Na arte pictórica, a Fénix é representada como uma ave mitológica com penas douradas e vermelho-arroxeadas (... e esta côr purpúrea é reveladora), com capacidade de auto-regeneração, ao renascer das cinzas em que se consome por auto-combustão. Esta representação não é muito diferente da que D. João II usava para o seu Pelicano:
Fenix avis unica (crónicas de Nuremberga, 1493), e o "pelicano" de D. João II.
O sacrifício do pelicano, que se auto-flagelava para alimentar os filhos, não é muito diferente do mito da fénix, que antecipando a morte, renasce num filho que depositaria depois as cinzas no templo de Heliopolis.
Há várias Heliopolis (cidades do sol), uma das quais era a fenícia Baalbek
A escolha desta cidade Fenícia para a Fénix, é claramente fonética... é difícil não associar fénix e fénice... e a palavra servia para identificar em grego a cor púrpura com que caracterizavam os fenícios, pelo comércio associado, e também as palmeiras de tâmaras.
Até que ponto será adequado associar uma fénix à fenícia, no sentido em que se tratava de uma cultura que renascia dos seus próprios apocalipses? Neste sentido, a herança fenícia ultrapassava um povo particular situado na cidade de Tiro, ou nas suas colónias Cartago e Cartagena... esses seriam já renascimentos de civilizações anteriores, eventualmente de uma possível cultura atlântida.
Quando D. João II retoma o tema, com o pelicano, e atendendo a que própria Fénix seria vista como um moto da ressurreição de Cristo, poderá estar a reivindicar parte dessa herança antiga.
A restauração da independência nacional foi um projecto ligado à casa Medina-Sidónia, e à influência que Ana de La Cerda (e o marido português Rui Gomes da Silva) tiveram na política herdada pela Casa Medina-Sidónia e também pela herança de Luis de La Cerda (que reclamou em 1344 as Canárias para Castela).
Simultaneamente, a família Medina-Sidónia lança um ataque interno ao império de Filipe IV, procurando a independência do seu ducado em Cádis (... a fenícia Gades), de Portugal (através de Luísa de Gusmão), e da Catalunha. Apenas a independência portuguesa será bem sucedida, e temporariamente... o tratado de Vestfália (8 anos depois, 1648) mostraria uma agressividade da restante Europa contra o império espanhol, e a singularidade portuguesa não seria excepção. A ténue restauração nacional foi sustentada com uma aliança britânica, consolidada com o casamento da filha Catarina de Bragança (... mais uma mulher), e depois com o desastroso Tratado de Methuen... que só mostrou que passados 400 anos Portugal continua a abdicar da sua produção interna, e independência, em troca de uma subsídio-dependência europeia.
Esse desígnio de restauração, de procura da verdade, manteve-se na Casa Medina-Sidónia, através da chamada "duquesa vermelha", Luísa Isabel Alvarez de Toledo, historiadora nascida em Portugal e recentemente falecida. Tentou em 1992 publicitar a outra história dos descobrimentos, no seu livro
... mas só em Marrocos conseguiu ter uma aceitação e divulgação aceitável. Na Europa, ninguém quer ouvir falar em documentação que prova a presença portuguesa e árabe nas Américas, muito antes de Colombo.
A restauração da independência nacional foi um projecto ligado à casa Medina-Sidónia, e à influência que Ana de La Cerda (e o marido português Rui Gomes da Silva) tiveram na política herdada pela Casa Medina-Sidónia e também pela herança de Luis de La Cerda (que reclamou em 1344 as Canárias para Castela).
Ana de la Cerda, o Escudo da Casa Medina-Sidónia, Luísa de Guzman (bisneta).
Esse desígnio de restauração, de procura da verdade, manteve-se na Casa Medina-Sidónia, através da chamada "duquesa vermelha", Luísa Isabel Alvarez de Toledo, historiadora nascida em Portugal e recentemente falecida. Tentou em 1992 publicitar a outra história dos descobrimentos, no seu livro
... mas só em Marrocos conseguiu ter uma aceitação e divulgação aceitável. Na Europa, ninguém quer ouvir falar em documentação que prova a presença portuguesa e árabe nas Américas, muito antes de Colombo.
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