A nova notícia sobre a Grota do Medo é do Expresso e surge por comentário do José Manuel:
((...)) Não convencido com o resultado, Félix Rodrigues recolheu uma amostra de um material aglomerante, que soldou uma fractura existente numa pia quadrangular esculpida numa rocha no alegado complexo megalítico da Grota do Medo, e enviou-a para o laboratório da Beta Analytics, em Miami, "certificado pela norma ISSO-17025". "A idade convencional obtida pelo método de radiocarbono foi de 950 anos, com um erro associado de 30 anos. Tal resultado aponta para a construção de uma peça arqueológica construída pelo homem na ilha Terceira há pelo menos 950 anos, ou seja, no ano de 1064, com um erro de 30 anos", frisa Félix Rodrigues. [in Expresso, 15 Out. 2014]
A primeira imagem aparece no Expresso, associada aí à Grota do Medo - Açores, e nada tem a ver com as habituais
fotografias do sítio, começando pela vegetação... A segunda imagem corresponde a uma parte do cenário habitual.
_____ [Nota 25/10/2014]: Com efeito, a imagem do Expresso resultará de uma confusão pela comparação pertinente
que foi feita entre os megalitos da Terceira e os de Montemor-o-Novo, conforme se vê no documentário da RTP Açores:
fotografias do sítio, começando pela vegetação... A segunda imagem corresponde a uma parte do cenário habitual.
_____ [Nota 25/10/2014]: Com efeito, a imagem do Expresso resultará de uma confusão pela comparação pertinente
que foi feita entre os megalitos da Terceira e os de Montemor-o-Novo, conforme se vê no documentário da RTP Açores:
Pouco mais a dizer, face ao que já tínhamos aqui dito no ano passado:
Félix Rodrigues, da Universidade dos Açores, continua sem medo sobre a Grota do Medo.
Neste caso fez piar uma pia, com uma cola que não cola com a datação oficial.
O assunto já foi mesmo abordado pelo deputado Luís Rendeiro nos Açores - a notícia tem quase um ano (18 de Outubro de 2013 - radioatlantida.net):
Governo Regional desprezou os investigadores locais
O PSD/Açores criticou o Governo Regional por “desprezar os investigadores locais no processo dos achados arqueológicos da Grota do Medo, Monte Brasil e Corvo”. Segundo o deputado Luís Rendeiro, “a tutela tem ignorado e desprezado os investigadores responsáveis por trazer a público aquelas descobertas”, afirmou.
(...) “Convinha que o senhor Secretário Fagundes Duarte explicasse porque é que investigadores como Nuno Ribeiro, Anabela Joaquinito, Félix Rodrigues, Antonieta Costa, Patrizia Granziera, Isik Sahine, ou Romeo Hristov – da Universidade do Texas – ficaram de fora da comissão. Nenhum destes investigadores gastou um cêntimo à Região”, acrescentou.
Luís Rendeiro denunciou ainda que o Governo Regional “se apressou a constituir uma comissão para proceder ao estudo dos achados em questão, deixando ostensivamente de fora os já referidos investigadores”.
“Essa comissão tem treze elementos e apenas uma semana para analisar os achados da Grota do Medo. Isto quando se sabe que só a área de dispersão dos achados da Grota do Medo é superior a 25 hectares”, acrescentou.
“Estranhamente, ou não, foi incluída no grupo a mesma investigadora da Universidade de Lisboa – Ana Margarida Arruda, que se pronunciou numa fase inicial do processo declarando, peremptoriamente e sem quaisquer pesquisas de campo, que apenas havia “caos de pedras”, concluiu o deputado.
Também nada de muito novo, neste aspecto, exceptuando talvez a interpelação do deputado açoriano.
Mais sobre a comissão nomeada e exclusão dos outros investigadores, no site da Univ. Açores:
Há ainda o despacho da Assembleia Legislativa dos Açores, de 18 de Outubro de 2013
Assim, o despacho da comissão multidisciplinar "independente", excluídos os elementos que poderiam estar em desacordo, esteve então de acordo num parecer que se segue:
e cujas conclusões foram remetidas em 5 pontos, mais 5 pontos de recomendações:
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1. Sob o ponto de vista geológico, todas as estruturas e formas observadas no lugar do Espigão/Grota do Medo podem ser explicadas por um processo natural, primário ou secundário;
2. Em termos histórico-arqueológicos, nenhuma das construções observadas nos diferentes locais visitados evidencia uma datação anterior ao povoamento quatrocentista dos Açores;
3. Não foram observados quaisquer indícios de pré-existências às construções anteriormente referenciadas;
4. Os dados arquivísticos recolhidos, associados à observação de terreno, validam cronologias e funcionalidades de natureza militar no Monte Brasil (séculos XVI-XX) e usos lúdicos na Quinta da Pateira, essencialmente no século XIX;
5. A área do Espigão e a sua envolvente foram também usadas como local de extração de pedra por métodos tradicionais;
Em face do exposto:
6. Entende-se que não é adequada, nem aconselhável, uma abordagem de natureza arqueológica que recorra a métodos de diagnóstico intrusivo para estabelecer a datação das ocorrências identificadas;
7. Relativamente ao sítio do Espigão/Grota do Medo, a comissão reconhece a sua relevante valia em termos patrimoniais e, eventualmente, como recurso turístico, assim como a sua importância social como testemunho de vivências das épocas moderna e contemporânea, pelo que estes testemunhos devem ser protegidos, designadamente através de uma eventual classificação;
8. Caso se equacione a sua valorização, tem que ser garantido o seu estudo prévio, nomeadamente através de levantamento topográfico rigoroso, da realização de estudos especializados nos domínios da História Contemporânea e da História da Arte, mediante um projeto de reabilitação elaborado por arquitecto paisagista;
9. Os «artefactos e objectos», eventualmente recolhidos em acções não autorizadas pela tutela e mencionados nos meios de comunicação social, devem ser depositados na DRaC, de acordo com a legislação em vigor;
10. Relativamente aos vestígios e construções observadas no Monte Brasil, a comissão reconhece o seu interesse no contexto do património militar regional.
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Ao enunciar e insistir no ponto 1 - "processo natural" - a Comissão "Independente" disse ao que ia:
- prestar-se ao ridículo e à galhofa total...
O único cozinheiro cujo avental não era nacional seria Angus Duncan, um vulcanólogo cuja relevância para o assunto talvez fosse mais uma erupção das capelinhas, porque pretender ali uma origem vulcânica, é demasiada paródia junta.
Depois, o resto é o folclore nacional conhecido - as funções, cumplicidades, comprometimentos de fundos estatais para quintinhas de investigação própria, etc... tudo isso faz da "independência" uma palavra decorativa do verbo "encher chouriços".
Como o deputado açoriano previa, a inclusão de Arruda era um sinal de que o parecer seria o mesmo, dito por outras palavras, e acompanhada agora de um cortejo de vestais... ou talvez vegetais, comprometidos pelo cozinhado.
Como os argumentos, não mudaram, aqui fica o comentário que fiz à época, e que mantém toda a actualidade, dado o carácter sério da galhofa:
Também nada acrescenta de novo à história a "arqueóloga", Ana Margarida Arruda, da Faculdade de Letras de Lisboa.
Citando alguns dos argumentos de Arruda.
Começa sobre a impossibilidade de navegação dos fenícios...
«Sobretudo numa época em que ainda não havia quem navegasse com três velas… acredito, por isso, que seria tremendamente complicado chegar aos Açores, senão mesmo impossível…»
... não se percebe se é arqueóloga ou navegadora, mas não parece nunca ter visto nenhum barco a navegar. Do ponto de vista histórico, deverá considerar que os Havaianos foram teletransportados para as ilhas, ou então que usaram "três velas".
«Creio, aliás, que o que foi anunciado como sendo sepulturas sejam, afinal, silos para armazenar cereais.»
Ou seja, os monumentos megalíticos europeus não passaram afinal de silos para cereais. O que se aprende na Fac. Letras!
Quanto a dizer que as estruturas eram conhecidas do Séc. XVI, e que alguém as fez... estamos de acordo. A diferença é o axioma da impossibilidade de navegação doutros, que não os portugueses... por causa das "três velas".
Note-se que estas coisas são "decoradas"...
"Vela" não significa apenas a vela do navio.
"Vela" vem de véu... portanto pode haver um código dos "Três Véus".
A lenga-lenga depois é papagueada...
Eu não diria que são "três véus", é mesmo uma Burka! (...)
Acresce que alguém no site do Expresso colocou chapado, o parecer assinado pela referida "arqueóloga" Arruda, dando um link:
https://dl.dropboxusercontent.com/u/2914872/Resumo-Parecer001.pdfA linguagem é claro muda, deixa de ser coloquial, passa a ser "muda".
Vejamos então os argumentos usados para esta Grota do Medo ou Espigão...
Passamos a ter "grandes penedos soltos" que nomeia como "caos de blocos", o que é um brilhante argumento que pode ser aplicado a tudo o que é "megalítico". Em duas ou três linhas, arruma com toda a construção megalítica - são grandes penedos soltos, e cito "mais ou menos empilhados e/ou acumulados em cima uns dos outros".
Realmente parece não se ver cimento cola em nenhum monumento megalítico.
Portanto, o período megalítico deve ter sido suprimido do ensino na Faculdade de Letras de Lisboa.
Sobre as inscrições "Gruta de Camões", "Fonte dos Pombos", "Penedo de S. Pedro", não sei do que se fala.
Mas o argumento seguinte é que é genial. Haveria entre outras coisas, embutidos fragmentos cerâmicos, de faiança azul e branca, produzida em Lisboa, entre os Séc. XVII e XVIII.
Ou seja, se esta "arqueóloga" encontrar uma pastilha elástica colada no Mosteiro da Batalha, automaticamente ele passará para uma datação do Séc. XX?
Continua com o desprendimento de blocos do Tor... e mais uma vez pode haver decoração - "Tor" tem que se lhe diga.
Depois vamos para uma novidade, há uma definição:
«Um monumento megalítico, anta ou dólmen, é composto por câmara funerária, construída com 5 a 11 esteios (...) que é tapada por um "chapéu", e a que se acede através de um corredor, também construído com esteios»
Ou seja, os nossos antepassados liam a definição de Arruda, e diziam uns para os outros - "temos aqui que colocar 5 a 11 esteios e um corredor, ou no futuro irão julgar que isto são silos agrícolas". É claro que naquela definição não entram simples menires nem cromeleches... mas imagino que isso seja um detalhe.
A definição está feita, e quem manda sobre a formatação do passado é a Profª Arruda.
Depois, a "pièce de résistance":
«Por último parece importante referir a total ausência de espólio arqueológico datável da Antiguidade (cerâmicas, metais, líticos ou outros) ....
Muito bem, de acordo!
Mas... vejamos, a ideia parecia ser pedir uma autorização para escavar, procurar. As que estavam visíveis foram retiradas.
Este raciocínio "arqueológico" impede qualquer escavação.
Admiro o esforço de Félix Rodrigues, porque a hidra não tem apenas as 13 cabecinhas que serviram a comissão. Nem será a datação por radiocarbono que demoverá Arruda, ou Cláudio Torres. Até porque o último tem é que se preocupar com o bom financiamento do "seu" campo de Mértola... que isto da crise é tema complicado.
Estivesse a Grota do Medo, tal qual, no "seu" campo alentejano de Mértola e seria então interessante saber o que Cláudio Torres teria a dizer sobre a "formação natural" da compreensão megalítica de Arruda .
Estivesse a Grota do Medo, tal qual, no "seu" campo alentejano de Mértola e seria então interessante saber o que Cláudio Torres teria a dizer sobre a "formação natural" da compreensão megalítica de Arruda .
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Nota posterior [25/10/2014]:
Conforme afirmado, no artigo do Expresso, a figura anexa ilustrativa da Grota do Medo, na Ilha Terceira, era afinal de Montemor-o-Novo, num erro grosseiro do jornal... desculpável (porque havia uma comparação com esse monumento), mas lamentável.
Para tornar ainda mais claro como a Comissão, talvez por comichão, ignorou as comparações evidentes, nomeadamente com inscrições na pedra, coloco aqui as imagens ilustrativas retiradas do vídeo da RTP Açores, do programa "Em Foco":
Algo a que a comissão "independente" parece ter feito "vista grossa", foi às inscrições nas rochas:
Re: "amostra de um material aglomerante"
ResponderEliminarFaz-me lembrar caso similar nas alegadas "pirâmides" de Visoko/Bósnia, se a estrutura não foi ainda provada dos cimentos que colam as lajes à sua volta foram analisados e são muito antigos e estranhos na sua composição, como o da água do local.
A pirâmide de Gizé também tem uma fonte subterrânea, e o arquipélago dos Açores há 10.000 anos foi uma grande ilha com um rio que a atravessava, ver a sua submersão/emersão clicando em Atlantis Sinking / Atlantis Rising no site Survey of Atlantis com o Internet Explorer http://www.tdlhosting.co.uk/azores
Seria interessante de se cruzar os dados da localização deste antigo rio com a da Grota do Medo...
Se o Alvor quiser fazer eu não pretendo os louros...
Significado de grota em Priberam: abertura por onde a água das enchentes invade os campos marginais.
Referências:
Re: Water from Bosnian pyramid valley
To: ResearchFoundation Bosnian Pyramids
From: Frank Silvis
Date: 16th July 2014
If Vortex Vitalis provides radiesthetic measurements of water, I measure 6 energy parameters
http://piramidasunca.ba/images/2014/0714/water_bosnian_piramids.pdf
http://piramidasunca.ba/images/2014/0714/explanation_radiesthetic_parameters_watermeasurements.pdf
Teoria da Atlântida no Arquipélago dos Açores (2010)
http://portugalliae.blogspot.ch/2010/09/teoria-da-atlantida-no-arquipelago-dos.html?q=Atlandida
Pyramide de Gizeh : le mystérieux puits d’Osiris révèle ses secrets
http://www.futura-sciences.com/magazines/sciences/infos/actu/d/homme-pyramide-gizeh-mysterieux-puits-osiris-revele-secrets-19625/
Este cruzamento de dados é meu e ainda ninguém sugeriu que saiba uma hipótese de as pirâmides serem utilizadas para efeitos termais, ou cisternas, mas algumas teses apontam para estas e outros santuários megalíticos como fonte de tratamento em épocas remotas.
Lamentavelmente isto não interessa ao establishment.
Cpts.
José Manuel CH-GE
Boa noite.
EliminarA imagem do Expresso era de Montemor-o-Novo e não da Grota do Medo, na Terceira.
Assim, fiz a recolha das comparações que estavam no vídeo da RTP Açores, e coloquei uma actualização, nomeadamente as inscrições circulares são bastante significativas. Não me esqueço de na altura de Foz Coa terem dado foco a um sujeito que dizia que tinha sido ele e o irmão a desenhar nas rochas, quando eram pequenos... quando é para o ridículo, vale tudo.
Sobre as hipóteses de uso destes monumentos, e eventualmente outros usos das pirâmides, isso parece-me tempo perdido, porque não se vê nenhuma vontade de haver conversa séria. Apenas se vê vontade de lançar confusão, trazendo as teorias mais mirabolantes para o mesmo plano de outras mais fundamentadas.
Na minha opinião, sobre as pirâmides, é preciso não esquecer as pirâmides mexicanas, cujo uso foi contemporâneo da chegada dos espanhóis.
Nesse caso, as pirâmides tinham um propósito de poder, em especial religioso, misturado com rituais de sacrifício humano. Não viram ali os espanhóis mais nada que não fosse isso... e se podemos duvidar desses muitos registos, também podemos sempre duvidar de tudo, quando não queremos aceitar nada.
Sobre o termo "grota" tem razão, e de facto aquela região da Terceira era usada com aproveitamento de águas.
Nesse aspecto, não é de descartar essa possibilidade, mas para poder ser estendida a outras antas, parece-me que não, pelo menos não conheço registo de marcassem poços ou coisas semelhantes, ainda que isso seja possível.
Sobre a localização e a Atlântida - não consegui abrir o plugin do site tdlhosting.co.uk/azores.
Não dou nenhum crédito a essas "reconstruções" feitas de pura imaginação - nem sequer é especulação. A menos que eles saibam coisas que mais ninguém sabe.
De qualquer forma, é óbvio que numa zona de intensa actividade vulcânica muito pode ter acontecido.
Daria crédito, isso sim, porque é muito diferente, às estranhas formações encontradas no fundo submarino, ao largo da Madeira, e que a Google depois tentou esconder nos seus mapas submarinos. Mas isso, a ser história, é uma história completamente diferente, e não diz respeito aos homens, ou a estes homens.
Abraços.
Olá,
ResponderEliminarRe: "Não dou nenhum crédito a essas "reconstruções" feitas de pura imaginação - nem sequer é especulação"
Não se trata de computação gráfica hollywoodiana, mas sim de levantamentos topográficos submarinos, que remetem os Açores para a era glacial como uma grande ilha há 10.000 anos.
http://4.bp.blogspot.com/_H3hPB3_DZTE/TKIYRFJLfjI/AAAAAAAAAdw/VtFF4J9rNqo/s1600/Atlantis+Rising.JPG
http://www.goldenageproject.org.uk/624.php
Eu não estou nada interessado em Atlântidas, pois era um disco prateado que flutuava e se ergueu no ar com grande estrondo e fumo e desapareceu nos céus, este é o relato do tal grego que insistem em não divulgar, por isso bem podem continuar à procura.
Só queria era a localização GPS desta Grota dos Medos para comparar com a antiga ilha da era glacial que foi os Açores, e não sei tampouco onde está situado o alegado rio que atravessava a ilha, fica par inglês demonstrar, o Graham Hancock no Facebook manifestou vontade de lá ir investigar quando da "descoberta" do veterinário Diocleciano Silva.
(tem uma boa do Hancock sobre Stonehenge https://www.facebook.com/Author.GrahamHancock )
Cpts.
José Manuel CH-GE
Ah. Ok, José Manuel.
EliminarBasta notar que a estrutura está perto do lugar de Posto Santo, muito perto de Angra do Heroísmo.
Do que pude apurar, a sua localização exacta é esta:
38.677913, -27.225537
(basta pôr isto no Google Maps e vai parar a uma imagem de floresta, próxima de Angra).
Quanto à reconstrução, acho que vou fazer mais um post para esclarecer isso.
Abraço e obrigado.