Já aqui falámos da publicação "António Maria" que Rafael Bordalo Pinheiro foi alimentando no final do Séc. XIX.
No ano de 1883 houve uma ameaça de cólera sobre a Europa, que Bordalo Pinheiro caracterizou assim:
O Cholera (a cólera). A vaccina da Europa.(i) Aparece um frasco dizendo Ganges/Cholera.(ii) John Bull (a típica representação da Inglaterra) injecta uma vacina na jovem representando a Europa (nas vestes tem escrito Portugal, Hespanha, França, Itália).(iii) Mercúrio/Hermes (deus dos mercadores e não da medicina), agarra o pulso da jovem, senta-se em cima de uma pedra que tem escrito £ 1000 000 000 000 (um certo montante em libras esterlinas). Nessa pedra está o caduceu hermético, que por vezes se confunde com o símbolo da medicina, mas que na realidade é o símbolo dos mercadores, tendo duas serpentes em concorrência.
É claro que não, Bordalo Pinheiro era um sujeito sério. Não iria convencer as pessoas de uma teoria da conspiração!
Os bairros de Lisboa faziam reclamações de água corrente (vinda do rio Alviela, ver Aqueduto do Alviela) ao primeiro-ministro, então Fontes Pereira de Melo:
Qual era a razão do pânico? Dizia a SIC:
Sim, espante-se o mundo, não é a primeira vez que está sob ameaça de doenças perigosas, mas é talvez a primeira vez em que a reacção à doença provocará muito mais mortos do que a própria doença.
Não apenas isso, é a primeira vez que uma doença domina a agenda mediática mundial, ou nacional, por mais do que um ano... e como se morre de Covid? Como se morre de pneumonia. E não morreu mais gente no mundo com a Covid, do que morria antes, conforme se pode ver neste gráfico (com base em dados da ONU, ainda que se tenha que notar que "o impacto da Covid não foi tido em conta"... com tudo o que isso significa, ou seja, que desde 2020 há dificuldade em contabilizar mortos).
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