Alvor-Silves

domingo, 7 de fevereiro de 2021

A África começa nos Pirinéus (3)

Os dois textos em Janeiro introduziram o assunto pelo princípio. Mas as coisas ficam muito mais claras, indo ao fim... ou pelo menos a um fim intermédio.

Os judeus pediram e apoiaram a invasão árabe em 711
Não será assunto surpreendente, mas evita-se falar no assunto - os judeus preferiam o convívio com os árabes do que com os cristãos visigodos:

Um judeu jogando xadrez com árabe (em Livro dos jogos, de Alfonso X, 1283, já mencionado)

Cito aqui o vídeo que é baseado no livro de 2008 de E. Michael Jones:

Jews for Jesus versus Jews against Jesus; Christians versus Jews; Christians versus Judaizers. This book is the story of such contests played out over 2000 turbulent years. In his most ambitious work yet, Dr. E. Michael Jones provides a breathtaking and controversial tour of history from the Gospels to Julian the Apostate to the Hussites to the French Revolution to Neoconservatism and the End of History.

e o vídeo que faz uma menção ao assunto e ao livro encontra-se aqui:

History of the Jews in Spain - Daniel Walker Backup  (Excerpt - Mirror)

São bastantes claras e relevantes as seguintes menções:
  • In 694, the 17th Council of Toledo proclaimed "the impious Jews dwelling within the frontiers of our Kingdom ... have entered into a plot with those other Hebrews in regions beyond the seas, in order that they might act as one against the Christian race ... through their crimes, they would not only throw the Church into confusion, but, indeed, by their attempted tyranny, have essayed to bring ruin to the Fatherland and to all the population.''' 
  • In 852, the Anales Bertinianos described the loss of Barcelona because the Jews "played the traitor," allowing the Moors to capture it. As a result, "nearly all the Christians" were "killed; the city [was] devastated," and the Jews "retire[d] unpunished.'' The Jews "defined themselves as the antithesis of Christianity" and conspired with Christendom's enemies. Although they prospered under the Visigoths in Spain, they nevertheless conspired with Arabs in Africa to overthrow the Visigothic monarchy. At the beginning of the 8th Century, they used their contacts with African Jews to prepare the invasion of the Mohammedan Berbers across the straits of Gibraltar. 
  • When the Mohammedans conquered Spain, the Jews flourished, achieving one of the most sophisticated cultures in Europe. The Jews excelled in medicine and helped in bringing Aristotle to Europe. But the flower of Sephardic culture drew its economic substance from unsavory roots. The Sephardic Jews grew rich on slaves and usury. 
Ou seja, menos de 20 anos antes da invasão, o Concílio de Toledo já avisava acerca de uma "teoria da conspiração" (porque não podia ser vista como coisa diferente), que juntava os judeus que viviam sob domínio visigodo e os judeus que viviam no Norte de África, para actuarem todos como um, com os árabes, a uma só voz, no sentido da invasão da Península Ibérica.

É aqui dado o exemplo de uma traição judaica na queda de Barcelona, mas o mais significativo é que de facto os judeus nunca tiveram problemas no convívio com as comunidades árabes, e conforme é dito floresceram mais com os árabes, tornando o reino de Córdova-Granada num exemplo de progresso na Europa Medieval.

De acordo com esta referência, o plano de invasão árabe comandado por Tarique, e que culminou na vitória na Batalha de Guadalete, não foi uma simples invasão sem apoio coordenado entre os judeus do lado visigodo e os judeus do lado africano.
Também dificilmente seria de outra forma, a entrada sem par de uma força expedicionária, que pouca ou nenhuma resistência foi encontrando, conseguindo em pouco tempo estender o seu domínio por uma grande parte da Espanha.

Convém aqui ser moderado nas pretensões da incursão árabe, que sendo quase total pelo lado costeiro, não se terá atrevido às conquistas mais difíceis, nas montanhas asturianas. Não há registo de presença árabe no distrito de Bragança, por exemplo... "o domínio dos árabes no distrito de Bragança foi por assim dizer nulo ..."  (O Archeólogo português, Volumes 12-13, 1907).

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Nota complementar (08.02.2021):
Neste vídeo, correspondente a uma versão judaica:



é praticamente assumida esta versão colaboracionista, entre os judeus sefarditas (ou seja, que viviam sob domínio visigodo) e os árabes invasores, mas é recusada a ideia de que houve um pedido prévio para a invasão. 
Ou seja, os judeus reconhecem que foi graças à sua colaboração com as forças  árabes invasoras que foi permitido que estas continuassem por todo o território hispânico, deixando as cidades conquistadas com uma pequena guarnição, porque aí contavam com a colaboração judia, para manterem as cidades sob controlo islâmico.
A diferença não é na prática muito grande, e poderia ficar a dúvida entre saber se os árabes arriscaram toda uma estratégia de invasão sem terem isso assegurado a priori... 

Isto chega quase a ser ridículo, porque isto corresponde a ter empregados que, perante um assalto vão colaborar com os assaltantes, no sucesso da invasão, mas parecem achar tudo bem, apenas porque supostamente não foram eles que chamaram os assaltantes... por muito menos que isso, já Portugal pediu desculpa pela expulsão dos judeus. 
Com este reconhecimento de culpa, pode-se perguntar - que sentido faz pedir desculpa a culpados?

Mas vamos continuar com a história, porque isto não me parece ter sido tão simples quanto nos querem apresentar!

9 comentários:

  1. Muito bom... quando os olhos se abrem para a Questão Judaica cai o Carmo e a Trindade... tudo fica mais triste, ficamos bem mais isolados... mas há muita coisa que passa a ser clara e a fazer perfeito sentido.

    "os judeus nunca tiveram problemas no convívio com as comunidades árabes, e conforme é dito floresceram mais com os árabes, tornando o reino de Córdova-Granada num exemplo de progresso na Europa Medieval."

    Os Árabes entraram em 711. O Califado de Córdova só começa em 931. Há aí uma grande mentira que é o "progresso" e o "lustre" da "Civilização Islâmica na Península Ibérica". Foi de muito curta duração.
    O Califado caíu em 1030, 100 míseros anos depois. Córdova nunca recuperou.

    Mas isto - o sucesso da invasão moura - não pode ser explicado apenas pela Judiaria, se bem que o papel destes últimos nunca deve ser esquecido ou menosprezado.

    Reza a história que os primeiros Árabes (mais Berberes, mesmo...) eram poucos, uns poucos milhares e não vinham com a intenção ou capacidade de conquistar toda a Península.
    Vieram sim travar uma batalha com o Rei Visigodo Rodrigo.

    Acontece que o final do século VII na Península foi marcado por guerras civis entre os Visigodos que ainda estaríam fresquíssimas na memória.
    Não me parece que a "lenda" em que o Conde Visigodo Julião, que administrava para os Visigodos as terras do Norte de Marrocos com base em Ceuta, enfim... segundo a lenda o Conde Visigodo de Ceuta envia a sua filha para a corte em Toledo e ela é violada (ou rejeitada pós coito?) pelo Rei Rodrigo...
    Por vingança o Conde Julião mal tem oportunidade chama os Mouros para atacarem o Rei Visigodo.

    Não me parece que a lenda seja falsa porque a juntar ás recentes guerras Civis no Estado Visigodo, parece que durante a fatídica batalha em Guadalete, o séquito do Rei Visigodo divide-se e parte das suas tropas mudam de lado ou desaparecem do campo de batalha.

    A Queda dos Visigodos em 711 foi das maiores conspirações da História.
    Teve dedo da Judaria, mas não creio que os Judeus tenham sido o elemento subversivo mais importante.

    É importante reter que naquela altura ninguém esperava que o Reino Visigodo caísse perante os mouros, e muito menos o esperavam os próprios Mouros...

    Quanto à presença islâmica a Norte do Douro é quase nula por quase todo o lado. Eles chegam e vão-se embora.
    Em 866 Braga e o Porto são "formalmente" tomadas mas não há registo de grandes batalhas nem nada. Provavelmente estas terras já seriam meio terras de ninguém mas em que os mouros tinham a capacidade de projectar poder quando necessário (a Norte do Douro) de maneira a impossibilitarem a permanência dos Cristãos.

    No século X (Com o Califado de Córdova) é que o poder Mouro cresce muito com Almansor, que segundo as próprias crónicas mouras "chegou onde nenhum mouro tinha chegado antes" a respeito da sua acção por Braga e Santiago de Compostela.

    De notar no vídeo (e provávelmente ainda mais no livro) é a aliança Judaico-Protestante com o Protesantismo a servir de pouco mais do que elemento de destabilização e arma de arremesso contr os Católicos (os Cristãos, os Europeus).
    Aliança esta que só será definitivamente vencedora no início do século XIX com a destruição das verdadeiras Monarquias da Europa isto já numa perspectiva Maçónica-Napoleónica e com os Rothschilds... até que toma o controlo da própria Igreja Católica no pós Segunda Guerra Mundial com o Concílio Vaticano II.

    Cumprimentos,
    IRF

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    1. Não entendo o seu ponto.
      Antes do Califado de Córdova existiu o Emirato de Córdova, que era Omíada.
      A diferença é que o Emirato recebia ordens de Damasco. Creio que já expliquei aqui essa questão... e também do Conde Julião. Vou procurar.

      https://alvor-silves.blogspot.com/2018/10/rodizio-afonsino-em-arzila.html

      https://alvor-silves.blogspot.com/2014/12/casanova-e-as-velhas-causas.html#c1585307533846826746

      ... só encontrei isto, mas dá-me jeito para o que se segue.
      Tenho a certeza que escrevi uma coisa sobre romãs, granadas e Granada, etc.

      Continuando...

      Sim, a presença no Norte foi escassa, mas durou até Vímara Peres, que deu nome aos Vimaranenes. Ainda que o nosso Fernão de Oliveira, argumentasse que Portugal nunca se perdeu por completo para os mouros:
      https://alvor-silves.blogspot.com/2013/06/fernao-de-oliveira.html

      Quanto a ligações a posteriores que vão até à maçonaria, etc... eu aqui nesta série estou empenhado em trazer a fenícia, cartago e egipto à judiaria e à mouraria.

      Esse é o ponto que falta esclarecer, porque que judeus e maçons ram unha e carne, isso eram os próprios judeus que diziam nos protocolos, mas nem precisavam de dizer, estava escrito em todo o lado...

      Cumprimentos.

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    2. Ah, está aqui como uma nota minúscula:

      https://alvor-silves.blogspot.com/2011/06/proxima-estacao-verao.html

      Nota:
      (*) Romã, em português é demasiado próximo de Roma para não ser notado. Especialmente se notarmos que em Espanha se denomina "granado", e esta raiz está presente em vários países. Lineu decidiu denominá-la punica granatum, juntando Cartago e Granada... dois reinos desaparecidos!
      Pode ainda juntar-se a isto, o relato dos espiões de Moisés que lhe trouxeram este fruto como amostra da fertilidade da Terra Prometida... pois bem um fruto que junta Punica e Granada, e atendendo a Cartagena, é difícil ser mais concordante com a Estória que aqui coloquei sobre os Ebreus do Ebro...
      O jardim e as suas frutas - laranjas portuguesas e romãs granadinas/andaluzes.


      Isto ainda era de 2011, um tempo em que cada postal aqui estava envolto em meias coisas ditas e meias coisas pensadas.
      Pensei que tinha escrito um texto sobre isto, e saiu-me uma notazinha.

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    3. Pois bem, digo-lhe que me parece forçada a ideia de enfiar Cartago numa qualquer Judiaria... não estou nada convencido. Mas prossiga, certamento encontrará algo de interessante...

      O Emirato de Códrova - por oposição ao Califado - era uma nulidade cultural.
      Claro que Córdova cresceu muito mas lembro-me que já no século IX o Reino da Galiza (ou Astúrias ou posteriormente Leão) já chegava a Lisboa.
      Militarmente mal se aguentavam, principalmente a Ocidente.
      A Oriente, a sua grande força provinha dos Visigodos Bani-Qasim (os Filhos de Cásio, o Governador Visigodo de Saragoça que quando os mouros lá chegaram aceitou ficar muçulmano desde que mantivesse o seu Ducado convertido em Reino Mouro)

      Na minha opinião Córdova fêz-se à custa da Sevilha Visigoda, herdeira da grande Hispalis Roamana... recorde-se que no século VII, imediatamente anterior à invasão moura, temos o grande Isidoro de Sevilha, por exemplo.
      O Emirado de Córdova destruiu Sevilha mas não conseguiu levantar "bem" Córdova.

      A nível cultural, pouca influência os mouros do Emirado de Córdova tiveram quer na Europa - ou mesmo apenas na Península - quer no mundo islâmico.
      E isto talvez seja assim derivado da sua minúscula dimensão demográfica nos seus próprios domínios.

      Outra história mal explicada é como é que aparecem tantos Judeus (de renome, o que sugere uma elevada população) em Córdova no século X e mais tarde também em Toledo.
      Para mim é claro que Córdova no século X atraíu muitos Judeus do Norte de África e quem sabe também de França e Itália... só não tenho é nada que prove que essa migração existiu em larga escala tirando a biografia de um ou outro Judeu desse tempo que admite ter vindo recentemente de Marrocos.

      Mas para mim é claro: Sabemos que poucos lugares no mundo ofereciam as condições que Córdova então oferecia: Uma grande capital Islâmica com demasiados Cristãos e poucos mouros, em franco crescimento...

      Ah! E também não engulo essa dos Judeus do Ebro. Uma vez que o registo é bastante claro: O "Ebro" é o rio dos "Ebros" ou "Ibéros" dos Romanos.

      Cumprimentos,
      IRF

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    4. Caro IRF,
      obrigado de novo, pela sua compreensão, e em me deixar prosseguir com a divagação.

      Folgo também em saber que afinal, com sua nova autorização, o Emirado sempre tem o direito a existir em Córdova.

      Os judeus na PI (Península Ibérica) será uma questão que irei considerar, graças à sua autorização para prosseguir.

      Sobre os Ebreus do Ebro, solicito a sua concessão para poder especular para além dos cânones da Santa Igreja Romana, da Loja de Londres, e do Talmude.

      Entendo perfeitamente que veja maior relação entre Ibero e Ebro do que entre Ebreu e Ebro, isto é se estou autorizado em tirar o H de Hebreu. Será que posso? Tenho que pedir em que repartição? Na Santa Sé ou na Loja do Mestre André?

      Se não vir inconveniente, e como isto é bréu, de Ebreu, vou prosseguir, com os ebreus, que são hebreus sem H.

      Cumprimentos.

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    5. Wikipedia, sei que vale pouco mas é o que tenho:

      "O rio Ebro (grego: Ίβηρ, latim: Iberus, catalão: Ebre)"

      Latim, Iberus.
      Grego, Iber (se não estou em erro).

      Creio que foram os Romanos que chamaram ao Rio Iberus e ao povo que o habitave de Iberos.
      Os Gregos deram o nome à Península como Ibérica por causa do rio Iber.

      Cumprimentos,
      IRF

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    6. A história que chegou é mais que os gregos usavam a expressão Ibéria para a PI, enquanto que os romanos usavam Hispania.
      No entanto, e como me tem dado sugestões impensadas, a língua portuguesa é para mim referência, mesmo que não seja a original...

      Cumprimentos.

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  2. Deputado do PS defende demolição do Padrão dos Descobrimentos
    "Falta o conhecimento da história. Falta perceber verdadeiramente que não tivemos império nenhum. Que os tempos que vivemos desde o século XV até ao 25 e Abril foram tempos de grande instabilidade que nunca consolidaram império nenhum, mas esse império que está na nossa cabeça é o império salazarista. É uma construção simbólica do império salazarista”

    (...) Ascenso Simões deputado do PS num artigo publicado no jornal Público, defendeu que “o país esquece rápido o seu passado” e que, nesse sentido, o Padrão dos Descobrimentos “devia ter sido destruído”. Mais: no 25 de Abril “devia ter havido sangue, devia ter havido mortos”.

    https://observador.pt/2021/02/19/deputado-do-ps-defende-demolicao-do-padrao-dos-descobrimentos/

    Sim sim "A África começa nos Pirenéus", tirando as Astúrias no resto da Península Ibérica maioria é de origem maometana e judia, grandes perdedores da rota da seda por causa de Vasco da Gana, e desde aí odeiam os descobrimentos portugueses, atualmente odeiam os valores cristãos, preferem africanos e indianos e suas culturas a brancos do norte da Europa. Estão e sempre estiveram mais virados para África Índia do que para a norte dos Pirenéus.
    Para maioria de franceses e alemães abaixo dos Pirenéus não é Europa.

    José Manuel
    Cumprimentos


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    1. Caro José Manuel,
      o dito cujo, entrou na Juventude Socialista aos 19 anos, fez o caminho das pedras ensinado aos jotas. Tinha 11 anos no 25 de Abril.
      Mexe a boca. Milagres de ventríloquos.
      Por vezes saem rotundos disparates, mas está tudo bem, porque os Makavenkos ficaram melhor de saúde com esta virose, e quanto mais disparates melhor.

      Os portugueses também se diz que ficaram mais de 500 anos em África, e será que encontra lá muitos?
      Quanto a franceses e alemães, veremos quanta dívida vamos ter que pagar por terem ficado um ano inteiro sem vender popós...

      Cumprimentos.

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