Alvor-Silves

terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Alvo de Maia - Volume 11

Está quase feito o Volume 11 com a Acta de 2020 dos blogues Alvor-Silves e Ode Maia. 
Como a compilação envolve mais de 500 páginas, fica aqui o PDF da primeira parte (~ 250 páginas):


Neste ano, junto agradecimentos ao José Manuel Oliveira, ao IRF, ao João Ribeiro, ao DJorge, a A.Saavedra, ao Valdemar Silva, ao Carlos Figueiredo, ao GMR, cujos nomes figuram no texto, e ainda a outros que não.

Nos últimos anos, chegado a este ponto, em que agora já constam escritas 4 milhares de páginas, é sempre bom reflectir para que serve tudo isto? Felizmente que não é em formato de livro, porque senão estaria sujeito a uma reclamação ecológica.

Dir-se-à que serve para memória futura... mas percebemos que escrevemos demasiado, quando já nem nos lembramos dos tópicos, e muito menos dos textos.
Tanto pior, quando isto acontece no espaço de um ano. 

Podemos repetir assuntos, juntando mais uma informação aqui e ali, mas sem avançar decisivamente numa ou noutra direcção, porque esses tópicos estão além do nosso alcance. E estão além do alcance, porque são interrogações sobre um passado oculto, de que apenas vemos a face pelas contradições persistentes, nas histórias da carochinha que nos vão instruindo.

Para quem está ciente desta ocultação histórica, os acontecimentos covídeos serviram apenas para mostrar que a manipulação informativa, alinhada com a governativa, pode ser feita com um absoluto controlo e desplante tragicómico. Os melhores programas cómicos resumem-se a citar os disparates e absurdos governativos, alertando-nos de que certo infeliz episódio era mesmo para rir... não fossemos estar distraídos pela tragédia circundante.

Não é possível despertar a dúvida com acontecimentos presentes, e muito menos com passados, porque a população não foi educada para ser livre.
Aprender é a prender, a prender cabeças.
As cabeças são presas a receituários, a um conjunto de ideias feitas, cuja essência pode passar completamente ao lado de quem as ensina.

A máxima concepção de liberdade, é a da liberdade autorizada, como a criança que se sente livre porque goza da protecção dos pais, para fazer o que lhe apetece. Na falta dos pais, os adultos acreditam na estrutura social envolvente, como substituto paternal. É indiferente se essa figura paternal é disfarçada por um conceito divino, ditatorial, ou pseudo-democrático.

As regras passam a leis, os deveres passam a trabalho, etc... Acredita na sociedade como figura paternal, não se importando de haver manos privilegiados, "porque todos trabalham para a família". Essa ideia era até comum a escravos, que viam o seu patrão, ou seu senhor, como uma figura paternal.
Assim, é fácil recusar até a mais básica lógica de raciocínio, sob pena de a pessoa se ver sozinha num mundo hostil. Prefere dizer que preto é branco, quatro são cinco, se isso não a afastar da sociedade que conhece... nos casos mais drásticos, prefere ser herói morto, do que enjeitado vivo, como no caso de bombistas suicidas.
Há assim uma receita social nativa, que é mais importante que toda a lógica:
- Não ficar isolado.

Uma criança até agradece que nem a chateiem se, depois de lhe fazerem ver que é violentada pela família, não lhe derem nenhuma alternativa, nenhum outro lar. Podem até pensar que lhe estão a abrir os olhos, nem reparando que ela não os consegue abrir bem por causa dos sopapos que leva.
Ora, o problema é que não vivemos numa sociedade de adultos, quando alguns decidem reservar para si um papel paternal, desde os mais pequenos aos maiores chefes índios. Depois é só uma questão de sorte... ou se nasce numa família funcional ou disfuncional.

O que faz um adulto numa sociedade de crianças?
Se não quiser armar-se em novo paizinho... espera que cresçam!
Isso é engraçado de se dizer, e poderá até arranjar mecanismos de se escapar... o problema é quando o monstro social o cerca, desafiando para combate quem não quer combater. É claro que o monstro nunca aparece, porque é apenas mais uma criança assustada, no meio de tantas outras. 

O problema é que esse monstro que não se materializa em ninguém, não deixa de ser uma entidade temível, abstracta no conceito, mas materializada em acções. Será como pensarmos que cada uma das nossas células, é minúscula e inofensiva isoladamente, mas ganha um poder transcendente quando é benzida por uma ordem que não parte de nenhuma delas. Estes conceitos estão presentes, há combates não visíveis, nem pensados, que estão a ser travados. Resta saber como lidar com eles... sendo certo que a maior potência que temos é justamente abdicar dela.

Vou terminar a segunda-parte, provavelmente incluindo ainda este texto.

PDF do Volume 11 (segunda parte) ~ 8 Mb


6 comentários:

  1. Bom ano e obrigado pelas reflexões que tem partilhado.
    Gmr.

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    1. Obrigado, GMR, e agradeço a sua chamada de atenção sobre o prólogo.
      Bom ano de 2021.

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  2. Bom Ano 2021 e continuação deste bom Alvor-Silves.
    Valdemar Silva

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    1. Caro Valdemar,
      igualmente os votos de melhor 2021.
      Cumprimentos.

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  3. Felicidades por mais um "livro"!
    Imprima tudo e guarde-os bem guardadinhos... é que tudo isto que está na net mais dia menos dia, desaparece...

    Ah! E deixe lá de ser anarquista, meu caro!

    Cumprimentos,
    IRF

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    1. Obrigado, caro IRF.
      Aquilo que por aqui se diz há uma década é que desaparecer, não desaparece.
      Fica é completamente inacessível para alguns.

      Agora, já imaginou a diferença de capacidade que têm os que pouco sabem, para chegar sequer próximo do que quem tudo sabe?
      Pois, mete medo... a quem julga que tudo sabe.

      Cumprimentos.

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