não encontro onde...
      A descolonização não foi acidental, foi obra da maçonaria.
      Todos os movimentos de Bolivar, San Martin, D. Pedro IV, partiram de uma mesma ordem - descolonizar. Já antes tinha sido aplicada aos EUA.
      Não sei bem porquê, mas foi considerado importante manter a África e Ásia com o peso colonial, até ao fim da II Guerra Mundial.
      Depois, houve nova ordem de descolonização... primeiro na Ásia, depois em África.
      Essa ordem foi necessária para a globalização, outro projecto na manga maçónica.
      A judiaria é diferente, mas bebe da mesma megalomania.
      Como diria Evola, e não Ebola, o problema dos protocolos de Sião não é serem verdadeiros ou falsos, é que o que lá estava escrito se veio a concretizar.

      Marcelo deveria ter tentado a independência de Angola e Moçambique - eram os únicos viáveis sozinhos. Mas sim, não é claro se teria descambado nos problemas sul-africanos... ou pior.

      Não creio que África tenha ficado para os russos... simplesmente os americanos nunca se interessaram muito, deixaram mais para os europeus. Não há nenhum país africano que seja "próximo" dos EUA, no final de contas. Agora são os chineses a investir, mas o que continua a funcionar são os velhos poderes europeus a colonizar doutra maneira. Mais politicamente correcta, mas muito mais destruidora economicamente.
      https://alvor-silves.blogspot.com/2018/09/dos-comentarios-41-o-que-fazer.html

      O problema da República é que, sem herança monárquica de segredos, tem que confiar nos Serviços de Informação, que dada a quantidade de segredos que encerram começam a definir um poder próprio. As monarquias europeias, tendo perdido o acesso privilegiado a segredos, não servem para coisa alguma, excepto para novelas de contos infantis. A única possível excepção será a monarquia inglesa... mas tenho dúvidas que a rainha controle o MI5 ou o MI6.

      Cumprimentos

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    2. Carissimo:

      A promiscuídade entre uns Católicos e uns maçons não invalide o facto de as duas "entidades" ou doutrinas estarem completamente em oposição uma à outra.
      Aliás, é comum ver-se a Igreja a fazer fretes à maçonaria e a maçonaria a fazer fretes à Igreja... politiquisses, cordialidade, etc.
      Qualquer uma das duas destruíria a outra se pudesse. E será sempre assim.

      Não creio que "a descolonização" tenha sido obra da maçonaria.
      A maçonaria apoiou a colonização ao longo de todo o século XIX.
      A descolonização foi sempre uma jogada anti-Europeia dos Estados Unidos e uma consistência ideológica sempre mantida pelos Sovietes.

      Mas sim, podemos dizer que a descolonização foi maçónica na medida que os Estados Unidos são uma entidade maçónica.
      Mas creio que isso serviu mais a estratégia (errada, mas relativamente consistente) dos Estados Unidos do que outra coisa. É claro que os Estados Unidos, erigidos pela própria maçonaria, instrumentalizaram a maçonaria para atingir os seus objectivos.
      Mas mesmo assim...
      Acho que fica claro o suficiente a minha lingha de pensamento.

      Os EUA foram descolonizados porque a maçonaria compreendeu que os EUA serviriam melhor os seus interesses que os Ingleses.
      Já para não falar que com a independência dos EUA criou-se uma entidade (semi) anti-Europeia (na medida que o poderio Europeu - Inglês principalmente, mas também Francês, devido ao enorme esforço que estes empregaram para libertar os EUA quando ainda estavam sob o explendor do absolutismo).
      Esta entidade anti-Europeia poderia vir a ser uma grande potência se se expandisse como veio a expandir-se.
      Era também uma entidade anti-Católica e sem uma igreja estabelecida, pelo que pode ser considerada tácitamente anti- Cristã na sua origem.
      Não só isso, abriu-se assim um espaço para a Judiaria subir "na vida" numa altura em que em todos os países Europeus eram cidadãos não só de 2ª mas de 3ª ou 4ª por lei - visto que só lhes foi oferecida cidadania de pleno direito com Napoleão no início do século XIX através da "emancipação".

      Curiosíssimo e não estudado suficientemente pela minha pessoa foi que a descolonização dos Estados Unidos em 1776 causa (praticamente ou quase directamente) a descolonização da própria França em 1789 com um pesado pendor maçónico e anti Cristão e anti Católico.

      Foi este o grande evento e grande triunfo da maçonaria que pôs a Europa a ferro e fogo e que originou uma quebra inimaginável do poderio Europeu.
      Creio que a própria França era a maior potência da Europa nas vésperas da sua revolução.

      Ora, os EUA maçónicos cresceram muito no início do século XIX. A Europa definhou. Portugal e Espanha nunca recuperarm.
      Isto não é muito notado porque mesmo com isto tudo a Europa chega ao final do século XIX no pseudo-auge do seu poder.

      Imagine-se o que seria se nunca tivesse havido a convulsão Napoleónica com todas as mudanças e instabilidades.
      Imagine-se o que seria se os EUA se tivessem reduzido apenas às 13 colónias originais e insignificantes.

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    3. Foi a Revolução Francesa enquanto golpe maçónico em grande parte influenciado e até dirigido pela maçonaria Americana que permitiu
      1) Aos EUA tornarem-se numa potência de dimensão continental (e receber um enorme número de emigrantes Europeus)
      2) Aos EUA aumentarem brutalmente o seu poder relativo à Europa simplesmente devido à enorme convulsão e guerra(s) que destruíu o continente Europeu e o destabilizou completamente a nível político.
      3) A Destruição de todas as potências Católicas - e portanto anti-maçónicas - como Portugal, Espanha e até o Império Romano Germânico dos Habsburgos ou a Áustria (de certa forma empurrada para o Leste, completamente "multiculturalizada" e dividida, já sem a a pujança da possibilidade de continuar a ser a parte dominante de um Grande Império Alemão). A descolonização da América "Ibérica" sob a directiva maçónica foi apenas a consequência do ataque ás potências Católicas, que se estendeu inclusive às metrópoles na Península.

      4) Tudo isto também foi bem sucedido em reduzir imensamente o poder da Santa Sé e criar uma nova ordem mundial tolerante ao Socialismo e baseada não em princípios Católicos (mesmo que apenas nominalmente) mas no globalismo das Nações Unidas.
      À revelia da Santa Sé, logo no século XIX, foi imposta uma ordem internacional tolerante do maçonismo e baseada em principios "liberais" que levou à compilação do sylabus de erros lógicos por um Santo Padre, que ilustra o quanto se desceu a nível civilizacional...

      A Ásia e a África sempre foram irrelevantes para a batalha entre o maçonismo e a Civilização Europeia Católica (ou pelo menos Cristã).
      A maçonaria conquistou uma base sólida (EUA). Depois expulsou a Europa do seu hemisfério de dimensão colonial ao mesmo que tempo que punha a Europa a arder.

      Eventualmente a Ásia e a África seguiriam o que a "Sociedade Dominante" impusesse.

      Reitero que não vejo aqui uma direcção maçónica. Vejo apenas a concretização dos desígnios estratégicos de uma potência - os EUA - que foi desde a origem de cunho maçónico e que emprega a maçonaria na persecussão dos seus objectivos.

      A Ásia descolonizou-se primeiro que a África porque a Ásia tinha muito mais poder (e gente) do que África. O Nordeste da Ásia - como o Japão à cabeça - nunca foram colonizados "à séria", nem se podia dominar aquele número de pessoas com aquele nível de civilização da mesma maneira que se dominava uns poucos índios ou sub saharianos.

      Quanto à Judaria, recomendo a obra do senhor McDonald, A Culture of Critique.
      Mas cuidado!
      É uma máquina de fazer nazis.

      A Rainha não controlo nada.
      Mas é uma questão de Sistema, de Regime.
      As monarquias tendem a ser superiores ás repúblicas, exactamente porque vivem ás claras, não precisam de segredos na mesma dimensão que as repúblicas sempre com os seus gladiadores internos precisam...

      Cumprimentos,
      IRF

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    4. >> Os EUA foram descolonizados porque a maçonaria compreendeu que os EUA serviriam melhor os seus interesses que os Ingleses.

      Sim, mas foi um movimento bastante mais global.
      Creio que não gostam de fazer coisa sem deixar pitada de humor, às vezes negro.

      Neste postal:
      https://alvor-silves.blogspot.com/2011/07/o-cozinheiro-e-o-sanduiche.html

      julgo deixar claro que não houve apenas a abertura dos EUA, a viagem de Cook era a viagem do vencedor, na disputa entre a Inglaterra e a França pelo domínio da América do Norte e do Pacífico Sul.

      A França claro que pretendia que houvesse um outro adversário contra a Inglaterra, na Guerra dos 7 anos, em que ficou sem o Canadá, etc., mas a independência dos EUA é já posterior a isso.
      A França pensou que tinha sido traída nos negócios maçónicos das Companhia das Índias, e Luís XV aboliu-a, o que abriu caminho para a bancarrota - "aprés moi le deluge", e de facto esse dilúvio levou ainda a cabeça do filho, Luís XVI, na guilhotina.

      Convém não ignorar que desde o Marquês até à Convenção de Sintra, muito foi feito pelos EUA, por este lado:
      https://alvor-silves.blogspot.com/2012/05/caricaturas-revolucionarias.html

      >> A descolonização da América "Ibérica" sob a directiva maçónica foi apenas a consequência do ataque ás potências Católicas...

      Sim, nisso estamos de acordo. E a prova disso é não ter atingido o Canadá, nem as Guianas!

      >> A Ásia e a África sempre foram irrelevantes ...

      Olhe que não, o maior problema económico europeu do Séc. XIX era o desequilíbrio comercial com a China - já nessa altura - e daí a Guerra do Ópio, uma vergonha "de vale tudo", dos ingleses puritanos. Aliás, é na sequência da Guerra do Ópio que Karl Marx veicula a sua azia, e conta com muitos adeptos imediatos.

      >> McDonald, A Culture of Critique.

      Não conheço... mas não me surpreenderia.

      Cumprimentos.

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    5. Desconheço essa situação da China como grande potência do século XIX.

      Cumprimentos,
      IRF

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    6. Em 2010 escrevi um pouco sobre a China, Fusang e a Califórnia do Norte:

      https://alvor-silves.blogspot.com/2010/12/fusang.html

      Ou seja, estou convencido que a China mantinha algum controlo sobre a Costa Ocidental americana, a norte da Califórnia, daí a demora em colonizar essa parte ocidental.

      Marco Polo falava em Fusang, os mapas franceses escrevem Fou-sang, mas nesse postal exploro um ponto crucial, que ocorreu em 1850, altura em que os terrenos ocidentais são incluídos numa Califórnia americana, que deixa de ser espanhola/mexicana.

      Esse facto é o aparecimento de um número monstruoso de trabalhadores chineses na Califórnia.
      Porquê e especialmente como?
      É muito localizado e concentrado no espaço e tempo.
      A explicação mais fácil é simples... é que a maioria (mais que 90%) já lá estaria.
      Não se conhecem índios americanos a viver junto à costa ocidental, porque essa costa era frequentada pelos chineses, desde o tempo de Marco Polo, aliás como ele refere e alguns mapas atestam.

      Os espanhóis não foram além da Califórnia, porque tiveram problemas em confrontar os chineses que ali estavam. Esta é a explicação mais simples.

      Bom, mas esta parte é interpretação da minha parte.
      Agora, aquilo que é sabido, e não é nenhuma teoria pessoal, é que a Europa começou a importar de forma descontrolada, produtos chineses, após o Séc. XVIII, especialmente a porcelana, que ainda hoje se diz "china" em inglês.

      Os chineses não importavam coisa nenhuma. O comércio era quase todo feito com ouro e prata, que era o único material que a China valorizava. Por isso, os ingleses, já sem possibilidade de resolução do défice comercial, recorreram ao esquema do traficante. Ou seja, traficavam ópio a preço barato, à população, e conseguiram incutir nos chineses o vício do ópio.

      Essa foi a forma de tráfico para equilibrar as coisas, e de facto a China só cedeu depois de ter perdido as Guerras do Ópio, em que uma das consequências foi ter que ceder Hong-Kong.

      Outra tentativa de destabilizar a China, foi introduzir um culto semi-cristão, liderado por Hong Xiuquan (que se via como irmão de Jesus Cristo), que provocou uma Guerra Civil - a chamada Revolta Taiping, com dezenas de milhões de mortos; assim como a Revolta Dungan, essa pelo lado islâmico, e liderada por Yaqub Beg, também com dezenas de milhões de mortos.

      Mas a China só foi completamente vergada com o falhanço dos Boxers e a invasão em 1900 de Pequim pelas 8 potências (Inglaterra, Rússia, EUA, França, Alemanha, Itália, Austria, e o Japão), e em que Portugal não participou.

      Ao contrário da China, o Japão fez a tempo a sua modernização, e evitou a tempo ser um alvo das potências ocidentais, alinhando com elas.

      Mas, sim, a China poderia ser considerada uma potência comercial antes de ser vergada.

      Cumprimentos.

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    7. Não creio que haja indícios de que os Chineses controlavam ou estavam presentes (políticamente) na América do Norte.

      Houve sem dúvida um conhecimento vago e uma possível imigração em pequena escala. Mas creio que os Chineses que trabalharam para os caminhos de ferro imigraram para lá. Não faz sentido que não hajam vestígios ou registos nos Estados Orientais quando sabemos que pescadores Japoneses iam por vezes parar a América do Norte (embora a maioria provavelmente nunca voltaria ao Japão).

      Mas acho tudo isto muito interessante. Fusang parece demonstrar algum conhecimento da existência da América do Norte pelos Orientais, pessoalmente creio que fosse a Ilha de Vancouver / Columbia Britânica. Não que dominassem a região politicamente... mas que houvesse um conhecimento por histórias de homens do mar e um enfabulamento relativo a essa região.

      Quanto aos índios na Califórnia, parecia que havia muitos, incluindo na costa:

      https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/db/California_tribes_%26_languages_at_contact.png

      Quanto à China ser uma grande potencia comercial no século XIX, parece-me que faz sentido... convenceu-me.
      Mas não creio que a questão de Taiping tivesse sido inventada pelos Ocidentais - o "Grande Reino Celestial" foi obra dos próprios Chineses - uma tragédia que aliás é a norma na China.

      Cumprimentos,
      IRF

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    8. Sugiro que veja esta foto das "First Nations", Squamish da British Columbia (1898):

      http://www.firstnations.de/img/06-0-1-vancouver.jpg

      ou dos chefes actuais

      http://www.firstnations.eu/mining.htm

      A página firstnations.de tem vários exemplos que mostram que os "índios" não eram bem índios, nem propriamente variantes de esquimós (morfologicamente próximos dos chineses).
      Aliás, se olharmos para fotos antigas dos Sioux, Cheyennes, etc... vemos facilmente um traço que é muito oriental, e não é semelhante ao de outras tribos mais da costa leste.

      Sim, tem razão, o maior vestígio que restou foi na parte da British Columbia, porque eles foram sendo sucessivamente pressionados para norte. Primeiro pelos mexicanos, depois pelos americanos, a seguir à conquista da Califórnia. Essa divisão da Califórnia é mais ou menos ficcional, porque se quisermos dividir Portugal pelos concelhos, também não se percebe a estrutura maior subjacente. O estudo linguístico é feito com quantas pessoas, que verdadeiramente se podem reportar aos locais? Será sempre um número irrelevante.
      Além disso, havia grupos dominantes, Sioux, Cheyennes, Cherokees, etc...

      Provavelmente não haveria uma ligação "colonial" da China a Fusang, seria mais uma colónia de interesses, mas não creio que possa excluir uma ligação frequente, entre as duas partes.

      A questão da chegada de 200 a 300 mil chineses entre 1850-1880, o que implicaria inúmeras partidas e múltiplos navios da Pacific Mail Steamship Company, que foi a suposta principal empresa de transporte. De tal tráfico humano, dita vontade de imigração, não se fez constar grande história, até que os números começaram a ser incomodativos. É que estamos a falar de cerca de viagens que demorariam 3 meses no mínimo (ida e volta).

      Nem conheço registos disso, de barcos cheios de chineses a chegar a San Francisco.
      Vejo a menção, p.ex: https://americanhistory.si.edu/onthewater/exhibition/5_2.html
      mas não há um claro suporte documental. Parece-me até haver mais de japoneses.

      Cumprimentos.

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    9. Quanto aos Índios, não me parecem diferentes do que esperava, sinceramente.
      Os Índios são Mongolóides, oriundos do Extremo Oriente, especialmente do Norte do Extremo Oriente.

      Se bem que parece haver uma conexão oriunda do Pacífico Sul - de "Australóides" (povos aparentados aos aborígenas Australianos que teriam dominado todo o Sul da Ásia e ainda hoje dominam algumas ilhas do Pacífico como a Papua, onde são "denominados" ou "classificados" como Melanésios - parece haver uma conexão oriunda do Pacífico Sul na costa Pacífica da América do Sul e quiçá na Amazónia e mais a Norte em direcção ao México.

      Agora, estranho estranho sou muitos Índios, principalmente da Costa Atlântica da América do Norte, que parecem ter uma conexão com os Europeus. Quer por movimentações que precederam Colombo oriundas da Europa - como Portugueses, lol - ou porque em tempos muito remotos, entre os primeiros a entrar na América pelo Extremo Oriente via Alaska eram também mestiços de Europeus ou "mais Europeísados" porque o Norte da Ásia - que hoje pertence à Rússia, mas também a Coreia, o Japão e o Nordeste da China - podiam albergar populações de origem Europeia (mais ou menos... estes seriam senão Europeus descendentes dos ascendentes dos Europeus modernos, compartilhando a herança genética que hoje associamos à Europa). Os habitantes originais de todo o Norte da Ásia, a zona do Turquestão, o planalto Iraniano e parte da Mongólia até ao Lago Baikal - pelo menos - eram "Europeus" ou "Euroasiáticos Ocidentais" (é assim que se diz entre geneticistas) até há 3 ou 4 mil anos atrás.

      A ideia subjacente é que estes povos mais Europeísados teriam sido dos primeiros a entrar na América do Norte e há medida que se expandiam até ao Atlântico novas vagas de imigrantes entraram na América. Mas estas novas vagas já seriam descendentes dos povos Mongolóides que passaram a colonizar o Extremo Norte da Ásia.
      Assim, os mais Europeísados estariam naturalmente na costa Atlântica da América do Norte há medida que a grande onda dominante de Mongolóides tomava conta, vaga após vaga, do continente Americano.

      Mas pronto...

      Quantos aos Chineses na América do Norte creio que o Alvor-Silves não está a ver bem a coisa.
      Não estamos aqui a falar de 200 a 300 mil Chineses que "chegaram".
      Estamos a falar de 200 a 300 mil Chineses que "apareceram".

      Podiam muito bem ter chegado 10 ou 20 mil e em duas gerações chegar a esse número.
      Não me custa nada a acreditar nisso.

      Não me parece que tenha havido um domínio político da Costa Pacífica da América do Norte por parte de potências Asiáticas.
      Não creio que tivesse havido sequer conhecimento da América pelas potências Asiáticas.

      Mas parece-me plausível que houvesse pequenas comunidades oriundas das potências Asiáticas que se tivessem radicado na Costa Pacífica da América do Norte ou por azar (naufrágios, derrotas) quer por impulso explorador ou colonizador a nível privado de um grupo muito pequeno de indivíduos, o que pode ter acontecido mais de uma vez na História ao longo dos séculos.

      Parece-me também que havia "um certo conhecimento" por via de lendas ou enfabulações o que sugere a possibilidade e a probabilidade de ter havido um contacto posterior. Ou mais contactos.

      Mas isto tudo há base de gente rude do mar ou pessoal maluco religioso e não uma inciativa de Estado ou de gente importante.

      Cumprimentos,
      IRF

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    10. Sim, parece haver uma ligação R1 - europeia aos índios do Canadá, que tanto se poderá justificar por migrações na Idade do Gelo, quando haveria uma ponte de gelo, unindo a Irlanda à Gronelândia e Canadá, quanto se poderia justificar por migrações portugas e afins, antes da oficialização das descobertas.
      Os turcos dizem que há tribos índias canadianas que são originárias das navegações turcas...

      Quanto aos 20 mil terem dado 200 mil, bom aí precisaria mais do que 20 anos para ter só uma geração, e pelo menos 40 anos, para se manifestarem duas gerações.
      Conforme lhe disse, em 1866 o Pacific Steamboat não registava viagens de emigrantes.
      A suposta "febre do ouro" californiano era anterior a isso...

      Aquilo que lhe estou a dizer é que a documentação não bate certo, e só consigo explicar a grande presença chinesa pela sua prévia existência.
      O mesmo acontece com a presença dos chineses na Austrália... foi outra "Gold-Rush" que os levou para lá entre 1850-60, atingindo os 40 mil, o que era uma parte significativa da população australiana?...

      Curiosamente, são estes os únicos pontos para onde foi a emigração chinesa: EUA e Austrália.
      Muito provavelmente os únicos pontos onde já havia presença chinesa.

      Isto é diferente da emigração japonesa - essa foi mais espalhada e começou mais tarde.
      Por exemplo, muitos japoneses foram para o Brasil, perto de 200 mil ao longo do séc. XX.
      Em comparação, não tem nenhuma onda de imigração chinesa no Brasil, ou noutros países da América Latina.

      Cumprimentos.

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    11. Realmente é interessante e suspeita essa presença de Chineses na orla do Pacífico, na América do Norte e na Austrália.

      Fiquemos por aqui, ainda não estou convencido, mas é interessante...
      Cumprimentos,
      IRF

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  8. Meus caros... essa do "Tratado à Tordesilhas" está bem interessante... mas creio que agora caminhamos e de forma acelerada para o dominio global de uma e única só força.. adivinhem qual... Dou uma pista... é parecido com Atlântida e não tem território definido.. (paulatinamente omnipresente e omniconsciemnte em tudo o que fazemos diariamente)... A. Saavedra

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    1. Bom, a presença mais na ordem do dia, nos tempos que correm, e como remédio ao isolamento, é esta mesmo, ou seja, a internet.
      Quem a controla, dizia-se há uns tempos, quando ainda se falava do assunto, que era um bicho chamado Echelon:
      https://odemaia.blogspot.com/2016/08/meee-4-ecce-echelon.html

      Mas isso, era quando as pessoas tinham medo de bicharocos que comiam a privacidade... os tempos vão mudando, e a privacidade é um luxo!

      Abraço.

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    2. Epa, o que está escritio nesse link que remonte até 2001 ou até mesmo 1992 é um verdadeiro tesourinho.
      Muito obrigado!

      Desconhecia esse relatorio do senhor Pedro Coelho.

      Bem haja!
      IRF

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