tag:blogger.com,1999:blog-5635062141497438566.post3210262236706486592..comments2023-10-24T13:57:11.901-07:00Comments on alvor-silves: Noites de insomnia (Camilo)Alvor-Silveshttp://www.blogger.com/profile/15596706877697025183noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-5635062141497438566.post-43108008312263760202012-08-06T22:45:22.527-07:002012-08-06T22:45:22.527-07:00Caro Alvor
Sobre os filhos e filhas de Dom Sebast...Caro Alvor<br /><br />Sobre os filhos e filhas de Dom Sebastião, tão ironizados pelo douto anónimo, pelo menos uma reinou. Encoberta, mas protegida pelos seus Fiéis Mosqueteiros.<br />E talvez porque Ana Maurícia, vulgo Ana de Áustria era filha de Dom Sebastião, o Dark Side emergente de Alcácer-Quibir (Turcos-Askhenasi/Maçonaria Francesa), viu-se obrigado mais tarde a asassinar a sua descendência, recorrendo a um Golpe de Estado, a que se seguiu um dos períodos mais sangrentos da História, e a que pomposamente chamou: Revolução Francesa.<br /><br />Abraços<br /><br />Maria da FonteAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5635062141497438566.post-55833271833880844282012-06-27T17:40:26.812-07:002012-06-27T17:40:26.812-07:00Resposta do leitor anónimo
Snr. redactor das NOIT...<b>Resposta do leitor anónimo</b><br /><br /><i>Snr. redactor das NOITES DE INSOMNIA.</i><br /><br />Conseguiu vossê que eu adormecesse antes de lêr a terceira sentença a favor d'el-rei D. Sebastião. Muito obrigado a vossê e aos tres papas.<br /><br />Aquelle D. Sebastião que em 1630, com 76 annos de idade, tinha uns filhos, que ninguem depois conheceu, seria causa a eu descrer da authenticidade das sentenças, se não soubesse que santo Isidoro, arcebispo de Sevilha, o prophetisou assim, tal e quejando, com filhos, netos e bisnetos, um dos quaes afianço a vossê que não sou eu.<br /><br />Palavras de santo Isidoro: <i>Muitos filhos e filhas terá o Encoberto de legitimo matrimonio, e sempre seus descendentes, uns depois dos outros, reinarão pacificamente </i>(não diz o santo onde se passa esta reinação);<i> e o sceptro sagrado do temporal será administrado e regido por elles; e a final, fazendo-se pagens do povo, tornarão do deserto.</i><br /><br />Não ha nada mais claro. Os descendentes de D. Sebastião, voltando do deserto, serão pagens do povo. Por «pagens do povo» percebo eu que o vidente de Sevilha queria fallar nos demagogos d'este paiz, nos oradores do Casino, no Guerra Junqueiro, nos redactores do <i>Diario da Tarde</i>, no Eça e no Ortigão, nos satanicos, e nos mais socialistas sobre quem pesam o gladio do Zêzere, os pés do conselheiro Arrobas e o redenho do conselheiro Viale. Os descendentes do Encoberto vem, pelos modos, a ser aquelles. Quanto a virem do deserto, como resa a prophecia, é obvia a interpretação. «Deserto» aqui, entende-se o conteúdo pelo continente. Veja se me percebe. Deserto é o vasio da algibeira. Isto percebe vossê bem. Um homem está no deserto quando não tem no bolso a voz que clama no mesmo. Deserto é estar homem só como succede a toda a pessoa que não tem<br /><i><br />Aquillo com que mais se accende o engenho,<br /></i><br />como disse um a quem o predilecto dos tres papas mandou dar 15$000 reis por anno em paga de ter perdido um olho em Africa e ter feito os Lusiadas na India.<br /><br />Já vê vossê que, por este lado, as sentenças dos tres bispos de Roma são invulneraveis. D. Sebastião, com toda a certeza, de quinze em quinze annos, ia até Roma mostrar ao papa que tinha uma perna maior que a outra, um tufo de pello no hombro esquerdo, o joanete no dedo mendinho, e um dente de menos na queixada de baixo. Quando lá foi aos 76 annos, aposto que já não tinha dente nenhum.<br /><br />Os documentos pontificios que vossê apresentou resistiriam á critica de João Pedro Ribeiro e Theophilo Braga. Este sabio e vossê são os dous homens que n'este seculo tem achado as melhores peças historicas. Vossê achou as sentenças a favor do Encoberto; o doutor Theophilo achou a carta de Ayres Barbosa a André de Rezende. Eu achei a vossês, os dous, dous odres de sciencia em que espero exercitar o meu intellecto como os touros exercitam a força nos ôdres de vento. Creio que está dada a solução do problema historico. Mande-me o premio pelo portador. E quando achar outra cousa, com esse faro de Herder que Deus lhe deu, abra torneio aos talentos, e faça invejas ao Theophilo a vêr se elle descobre agora a resposta de André de Rezende a Ayres Barbosa.<br /><br />-----------------<br /><b>Resposta de Camilo</b><br /><i>Entreguei o premio, antes que venha outra carta mais insensata. N'este paiz quem, como Theophilo Braga e eu, achar alguma cousa, está perdido.</i>Alvor-Silveshttps://www.blogger.com/profile/15596706877697025183noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5635062141497438566.post-85692478183949844772012-06-27T17:33:26.080-07:002012-06-27T17:33:26.080-07:00Sentença atribuída a Paulo V (1617)
«Paulo V, Bis...<b>Sentença atribuída a Paulo V (1617)</b><br />«Paulo V, Bispo de Roma, servo dos servos de Deus: Ao nosso mui amado filho Phelipe 3.o[9] Rei de Hespanha, Saude em Jesus Christo Nosso Senhor, que de todos é verdadeiro remedio e salvação: Fazemos saber que por parte de ElRey D. Sebastião, que se dizia ser de Portugal, nos foi apresentada uma sentença Appostolica de nosso antecessor Clemente outavo, de que constou estar julgado pelo verdadeiro Rey e legitimo de Portugal, nos pedia humildemente mandassemos por nosso Nuncio assim o declarasse para effeito de se lhe dar a posse pacifica que convinha á boa Christandade e exemplo dos infieis para que não tomassem motivo de uzurparem o alheio, e que mandassemos consultar por nossos Cardeaes, vêr e examinar a dita sentença com nova justificaçaõ, e como era o proprio contheudo n'ella: movidos do Amor Paternal, para evitar escandalos que podiam resultar, e guerras entre christaõs, nos pareceu para mais suave meio, mandar-vos avizo por nosso Nuncio, não permitindo dardes ocaziaõ para que se valesse das Armas da Igreja, antes logo com effeito largareis o Reyno a seu dono, como estava mandado pela sentença junta, na qual não houve satisfação, cousa estranha entre os Principes; pelo que authoritate appostolica, e que nesta parte uzamos, mandamos a vós Philipe 3.o, Rey de Hespanha, em virtude da sancta obediencia que dentro de nove mezes, depois da notificação d'esta, largueis o dito Reyno de Portugal a seu legitimo successor D. Sebastião mui pacificamente sem efuzaõ de sangue e sob pena de excommunhão maior lata sententia da maneira que está julgada: Dada em esta Curia Romana sob o signal do Pescador a 17 de março de 1617.»Alvor-Silveshttps://www.blogger.com/profile/15596706877697025183noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5635062141497438566.post-6375200998784675952012-06-27T17:33:01.397-07:002012-06-27T17:33:01.397-07:00Sentença atribuída a Clemente VIII (1598)
«Clemen...<b>Sentença atribuída a Clemente VIII (1598)</b><br />«Clemente VIII, por Divina Providencia servo dos servos de Deus: Saude e paz em Jesus Christo Nosso Senhor, que de todos é verdadeiro remedio e salvação. Fazemos saber a todos nossos filhos carissimos, que debaixo da protecção do Senhor virem com fervorosa fé em especial aos do reino de Portugal, que o nosso mui amado filho D. Sebastião Rey de Portugal se apresentou pessoalmente n'esta Curia Romana no sacro Palacio, fazendo-nos com muita instancia e supplica o mandassemos meter na posse do seu reino de Portugal [76] pois era o verdadeiro e legitimo Rey delle; que por peccados seus e juiso divino se perdera em Africa indo peleijar com ElRey Maluco no campo de Alcacere quibir, e the agora estivera oculto e não quizera dar conta de si por meter tempo em meio dos males que succederam por seu conselho, e que para justificar ser o proprio estava prestes para dar toda a satisfação que lhe fosse pedida: E considerando nós o cazo, como somos juiz universal entre os principes catholicos, mandamos por conselho dos cardeaes em conclave que apparecesse; e, feito, se fez examinar com muita miudeza como convinha a tal cazo[*] de que se fizeram processos em varias naçoens e no dito Reyno de Portugal por pessoas qualificadas, assim dos signaes do seu corpo, como de outros mais miudos do seu reino, ajunctando as partes por onde andou, e de sua vida e costumes, como outras particularidades importantes para a verdade ser mui claramente sabida, não nos fiando por uma só vez, mas por muitas, e por pessoas constituidas em dignidade sacerdotal, e por seculares titulares, do que se fizeram os processos que no Archivo desta curia se pozeram, e que uns e outros se conferiram; e visto em Conclave e perante nós se verificar ser o proprio Rey D. Sebastião e lhe pertencer o dito Reyno, como unico herdeiro d'elle, e assim todas as rendas des a data d'este para se investir de posse; pelo que, Authoritate appostolica, por tal o declaramos, e sentenceamos, e mandamos ao muito Catholico Filipe terceiro de Hespanha que largue o Reyno em pax, sob pena de excommunhão mayor ipso facto incurrenda reservada a nós, não permitindo dilações; como filho obediente aos mandados Appostolicos deve temer a ira do Senhor fazendo o contrario; nesta Curia sob o nosso signal do Pescador a 23 de Dezembro de 1598.»<br /><br />[*] Nota de rodapé de Camilo: <i>Os signaes que D. Sebastião tinha no corpo eram estes: A mão direita maior que a esquerda; o braço direito maior que o esquerdo; o tronco dos hombros até á cinta desproporcionalmente curto e curvado, de modo que os seus gibões não cahiam bem n'outro corpo; da cinta aos joelhos muito comprido; a perna e o pé direitos maiores que os esquerdos; os dedos dos pés quasi iguaes. No dedo minimo um calo grande; na espadoa esquerda um signal pardo e cabelludo; outro signal preto na espadua direita; sardas pouco perceptiveis em rosto e mãos; faltava-lhe um dente no queixo inferior, que lhe fôra tirado por Sebastião Netto; o beiço grosso da parte direita, pés pequenos, pernas algum tanto tortas.<br />O que ha mais importante historicamente n'esta nota é ter sido o dente de sua alteza extrahido por Sebastião Netto.</i>Alvor-Silveshttps://www.blogger.com/profile/15596706877697025183noreply@blogger.com