Alvor-Silves

sábado, 26 de dezembro de 2020

A imprensa em 2020 - aquém e além (2)

Acabando o ano 2020, lembro que foi começado com este título:

A imprensa em 2020 - aquém e além

sobre o domínio e controlo da informação na sociedade moderna (desde o Séc. XIX). Não se pretende reivindicar qualquer previsão do cenário informativo que se veio a verificar em 2020, porque foi alcançado um marco histórico então impensável:

  • A primeira pandemia mediática, em colaboração video, digamos co-vídeo.

A dificuldade com as noções: - O que vêem os cegos?
Não vêem negro!... Não ver nada, significa mesmo não ver nada.

1. Welles

Em 1938, Orson Welles, tinha um programa na rádio CBS, com alguns ouvintes, não muitos, e fazia várias adaptações-encenações radiofónicas de obras clássicas da literatura, entre elas - Drácula, o Conde de Monte Cristo, Sherlock Holmes, etc... Afinal quantas eram as pessoas que estavam dispostas a ouvir trechos de obras literárias declamadas na rádio? Parece que se contavam pelos dedos...

Na noite de Halloween foi a vez da "Guerra dos Mundos", de H. G. Wells, e tudo seria normal... excepto que os jornais do dia seguinte decidiram contar uma história diferente. Desde o New York Times, até alguns jornais de província, todos decidiram contar uma história completamente diferente.

Decidiram inventar a história que essa encenação de Welles da obra de Wells, tinha sido tão convincente que tinha deixado os EUA num estado de terror, temendo uma invasão real de Marcianos. Essa mentira foi empolada levando à fase de se acusar Orson Welles de incitar o pânico na população americana, etc, etc... Ora, tudo isso era apenas um prenúncio da fama que se lhe iria dar de seguida.

Orson Welles passou a enfant terrible do sistema... alguém que tinha muita queda, mas não tinha sítio onde cair, a quem o sistema mediático decidiu acarinhar, como puto mimado a quem se deixam fazer travessuras condenáveis a todos os outros. Passados seis meses, estava em Hollywood a escolher uma de três propostas de filmes para realizar. Entre elas escolheu realizar:
O filme que teria tudo para ser uma obra vulgar meio apalhaçada, mas foi benzido com a mesma chancela que tinha sido aplicada ao seu programa de rádio sem ouvintes... Foi logo classificado como "obra prima", etc, etc, e ainda hoje é colocado no pedestal como sendo "um dos melhores filmes de sempre".
A razão para isso, é normalmente simples. O filme tinha algumas novidades técnicas, mas o problema principal é que ninguém se atreve no meio duma claque judaica a difamar o nome de Moisés. 

A mentira marciana tinha alguma plausibilidade engraçada, e todos decidiram alinhar na história de que tinha havido um programa de rádio com a capacidade de enganar os crédulos americanos em 1938, esquecendo que não havia apenas uma estação de rádio nos EUA. Podiam não ter sido milhões, mas mesmo se tivessem sido uns milhares, era engraçado na mesma... pronto mesmo não sendo milhares, poderiam ter sido umas centenas. 
Ok, não interessa. Se centenas não foram enganados por Orson Welles com os marcianos, foram depois enganados pela história inventada pelo New York Times, aí já aos milhões.

2. Trump
Este exemplo de Welles, permitiu ver como os media podiam pegar numa falsidade idiota qualquer, e torná-la em notícia de primeira página. Pior que isso, poderiam mantê-la como facto aceite por muitas gerações vindouras, sem necessidade de verificação ou disputa. 
Não poderiam fazê-lo sozinhos, se fossem vistos como entidades separadas, sujeitos à verificação e crítica uns dos outros, mas poderiam garanti-lo indefinidamente, se estivessem coordenados entre si.
Já sabemos, essa teoria não pode ser enunciada, porque esse complot seria "teoria da conspiração"...
Conforme podemos ver, esta charada escancarada, dura há quase um século, e as tentativas de a expor no sentido oposto são recentes, e dificilmente conseguem ter uma expressão para o grande público. 

Por exemplo, quando em 2014, mencionei Welles, a propósito da estupidez do History Channel, nem me passou pela cabeça pensar no assunto. Simplesmente fui aceitando que poderia ter existido algum pânico com um programa de rádio simulando uma invasão marciana, e porque não? 
Simplesmente, não me coloco na posição da virgem ofendida, que foi enganado na sua castidade de defensor da verdade. 
O que acaba por ser ridículo é uma posição em que as vítimas se vão colocando, defendendo pontos indefensáveis, apenas porque não querem admitir que podem ter sido escandalosamente enganadas, praticamente desde que nasceram.

Mesmo que estejamos avisados para a rapina informativa que nos cerca, e estejamos praticamente reféns dessa informação oficializada pela governação, isso não significa que tenhamos que engolir praticamente tudo o que nos é impingido. 

O tratamento das eleições dos EUA pelos órgãos de comunicação internacionais revelou uma extensão do problema a níveis que antes eram apenas suposições de "teorias de conspiração". Ver os órgãos de comunicação coordenados ao ponto de distorcerem toda a informação, classificando o actual Presidente dos EUA como um simples criminoso/mentiroso, ao mesmo tempo que lhe reconheciam uma votação ímpar, bem como a preferência de largos sectores da sociedade americana, chegou a roçar o puro desplante arrogante de uma oligarquia que se sente inimputável. 
Pior, sente-se na capacidade de definir em directo, sem contraditório, resultados eleitorais.
Ou seja, parece que estamos a ler os Protocolos de Sião na sua versão consumada.

3. Pré-aquecimento
Isto seria suficiente para uma enorme escandaleira, de proporções mundiais, mas os media foram ensaiando entrar por território mais agreste, o supostamente impoluto mundo científico... que, mesmo sendo um mundo com virgens e prostitutas, teoricamente teria muito menos de umas que de outras. Teoricamente, porque quando o cacau começa a medir a importância e sobrevivência científica, o número de virgens tende a desaparecer rapidamente. 

O clima, sendo uma ciência que era praticamente tão incerta quanto a lotaria, foi o alvo escolhido.
As previsões climáticas foram ficando bastante boas, graças às imagens de satélite. 
Com essa disponibilidade de formações das nuvens, vistas no céu, até um indigente poderia fazer as mais básicas previsões climáticas no espaço de um dia ou dois. Sem grande dificuldade a coisa foi melhorando até ao espaço de uma ou duas semanas... se as coisas corressem bem.
Porém, prever a mais que um mês, envolve uma complexidade tal, que mesmo usando uma certa repetição anual dos padrões, está ainda fora do alcance actual.

Só que na ciência da comunicação, o que se consegue fazer é apenas um aperitivo para aquilo que se diz que se vai conseguir fazer. Há 20 anos todo o cenário foi lançado para um inquestionável aumento imparável da temperatura do planeta, a pontos que se anunciavam submersões de cidades, desaparecimento de ilhas, etc, etc.

Numa fase inicial, o cenário de aquecimento era teoricamente possível, e por isso todos os cuidados tidos foram vistos como necessários, de certa forma, unanimemente. Porém, o exagero subiu de tom, e as evidências reais foram substituídas por falsificações idealizadas, ou previsões completamente erradas.
O que aconteceu de estranho?
A ciência estava habituada a que teorias erradas fossem substituídas por novas teorias, e isso era determinado por factos e números objectivos. Nada mais disso interessou. Se os números não concordavam com a teoria, eram os números que estavam errados, e substituíam-se as medições por outras medições, etc, etc.

Chegou-se a um ponto tal que só a retórica poderia ajudar.
Em vez de se falar em aquecimento global, passou a usar-se o eufemismo alterações climáticas, e portanto tudo cabia aí. As previsões deixaram de ser feitas a 20 anos, porque 2020 veio mostrar o completo e absurdo falhanço de qualquer previsão mirabolante, e passou-se a usar 2050 ou 2100 como novas metas mirabolantes. Não me parece que seja porque se espere que o clima mude até lá, mas pode sim esperar-se um desenvolvimento técnico para alterar o clima até ao final do século.

O que interessou neste capítulo do folhetim, foi que a imprensa global se sentiu à solta para definir o que era e o que não era a opinião científica. Para além da estapafúrdia Pipi das Meias Altas sueca, chegou ao ponto de submeter o reconhecimento de entidades antes prestigiadas, e criar clubes de zelotas linchadores de quem se atrevesse a dizer o contrário.

4. Covídeos
La crème de la crème, chegou sob forma viral, pulverizando outro conhecimento científico frágil, e muito mais incomodativo para a generalidade dos mortais... a sua saúde!

Invasão de marcianos, é engraçado, mas precisa de marcianos... 
Uma invasão de vírus, é suposto precisar de vírus, mas se há coisa que não há falta no mundo, é de vírus. Ora, e se não havia falta de vírus, também não havia falta de medo deles.

Portanto, não se fala de outra coisa, os números estão aí, morrem pessoas umas atrás das outras, estamos em situação de emergência há meses a fio, e parece que o país e o mundo vão perecer face à invasão de Covid-19. 
Essa conversa conhecemos, mas de que números falamos efectivamente?


Este gráfico do número de mortes abaixo dos 70 anos, está disponível, para quem quiser consultar, na vigilância de mortalidade do Ministério da Saúde. 
São valores oficiais absolutos. Não distinguem se são mortes por Covid, ou por despiste automóvel.
Pergunto, onde estão visíveis as mortes alarmantes com que somos bombardeados todos os dias?
Os valores mais altos são em Janeiro de 2019.

Ok, então isso é porque é abaixo dos 70 anos, e o vírus mata mais a população idosa. 
Certo, vejamos então a população acima dos 65 anos, porque também está disponível essa informação:


Sim, há um aumento que começou a 1 de Novembro, mas maior existiu, conforme se vê, entre Janeiro e Fevereiro de 2019. 
Quais foram as excepcionais medidas que se tomaram em 2019? - Nenhumas!

Picos de mortalidade ocorrem sazonalmente, especialmente em idade avançada. É esperado que ocorram nos picos de frio e calor. Está ainda por explicar o pico de mortalidade neste Verão, que não esteve associado a nenhum efeito do vírus, especula-se estar associado a uma vaga de calor.

No entanto há um outro problema que em Portugal é propositadamente escondido - o suicídio:

A dimensão do problema do suicídio é maior do que os números podem fazer crer. Chama-se a isso ‘ocultação’ e ‘suicídios mascarados’. Em Portugal, apesar de ser um fenómeno reconhecido, é um problema gravíssimo. Somos um dos países da Europa, aliás, que pior regista os suicídios, juntamente com a Lituânia e a Polónia. Calcula-se que sejam ‘ocultados’ nos registos até mais 30, 50 ou 60% de suicídios, como mortes violentas indeterminadas, como acidentes e como morte de causa natural não especificada. [Dr. Ricardo Gusmão in Expresso 16.10.2020] 

Com a rápida incineração dos corpos, conforme agora é requerido, o apuramento de efectivas mortes por Covid ficará no segredo da DGS. As que foram associadas a Covid por sua iniciativa, só eles podem testemunhar, mas o crime de ocultação pública dos dados terá vários cúmplices conhecidos, começando pelos responsáveis governativos.

Independentemente de tudo isso, um facto objectivo é que não há razão presente em 2020 que não estivesse presente em 2019... excepto uma palavra - Covid.

Tivesse sido dado o nome Cabid-09 à gripe de inverno de 2010, e teríamos tido o mesmo efeito, voltaríamos a ter uma nova vaga no inverno seguinte e assim sucessivamente. Se tivessem começado com esta moda nessa altura, e já iríamos na vigésima vaga... sempre com estirpes diferentes.

Tal como em 1938, foram os jornais que inventaram um pânico inexistente sobre um programa de rádio, em 2020 foram os media que disseminaram um pânico excessivo relativamente à gripe Covid-19.
Se os números de mortalidade ainda não satisfazem o pretendido, pois parece que as pseudo-vacinas podem ter a solução com as diversas alergias a nanopartículas inclusas; e perante a perspectiva entre o mal e a cura, poderá haver muito idoso que escolha outra solução conveniente às estatísticas...

Todo o ambiente gerado em torno da chegada das pseudo-vacinas, do seu alojamento secreto, da protecção policial, etc, faz lembrar um enredo de uma paródia de mau gosto, protagonizada por jornalistas e responsáveis de baixo nível. 

Agora, faça-se a pequenina reflexão: - que cuidados extremos tiveram estas pseudo-vacinas, quando se garantia que nenhuma vacina estaria pronta antes do final de 2021:

A vaccine for Covid-19 will not be ready until the end of next year, according to Dale Fisher, chair of the World Health Organization

Quando os russos apresentaram a Sputnik, era uma treta, já se sabe... e quando Trump garantia uma vacina pronta antes do fim de 2020, era só para fins eleitoralistas. 

Zás, catrapaz... e tudo muda!
O mágico tira o coelho da cartola, e saem as pseudo-vacinas! Autorizadíssimas, seguríssimas!

Sim, são pseudo-vacinas, porque não há vacinas, já que a infecção pode ocorrer na mesma.
Aliás, é a própria DGS que o reconhece:


Basta substituir "vacinas" por "não fazer nada", e passa-se a ler tudo da mesma forma:

Apesar de muito eficaz, não fazer nada não evita completamente o risco de infecção. Contudo as poucas pessoas que nada fizeram e foram infectadas, desenvolveram geralmente formas pouco graves de Covid-19.

Este é o cenário geral da Covid-19, trata-se assim de um cenário de placebo, e não de vacina.
Aliás quem não fez nada, geralmente era assintomático.

A factura de tudo isto, vai ser paga por nós, em défices sucessivos, por várias gerações.
Mas isso também não é nada que surpreenda... estamos habituados desde o Séc. XIX.

A história serve para nos lembrarmos do que foi dito, e nem sequer há muito tempo.
- Mas o que é isso interessa? 
- Não interessa nada! Vão a correr, pode ser que consigam ser os primeiros vacinados da vossa rua!

2 comentários:

  1. Em primeiro lugar, Boas Festas a todos. Segundo, houve sempre quem nos avisasse sobre esta espécie de transmutação da imprensa (basta confirmar se sempre foi esse o objectivo desde o seu ínicio - quero crer que sim, pois a dialética dentro do Estado e entre Estados sempre existiu e já teve vários nomes). Destaco, no entanto, um nome, que teve um papel importante em denunciar este "reality show" mediático e que, de forma "inesperada, morreu por volta dos 40 anos:
    https://www.hachettebookgroup.com/titles/andrew-breitbart/righteous-indignation/9780446572835/
    Teve também um papel importante num partido que, a meu ver, ameaçou o sistema, pois depressa foi alvo de insultos r@-cistas e partir dai perdeu a sua força - Tea P@rty.
    A. Saavedra

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    1. Sim, mesmo que a imprensa tivesse inicialmente um propósito mais benevolente, permitindo uma divulgação de informação - no sentido de dar livros aos livres - rapidamente houve quem se apercebesse que poderia manipulada num sentido oposto. Ou seja, passámos a ter os livres presos aos livros... e a raciocinar mais pelo que viam escrito, do que pelo que viam acontecer.

      Creio que o Tea Party criou Trump, ou talvez Trump tenha cavalgado o Tea Party ao ponto de o fazer confundir-se com todo o aparelho republicano. De uma forma ou de outra, penso que o Tea Party tem estado presente no "sim" a Trump, e esta ofensiva dos "democratas" só lhe irá dar mais força.
      Isso não é bom, porque o Tea Party tinha uma quantidade enorme de ideias cretinas, misturadas com outras que faziam sentido, e até creio que no meio disso tudo, Trump foi um filtro necessário, para não nascer dali coisa ainda pior!

      Cumprimentos, e votos de melhor 2021.

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