sexta-feira, 24 de maio de 2019

Outros Quinhentos (2) 500 de Terra e 50 de Lua

Cabo Canaveral, 16 de Julho de 1969 - há 50 anos saiu a Apollo 11.
Sevilha, 10 de Agosto de 1519 - há 500 anos saiu a expedição de Magalhães.

Vamos falar primeiro da Apollo 11.
Os 4 jovens que restam dos 12 que foram à Lua estão agora com mais de 80 anos.
Um projecto audacioso, onde partindo do nada, ou dos foguetes nazis, em menos de 10 anos, os americanos teriam conseguido desembarcar homens na Lua, ao contrário dos soviéticos, que nunca o fizeram. Essa paródia durou de 1969 até 1973, e desde aí acabou.
Como este planeta é um lugar estranho, os americanos agora se quiserem ir ao espaço têm que ser lançados do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, o cosmódromo soviético.

Questionar a ida à Lua seria ridículo nos anos 70, mesmo nos anos 80 ou 90 ainda poderia pensar-se nalguma contenção de custos. Porém, como é óbvio o dinheiro que falta para repetir viagens à Lua, segundo o argumento comum, não falta para enviar múltiplos engenhos, especialmente a Marte.
Assim, a prova que falta da ida à Lua é... repeti-la!

Em 2015, dois astronautas foram entrevistados em directo na Euronews, e o comandante Terry Virts saíu-se com esta:
The plan that NASA has is to build a rocket called SLS, which is a heavy lift rocket. It’s something that is much bigger than what we have today, and it will be able to launch the Orion capsule with humans on board as well as landers or other components to destinations beyond Earth orbit. Right now we only can fly in Earth orbit, that’s the farthest that we can go, and this new system that we’re building is gonna allow us to go beyond and hopefully take humans into the Solar System to explore. So the Moon, Mars, asteroids... there’s a lot of destinations that we could go to and we’re building these building-block components in order to allow us to do that eventually.
Quando algum pessoal ouviu isto, ou seja, dizer que actualmente o máximo que poderíamos fazer era estar na órbita da Terra, e que depois o plano era ir à Lua, a Marte, aos asteróides... achou, como é óbvio, que o homem tinha-se descaído, revelando que ainda não tinhamos saído da órbita terrestre, e assim que nunca teríamos ido à Lua.
É verdade que Terry não diz isso exactamente, mas qualquer um o pode entender assim.
Com outra vontade, poderia-se estar a referir à órbita da Terra à volta do Sol, e não acerca da órbita à volta da Terra... enfim, múltiplas justificações. Acharam por bem que o homem viesse esclarecer, e ele optou por dizer que se referia ao período actual 2015-18 e não aos anos 1960...
Ou seja, mais valia estar calado, porque argumentar que actualmente haverá menos tecnologia disponível é mais que ridículo!

Há sempre muitas perguntas que ficaram por fazer, e é preciso quem as faça!
Por exemplo, que tal encontrar um vídeo ou imagens do nascer ou pôr do Sol na Lua?
Foram lá tantas vezes, fizeram tudo o que havia a fazer, certamente que há.
Deveria haver, mas não há, ou não se encontra! Ou, melhor apresenta-se uma encenação feita pelo "Planetário do Curdistão" que até tem o astronauta com a sombra contrária... e a simulação é tão mázinha que mete dó.
Aliás fotos do Sol, tiradas da Lua (ou mesmo do espaço exterior) é coisa que não consta, e já falámos sobre as pretensas fotografias tiradas à Terra, na dissertação sobre NASA e NASmyth.

Radiação electromagnética - o visível é apenas uma estreita faixa 
após o infravermelho e antes do ultravioleta.
Para explicar o problema que ocorre, e pelo qual não é possível passar simplesmente uma cintura de partículas que rodeia a Terra, a chamada Cintura de Van Allen, basta compreender que a luz é apenas uma parte da radiação emitida pelo Sol.

Como é claro, o Sol não emite apenas radiação visível... e se abaixo do visível a radiação solar não é incomodativa, acima do violeta, começa a dar problemas de saúde.
Chega o Verão e começamos a ouvir os cuidados a ter com os raios ultravioletas, porque esses ainda são filtrados pela atmosfera, mas soube-se da permissividade na camada de Ozono.

OK. Muito bem. Mas acima dos ultravioleta, temos Raios X e Gama. O que impede que esses raios solares nos esturriquem, como se estivessemos sempre a fazer radiografias?
O que impede que esses raios cheguem à Terra é essa camada de partículas carregadas magneticamente, denominada Cintura de Van Allen, que foi descoberta aquando das primeiras viagens espaciais, em 1958. Miraculosamente essa camada magnética protectora impede até que a atmosfera seja destruída pelos "ventos solares".

A questão é que passando essa cintura, não apenas essa zona é perigosa (diz-se que a missão Apollo fazia os foguetões passar pelo buraco da agulha, para evitar a questão), como em todo o espaço, além dessa cintura que rodeia a Terra, estar-se-à sujeito a Raios X e Raios Gama, vindos do Sol, ou ainda ao vento solar.
Se achamos que a radiação solar pode ser muito quente, na parte visível, quando ainda tem que passar pela atmosfera, é uma questão de pensar o que acontece relativamente ao aquecimento, se juntarmos aí os Raios X e Gama. Pois, e não é assim à toa que se proclamam 200ºC na superfície lunar, que incomodaram pouco os astronautas... porque sim (já agora poderiam ter levado uma amostra de água para a ver evaporar...)

Imagem Raio-X da Lua em 1990.
Acontece que os Raios X vindos do Sol não são em pequena quantidade (e.g. The Sun as an X-ray Source), e além disso deveriam ser reflectidos pela Lua, nalguma quantidade. Ou seja, poderíamos ter imagens Raio-X da Lua, mas o máximo que está disponibilizado é esta foto de 1990 - ou seja, aparentemente ninguém se lembrou de fazer telescópios para Raios-X.
Será? É que curiosamente é conseguido sem dificuldade observar Raios-X de estrelas que nem sequer são visíveis...
Mesmo para outro tipo de radiação, as imagens da Lua em frequência não visível são menos que escassas, veja-se por exemplo aqui (Caltech).

Não é ridículo, é pior que isso. É total falta de vergonha misturada com incompetência.

Bom, para bem da continuação da ficção existe um filme de comemoração "Apollo 11", e esperemos que seja digno da realização de Kubrick.
É claro que também existem os adeptos da "Flat Earth", uma brincadeira provavelmente patrocinada por associados da NASA, mas a esses aconselha-se a fazer uma viagem de avião... ou de barco, como terá feito Magalhães - mas essa história fica para depois.

2 comentários:

  1. Did men really land on the moon back in 1969? Here is some behind the scenes footage of the Moon Landing of Apollo 11 directed by Stanley Kubrick in 1969. These documents were classified Top Secret since 50 years… until now. This very effective video was created by Fabrice Mathieu with, we suspect, his tongue as much in his cheek as ever!

    https://vimeo.com/337720951

    Cumprimentos

    José Manuel

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    1. Obrigado pelo link, José Manuel.
      O documentário é interessante, e tem imagens que de facto nunca tinha visto.
      Está assinado no fim como "Mockumentary", o que é uma maneira de dizer que pode ter imagens alteradas, com o propósito de "brincadeira".

      Isso é um mau serviço, porque ao mesmo tempo que mostra novas imagens, não permite fazer saber quais são reais e quais são inventadas.
      É sabido que Kubrick esteve associado à NASA para rodar o "2001 Odisseia no Espaço", por isso não se pode considerar estranha a sua presença no meio daquele ambiente.

      Ao minuto 4:04 quando se lê na claquete:
      "Apollo 11 Hoax" directed by "Stanley Kubrick"...
      presumo que isso seja uma das poucas alterações feitas pelo autor do vídeo.

      Nixon é o único presidente americano, durante o mandato do qual, foram supostamente feitas todas as viagens à Lua.

      A última terminou em 19 de Dezembro de 1972, quando o escândalo Watergate começava a ser difícil de esconder. Não me admiraria que o verdadeiro escândalo, por detrás da fachada do Watergate, fossem efectivamente as idas à Lua. De facto havia missões planeadas (Apollo 18, 19 e 20) que iriam até 1974.
      Tudo ficou suspenso, por "razões financeiras", uma falta de dinheiro que é argumento com quase 50 anos, tivessem havido também tempos de boom económico ou não.

      Cumprimentos,
      da Maia

      https://odemaia.blogspot.com/2013/04/man-on-moon.html

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