Alvor-Silves

sábado, 27 de novembro de 2010

História segundo Schwennhagen (1)

Não esperava encontrar um registo tão revelador e consistente, com uma versão alternativa da História, como a publicada pelo historiador Ludwig Schwennhagen, austríaco no Brasil, em 1928 (ano do crash bolsista), prosseguindo a linha de trabalho de Cândido Costa e Bernardo Ramos, que cita abundantemente. 
A tese de Schwennhagen é consistente com muito do que já aqui foi escrito, mas é muito mais pormenorizada.

(i) Tartéssios e Atlantes seriam os sobreviventes do perdido reino da Atlântida (c. 2000 a.C).
(ii) Os atlantes fundariam no sul de Espanha e Marrocos, um império Atlante que se tornou conquistador. Ao lado, após as Colunas de Hércules, na zona de costeira atlântica, fundara-se o reino de Tartessos, capital na foz do rio Guadiana (rio Ton Tarsis), que preservava as navegações atlânticas.
(iii) O império Atlante teria tentado dominar os povos do Mediterrâneo, de onde surge o relato de Platão, contado pelos egípcios, sobre a derrota desses atlantes na Grécia. Maia foi filha do rei Atlas, e teria casado com um rei do Peloponeso.
(iv) O império Atlante teria sido destruído c. 1300 a.C. pela dinastia ibérica dos Geriões, que fundaram um império peninsular, com capital em Carteja (~Gibraltar).
(v) Ao contrário dos atlantes, os tartéssios limitaram-se ao seu império marítimo. Os fenícios teriam procurado uma aliança com os Geriões, aproveitando o fim do império atlante, e concordaram com os tartéssios que poderiam navegar para além do estreito de Gibraltar, fundando uma cidade entreposto em Gades (Cádis), por volta de 1200 a.C.
(vi) Em 1100 a.C. chega a primeira frota de Fenícios ao nordeste do Brasil, e em 1008 a.C. o rei Hirão de Tiro alia-se com o rei David dos judeus, para explorarem conjuntamente a Amazónia brasileira. E aqui, Schwennhagen cita David: "Deus me mostrou Hirão, rei da poderosa Tiro, que ganhou tantas riquezas pela sua aliança com os Tartéssios".
 a lira do rei David
(vii) Ao mesmo tempo Schwennhagen coloca ainda viagens atlânticas de Etruscos/Tirrenos para a ilha de Marajó, associando a cerâmica e as muros de pedra.
ruínas e cerâmica na ilha do Marajó, Brasil.
(viii) Citando Diodoro de Sicília, relata que após a Guerra de Tróia, várias novas cidades foram denominadas Tróia, tendo sido os fenícios que transportaram essas populações derrotadas para novas Tróias, nomeando uma perto de Veneza/Etrúria, uma na costa de Marrocos e outra perto de Vigo (mas não se refere à de Setúbal). Associa ainda Tutóia, no Rio Grande do Norte, a uma outra fundação, pela contracção dos nomes Tur (Tiro) e Tróia.

(ix) Onfroy de Thoron (nome de cruzado do séc. XII...) publica em 1876 um texto, que é citado como prova de que o relato da frota de Salomão só poderia referir-se ao Amazonas. Schwennhagen acrescenta que haveria mesmo um triplíce aliança, juntando o Egipto a judeus e fenícios, mas que depois seria quebrada pelo faraó Chechonk, que prosseguiu sózinho a exploração de ouro na Amazónia.

(x) É reconhecido que Cartago não procurou socorrer Tiro, quando Alexandre Magno conquistou e chacinou os seus habitantes em 332 a.C, vendendo 30 mil mulheres e crianças como escravos. Os cartagineses continuavam as relações comerciais com o Brasil, sem os fenícios, até que acabaram por sucumbir às mãos romanas nas guerras púnicas.

(xi) No entanto, Alexandre procurou que a nova Alexandria substituísse Tiro nesse grande papel marítimo dominante. É então invocado o relato de Cândido Costa sobre a presença de uma tumba ptolomaica perto de Montevideu (em Dores).

(xii) Schwennhagen considera a existência de uma grande batalha entre gregos e cartagineses sobre o controlo brasileiro, e essa presença de um sepulcro com um grande número de armas seria o último registo dos sobreviventes gregos a essa grande batalha. Acresce a isso as inscrições na serra de Anastabia que seriam talvez um registo indígena dessa batalha. 
  • Em 1928 Schwennhagen não pressupõe que estes factos estão a ser deliberadamente ocultados. Não deixa de se insurgir contra a não aceitação na História dos relatos de viagens fenícias e cartaginesas explícitas na História Universal de Diodoro Sículo, salientando que sendo ele de origem grega não teria nenhum interesse em favorecer um relato fantasioso de uma cultura rival.
  • A obra que lemos é uma reedição de Moacir Lopes em 1970, passados 42 anos, com uma esperança clara de que o texto de Schwennhagen não voltasse a cair no esquecimento. E no entanto, passados novos 40 anos, volta a constatar-se que o texto é raríssimo, pouco publicitado, e mesmo com o potencial de divulgação da internet, tudo continua praticamente na mesma! As coincidências repetem-se demasiadas vezes, porque não são coincidências...

11 comentários:

  1. Caro Da Maia

    Parabéns!
    Encontrou uma Tese magnífica, que vem ao encontro de tudo o que por aqui se tem escrito.

    Um único senão: O Tempo.
    Ludwig Schwennhagen, localiza os sobreviventes Tartésos e Atlântes, na Península Hibérica, mas depois dá um salto de milhares de anos, e recomeça já na 2ª fase da História: O Regresso à Hibéria.
    Por isso, não repara que a luta, não é pela ligação emtre a Europa e a Ásia, MAS SIM ENTRE A EUROPA E A AMÉRICA. Só isso faz sentido.
    A LUTA É pelo CONTROLE DO ATLÂNTICO.

    Daí omitir A PRIMITIVA TRÓIA: A TRÓIA EM SETÚBAL.
    Mas também, quando ele faz a sua investigação, a Genografia e a Imunogenética eram desconhecidas.
    Tal como a datação exacta, da última Glaciação.

    Estive a lêr um texto de Diódoro da Sicilia, e tudo se conjuga.
    E o texto de Frot, que alude ao Manuscrito Tolteca, é um achado.
    Tudo se entende, quando, lemos que faziam parte da Atlântida, a Península Hibérica, O Oeste de África, e As Ilhas do Altântico.

    Somos um Reino Submerso, mas pelo menos agora sabemos porquê!!!

    Estive a lêr uns textos de Diódoro da Sicilia, e tudo se conjuga.
    Até a questão do Reino das Amazonas, fica clara.

    E aquela falsa morte do Rei Hiran, a quem chamam Pedreiro, completamente descabida, do culto Maçónico, também se entende, quando descobrimos a aliança entre o Rei David e o rei Hiran de Tiro, para exploração da Amazónia!

    Quando a questão, é a exploração de Minas de Ouro, vale tudo para certa gente.

    Reparou no pormenor da ESTÁTUA descoberta no interior do Brasil: Um Homem, com a mão esquerda na ilharga, e o braço direito estendido, aponta o NORTE, com o indicador.

    A Estátua da Ilha do Corvo, era Um Cavaleiro, que também tinha o braço estendido e apontava para Ocidente.

    Maria da Fonte

    ResponderEliminar
  2. P.S.

    Convém não esquecer que Chechonk, não é um Faraó do Egipto, é um usurpador da Núbia, que destruíu o Antigo Egipto.
    Não surpreende por isso, a sua traição.

    Maria da Fonte

    ResponderEliminar
  3. Cara Maria da Fonte,

    sim, estou de acordo consigo, há algumas coisas que me parecem dever ser corrigidas da compilação de Schwennhagen. Trata-se mais de uma compilação, já que grande parte do material é muito próximo do que António Galvão tinha escrito, e depois dos acrescentos de Cândido Costa, etc... e como diz, faltaria colar muita coisa.

    Eu não falei ainda da 1ª parte, onde é referido que tudo teria começado no nordeste brasileiro de onde teriam bifurcado as culturas maias e egípcias, bem como toda uma teoria sobre as Caraíbas.

    Concordo ainda que o problema de Tróia não deve ter sido um problema comercial Europa-Ásia, mas sim Europa-América. E por isso, só faz sentido uma Tróia enquanto entreposto comercial atlântico... Schwennhagen insiste em colar Tróia à localização ridícula na Ásia Menor, mas as escavações de Schliemann eram à altura um "facto" incontornável.

    Tudo se conjuga para que o culto maçónico seja uma sobrevivência da tese arriana, ou antes Ariana... que não é mais do que a continuação da tese ortodoxa judaica.
    Ou seja, houve/há 3 pólos de confrontação:
    - azul - Deus e Cristo/Messias são um mesmo ser (catolicismo).
    - verde - Cristo/Messias sendo homem seria diferente de Deus (arianismo, judaísmo, maçonaria).
    - vermelho/branco - o aspecto humano (vermelho) e o aspecto divino (branco)... daí uma cruz vermelha num fundo branco realça a parte humana de Cristo no conjunto divino.
    (estas cores - são as cores presentes nos partidos da revolta de Nika)

    Por exemplo, quando Galvão fala da "Seita Arriana" é natural hoje associar-se isso ao aspecto racista, mas ele apenas quereria dizer que os Godos seguiam a vertente arianista, de Arius de Alexandria. Isso ficou para mim claro quando vi que esse tinha sido um aspecto distintivo dos Suevos... e os posts associados a isso no OdeMaia, inclusivé a presença do quadro de Santo Antão no MNAA.

    Ou seja, uma boa parte das guerras têm tido como mote esta desavença na preparação do advento messiânico.

    A estátua da ilha do Corvo... seria de Alexandre, Marco Aurélio, ou de nenhum destes? - É bem observado essa correspondente estátua no interior do Brasil, mas porquê no interior, e porquê para Norte? Seria o caminho de regresso?

    E o que se passava na América do Norte?
    A tese de Schwennhagen é muito omissa a esse respeito, bem como a toda a parte da cultura marítima "celta", que aqui e no Portugalliae já abordámos.
    Não convém esquecer a Irlanda, neste momento de crise...

    Abraços!

    ResponderEliminar
  4. caro Da Maia

    A Terra já deu tantas voltas, que o Norte já foi Centro, e quem sabe Sul.
    Estou a recordar-me dos Pinguins no Ártico, do Mapa dos Descobrimentos.
    A Estrela Polar, indica o Norte, mas há 25 000 anos não seria assim.
    Tal como Aldebarran, das Pléiades da Constelação Touro irá substituir A Estrela Polar, da Constelação Ursa Menor em 2012, há 25 000 seria outra, e há 12 000?

    Mas tem razão na América do Norte. É certo que saira do gelo, mas a verdade é que no início do Século XX, creio, foi noticiado por um jornal o achado, para os lados do Colorado, de uma Grutas, com Estátuas, Monumentos e Hieróglifos, idnticos ao do Egípto.
    Claro que foi tudo abafado, e nunca mais se ouviu falar disso.
    E se eram anteriores a 12 500 anos?

    Não creio que a Estátua do Corvo, fosse recente. O dístico em pedra que segundo parece ninguém decifrou, não era nem Egípcio nem Caldeu, mas sim escrito numa Língua mais antiga.
    Seria Konii? A língua dos Cónios.
    E seriam os Konii, os Tartéssios? O Povo do Mar?
    E Cónio porque construía Obeliscos Cónicos, ou porque o seu crâneo seria cónico?
    Se assim fosse, esse facto reportar-nos-ía de imediato para Akhenaton, Nefertiti e Tuthankaton, e a desavença teria pelo menos
    12 500 anos.

    Um abraço

    Maria da Fonte

    ResponderEliminar
  5. Cara Maria da Fonte,

    continuei com o relato de Candido Costa, que inclui mais detalhes sobre o destino da estátua. Claramente tratou-se de um legado respeitado até à época de D. Manuel. Aí as coisas complicaram-se e estamos em plena época inquisitória em Espanha.
    Procurou-se destruir o nosso legado mouro - ou seja: cónio, lusitano, tartéssio, celta, fenício... quantos nomes diferentes foram dados?
    - mas aí lá mostra a genética, que esse legado foi mais forte e restou nos genes! Mas se essa alma estava misturada em morenos e louros, ficou a sua identificação clara no haplogrupo R1b. Isso deixa-me preocupado, pois a história já mostrou que genocídios são actos possíveis em qualquer altura, e não há limites para o ódio transformado em soluções únicas pintadas de objectividade cruel.

    A idade do Gelo pode ter sido resultado não natural... ou seja, é bem possível que esta evolução tecnológica que experimentámos em 300 anos já tenha ocorrido antes. O potencial destruidor pode ter sido repetido, a pontos de mudar a face do planeta, ou seja os avisos de inverno nuclear podem ser mais do que previsão, podem ter sido uma constatação antiga - uma constatação de uma Atlântida perdida.
    O renascer civilizacional seria assim diferenciado... uma elite que teria mantido conhecimento antigo, e teria sujeito os restantes povos a uma evolução a partir do zero. Essa elite, disfarçada sob a capa de semi-deuses, magos, sacerdotes, conselheiros, consultores... condicionaria a história a seu belo prazer.
    Definiu o retrocesso civilizacional na altura da queda do império romano, estagnando todas as civilizações durante o inverno medieval. Chegou a um acordo controlado, definido em Vestfália, e controlou a tensão da guerra fria.
    Voltamos ao problema de sempre... o avanço tecnológico começa a colocar em causa a própria civilização. Um pequeno grupo fora de controlo (denominado terrorista), pode colocar em causa todo o equilíbrio planetário. Por isso, as questões são as mesmas - voltar a uma regressão civilizacional, ou tentar controlar de forma total a população. Nenhuma destas duas hipóteses a serem levadas à prática antevêm nada de bom para o milénio...

    Abraços!

    ResponderEliminar
  6. Caro Da Maia

    Absolutamente de acordo, excepto no que toca ao Império Romano, que destruíu todos os vestígios do Passado, desde o Antigo Egipto e a Mesopotâmia, até à Antiga Civilização Celta.
    Os Romanos, estiveram predominantemente do lado Negro da Força, e o véu que se abateu sobre a Humanidade na Idade Média foi em grande parte a consequência da opção de Roma.

    Nada nos prova, de facto, que a catástrofe de há 12 500 anos foi natural.

    E temos as Ruínas de Moenjo-Daro, e os corpos, altamento radioactivos. É certo que a datação é porterior, cerca de 5 000 anos depois, mas isso só reforça, a existência de uma facção que se pretende impôr pela destruição e morte da outra.

    No que concerne ao R1b, actualmente,é amplamente maioritário, num círculo que inclui a Irlânda e a Escócia, o Norte e o Sudoeste da Gran-Bretanha: Devon e Cornuallha, Northumberland Durban, Cumbria e Lancashire. A Normandia, O País Basco, A Catalunha e a Galiza, o Norte de Portugal e as Beiras.

    Decresce ligeiramente para o Sul de Portugal e Espanha e interior de França.
    No Sul da Escandinávia, apesar de menor, ainda é significativo.

    Mantêm-se dois núcleos relevantes um na Toscânia, outro na Arménia.

    Mas na Grécia. é muito pouco expressivo, tal como na Europa Central e sobretudo no Leste Europeu.

    Na Hipótese de Genocídio, a destruição de toda a Europa Ocidental, incluindo a da França, seria inevitável. E aqui não percebo a razão da Grécia.

    O controle Global, parece-me fazer mais sentido, até porque se insinua, infiltra lentamente, corrói, sem que se dê por ele em tempo útil.

    A identificação das facções é fundamental, e parece hoje claro, recorrendo à Genografia, que o Haplogrupo R1b, tem sido perseguido e exterminado, ao longo dos séculos.

    Por QUEM?

    Estranha Elite, que seca tudo à sua volta, e espalha a destruição e a morte, no que toca.

    Abraço

    Maria da Fonte

    ResponderEliminar
  7. Cara Maria da Fonte,

    vou tentar sintetizar a minha hipótese actual, face ao acumular de informação... ainda é muito prematura, e por isso pouco sólida, mas vou tentar expô-la nos posts que chamarei "A questão de Gaia", tendo já colocado o primeiro.

    Abraços!

    ResponderEliminar
  8. Poderão consultar aqui, artigo completo do Professor Ludovico Chove-na-água, carinhosamente chamado pelo povo nordestino brasileiro!

    http://content.yudu.com/Library/A1kgjj/AntigaHistriadoBrasi/resources/index.htm?referrerUrl=http%3A%2F%2Fproano.blogspot.com%2F

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Muito obrigado pelo link.
      A alcunha "chove-na-água" acaba por ser apropriada... há muita água por onde se perde essa boa chuva.
      Cumprimentos.

      Eliminar
  9. Uma expedição pouco conhecida...
    http://www.creationism.org/swift/DohenyExpedition/Doheny01Main.htm

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. http://alvor-silves.blogspot.pt/2011/05/as-caves-de-maastricht.html

      Eliminar