Em 6 de Março de 1521, há 500 anos, Magalhães avista Guam, e encontra de novo indígenas, o povo Chamorro, os primeiros após os patagões, e ter atravessado o Pacífico desde o fim de Novembro de 1520. Terá antes avistado ilhas a que chamou São Paulo e Tubarões, mas estas foram as primeiras habitadas que viu depois de sair do Estreito de Magalhães.
Magalhães chamou-lhe Ilha das Velas Latinas, porque os chamorros apareceram em barcos com velas latinas, mas o nome que passou foi ilha dos ladrões, devido à descrição contada por Pigaffeta, onde se notava que aos nativos lhes faltava a noção de propriedade individual.
Uma das peculiares construções existentes em Guam são os chamados "latte" ou seja, "menires com chapéu", a que já tinhamos feito referência nas Lendas da Micronésia, e que nessa particularidade do chapéu, parecem ter alguma conexão com com os moais da ilha da Páscoa. Porém faltou-lhes um rosto e o mesmo tipo de publicidade...
As chamadas construções "latte" da ilha de Guam
Guam é actualmente um território sob controlo dos EUA, ou seja é na prática uma das várias colónias americanas, sendo a mais famosa Porto Rico, que
não tem direito ao estatuto de estado, e cuja maior parte saiu de anexações feitas aos espanhóis na
Guerra Hispano-Americana (1898), onde perderam as Filipinas, Guam, Cuba e Porto Rico. Até 1959, nem o Havai, nem o Alasca, eram estados americanos, e portanto também funcionavam como colónias.
Estas construções latte são consideradas que poderiam funcionar como pilares para suster o chão de uma habitação, como se pode ver neste
exemplo em Guam (Umatac, 1937):
... em que as colunas servem para colocar a habitação a uma razoável altura do solo (impedindo a entrada de animais).
... um megalito natural, onde se centra o
mito de criação chamorro, de que já demos conta.
Como os mitos costumam gostar de unir coisas, é também tradição local ter sido aqui que Magalhães aportou após ter atravessado o Pacífico.
Há o
Guam Discovery Day, mas nem consegui saber se este ano foi comemorado... em Portugal, é certo que fez um bonito blogue Magalhaes500.pt, onde me parece que se o 500 serve para indicar alguma coisa deverá ser o dinheiro dispendido (em milhares de euros), só para benesses e comendas para uma comissão inútil.
Para meu espanto, creio que este é o único site que se foi lembrando de comemorar estes 500 anos.
Conforme já se foi percebendo, Magalhães foi completamente esquecido e este pequenos apontamentos nem sequer servem jornais, quanto mais telejornais, mais preocupados com a compra de computadores "Magalhães" (de onde virá o nome?) para as escolas, por causa da "pandemia".
Não, não se trata de uma pandemia, estamos mesmo no meio de um pandemónio.
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Nota (07/03/2021). Links para os textos anteriores a este respeito:
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