O dia 25 de Dezembro e a Era Cristã (Anno Domini) foram popularizados apenas no império de Carlos Magno, após trabalhos pascais do monge Dionísio Exiguo (Séc.VI) e pela influência do Venerável Beda (Séc. VIII).
Beda escreveu um De natura rerum,
Os cálculos de Beda, apontavam a criação do mundo para uma data muito precisa:
- 18 de Março de 3952 a.C. (e seria dia 25 de Março, a criação de Adão) [fazendo 6000 anos, em 2048]
Esta opção de datação pelo ano de criação do mundo (Anno Mundi) foi usada por judeus, que atribuem 5771 ao ano actual, havendo ainda um interpretação maçónica (Anno Lucis) similar, mas ainda assim diferente nos cálculos - adicionando apenas 4000 anos à actual datação [actualmente estaríamos em 6010].
A influência de Beda foi importante e condicionou a adopção do modelo de Dionísio no império de Carlos Magno. Por isso, Carlos Magno foi coroado Imperador no AD 800, no dia de Natal. As ulteriores mudanças de calendário gregorianas (1582, poucos anos depois de Portugal tombar sob Filipe II), permitiram ainda assim, que essa celebração natalícia da coroação de Charlemagne se mantivesse.
Essa extensão foi propagada pela Europa ocidental, mas não na península Ibérica, que usava a "Era Hispânica".
Esta é a parte interessante... sendo que Portugal foi o último reino a ceder à mudança, em 1422, com D. João I.
Na Península Ibérica, usou-se depois do tempo de Octávio Augusto, a Era Hispânica, com início em 38 a.C., data em que Octávio não tinha começado as guerras que levariam ao fim da República e à sua consagração com Imperador Augusto.
As razões para adoptar esta efeméride são deveras estranhas, e dificilmente justificáveis apenas por um isolamento ibérico. Quando em toda a Europa se adoptava o Anno Domini, a península ibérica manteve sempre até 1180 a Era Hispânica, e depois em 1383 é Juan de Castela que antes de tentar invadir Portugal, adopta também o Anno Domini. Restará por quase 40 anos a mudança pelo seu arqui-rival, o João da Boa Memória.
As razões para adoptar esta efeméride são deveras estranhas, e dificilmente justificáveis apenas por um isolamento ibérico. Quando em toda a Europa se adoptava o Anno Domini, a península ibérica manteve sempre até 1180 a Era Hispânica, e depois em 1383 é Juan de Castela que antes de tentar invadir Portugal, adopta também o Anno Domini. Restará por quase 40 anos a mudança pelo seu arqui-rival, o João da Boa Memória.
Em 1422 (1460 da Era Hispânica), D. João I decide finalmente alinhar com o resto da Europa, e abandonar esse calendário que tinha sido usado, desde o tempo Visigodo, e durante toda a reconquista.
No Mosteiro da Batalha, na Capela do Fundador, ainda é possível ler as referências em ambas as cronologias
(usando o Ano do Senhor, ou a Era Hispânica, a que se acrescentavam 38 anos).
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