Alvor-Silves

sábado, 1 de janeiro de 2011

A relação do Português com o Latim...

O Latim teve uma particularidade invulgar... sendo a língua oficial do Império Romano, e depois mantendo-se como língua documental durante toda a Idade Média, é e foi mantida como língua morta durante dois milénios.

A questão da origem das línguas latinas com base no Latim foi colocada de forma acutilante pelo Cardeal Saraiva numa memória (Vol.9-pg.165) enviada à Academia das Ciências (1837):
Em que se pretende mostrar, que a Lingua Portuguesa não he filha da Latina, nem esta foi em tempo algum a lingua vulgar dos Lusitanos.
Colocamos aqui a imagem que antecipa o texto:
Imagem que precede a Memória do Cardeal Francisco de São Luís Saraiva

O Cardeal Saraiva acaba por recorrer aos argumentos mais simples, e encontra forte suporte nalguns dados documentais. O opúsculo de quarenta páginas é de fácil leitura e compreensão, mas foi e será certamente polémico, pois como é óbvio esbarrava com toda a teoria oficial. Saraiva foi uma figura marcante do liberalismo e teve o apoio do Duque de Palmela (Pedro Holstein). Curiosamente, é imediatamente a seguir à sua morte que eclode, no seu Minho natal, a revolta da Maria da Fonte. O seu nome marcante tem expressão num jornal local.

Em poucas palavras, é óbvio que há semelhanças entre português, espanhol, italiano, francês... e romeno, mas isso não se justifica necessariamente pelo domínio romano. Como Saraiva argumenta, se tal fosse um requisito de ocupação, então toda a bacia mediterrânica não teria escapado a essa língua comum. Nada justificaria que os povos da península ibérica ou os gauleses abdicassem da sua língua anterior, a ponto de o basco ser a única excepção. 

A tese de Saraiva leva a uma justificação mais simples, a influência do Latim nestas línguas foi recíproca.
Haveria uma cultura de origem linguística comum que se estenderia pela "zona celta". A excepção romena pode acomodar a justificação oficial (deportação da população, e colonização romana), ou pode ainda reflectir a conexão mítica entre as civilizações do Mar Negro com a península ibérica.

Os gregos não perderam a sua língua, e Saraiva cita as queixas de Cícero, dizendo que o grego era mais falado do que o latim, que reduzia a sua expressão à região natal do Lácio. Argumenta ainda que só uma pressão inusitada, ou um quase extermínio, poderia levar ao completo desaparecimento da língua. Dá o exemplo egípcio, que mantiveram a língua mesmo sob ocupação da dinastia Ptolomaica grega, e depois sob ocupação romana, tendo restado apenas a sua presença nos Coptas, após o longo domínio árabe. 

É mais evidente que no caso ibérico, a resistência linguística foi muito para além da presença árabe. Não haveria razão aparente para manter a tradição linguística romana, quando em documentos romanos se reconhece a presença de línguas locais. Saraiva invoca ainda Cícero para notar que já nesse tempo havia uma língua basca, muito diferente... a ponto de Cícero dizer que era mais próxima a cultura e língua gaulesa com a da Hispânia, do que com o povo que habitava a zona basca.

Saraiva torna evidente que a situação linguística no tempo do Império Romano não seria muito diferente da que emergiu para os nossos dias. Mais, acrescenta que as tentativas de formalização linguística ocorridas durante o Renascimento, essas sim procuraram uma base rigorosa no Latim. Ou seja, a língua portuguesa (e as restantes) terão sofrido uma maior transformação voluntária posteriormente, no sentido de ganharem um corpo gramatical mais rigoroso. 
De facto, notamos essa influência gramatical no alemão, que guardou mais regras gramaticais romanas do que o próprio italiano!

Se nos é difícil ler documentos medievais mais antigos, é porque estão mais próximos da língua original. A alteração de credibilização das línguas locais feita no Renascimento, ao beber no Latim, tornou as várias línguas mais próximas entre si e acentuou o uso de termos latinos. A influência da colonização não ocorreria nas línguas germânicas doutra forma. Saraiva acaba por aproximar do milhar o número de palavras latinas que não eram usadas na Idade Média, e que foram depois importadas do Latim (atribui a Camões mais de cem novas palavras).

Se na Grã-Bretanha encontramos uma tradição de língua gaélica, que permaneceu, parece difícil conceber que as línguas ibéricas tenham todas desaparecido, à excepção do basco... quando essa diferença já era notada por Cícero.

14 comentários:

  1. Um blog com análise similar de:
    luiz andrino
    há um ano atrás.

    ResponderEliminar
  2. Sempre o maldição do Império!
    Parece que Roma se localizou em Portugal, tal é a obcessão pelo Império Romano!

    A Língua primitiva era o Koni. É dela que derivam todas as outras, incluíndo essa língua, hoje felizmente morta, que foi o Latim.

    Maria da Fonte

    ResponderEliminar
  3. Por falar em Cardeal Saraiva (mas não tendo nada a ver com a questão da língua)encontrei por coincidência uma relação de histórias significativas do que é ter um líder forte ou não. Não conhecia nem uma nem outra história. Uma feliz e demonstrativa da nossa força por alturas do séc XV e outra da nossa decadência por volta do séc XIX.

    http://www.vortexmag.net/historia-insolita-de-portugal-d-joao-ii-exige-o-papagaio-aos-franceses/

    http://cdeitado.blogspot.pt/2008/10/o-ultimatum-francs.html


    Ab

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Sim, a do papagaio já a publiquei aqui - é o postal seguinte a este:

      http://alvor-silves.blogspot.pt/2011/01/d-joao-ii-exige-o-papagaio-aos.html

      Quanto ao "Charles et Georges", já tinha lido sobre isso, e pode encontrar informação detalhada da época:

      https://books.google.pt/books?id=-qNYAAAAcAAJ

      e cujo título é auto-explicativo:

      Documentos relativos ad apresamento, julgamento e entrega da barca franceza Charles et Georges e em geral ao engajamento de negros, debaixo da denominação de trabalhadores livres nas possessões da Coroa de Portugal ... para as colonias francezas apresentados as Cortes na sessão legislativa de 1858.

      Portanto, a questão do rapto de escravos nas costas de Moçambique foi apresentada pelos franceses como sendo transporte de "trabalhadores livres"... e como é óbvio, os esclavagistas dos portugas é que não queriam deixar os Moçambicanos ir trabalhar de "livre vontade" nas colónias francesas vizinhas.
      Afinal, os amáveis franceses apenas lhe estavam a facilitar a vida, oferecendo-lhes mesmo um transporte gratuito.
      Hoje não seria assim... hoje os escravos têm que pagar a sua passagem para ir trabalhar no estrangeiro, e não se chamam escravos, chamam-se imigrantes.

      Os ingleses, cientes dessa santidade francófona, não deixaram de acompanhar o caso, e vemos que todos os documentos foram traduzidos para inglês, tendo havido intensa correspondência a propósito desta filantropia francesa.

      Abç

      Eliminar
    2. LOL - Plágio TOTAL!!!

      A alma penada que publicou isso, um tal Fernando Alves desse Vortex Mag, copiou em 28/10/2015 palavra-por-palavra o que aqui escrevi em 2011, e é claro sem citar nada:

      http://www.vortexmag.net/historia-insolita-de-portugal-d-joao-ii-exige-o-papagaio-aos-franceses/

      Veja só a cópia integral do que está em
      http://alvor-silves.blogspot.pt/2011/01/d-joao-ii-exige-o-papagaio-aos.html

      ------------------------------------------------
      A obra do Cardeal Saraiva é enorme, os 10 volumes das obras completas, compreendem mais de 3000 páginas, por isso será difícil abordar minimamente todo o seu conteúdo.

      Há porém algumas frases que pelo seu conteúdo não deixam de ser reveladoras, e ao mesmo tempo humorísticas.
      Trata-se do episódio de pirataria no mar, pelos franceses, de uma caravela que vinha da Mina, com uma carga rica em ouro e não só... conforme descrito por Saraiva (pág. 383-384, Vol. 5) [até o link foi copiado].
      D. João II, decretou um embargo a todos os navios franceses que estavam nos portos nacionais, até que fosse restituída toda a carga. Saraiva cita André Rezende sobre o episódio, dizendo que Charles VIII se prontificou a devolver todo o ouro, mas isso não foi suficiente:
      - D. João II não levantou o embargo até que fosse restituído um papagaio, que ainda faltava...
      Perguntado sobre a razão de tal severidade, D. João II terá respondido:
      Quero que se entenda, que a bandeira Portuguesa defende e protege, até um papagaio.
      O papagaio em questão seria um raro papagaio cinzento, um papagaio africano, de plumagem predominantemente cinzenta e cauda vermelha, denominado entre o povo Yoruba de odíde.
      ... outros tempos, outros governantes, menos papagaios!
      ----------------------------------------------------------

      A única parte diferente é o que está a itálico... e o resto não lhe interessou - que conveniente! Porque no fim eu queria insinuar que o papagaio seria brasileiro, e isso já não interessou a essa ave rara copiar, apressando-se a identificar o bicho como africano.

      Aparece lá uma senhora a queixar-se que lhe tinha surrupiado também a foto do papagaio, mas isso é o menos... Agora um sujeito copiar palavra-por-palavra tudo ao outro, sem dizer nada, nem é ser papagaio, ou macaco-de-imitação, é mesmo ser uma completa besta.

      Perceberá assim como é fácil perceber como o país está podre, porque é muito fácil encontrar podridão entre os nossos compatriotas.
      Nem me chateia ele ter copiado o texto, chateia-me mais ele ter retirado o que não interessou copiar.
      Só mostra que a besta estava a ser conduzida, e com rédea curta.

      Cpts

      Eliminar
  4. Bom dia,

    Que cena! Bem pelo menos demonstra que o seu blog é fonte de informação. Até tinha alguma consideração pela Vortexmag que não conhecia até muito recentemente. Não é sempre que aparece um site nacional que fala de assuntos interessantes ainda que por tópicos simplistas, mas assim um gajo fica de pé atrás. Má onda a do rapaz não ter pelo menos feito menção ao blog Alvor-Silves.

    Ab

    ResponderEliminar
  5. Pois é, caro João, foi uma triste cena.

    Acho mais estranho que nem se tenha dado ao trabalho de mudar um verbo, uma vírgula ou um ponto.
    É muito fácil fazer plágio sem ser de forma tão descarada... assim, parece que foi de propósito, por pedido.
    Até porque a primeira frase nem faz nenhum sentido no contexto da revista - alguém esperava que essa revista fosse tratar das 3000 páginas do Cardeal Saraiva? Não era melhor ter tirado essa frase? Enfim...
    Assim que acedi à revista, recebi logo o aviso de que o site tentava extrair informação confidencial de quem acedia, coisa que se vem tornando hábito, mas que não augura nada de bom.

    Pelo contrário, já acharam importante esclarecer que o papagaio fosse africano... e isso só lembraria a quem estivesse preocupado com o que eu dizia a seguir. Para isso, bastava suprimir (como fizeram, com a parte restante), mas era escusado acrescentar que o papagaio era africano... o Cardeal não dizia isso. Dizia tal como eu escrevi, que a caravela vinha da Mina. Ora a Mina é suposto ser em África... excepto para mim, e para duas ou três pessoas que aqui vêm, e que também têm as suas suspeitas de que haveria outra na região dos Incas.
    Por isso, não foi uma inocente transcrição maldosa... foi feita deliberadamente para usar uma coisa e não a outra.


    Não precisava da Vortex Mag para saber que este site foi/é fonte de informação, agora o que eu sei desde que publiquei as primeiras coisas num projecto concorrente da Google à Wikipedia, chamado "knol", é que ao publicar o segundo ou terceiro texto, o contador de visitas que antes subia exponencialmente... parou, e assim ficou parado durante muitos meses, até que no ano seguinte todo o projecto Knol - que tinha dezenas de milhares de participantes de todo o mundo e em todas as áreas - foi simplesmente desactivado.
    http://www.pcmag.com/article2/0,2817,2396803,00.asp

    Foi um bocado como se a Google decidisse terminar com o Blogger. Aliás a Wikipedia manda uma série de avisos de "falta de cacau", pelo que não estranharia se daqui a alguns anos a coisa fosse às urtigas... mas para não haver um escândalo, teriam que inventar entretanto algo alternativo, o que não é fácil.

    O que seria? Parece que seria o Knol... como se ele não tivesse existido antes:
    http://www.blogarama.com/Internet-Blogs/42977-Internet-news-Blog/45591-Knol-Its-NOT-the-end-for-Wikipedia

    ... a história repete-se, para que mudando tudo fique na mesma!

    Agora, sobre o papagaio cinzento africano... pelos vistos em Portugal também não faltam papagaios, dignos de boas imitações literais.
    A questão é que é muito fácil levar espécies de um lado para outro, e se se derem bem, pois é natural que cresçam e floresçam... veja-se o caso dos eucaliptos, originários da Austrália, e que hoje são a árvore mais comum no país.
    Assim, haver um papagaio em África não prova nada... aliás o que é estranho é que parece haver só esse papagaio cinzento, quebrando toda a linha evolutiva africana que levou a ele.
    Podiam perfeitamente ter pegado num dos papagaios de alguma ilha no Brasil, e o ter disseminado em África, ao mesmo tempo que lhe terminavam com a existência na América. Se acabarem os eucaliptos na Austrália, podemos afirmar que se trata de uma espécie nativa de Portugal?

    Abç

    ResponderEliminar
  6. Boas,

    Foi uma infeliz acção do sujeito da revista mas não vislumbro toda essa conjectura sobre o papagaio. Não querendo passar por advogado de defesa do rapaz e podendo ser ingenuidade da minha parte penso que foi casual o facto de deixar dito que o papagaio era africano. Deve saber lá ele o que o CardeaL Saraiva escreveu ou deixou de escrever, afinal bastou-lhe copiar de si a informação e acrescentar-lhe um parágrafo de sua lavra (leia-se copy-paste de outro site qq como o wiki) sobre uma espécie de papagaio cinzento que na pesquisa google aparece logo o Africano. É que para se escrever é preciso ter o "saber" de igual modo é necessário tê-lo para se ocultar o que interessa ocultar. Não me parece que esta malta da revista saiba dessa suposta Mina inca e afins (Nem tão pouco fazia ideia também. Tem tópico sobre o assunto?). Pelo menos a mim não me parece ser caso "tão profundo", mais uma coincidência. Agora lá que é dada importância ao papagaio lá isso é verdade, tanto por Portugueses como por Franceses...

    Nem me fale do maldito eucalipto que são dos meus ódios de eleição. Ainda à pouco tempo mandei email para o ICNF e para o novo PR sobre o assunto...

    Ab

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Boa tarde,

      sobre a Mina, no contexto dos Descobrimentos, escrevi isto:

      A Mina e A Méjica

      mas desde o início ficou claro para mim que o Forte da Mina seria em África, no Benim, mas o Castelo da Mina seria americano (e tive suspeitas de que seria na cidade colombiana de Istmina).

      Abç

      Eliminar
  7. "Carta roubada de Cristóvão Colombo foi devolvida a Florença. O documento foi escrito na viagem de regresso do navegador às Américas e tem a data da sua chegada a Lisboa, 4 de março de 1493. A carta foi roubada em Florença e descoberta nos Estados Unidos.(...) A investigação ao roubo da cópia em latim da carta permanece em aberto, mas ninguém sabe o que aconteceu ao texto original em espanhol"
    http://observador.pt/2016/05/23/carta-roubada-de-cristovao-colombo-foi-devolvida-a-florenca/

    Sempre o mesmo problema de desaparecimento de originais sobre a "descoberta" da América...

    Cpts
    José Manuel CH-GE

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. É interessante o detalhe de terem sido logo feitas 11 cópias da carta em latim, e distribuídas pela Europa... ou seja, um cuidado evidente para que o seu conteúdo fosse distribuído e não suprimido do conhecimento geral.
      Ora, certamente que não havia especial interesse em Colombo ou nos Reis Católicos que a missiva andasse a circular... qual era a vantagem para eles?
      No entanto, quem queria que o conhecimento americano saísse de vez do cofre onde estava metido, esses é que tinham interesse numa divulgação generalizada.
      Provavelmente, o conteúdo da carta em espanhol pouco ou nada tinha a ver com essas cópias em latim, daí ter desaparecido.
      Obrigado pela observação.
      Um abraço.

      Eliminar
  8. Parece que essa tese já corre meio mundo, desde, pelo menos 2007 (eu ouvi esta teoria, pela primeira vez, lá por volta de 2011/2012 através de um vídeo de uma linguista espanhola)
    "Septiembre 2008
    Un pequeño libro aparecido en Francia en junio de 2007 viene a inaugurar una posible era copernicana en el mundo de la lingüística. Su tesis fundamental es que hemos estado equivocados durante siglos respecto al verdadero origen de las lenguas romances (el castellano, el catalán, el francés, el italiano, el portugués, el rumano, entre otras). El autor, a lo largo de doce capítulos deliciosos de leer, nos presenta lo que él considera pruebas irrefutables contra lo que él mismo denomina una auténtica aberración lingüística."
    http://www.elcastellano.org/ns/edicion/2008/septiembre/latin.html

    A. Saavedra

    ResponderEliminar
  9. O tal vídeo da linguista espanhola (foi um tremendo choque quando vi pela primeira vez este vídeo e perceber que a nossa língua poderia ter outra origem que não o latim)
    https://www.youtube.com/watch?v=SPI_Y4hdIaU
    A. Saavedra

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Cara Amélia Saavedra,
      muito obrigado por ter trazido aqui esses links, já agora junto um outro que é o site
      ibers.cat
      que ela própria menciona no vídeo.

      O vídeo é bastante interessante, apesar de ter notado que a linguista catalã se lembrava das diversas línguas latinas, mas só uma vez se lembrou que não existia só o galego, e existia também o português... supostamente iguais.

      O argumento dela contra o latim ser a raiz das línguas, e dos outros "recentes", é bastante sólido e complementa o que o Cardeal Saraiva dizia há mais de 180 anos.
      Portanto, acaba por ser uma revolução de Copérnico... que afirmou a mesma teoria que Aristarco de Samos defendera 1800 anos antes.

      Nem sequer acho que o Cardeal Saraiva tivesse sido o primeiro a defendê-la, parece-me tão óbvio, e antigamente muito mais versados em latim eram os eruditos. No entanto, foi o primeiro que encontrei, e como se vê este pessoal nem dele tem referência.

      No entanto, como é natural, mesmo sendo engraçados e pertinentes alguns exemplos, discordo com outras coisas do que ela diz.
      Não faz sentido que não houvesse uma língua comum nas legiões, e essa era o chamado latim vulgar, que era chamada língua romana ou romance.

      Há um documento o "Juramento de Estrasburgo", que tem justamente 3 línguas:
      - latim, romana, teudisca (alemã)

      A língua "romana" é basicamente uma variante da nossa língua, bastante mais compreensível para nós que o latim.

      Portanto, já terá existido uma língua basicamente comum nestas paragens ocidentais.
      Essa língua seria bastante anterior à invasão romana, e os entendimentos eram assim facilitados por essa comunicação... as divisões linguísticas acentuaram-se depois da queda do império romano.

      Cumprimentos, e obrigado.

      Eliminar