segunda-feira, 20 de abril de 2020

Buffalo Jump

Uma imagem impressionante do Faroeste americano, ficou registada num diorama do National History Museum, fotografando uma queda de bisontes, num precipício, sendo a eles levados por índios, numa técnica de caça que remonta há milénios:


Os bisontes, já se sabe, eram muitos, grandes manadas pastavam nas planícies americanas.
Os índios, bastavam serem poucos, uns pela esquerda, outros pela direita, afugentavam a manada, que assustada, corria em direcção ao precipício, sem se dar conta.

Os cowboys, essa figura icónica do Faroeste, passaram a usar o mesmo tipo de condução de manadas, para orientarem o gado para os estábulos, ou para as pastagens.
Talvez o gado pensasse que os cowboys que os afugentavam pela esquerda eram democratas, e os que os afugentavam pela direita eram republicanos, mas de uma forma ou doutra, seguiam ordeiramente as direcções e acabavam por seguir o caminho pretendido de ambos... ou seja, na foto, a queda num precipício. 

Este tipo de trabalho exigia coordenação, ou seja, nem a ameaça à esquerda poderia ser demasiado virulenta, nem a da direita, sob pena de se perder um lado da ameaça para o outro.

Há diversos pontos que serviam para este propósito, por exemplo:
Se os índios tivessem o mínimo instinto de não abusar da sorte, deixavam cair apenas os suficientes para o repasto comunitário, e voltariam depois... porque também se sabia que os búfalos não iriam aprender, e continuariam a proceder da mesma forma, como sempre haviam feito.

Nota: Uma imagem similar a esta (provavelmente a mesma cena vista de outro ângulo) foi usada por David Wojnarowicz sob o título Untitled para criticar a política (ou ausência dela) da presidência de Ronald Reagan relativamente à propagação da SIDA, doença que o vitimou.

3 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "massas de ar potencialmente poluídas [radioativas] devido ao incêndio no território de três florestas na zona de exclusão da usina nuclear de Chernobyl"

    do 13 ao 20 abril passaram massas de ar nuvens radiotivas pela Itália, França e Espanha e não se fizeram análises às saladas e ervas aromáticas etc.

    https://br.sputniknews.com/europa/2020041015438603-ar-contaminado-por-incendio-na-zona-de-chernobyl-esta-prestes-a-chegar-a-kiev/

    ver imagem aqui:
    https://www.youtube.com/watch?time_continue=35&v=drBEy4V0j3I&feature=emb_logo

    Cumprimentos

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    1. É preciso relativizar essa informação.
      Tal como o calor, a concentração de poluentes no ar diminui exponencialmente com o tempo, e de forma razoavelmente rápida com a distância.
      Por isso, podem ser detectadas partículas, a grande distância, mas o seu impacto é insignificante. Se a vida florestal ocorria em Chernobyl era porque os níveis de radiação eram aceitáveis para a vida das plantas.
      Parece-me que a concentração de elementos radioactivos na Serra da Estrela nos teria afectado mais, do que qualquer coisa vinda desse lado.
      Cumprimentos.

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