Alvor-Silves

sábado, 9 de setembro de 2017

Falo em Muralhas

As 6 fotografias seguintes são de muralhas de diversos edifícios históricos, espalhados pelo mundo.
Uma é de Cuzco no Perú, onde as muralhas impressionam pela perfeita junção, duas são da Grécia, e as outras são de Portugal, Itália e Japão.
O exercício será identificar qual é qual, dadas as seguintes imagens:

 

 

 
Muralhas no Perú, Grécia (2), Portugal, Itália e Japão.

O exemplo parece-me suficiente para esclarecer que a forma de construção de grandes muralhas, todas elas de grande dimensão, não diferiu muito em culturas e épocas razoavelmente distintas. Todas as zonas podem ter a característica de serem bastante sísmicas, e terem levado a opções de maçonaria em que o perfeito alinhamento rectangular não foi seguido, talvez por essa construção ser mais estável perante oscilações do solo. 
Três das construções terão menos de mil anos (Portugal, Perú e Japão), mas as restantes, de Itália e Grécia, podem ter até 3 mil anos, ou mais. 
Os exemplos da Grécia são os mais antigos, e vêm de um templo em (i) Delfos e de (ii) Paleo Castro, em Agios Adrianos, na Argólida, zona de influência de Micenas e Argos. Aliás poderíamos incluir também partes das muralhas de Micenas, o que leva os exemplos gregos para mais 3 de mil anos.
O exemplo de Itália vem de Alatri, uma cidade não muito longe de Roma, na região da Lázio, e onde se pensa que as muralhas podem ter origem ou influência dos Etruscos, e muito mais de 2 mil anos. 
O exemplo de Portugal é do Castelo de Sortelha, cuja datação não será muito diferente da construção do Perú, em Cuzco (ou Cusco), que pode ser anterior à chegada dos Incas (no Séc. XIII). Finalmente o exemplo do Japão é do Castelo Edo, em Tóquio, cujo construção foi iniciada no Séc. XV, mas tal como nos outros casos, pode ter origem numa estrutura muito anterior. Portanto a solução da legenda, começando em cima, à esquerda, será Agios Adrianos, Cusco, Alatri, Edo, Sortelha e Delfos.

Estes casos são uma breve ilustração, vários outros exemplos de "maçonaria poligonal" podem ser encontrados neste link: http://www.megaliths.org/browse/category/3

Para além de outros assuntos, que remetem a estruturas menos conhecidas, com as pirâmides gregas (caso de Heleniko, perto de Argos), ou até pirâmides australianas (caso de Gympie - ver também aqui), os diversos casos podem mostrar, ou pelo menos sugerir, que há demasiados pontos comuns em diversas estruturas espalhadas pelo mundo - e portanto podem servir para sustentar uma influência mundial global, por exemplo, por uma sociedade, ou contacto secreto, com esse alcance global.

E como os registos antigos tendem a ser alterados, voltamos ao caso da cidade italiana de Alatri, onde no Séc. XIX, Hullmandel desenhou as suas muralhas, e vemos a comparação com o que temos hoje.
 
Desenho de Hullmandel no Séc. XIX e a mesma entrada no Séc. XXI.

No topo da porta (porta minori) estão desenhos, supostamente de 3 falos, que hoje em dia praticamente deixaram de ser notados... ainda que lá estejam. Seja por razão de pudor ou outra, o legado pode ser considerado inconveniente, ainda que houvesse uma tradição de bom presságio (ver Acropoli di Alatri). Aliás, mesmo na Muralha de Adriano, que separava a Britânia da Escócia, encontram-se símbolos fálicos esculpidos. Por outro lado, naturalmente, na ilha de Delos, um grande santuário dedicado a Dionísio teve todos os símbolos fálicos destruídos (ver wikipedia) - ainda que estes não fossem casos tão discretos quanto um falo em muralhas...


Sem comentários:

Enviar um comentário