Alvor-Silves

domingo, 1 de agosto de 2010

Cores (1)

Estamos habituados a ver cores em bandeiras, em clubes, em logotipos, e sabemos que nalguns casos há algumas tradições associadas a essas cores.

Um episódio interessante que colocou em evidência uma importância das cores na conjuntura política foi a Revolta de Nika. Ocorreu em 11 de Janeiro de 532, em Constantinopla, após um incidente desportivo, com quadrigas no hipódromo, entre facções Azuis e Verdes.
Já seria tradição que o Azul estaria ligado a uma alta classe, aristocrática, cristã ortodoxa, enquanto o Verde estava ligado a uma pequena burguesia em crescendo, cristã monofisista. Era habitual alguns tumultos entre os grupos (onde se incluiriam ainda Vermelhos e Brancos), que se agravaram por aliança nesta ocasião entre Verdes e Azuis, o que colocou em causa o poder de Justiniano. Em situação de pressão, Justiniano conseguiu chamar Belisário para terminar com a revolta que pretendia colocar Hypatius no poder. A revolta terminou num banho de sangue, e Hypatius foi morto. 
Associado ao nome Hypatia está a lenda acerca da destruição da Biblioteca de Alexandria, no século anterior. Facto essencialmente simbólico, mas que representa a perda inestimável de todo o conhecimento antigo, durante os mil anos seguintes. Isto complementa a perda de conhecimento, e o retrocesso ou estagnação civilizacional... pelo lado oriental do Império Romano.

- Será de notar que no Séc. XV ainda se considerava a definição do início temporal pela Era de César e não pelo nascimento de Jesus Cristo.
- A questão teológica associada aos partidos Azul e Verde, insere-se numa querela entre as Naturezas de Cristo, discutida no Concílio de Calcedônia em 451, que excluiu o monofisismo, tendo ficado aceite a dualidade.


2 comentários:

  1. Caro Alvor

    O comentário não é sobre cores, mas sobre DNA, e vem completamente ao encontro do que todos nós sempre dissemos.

    O Discovery, revelou inadvertidamente a sequência do Haplogrupo do Faraó Tutanckamon, e é um Rb1, o Ancestral do Sudoeste da Europa.
    Como prevesível!

    Cumprimentos

    Maria da Fonte

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  2. Cara Maria da Fonte,

    O post é sobre cores, sim.
    Se quisermos codificar o DNA como 4 cores (G,A,T,C as purinas base) podemos... não era esse o ponto.
    O essencial é a constituição base do raciocínio humano e dos seus derivados níveis implícitos "secretos".
    É claro que o DNA determinará essa constituição que permite diversos níveis de percepção. Nos animais, o DNA levará à constituição de um nível de percepção básico - interpretação directa da realidade. Nos humanos há um nível superior que permite a percepção da nossa percepção... claro, resulta do DNA.
    Já não resultam do DNA, outros níveis de percepção... resultam sim da educação! Todas as tentativas de mal interpretar isso, parecem-me conducentes a perspectivas inumanas - nas quais não alinho!
    Poderei explicar melhor isto... mas a floresta de enganos, que sustenta essa visão de escravatura induzida à nascença, é algo que sustenta uma sociedade piramidal que trata homens desenquadrados (dos códigos da elite) ao nível dos animais.
    Esse nível de parasitismo permite eleger heróis, eleger génios, culpar inocentes, etc... é este tipo de sociedade que se vislumbra nisto.
    É só isso... precisamos de saber de que lado estamos!
    Abraços.

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