Alvor-Silves

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Navegações atlânticas medievais (1)

Há um exagero natural nas posições antagónicas, entre quem acha que há indícios que favorecem uma história oculta, e os que terminantemente recusam essa possibilidade, quase como fé.

No caso das navegações, os defensores da burocracia instituída pelo status-quo, estão bem protegidos por uma documentação oficial seleccionada que não assinala nada de inconveniente. 
Seria estranho, se assim não fosse... se a documentação romana disponível dissesse que as galés romanas visitavam a América, só haveria duas possibilidades - ou manter a teoria colombiana, e esconder isso, ou então assumir que de facto os romanos visitavam a América. 
Ora, o que implicaria isso em termos de História? 
Há mais interesse em manter a estória que temos, ou em corrigir a história, assumindo a ocultação?
Assumida uma ocultação, o que garantiria que a ocultação terminava?

Fruto da nossa educação dirigida, somos forçados a admitir que Copérnico foi revolucionário, por conceber que a Terra se movia em torno do Sol... e mesmo que seja dito que já Aristarco de Samos sabia disso, faz-se crer que essa informação estaria perdida. 
Não estava, e é o próprio Pedro Nunes ao criticar o trabalho de Copérnico que diz:
«(...) Nicolau Copérnico de Torun, o qual estava sobretudo interessado em, com o método, tabelas, e demonstrações de Ptolomeu, trazer de novo à luz a antiga e quase esquecida astronomia de Aristarco de Samos acerca do movimento da Terra e da imobilidade do Sol e da oitava esfera, tal como é referido por Arquimedes no seu livro "De arena numero".»
Ou seja, reler o famoso livro de Arquimedes "O contador de areia", foi a revolução de Copérnico. Acrescente-se, a teoria heliocêntrica nada acrescentou ao que já se sabia, e foi Kepler, mais do que Newton, a avançar com dados novos. Ensina-se ainda hoje que a teoria geocêntrica é errada face à heliocêntrica, o que só mostra como a publicidade serve a manipulação das mentes dos petizes. 
O único propósito da lengalenga publicitada foi tirar o homem do centro, e fazer crer numa insignificância no espaço universal e entre as espécies animais. 
Ora, a visão relativista deve ela própria ser relativa e não absoluta.
Retirar a visão absoluta, etiquetando-a como "errada", é perverso e igualmente errado.

Registos medievais
Thomaz de Souza, em "O Descobrimento do Brasil" (1946), muito preocupado em defender as navegações italianas, praticamente remete a crítica dizendo que se Colombo tudo aprendeu em Portugal, os portugueses tudo tinham aprendido dos navegadores italianos. 
O que em grande parte seria verdade, já que o próprio D. Dinis foi chamar o genovês Manuel Pessanha para almirante em 1317. Para esta opção estrangeira, não terá sido irrelevante o fim dos Templários em 1314 e a instituição da Ordem de Cristo em 1319.

Se ao rei Lavrador não está associada a descoberta do Lavrador (região canadiana), está pelo menos associado um dinamismo na produção de madeira para as embarcações, aumentando o pinhal de Leiria, iniciativa inicial do pai, D. Afonso III, porque a assoreada Leiria já não era porto de mar, sendo útil estabilizar as dunas de areia.

Só que num exagero fundamentalista, parece haver quem pretenda que, antes, os portugueses só tinham canoas, e nem tampouco dão crédito à existência de D. Fuas Roupinho, que terá morrido em confronto naval com os mouros, junto a Ceuta em 1184. Os cronistas árabes reconhecem o confronto e a vitória, com apresamento de 22 naus portuguesas, mas parece que sem o cartão de cidadão do Almirante, mesmo uma derrota passa a mito dos cronistas portugueses, por falta de registo no notariado de Alcobaça, deixado durante dias a saque em 1834.

Para efeitos da estorieta, Manuel Pessanha é considerado o primeiro almirante-mor do reino, tendo substituído Nuno Cogominho, que foi... almirante-mor do reino entre 1307-16. Poderá haver quem fique confuso por ter havido alguém antes do primeiro, mas isso não incomoda a lógica do regime, que se baseia na fé dos crentes. As palavras mudam assim de significado, sem qualquer incómodo, para que não apoquentem a fábula.

Assim, para Thomaz de Souza, os italianos praticamente descobriram tudo antes de todos.
Um tal Lanzarotto Malocello "encontraria as Canárias em 1270". Curiosamente este é o ano apontado para o seu nascimento, mas para Souza o nome já estaria nos astros... mas com efeito está instituída uma sua viagem em 1312.
Por mero acaso, também o filho de Pessanha se chamava Lançarote, e num artigo «Afonso IV (1325-1357) e a doação das Ilhas Canárias pelo papa Clemente VI (1332-1342)», Revista Portuguesa de História 46 (2015), A. M. Souza diz o seguinte:
Neste aspecto, a presença de genoveses e florentinos na Corte régia portuguesa já se fazia sentir desde o governo de D. Dinis, que a propósito da expansão das fronteiras do reino, firmara um contrato com Manuel Pessanha (Pessagno) para o reconhecimento do território ainda em 1317. Já Lancelloto Malocello (Lanzarotto Pessagno), terceiro filho de Manuel Pessanha, desta vez como comandante de uma frota portuguesa a mando de Afonso IV “redescobriu”, por volta de 1336, uma das treze ilhas que os geógrafos greco-latinos tinham apelidado de as Insulae Fortunatae (Ilhas Afortunadas). 
Inadvertidamente, ou não, identifica os dois Lanzarottos ou Lançarotes, como sendo a pessoa do filho de Manuel Pessanha. Já sabemos que os mapas não servem para provar nada, quando se trata de descobertas portuguesas, no entanto, depois das viagens enviadas por D. Afonso IV em 1336, aparece num mapa feito em Maiorca, por Angelino Dulcert (1339), uma inscrição com o nome da ilha descoberta pelo tal Lanzarotto Malocello. 

Mapa de Angelino Dulcert com Porto Santo e Madeira (Legname), à esquerda, 
e em baixo com a ilha Lanzarote, com a cruz de Cristo.

Na maioria dos casos, diz-se que no mínimo Lanzarotto estaria ao serviço do rei português, mas para Thomaz de Souza, isso não interessa e a descoberta é genovesa, até porque a bandeira é de Génova... Ora, por coincidência ou não, a bandeira da Cruz de Cristo é igual à bandeira de Génova.

Que se saiba, quando em 1344 o espanhol Luis de La Cerda ganhou do Papa a pretensão à ilha, não foi Génova a enviar uma reclamação ao Papa, como fez D. Afonso IV, informando que já tinha descoberto as ilhas antes. 

Antes de tudo isto, o mais natural é que os mouros já tivessem feito aí uma visita, e curiosamente consta que o cronista árabe Idrisi reporta a chegada às Canárias de árabes de Lisboa, no início do Séc. XII, ou seja, pouco antes da conquista por D. Afonso Henriques. Acrescenta da existência de duas enormes estátuas, algo que está na carta dos Pizzigani de 1367, dizendo:
"duas estátuas de pedra de cem côvados de altura e sobre cada uma delas una figura de bronze, que está com sua mão fazendo sinais aos navegantes para que não sigam navegando mais além".
O registo dessas estátuas desapareceu... e não parece que tenham sido os guanches os responsáveis!~

(continua)

15 comentários:

  1. "O único propósito da lengalenga publicitada foi tirar o homem do centro, e fazer crer numa insignificância no espaço universal e entre as espécies animais."

    A Civilização constrói-se à base de Ordem e Hierarquia.
    Todos os ataques à Ordem - enquanto ordem por si só - e à Hierarquia - enquanto hierarquia por si só - são ataques à própria Civilização e essência da humanidade.
    Ora, nenhuma Ordem ou Hierarquia pode provir do homem. Tem de vir de lá, do Divino, pois todos os Homens rapidamente chegam à conclusão que são insuficientes enquanto Homens para explicarem a existência - e a consciência, se quiser.

    Portanto temos as três pedras basilares da Civilização e da espécie Humana enquanto espécie superior aos animais e inferior ás divinddades: Ordem e Hierarquia para reger os Homens, e uma ligação ao Divino para os orientar.
    Não falemos de Deus, falemos mesmo de religião... que é a Ordem e a Hierarquia aplicada ao Divino tanto quanto os Homens podem alcançar, para o propósito da sua própria orientação.

    O único propósito da lenga-lenga publicitada foi fazer guerra à Religião, à Ordem e à Hierarquia pois caso contrário nenhuma destas criaturas que chegaram aos píncaros da lua poderia ter poder acima dos seus semelhantes.
    Não é de desprezar o facto que todos estes desenvolvimentos são ou processos da Reforma Protestante ou consequências de processos saídos da Reforma Protestante.

    "Ora, a visão relativista deve ela própria ser relativa e não absoluta.
    Retirar a visão absoluta, etiquetando-a como "errada", é perverso e igualmente errado."

    Qualquer visão que faça sentido tem de ser absoluta. Embora que se possa flexibilizar para responder ás constantes variáveis (relativização) observadas no mundo.
    Mas tem de ser absoluta para se manter.

    O que se passa é que os agentes subversivos têm há séculos proclamado o absolutismo das suas heresias assim que ganham força depois de terem passado a sua fase ascendente a clamarem pela relativização.

    Fazem-no como as criaturas mesquinhas que são. Manipulam o sentido das palavras conforme as situações que lhes são mais favoráveis.

    Cumprimentos,
    IRF

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    1. Estou completamente de acordo com uma parte do que escreveu, e com outra parte nem tanto, mas creio que também já sabe porquê.
      Se quiser podemos voltar a essa conversa, mas no que traz de novo, a questão da Ordem é uma herança do Tempo, e a questão da Igualdade é uma criação do Espaço. Os que pretendem apenas a igualdade renunciam ao tempo, e os que pretendem apenas hierarquia afunilam o espaço, reduzindo as dimensões a uma, a da ordem que trazem.
      Como creio que já aqui mencionei, embora pareça atractivo ser planeta de um sol, o grande objectivo será irradiar luz própria, sendo uma estrela em si mesmo.
      Só assim evita um problema clássico da mitologia - o problema das sombras.

      Cumprimentos.

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    2. Não percebo essa da igualdade.
      No meu entender a igualdade é um falso deus. E muito em voga tendo em conta a ideologia dominante.
      Mas mesmo neste domínio completo da heresia do falso deus Igualdade, não se encontra igualdade em lugar algum.

      Dito isto, faço uma adenda para os mais simples de mente: Só pode ser aplicada a igualdade àquilo que é igual.
      E praticamente nada é igual e ninguém é igual.
      Assim, se houver água para todos, devemos dar acesso à água para todos, que são iguais na sua humanidade e na sua necessidade de água.
      Mas depois... haverá uns que precisam mais e outros menos... outros que esbanjam - precisam de água para a piscina ou gostam de banhos mais longos - e outros que têm mais água que outros... (compare-se o Canadá com a Arábia Saudita).

      Igualdade... um falso Deus, fonte de todos os populismos e demagogias.
      Mas escrevi isto porque não percebo o que quis dizer com a igualdade ser uma criação do espaço e o raciocínio que se seguiu.

      Cumprimentos,
      IRF

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    3. Sim, IRF, creio que não expliquei bem o que queria dizer.

      Igualdade é um conceito abstracto tal como Ordem.
      Do ponto de vista dos peixinhos no mar, cada bacalhau é diferente do outro, uns maiores, outros mais pequenos, mas quando chega à nossa mesa, entendemos todo como igual, excepto nas classificações de graúdo, crescido, etc.

      Do ponto de vista físico, material, não existe nenhuma igualdade, embora os físicos façam fé de que protões, electrões, etc, não têm qualquer distinção entre si - o que é natural, porque não a conseguem destrinçar... aliás até conseguem, mas não querem, e por isso é que inventaram a física estatística. Assim ficaram com alguma certeza na incerteza.

      A ordem padece do mesmo problema, um bicho pode ser mais pesado que outro, mas se o mais pequeno for um predador do maior, essa ordem inverte-se noutro sentido.

      Os casos concretos são todos diferentes, mas dessa múltipla diferença tivemos a capacidade de definir pontos comuns, e foi isso que definiu o nosso léxico e raciocínio.

      O que eu quis dizer é que o tempo é na sua essência o ponto de partida de toda a noção de ordem. Sabe inexoravelmente qual é a ordem temporal dos eventos que presencia, e a menos de falha de memória, sabe o que foi antes e depois, coloca aí uma ordem, que era depois até passada para a hierarquia - os filhos mais velhos eram os varões, etc.

      O espaço tem a noção de igualdade, porque apesar de fazer a ordenação temporal, consegue ver dois objectos distintos no mesmo tempo. Nesse caso a ordem temporal falha, tem mesmo que reconhecer que há igualdade perante o implacável tempo.
      Curiosamente, se só existisse uma dimensão espacial, isso não seria assim.

      Agora, uma vez definidas as noções abstractas, como a Ordem, a Igualdade, Deus, etc... elas passam a existir, quer se queira, quer não. Só que nem todas têm o mesmo valor lógico de consistência, coerência, etc... Mas, no caso da Ordem e Igualdade, não vejo nenhuma inconsistência na sua definição.

      Cumprimentos.

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    4. Concordo com tudo. Agora finalmente percebi o que quis dizer.

      Mas, chuto para que nas interacções humanas, a Ordem precede sempre a Igualdade, sendo a primeira uma pedra basilar da Civilização e a segunda um mero luxo porque os bacalhaus no mar são todos diferentes.

      Por este raciocínio, só pode existir Igualdade se houver Ordem que a preceda... caso contrário será sempre o reino da selva... enfim, outros quinhentos.

      Cumprimentos,
      IRF

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    5. Encaixo o chuto, concordando com o remate.
      A Ordem é prima criatura, que sai dos números, que dizem que o segundo não é o primeiro, conforme pretende quem diz que Pessanha sendo segundo de segundos foi primeiro de primeiros.

      E agora volto a passar o esférico...

      A Igualdade nos números foi inventada pelos pares.
      Ainda hoje "ser par" equivale a ser um igual, "entre os pares" é entre os iguais.
      Também dizemos "ímpar" para os que se destacam dessa monotonia de pares, por exemplo quando dizemos "era um sujeito ímpar".

      Todos os pares são paridos pela multiplicação de 2.
      Por isso, inicialmente os filhos sendo gerados por 2, pai e mãe, eram todos pares e vistos como iguais entre si.
      Até a palavra "parir" deve resultar de passar "par" a verbo.
      Haver paridade, significa também haver igualdade.

      Como já disse aqui, várias vezes, a linguagem, especialmente a nossa, tem uma génese e uma história, que deve ser explorada como uma filosofia que nos foi legada.

      Por exemplo, os ingleses usam "odd" (ímpar) para algo estranho, e também faz sentido, porque quem não pertencia à família era estranho, mas depois "even" (par) não é usado com o mesmo sentido. Aí perderam o ensinamento...

      Curiosamente, um primo, entendido aqui como primeiro, é um número que não resultou de nenhuma multiplicação anterior. É um sujeito que aparece do nada, e isto mostra o relevo que os antigos davam a quem se destacasse sem ser com ajuda de padrinhos.
      "Primus inter pares", já mostra uma certa deturpação da lógica, porque se é par não é primo.

      A palavra "primo" usamos como abreviatura de "primeiro co-irmão", já que antes os primos eram chamados "co-irmãos", e os primos direitos (devia ser hoje primos directos) eram os primeiros co-irmãos, depois seriam "segundos co-irmãos" para "segundos primos", etc.

      Cumprimentos.

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    6. Registado.

      Cumprimentos,
      IRF

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  2. Bom apanhado de D. Fuas Roupinho vencendo mouros pelo mar, em Ceuta, no século XII.
    Não sabia disso.
    Estou mesmo revoltado com estes Almirnates Mor anteriores ao genovês Pessanha. Não sabia da sua existência!

    Boa essa das estátuas nas Canárias à la Cavaleiro do Corvo. O mais provável é serem Romanas... digo eu.

    Quanto ao Thomaz de Souza, parece-me um "brazalhucozinho" da estirpezinha a que já estamos habituados. Parece-me que fez um óptimo trabalho a compilar descobertas antes da des-coberta, mas algumas das suas contra-justificações são tão patéticas que dá vontade de rir.

    Interessante isso dos "direitos" Portugueses nas Canárias via Genoveses, e como os Lanzarotes são filhos do Manuel Pessanha, que trabalhava para Portugal.

    Curiosamente, tenho estado atento a isto dos Genoveses. Creio que exerceram sempre uma enorme influência em Portugal que nós não costumamos ter noção. Nos séculos tardo-medievais eram os donos da banca na Europa, para além de terem um dos mais "avançados", ricos, e desenvolvidos estados da Europa em Génova.
    Creio que Portugal antes de "ter ficado demasiado forte" (1450/70?) poderia muito bem ser uma espécie de "marioneta" Genovesa.

    Cumprimentos,
    IRF

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    1. É um alerta interessante, esse de Portugal ter sido marioneta genovesa.
      Os Templários, parece-me que controlavam ou influenciavam ambos...

      Note-se que apesar de ser dito que Fuas Roupinho ganhou outra batalha naval contra os mouros, ao largo de Cascais, a que foi perto de Ceuta, terá sido uma estrondosa derrota, onde o próprio terá falecido.

      Quanto a Thomaz de Souza, acaba por fazer um interessante serviço, já que vai compilando os dados conhecidos, e os contra-argumentos que apresenta... enfim, mais valia ficar calado, o que é o que a maioria faz, para evitar o ridículo. Poderia ser daqueles casos em que estando contra, trabalharia a favor, mas não me parece ter sido o caso.

      Sim, as Canárias eram bem conhecidas dos Romanos que lhes chamavam Fortunatas, por isso nem sequer faria muito sentido falar em descoberta... só no sentido de des-cobrir.

      Cumprimentos.

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    2. Condordo.
      É de salientar que os Romanos tinham tal conhecimento das Canárias que as tinham todas nomeadas. E isto apesar de oficialmente nunca terem possuído territórios a Sul do Norte de Marrocos.

      Essas das estátuas são interessantíssimas... não me parece que tenham sido Guanches e como o Cavaleiro do Corvo também não acredito que fossem Fenícias ou Cartaginesas pelo que para além dos Romanos... tenho muito dificuldade em sequer imaginar quem teria a tecnologia para as erigir.

      Cumprimentos,
      IRF

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  3. Bom dia caro Da Maia,

    Quantas quer?

    . Carta do cruzado Raul (portanto malta estrangeira) fala no “Rector de galeata regis” , ou seja o comandante das galés do Rei Afonso Henriques que foi morto em combate aquando da conquista de Lisboa.

    .Cónica de Portugal de 1419 afirma claramente:

    - D. Sancho I encarregou o Conde D. Mendo de preparar a aramada real (40 fustas entre galés e galeotas e outros muitos navios) para a conquista de Silves ao qual sabemos que se juntaram os cruzados.

    - O Infante D. Pedro foi para Marrocos e voltou de lá com as relíquias de martires. Como foi e voltou? A nado???

    - Já no reinado de D. Afonso III sobre os feitos de D. Paio Correia diz-nos a crónica após a conquista das praças algarvias: “E, des entam não leixou de perseguir a terra d.Afriqua com grande frota de navios, fazendo.lhe gram dapno e estraguo em ela…”

    E depois claro como chegaram as relíquias de S. Vicente a Lisboa? Os feitos de D. Fuas, a viagem de Geraldo Geraldes a Ceuta e tantos mais outros indicíos.

    Não me alongo mais pois este é um assunto que me apaixonou e ao qual me dedico há coisa de dois anos e tal numa promessa que fiz a mim mesmo de escrever um livro. Ainda não o acabei por vicissitudes da vida, cansaço, falta de método e claro uma boa dose de comodismo e desmazelo. Para quem não tem método algum, é uma missão colossal!

    Já percebe porque a minha frequência de participação no seu blogue desceu nos últimos tempos.

    Abraço

    JR

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    1. Escreva o livro! E venha cá fazer publicidade, se faz favor!

      Mas devo dizer que me irrita quando largam bombas destas e não oferecem um link simples para as fontes! Comodismos...

      Cumprimentos,
      IRF

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  4. * O Infante D. Pedro a que me refiro é o filho de D. Sancho I.

    Ab

    JR

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    1. Obrigado pela informação, bastante ilustrativa, caro João.

      Respondendo ao IRF, o link para a Crónica de 1419 pode ser este:

      https://www.wook.pt/livro/cronica-de-portugal-de-1419-adelino-almeida-calado/9474742

      mas vai parar ao mesmo, porque nem sequer está à venda. Só em alfarrabistas...

      Quanto ao seu projecto de fazer um livro, João, pois acho uma excelente ideia.
      E não se deixe apanhar na auto-censura de pensar em ser polémico ou não, porque é por esses medos que não se sai da "cepa torta"... e para todos os efeitos, será muito mais interessante para quem não quer seguir a linha editorial do regime.

      Abraço.

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