quarta-feira, 23 de junho de 2010

Brito & Bluteau

O padre jesuíta Raphael Bluteau (1638-1734), de ascendência francesa, viveu quase sempre em Portugal, e independentemente doutras considerações, tem uma obra notável:
que é talvez uma das primeiras enciclopédias, e claramente anterior à celebrada obra de Diderot e d'Alembert.
[Só alguns volumes estão disponíveis online: encontrei para as letras: A; B,C; O,P; T,U,V,X,Z]
Acerca da palavra Briga diz o seguinte:
BRIGA. Palavra gótica, que significava ajuntamento de gente, porque os Godos se ajuntavam em certos lugares, para consultarem sobre o modo de se defender sobre os que quisessem agravar. E daqui veio o verbo "Abrigar-se". Cresceram depois estas Brigas e vieram a compor cidades, conservando este mesmo nome, como Meróbriga, Flaviobriga, etc. E por quanto estes ajuntamentos ou Brigas se faziam sem cabeça, e sem pessoa de maior autoridade, à qual se obedecesse, havia nelas confusões (e pendências), que depois foram chamadas Brigas, não só em Hespanha, mas também em Itália, França, Inglaterra, etc. como se pode ver em papéis antigos, com que alega Ch. du Fresne no seu Glossário, explicando a palavra Briga. Diz o P. Fr. Bernardo de Britto, Tom. I da Monarchia Lusitana (fol. 14) que alega com Beroso, e outros antigos autores, que todas as cidades de Portugal e outras de Espanha, cujos nomes acabavam em Briga, como Lacobriga, no Algarve junto donde está agora a Vila de Lagos, Cetobriga, perto de Setuval, Medrobriga, junto a Portalegre, etc., adquiriram este nome em memória de Brigo, filho d'el Rey Jubalda, o qual sucedeu no Reino a seu pai, foi Senhor de Hespanha, e teve particular amor aos Lusitanos. Hoje entre nós Briga vem a ser o mesmo que Peleja. Pugna, Fem. Cic. Concertatio,onis. Fem. Terent. Houve uma grande briga: Magna pugna faita est.  (...) Briga de palavras: Rixa (...)

Esta descrição de Bluteau é particularmente interessante. Para além da variada informação, que chega a ser curiosa nos conceitos "briga", "rixa", "abrigar", mostra já a concepção jesuíta francesa de du Fresne que confrontava a versão portuguesa de Bernardo de Brito na sua monumental:
Bluteau não subtrai a informação de Brito, como acontecerá posteriormente. Nesta fase, início do Séc. XVIII, há ainda lugar às duas informações, mas nota-se já que o processo de "Revolução Cultural" está em curso... e passado pouco mais de um século, Alexandre Herculano terminará a tarefa, ignorando por completo qualquer informação baseada nos antigos cronistas.
Vejamos ainda como a tese de Du Fresne tem falhas óbvias... se o sufixo "briga" tivesse a sua origem nos Godos, então não se compreenderia a sua presença no nome de cidades na Hispânia, nomes adoptados pelos romanos, muito antes da chegada dos Godos. Poderia haver uma mistura entre as noções de Celtas e Godos sob uma mesma designação, mas Bluteau identifica distintamente os Celtas, colocando-os na Gália, também no Alentejo e Andaluzia, e dizendo que os Romanos lhes chamavam simplesmente Gallos.
Conclui-se assim que, por altura de Luis XIV, foi iniciada uma tentativa de história alternativa, identificada nesta passagem. Não muito sólida inicialmente, como constatamos nesta simples incoerência, mas que foi progressivamente corrigida, substituindo as versões anteriores.
Centocellas (perto de Belmonte)
Raphael Bluteau fala ainda de Centum Cellas.
CENTOCELLAS. Lugar da Lusitânia, tão antigo que dele faz menção Luitprando (c. 960) nos fragmentos (num. 255). Segunda a imemorial tradição este lugar é do Bispado da Guarda, junto ao rio Zêzere, perto de Belmonte, onde permanece a antiquissima Ermida de S. Cornélio, vizinha a uma Torre Quadrada de obra Romana, rasgada em muitas janelas, e acompanhada de várias e antigas ruínas, célebres vestígios de uma grande povoação. A cujo sítio chamam ainda hoje os vizinhos Centocellas, e afirmam, que este foi o lugar do desterro de São Cornélio (c. 250), e aquela Torre é aonde esteve preso, em cuja memória se erigiu a Ermida de seu nome. Vide Mon. Lusit. tom. 2. fol. 116.
De facto, Bernardo de Brito diz basicamente isso, no segundo volume (pág. 159) constante na Torre do Tombo:

... No Bispado da Guarda, junto ao Rio Zêzere, está uma Ermida antiga deste Santo, e junto dela uma torre de obra Romana, cercada de muitas janelas, onde há pedras de grandeza considerável, e havia outras que dali têm levado para várias partes, a qual obra se chama até hoje Centocellas, e querem afirmar os moradores daquela terra, que de tradição imemorial de seus antepassados, lhe ficou, ser aquela torre a própria em que S. Cornélio esteve desterrado e preso. Refiro o que há, que afirmar isto com certeza não mo consente a pouca evidência da História.

Para aqueles que denegriram sempre a fundamentação de Bernardo de Brito, a última frase é bastante elucidativa do trabalho cuidadoso e sustentado que levou a cabo. Nos excertos que li nota-se o cuidado em citar, nas margens laterais das folhas, as obras anteriores que usava, algo notável para o Séc. XVI.  

13 comentários:

  1. Caro Alvor Silves, cara Maria da Fonte,

    sobre Centum Cellas existe um livro curioso "A Geometria de Centum Cellas" do arqt. Manuel João Calais.

    Segundo o autor o trabalho desenvolvido não foi inspirado em nenhuma literatura, nem em qualquer escrito sobre o monumento, " suspeitando que as vetustas paredes guardavam em si interessantes segredos, procurei desvendá-los, objectivamente, o que ninguém fizera até agora".
    O trabalho matemático e geométrico é deveras interessante.

    Segundo ele a origem/influência provável é Egípcia/Grega (contra a matemática não argumento) "os traçados geométricos que ali se encontram, são de inspiração Grega e Egícpia e desconhecida dos Romanos, pelo menos não consta que o tivessem utilizado nas suas composições.", "Vitrúvio, não conhecia a secção dourada que e Centum Cellas aparece (...)", a datação...só existe um promenor que o levou a lançar a data (posterior Sec. V a.C.)" as paredes interiores e exteriores do núcleo terminam por uma faixa moldurada, transição entre parede e teto, composta de ábaco, garganta directa, listelo prismático e cordão, como a cornija de entabelamento coríntio Grego." (a ordem coríntia apareceu na Grécia no séc. V a.C.).

    É referida a semelhança entre Centum Cellas (corte das pedras da fachada príncipal) com o santuário egípcio de Kom-es-Sagha (http://books.google.pt/books?id=a-2riGOnw3YC&pg=PA96&lpg=PA96&dq=kom-es-sagha&source=bl&ots=R_8Edoynlz&sig=C4XLwdorDLiVFNGPmSq8u7Z5biY&hl=pt-PT&ei=PzQnTPaqMNG6jAe8jMxs&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=1&ved=0CBUQ6AEwAA#v=onepage&q=kom-es-sagha&f=false).

    Com os melhores cumprimntos,

    Calisto

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  2. Caro Calisto,

    Essa observação é muito pertinente, e pelo menos leva-nos para coisas um pouco mais sólidas do que o simples conjecturar.
    O argumento da similitude com arquitectura egípcia parece-me bastante melhor do que o da grega, na minha opinião. E esse link para o Kom-es-Sagha julgo tornar isso mais claro.

    Juntando a isso o facto de se tratar de algo datado entre 11ª e a 17ª dinastia, isso deve andar entre 2000 e 1500 BCE. Especialmente a influência de uma dinastia "Tebana"!

    Afinal, seguindo as ligações sugeridas pela mitologia ibérica, tivemos influências decisivas de Osiris/Jupiter e de Horus/Hercules... o que corresponde a aceitar alguma presença egípcia.
    Pode ser mais tardia, mas parece-me difícil colocá-la no Séc. V BCE próxima de influências coríntias/gregas. A sofisticação arquitectónica desse período era muito maior... de qualquer forma, as cidades de Corinto, Tebas, têm referências muito antigas, onde não é claro que se referissem sempre ao mesmo local. Mais uma vez, acho que se exagera na falta de mobilidade na antiguidade.

    Duvido que Vitrúvio não conhecesse a secção dourada, até porque ele conhecia bem a arquitectura grega. As portas têm diferentes relações de tamanho, e só num caso me parece ser coincidente aprox. com a secção dourada.

    Gostava que me desse a sua opinião, relativamente a esta foto de Aguas Radium:

    http://img.geocaching.com/cache/5ff9e4a3-e245-4255-9e53-3efb6b4dcf4b.jpg

    ... é apenas impressão ou minha, ou há ali na zona da janela uma construção mais antiga que foi depois coberta com outra pedra, em duas camadas?

    Ainda não fui lá, mas as fotos de Agua Radium parecem-me muito estranhas... nada têm a ver com o estilo da época, e todo o sigilo à volta daquilo tornam a coisa suspeita podendo ter origem muito anterior a séc. XX... ((Não toda a construção que se vê, mas talvez o que se vê seja uma reconstrução... e não é isso que se passa com uma grande parte dos monumentos famosos que conhecemos?))

    O que consegui arranjar sobre Agua Radium foram estes dois documentos interessantes:
    http://www.aguas.ics.ul.pt/guarda_cpena.html
    e especialmente:
    http://www.historiadamedicina.ubi.pt/cadernos_medicina/vol13.pdf
    (a partir da página 22 está Agua Radium, mas todo o documento é interessante)

    Cumprimentos.

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  3. Caro Alvor Silves,
    sobre Centum Cellas vou tentar ser sucinto. Das poucas escavações que por lá se fizeram (presumo que Aurélio Ricardo Belo), é de registar um pote de barro com ossos de criança calcinados.

    Sem avançar nas explicações técnicas a existência de rasgos para encaixe de aros nas 3 janelas cimeiras que dizem respeito a um terceiro andar levam a colocar fora de dúvida a adaptação do edifício primitivo, a funções diferentes daquelas para que foi construido.

    Origem de enormes furos que atravessam as paredes laterais e a do fundo, que alguns autores tomam como portas pode-se prender com a lenda da existência de um boi de ouro enterrado...logo andaram uns poucos à procura do dito boi.

    As ruinas situam-se a 11km em linha recta do cabeço das Fráguas.

    A zona tem possantes jazigos de cassiterite, e o Zêzere descrevia uma curva de maior amplitude do que aquela que agora descreve "(...) recebia a ribeira da Gaia no sítio dos Catraios, em frente a Centum Cellas (...)"

    Edifício composto de um nucleo com anexos ligados às paredes laterais. Núcleo tinha 2 pavimentos os anexos 1. A planta do conjunto é rectangular e este era absolutamente simétrico a 1 plano axial.

    Fachada principal virada para o nascer do sol nos maiores dias do ano.

    Nas ombreiras de todas as portas do R/ch, há rasgos horizontais, junto das vergas, onde se encaixavam os tabuões. As portas giravam sobre 2 espigões fixos. Rasgos semelhantes existem nas ombreiras de vão de portas de certos templos do antigo Egipto.

    Ignora-se o significado das 3 janelas rectangulares e desiguais (vê-se na foto que incluiu no artigo)que assentam nas vergas das portas exteriores, em Efeso a pia baptismal tem um grupo de 3 rectângulos que dizem ser símbolo da trindade...

    De acordo com o autor, Vitrúvio não aplicou a secção dourada e não refere na sua obra Arquitectura, se a conheceu, guardou segredo.

    Das relações geométricas, vou-lhe deixar 2 ou 3 apontamentos para não me tornar muito extenso.
    Sala do 2º pavimento (abrangia totalmente o 2º pavimento e cujs aberturas davam para uma varanda que a contornava, provavelmente o motivo principal do edifício). Parede (que se vê) que fica à esquerda na foto, composta de porta pequena, janela, porta grande, janela, porta pequena. Portas menor dimensão: a relação entre as 2 dimensões (altura, largura)é a dimensão da planta do partenon (rectangulo do partenon), a razão entre a diagonal e o segmento que une um dos vértices ao ponto médio do lado maior, oposto, é igual ao número de ouro.
    A parede de topo que aparece na foto de frente (1 porta de maior dimensão ladeada por 2 janelas que parecem quadradas):o arquitecto procurou inscrever 2 secções douradas, justapostas pelos lados menores, num rectangulo de comprimento igual à largura da sala e altura igual à distancia que vai do pavimento às vergas da janela, a mesma em 12 vãos da sala. Porem para manter a medida de 2,18m e conservar a razão entre as 2 dimensões da secção dourada perfeita, o arquitecto foi obrigado a aumentar ligeiramente o lado maior destas. Assim este lado ultrapassa, de perto em 11mm , a metade da largura da sala. Na grande piramide de Gizé existe um corredor com 2,18m de altura. Mero acaso?
    Tudo o que escrevi (e muitas mais relações, realmente impressionante) encontra-se no livro que referi, o que achei notável e fascinante foram as relações arquitectónicas/geométricas que o autor encontrou.
    Desculpe a extensão, mas foi a forma que encontrei para mostrar que as relações realmente existem.

    Com os melhores cumprimentos,

    Calisto

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  4. Caro Alvor Silves,
    sobre àgua radium,a primeira impressão é a mesma que a sua, mas tamb´m não consegui perceber quando é que foi construido. Percebi que em 1944 fechou (http://www.youtube.com/watch?v=X8OZf_PUW6A), já não sei se li ou se ouvi que as fontes secaram(?), e depois lembrei-me de algo que pode não ter ligação nenhuma...II Grande Guerra, volfrâmio, talvez advenha daí o sigilo.
    Já agora, aqui (http://www.flickr.com/photos/biblarte/sets/72157606317154447/with/2692428129/) encontra três fotos de como era o interior.

    Com os melhores cumprimentos,

    Calisto

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  5. Olá,

    Para quem pensa que os Romanos eram muito civilizados é de ver o que roubaram aos Etruscos que dizem terem uma língua relacionada com a dos Lusitanos, mas façam uma pausa aos doze minutos do vídeo para apreciarem bem as quatro pirâmides com uma quinta no centro que sustentam um globo, e vejam o que é que pode ter a ver com Portugal…

    The Legacy of the Etruscans
    Gary Biltcliffe, Independent Researcher,presents the ancient Pelasgi and Etruscan connections with Britain, magnificent megalithic stonework, lost cities, and the city state society of archaic Europe. (45.25mins)
    http://www.holisticchannel.org.uk/LegacyofEtruscans.wmv

    Cumprimentos,
    José Manuel CH-GE

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  6. Caro Calisto,

    demorei algum tempo a digerir essa muita informação que deu relativamente a Centocellas.
    A sua informação é muito detalhada e interessante!
    Acho que devo publicá-la num post, com figuras, citando a sua informação. Pode ser?
    Obrigado!

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  7. Caro José Manuel,

    essa relação com os etruscos é uma observação muito interessante. Já vi todo o vídeo que mostra mais uma vez que há muito para fazer, em todo o lado!

    A relação com Umbria, Northumbria, etc... é natural que cada um faça ao que conhece, e por isso é muito importante recolher informação de várias fontes.
    Quando ele falou em Cumbria, lembrei-me logo de Cambra, e Vale de Cambra (na zona do Porto).

    Aqui:
    http://www.prof2000.pt/users/ssoares/zarcov/freguesias.htm#Freguesia de Macieira de Cambra

    podemos ver algumas coisas que apontam para o nome antigo "Calambria" em inscrições do Séc XII.

    É ainda curioso, o nome do Rio Caima ter mudado!
    Até ao Séc. XIX chamava-se Rio Cambrya... depois (vá-se lá saber porquê...) mudaram-lhe o nome para "Rio Caima", mas algumas das vilas mantiveram o nome antigo.

    A tentativa de ocultação de relações parece constante... mas elas ainda persistem!

    Outra coisa interessante, foi a relação com Barrati, pois já tinha visto uma tentativa de relação na língua Basca, com Barra, significando porto... coisa que nós também usamos!!
    Reparei ainda neste artigo do David Icke:
    http://www.higgs1.demon.co.uk/barritt/icke.htm
    que aponta para essa relação fenícia!
    Ou seja, é natural que etruscos-lusitanos-fenicios-bretões formassem uma cultura comum, mas federal, não centralizada.

    Estamos ainda de acordo que as construções de Centocellas, são muito parecidas com as poligonais dos antigos etruscos/pelasgos... mais um dado a apontar nesse sentido - muito boa essa relação que fez entre essas construções e Centocellas. No entanto, no que diz respeito às quatro pirâmides, não sei de onde vem o desenho (deve ter como base ruínas no solo), e acho que não há nada de semelhante em Portugal, nem nunca tinha visto nada igual.

    Um abraço!

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  8. Olá,

    A forma das pirâmides do Mausoléu que existiu por cima do labirinto de Porsenna construído pelos Etruscos faz-me lembrar:
    As do Palácio dos Corte Reais ao lado da Casa da Índia em Lisboa (desaparecido em 1755)e os
    Étendard du “Hébron”(Éburons) ou “Royal Écossais”, "idêntico" às Armes de Portugal, não creio que sejam as cinco chagas de Cristo…

    O Mausoléu de Porsenna com as cinco pirâmides e o globo foi descrito por um importante escritor romano, Gaius Plinius Secundus (escreveu a enciclopédia "Naturalis historia" de 37 volumes) andou pela Espanha a aprender nomes celtas !?

    O Establishment fez deste Mausoléu uma simples cisterna de água, o que é deveras ridículo.

    Os fenícios estavam radicados na Ericeira antes das invasões Romanas, os fenícios descrevem por escrito o que se sabe saber actualmente ser um buraco negro do espaço, os fenícios sabiam fundir o ouro a quase seis mil graus, deixaram coisas escritas interessantes, completamente ignoradas hoje como estes marinheiros etruscos também, faz-me muita pena estes dois povos que foram aniquilados pelo Império, mas a causa foi o ócio, ambas as sociedades se abandonaram ao deboche e foi o seu fim.

    Diz o alvor-silves;

    … (vários retrocessos civilizacionais... mas a que nível? Da elite reinante, ou do povo? Ou seja, será que a elite dominadora foi de tal forma destrutiva que aniquilou todo o conhecimento anterior? Ou é esse conhecimento que foi preservado no seio das sociedades secretas?);

    Calamidades naturais, uma seca que provocou a crise salina do Mediterrâneo, um calhau vindo do espaço que caio na Sibéria, uma Era Glacial, o istmo do Mar Negro que provocou um dilúvio, as sociedades que estiveram sobe a governança de uma mulher foram todas aniquiladas (sociedades matriciais), não tem capacidade cerebral de poder fazer certas previsões como os homens, não tem nada a ver com inteligência, são estudos actuais sobre o cérebro humano que o provam, ver aqui o que eram as matriarcas que governavam o Planeta há 40.000 anos:
    http://www.dw-world.de/dw/article/0,,4251158,00.html

    O ser humano tem um terceiro cérebro escondido, a luta da humanidade é entre o primeiro e o terceiro, é ao terceiro que rezamos pensando que estamos a rezar a Deus, os japoneses dizem ser o ventre o centro da alma por isso faziam haraquiri, é do terceiro que provêm a linguagem corporal gestual de carácter sexual e animal (repetida nas TVs sem relaxe) é esta a luta do homem racional contra o animal (intestinal) a origem das suas atitudes esquizofrénicas.

    O Terceiro Cérebro é um sistema nervoso autónomo de 100 milhões de neurónios, um cérebro enrolado ao tubo digestivo, tem a supremacia nas decisões a tomar, e contra toda vontade racional imposta.

    Cumprimentos,
    José Manuel CH-GE

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  9. Ao encontrar aqui Centocellas, lembrei-me de uma visita que fiz a Tarragona, se dalguma coisa vos servir.
    AMEN

    http://seordelbiombo.blogspot.com.es/2015/11/el-mausoleo-de-centcelles-tarragona.html?m=1

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    1. Obrigado pela referência, Bartolomeu.
      É estranho o nome "centocelas" ou "centcellas", e haver dois sítios com o mesmo nome faz crer que não seria tão incomum. Vou ver se consigo encontrar mais sobre este assunto... já há muito tempo que não me lembrava de centocelas.
      Abraço.

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    2. Procurei mais um bocado, e não consigo encontrar mais nada de relevante... não parece haver nada consistente que ligue as duas, tirando a referência possível ao número de celas - que tanto poderia invocar presídio como alguns sustentaram, ou simplesmente celas monásticas, relacionadas com algum culto cristão primitivo - como parece ser o caso da Centcelles de Tarragona.

      Se entretanto, souber mais alguma coisa, agradeço a informação. Obrigado.

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    3. Também sem relação evidente mas coincidente no nome:

      http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.04.0006:id=centumcellae

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    4. Sim, obrigado DF, pelo link adicional.
      Há ainda um significado no latim de "cela" (sem duplo LL) querendo dizer "sela", de "selar", de esconder, ou fechar uma entrada. Essa Centumcellae italiana parece que tinha antecedentes mais antigos, e portanto para além de interpretarmos como 100 celas como prisão, podemos interpretar como 100 selos, ou seja um número razoável de edificações que seriam seladas de ligação a uma origem mais antiga.

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